quinta-feira, 28 de abril de 2016

UMA PROPOSTA PARA A NOVA BIBLIOTECA ARY DOS SANTOS DE SACAVÉM


Num concelho de tradição operária e de população maioritariamente trabalhadora seria natural que a única biblioteca municipal existente no concelho de Loures, a Biblioteca José Saramago, dedicasse um pouco mais de atenção à riquíssima tradição escrita do Movimento Operário e do Socialismo.

Contudo é confrangedor aquilo que neste campo a biblioteca de Loures disponibiliza aos seus leitores: Meia dúzia de livros de Marx e Engels, que não inclui obras fundamentais como O Capital, muito pouco de Lenin ou Trotski, UM único titulo de autores como Luxemburg, Gramsci, Stalin, e Castoriadis, e ZERO livros de Proudhom, Bakunin, Bernstein, Blanqui, Kautsky, Kropotkin, Hillferding, Kollontai, Lapidus, MaoTse Tung, E P Thompson, e outros.

A proposta é que na, em breve a inaugurar, Biblioteca Ary dos Santos de Sacavém, se dê uma maior atenção aos clássicos do Movimento Operário e do Socialismo e se defina uma politica de aquisições que inclua igualmente obras mais recentes, com especial atenção para livros sobre a realidade portuguesa.

Parte do espólio de livros de Herberto Goulart, oferecido à Câmara de Loures em 2014 e que irá integrar o catálogo da Biblioteca Ary dos Santos, com importantes e valiosas obras naquelas áreas, poderá ser a base dum núcleo bibliográfico sobre o Movimento Operário e o Socialismo, a alargar e manter actualizado na nova biblioteca de Sacavém.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

LUTAR PELOS DIREITOS DOS TRABALHADORES E DERROTAR UMA DIRECÇÃO SINDICAL AMARELA.



Em Setembro de 1975, e no quadro da ofensiva reaccionária que culminaria no 25 de Novembro, no importante Sindicato do Comércio de Lisboa (à data um dos maiores sindicatos do país, e agora parte do CESP http://bit.ly/1SeFV58 ), uma lista PS/MRPP ganhava as eleições, para o triénio 1975/78, com 61 % dos votos, contra 39% da lista unitária.

Esta derrota seguia-se a outras de listas apoiantes da Intersindical, ocorridas durante os meses de Agosto e Setembro de 1975, como as dos sindicatos dos Escritórios de Lisboa, Bancários do Sul, Seguros, naquilo que foi o primeiro passo para a criação da UGT.

Ao contrario do que aconteceu nos outros grandes sindicatos de serviços, onde os amarelos da UGT se mantêm ainda hoje, no Comércio de Lisboa, 20 meses depois, em eleições antecipadas em Junho de 1977 (as mais participadas de sempre), uma outra lista unitária ganharia o sindicato de volta para o movimento sindical unitário com 58% dos votos, contra 41% da lista de base partidária PS, PSD e CDS.

A história exemplar dos trabalhadores do comércio e serviços do distrito de Lisboa que, durante esses quase dois anos, e mesmo fora dos corpos gerentes do Sindicato, não abdicaram de travar importantes lutas sindicais, ao mesmo tempo que denunciavam a actuação conciliadora e de traição da direcção amarela, é uma história que merecia ser contada.

Alguns dos protagonistas chave dessa luta, como o Tolentino Lourenço e o José Manuel Barros, já não estão infelizmente entre nós, mas ainda há por aí muitos delegados e activistas sindicais, que participaram no chamado "Grupo dos 28", que podiam, e deviam, meter mãos à obra.

Vamos à procura dos amigos que participaram nisto, Joaquim Labaredas, Maria Odete Simão, Jorge Estima, João Bernardino, Pedro Azevedo Peres?

segunda-feira, 18 de abril de 2016

INDIGNAÇÃO E REPULSA


Indignação e repulsa é o mínimo que nos causa a intervenção do deputado federal Jair Bolsonaro ao dedicar o seu voto a favor do impeachment da presidenta Dilma Rousseff, ao fascista coronel Carlos Ustra, chefe do DOI e torturador do tempo da ditadura militar (1964-85).

Mas também não devíamos ser indiferentes ao facto de, por cá, termos o antigo ministro do governo fascista de Salazar, Adriano Moreira, o criminoso que reabriu o Campo da Morte do Tarrafal, sentado no Conselho de Estado.

Ao menos no Brasil ainda houve alguém que cuspiu na cara do fascista.

(Na foto Jean Willys, deputado do PSOL, a cuspir na cara do fascista Bolsonaro)