terça-feira, 19 de outubro de 2010

TIVEMOS uma Crise, não, FIZERAM uma Crise. E agora a gente que a PAGUE?


Ao contrário do Bruno, que num post anterior nos dá conta da sua auto flagelação, não sou espectador do Prós e Contras, nem da maioria dos "detergentes" com que diariamente nos tratam da lavagem à mona.

Mas ontem ao ligar a TV à noite, à procura assim dum filme ou duma série, a coisa estava no canal 1 e ainda deu para ouvir um senhor do Governo, para justificar o Orçamento da santa aliança dos banqueiros, especuladores, Moody's, Merkel, Bruxelas, PS, e PSD, dizer: TIVEMOS UMA CRISE.

Ora podemos TER uma seca, trovoada ou erupção vulcânica, mas a Crise que estourou em 2008 não é certamente um daqueles fenómenos da natureza de que nos queixamos quando nos caiem em cima da tola, mas sim responsabilidade dum Sistema Financeiro Internacional que agora exige que sejam os que menos têm a pagar as favas de toda a sua ganância, irresponsabilidade, e rapina. Sempre, é bom lembrar, com o apoio e beneplácito dos Governos de vários quadrantes, incluindo os nossos.

Quando agora se aumenta o IRS a trabalhadores que já têm mais mês que salário, se sobe o IVA de produtos de primeira necessidade, se cortam prestações sociais, se congela e reduz salários dos funcionários públicos, se continua a exigir que o Sr. Antunes da mercearia da esquina pague 25% de IRC, o que dizer dum Orçamento que a par de tudo isto continua a permitir que os Bancos, que por dia têm cerca de 5 milhões de euros de lucro, continuem a pagar à volta de 5% de IRC?

Como diz o cartaz da foto um outro mundo é possível, mas não seguramente com esta cambada de parasitas que diariamente atafulham os ecrãs das TVs e as páginas dos jornais, a repetir até à náusea a cassete do não há alternativa.

Um outro mundo é possível, e é no respeito de quem produz, repara, transporta, vende, trata, ensina, estuda, inventa, cria, ... - de todos os que contribuem com algo de útil para a sociedade - que se tem de procurar uma saída do buraco em que nos meteram. Os protestos, manifestações e a Greve Geral de 24 de Novembro agora anunciada, são para já a resposta possível e indispensável, que decerto contribuirá para que mais esta miséria com que nos ameaçam não seja uma fatalidade.

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