sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A "SIMPATIA IMPLÍCITA" DO PCP

A chusma de jornaleiros, comentadeiros e opinadeiros não desarma.

Exigem que o PCP lhes diga, JÁ, qual vai ser o seu candidato às eleições presidenciais, e não conseguem digerir a resposta simples e singela que o PCP não pára de lhes repetir: que essa é uma decisão que só irá tomar DEPOIS das eleições legislativas.

Então, como o PCP não diz, eles inventam. Por exemplo, aqui há dias li num pasquim qualquer que o PCP iria apoiar a minha vizinha (a senhora baixinha da laca). Hoje no FB é a vez do ex embaixador Seixas da Costa dar o seu diplomático contributo para esta saga, introduzindo um novel conceito no vasto reportório da nacional manipulação: a "simpatia implícita".

Assim, segundo o Sr. ex-embaixador, Jerónimo de Sousa, na entrevista de ontem, teria manifestado uma "simpatia implícita" por Sampaio da Nóvoa, o que seria, calcule-se, um "beijo da morte" para a candidatura do ex-reitor.

Fazem a festa, lançam os foguetes, pegam fogo à mata, e telefonam à GNR a dizer que foi o PCP.

FB 28/8

terça-feira, 11 de agosto de 2015

A ARTE DE BEM PREVENIR INCÊNDIOS, SEGUNDO OS MAIS RECENTES GOVERNOS DA PÁTRIA.


Penso que foi ainda no tempo de Guterres que o governo decidiu dar télélés aos pastores para, entre o apascentar das ovelhas e as aparições no memorável anúncio da Telecel http://bit.ly/1guITTl , usarem o então novel aparelho para comunicar de que lado soprava o fogo.

Uns anos depois, aí por altura do PEC III de Sócrates, e quando já não havia cão nem gato que não tivesse telemóvel, foi a vez das 150 000 cabras, que sob o alto patrocínio dos governos de Portugal e de Espanha, se iriam dedicar à meritória tarefa de prevenir incêndios.

Agora, na era Passos & Portas, quando se fala em recorrer à espécie asinina para o desígnio pátrio de combate aos incêndios, só espero que não haja descriminação inter pares e que além do burro mirandês se mobilizem os burros de todo o país, nomeadamente os que, em São Bento e Belém, mas não só, mais não fazem que estar abancados à manjedoura e enfadadamente ir abanando a cauda para enxotar as moscas.

FB 11/8

sábado, 8 de agosto de 2015

SALSA, MANJERICÃO, E O QUE SERIA DOS GREGOS SEM OS PERITOS DA TROIKA.


Sem os peritos da Troika como é que, por exemplo, os pobres dos gregos iam conseguir determinar qual o IVA a aplicar à salsa e ao manjericão? E quem diz os gregos, diz os portugueses, ou mesmo os espanhóis e italianos.

É evidente que nem o Varoufakis nem o Tsakalotos, nem o Medina Carreira nem o César da Neves, dispõem de ciência bastante para concluir, sem margem para duvida ou contestação, qual o escalão correcto do IVA a aplicar a cada um daqueles apreciados herbáceos.

Para além da incontornável dificuldade que teriam a optar entre os 13% e os 23%, decerto seriam incapazes de atinar com as implicações fiscais das diferenças de aroma, sabor e textura entre a salsa e o manjericão, o que teria as mais funestas consequências no controlo do défice e pagamento da Divida, podendo mesmo comprometer irremediavelmente a imprescindível recapitalização da banca grega.

Afortunadamente nestas encruzilhadas da vida os povos do sul não estão sós, entregues à sua atávica e proverbial ignorância, derivado do que podem sempre contar com a elevada sapiência e abundante experiência dos peritos da CE, do BCE e do FMI, que duma forma cientifica e com bué de rigor, concluíram que, para que tudo corra dentro dos conformes do Memorando e a Grécia possa ser resgatada ao radicalismo do Syriza, o IVA a aplicar vai ser 13% à salsa, e 23% ao manjericão.


(Tudo explicadinho, aqui: V.A.T. absurdity in Greece: Why has Parsley 13% and Basil 23%?)