sexta-feira, 30 de dezembro de 2011


A CML vai propor a atribuição do nome "Carlos Teixeira", actual Presidente da Câmara, à principal via de acesso ao novo Hospital "Beatriz Ângelo".

Esta proposta, tem por base uma sugestão da Junta de Freguesia de Loures, presidida pelo indicado e anunciado candidato à CML em 2013, João Nunes, é feita apesar de o Regulamento Municipal de Toponímia referir que não serão atribuídos nomes de pessoas vivas, salvo em casos extraordinários e por motivos excepcionais, e desde que aceite pelo próprio.

Não estou a falar de Marco de Canavezes, é mesmo em Loures, aqui mesmo ao lado de Lisboa.

A proposta foi aprovada em 4/1, só com os votos do PS, como pode ler no post do Eduardo.

USA: E PUR SE MUOVE... Jovens valorizam Socialismo, e Capitalismo é cada vez mais coisa de cotas e de queques.


Numa sondagem a nível nacional nos USA, para testar as reacções a alguns termos usados no discurso politico, a palavra Capitalismo é cada vez menos valorizada, e cresce o numero de americanos que têm uma ideia positiva do Socialismo.

Embora 50% tenham uma postura positiva em relação ao Capitalismo, e apenas 31% em relação ao Socialismo, se se tiver em conta a paranóia anti comunista da direita americana particularmente a partir do fim da década de 40, aqueles quase 31% no Socialismo estão provavelmente acima daquilo que o leitor imaginaria.

E como pode ver no quadro abaixo os números são ainda mais animadores quando desagregados por idade, etnia, e estrato social.


Assim para os de mais de 65 anos, os que viveram os tempos negros da Guerra Fria, da virulenta propaganda anti comunista, das perseguições do MacCartismo, a palavra Socialismo tem uma conotação negativa para 72%, e apenas 13% a consideram positiva.

Já entre os jovens dos 18 aos 29 anos a palavra Socialismo tem um valor positivo para 49%, contra 43% que a consideram negativa. Valores que para a população negra são ainda mais expressivos, 55% positivo, 36% negativo.

Não menos interessante é a forma como é avaliada a palavra Capitalismo, que no geral é considerada positiva apenas por metade da população, e atinge o valor máximo de 68% entre os que têm um rendimento anual superior a 75 mil dolares/ano.

Mas para os que têm rendimentos inferiores a 30 mil dólares/ano, os jovens, e os negros, a simpatia pelo Capitalismo fica claramente abaixo dos 50%, sendo mesmo menos de 1/3 entre os hispânicos.

LEI DAS RENDAS: DESPEJOS EM 3 MESES
Será que a nova lei também se aplica a estes inquilinos?


Ná, para este tipo de inquilinos vai sempre continuar a haver provas não aceites pelo tribunal, recursos, rescursos sobre recursos, até que uma providencial prescrição para sempre os separe da possibilidade de irem mesmo de cana.

Para o povo míudo fica a Justiça à la minuta: "Governo vai criar um balcão nacional de arrendamento para agilizar processos de incumprimento dos contratos, nomeadamente por falta de pagamento durante três meses."

É o Estado de Direito Direita, estúpido.

FOI VOCÊ QUE DISSE QUE OS PORTUGUESES NÃO SÃO RACISTAS E XENÓFOBOS?
Então dê por aí uma volta pelas redes sociais...





Ou pensava que era só o Alberto João que não quer cá chineses?


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Não Há Fruta Como a LARANJA, Nem Doce Como o Bolo-Rei


JÁ SABÍAMOS que o senhor Silva, além de ferveroso adepto de boas acções, parece que continua a ter um fraquinho muito especial por bolo-rei. Ficamos agora a saber que a sua esposa, a dona Maria Silva, por confissão expressa ao DIÁRIO DE NOTÍCIAS, garante que a laranja do Algarve é um produto de que gosta muito. Eu também, mas só descascadas...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

GRANDIOSA CAMPANHA DO ORGASMO PELA AUSTERIDADE
(mais confiança, mais experiências uns com os outros, mais vitalidade social)


Depois do retumbante sucesso do Dia do Orgasmo Global pela Paz, que melhor contributo para o grande desígnio nacional da Austeridade que dedicar-lhe, não apenas um dia, mas uma Grandiosa Campanha do Orgasmo pela Austeridade?

Como?
Dedique todos os seus orgasmo à Austeridade!

Quando?
Tão frequentemente quanto você quiser! Especialmente em luas cheias, luas novas, solstícios e equinócios, ou quando se lembrar!

Quem?
Todos os homens e mulheres - você e todos que você conhece, sozinhos ou acompanhados.

Onde?
Em todo o lado, mas especialmente nos locais afetados pela Dívida e pelo Défice, aqueles que mais precisam de Austeridade.

Para quê?
Para uma mudança positiva no campo energético da Dívida através da dedicação consciente de energia orgásmica. Os nossos corpos e mentes podem influenciar os campos de energia deficitária, se concentrarmos os nossos pensamentos na Austeridade, antes, durante e após o orgasmo.
A energia orgásmica combinada com o poder do pensamento positivo ajuda a reduzir os níveis globais de despesismo e endividamento.
O orgasmo é o maior potenciador instantâneo de energia humana biológica e espiritual. É um dom biológico!
Então que melhor maneira de contribuir para um 2012 com "mais confiança, mais experiências uns com os outros, mais vitalidade social"?

Pratique, pratique, pratique (em segurança)! Diga a todos os seus amigos e encoraje-os a participar!
Vamos todos contribuir para a Grandiosa Campanha do Orgasmo pela Austeridade.

adenda
Leio em O Insurgente que duas das mais mediáticas figuras publicas do momento já aderiram à Campanha. E você, está à espera do quê?

domingo, 25 de dezembro de 2011

Futebol e Negócios de Saúde


APESAR do Serviço Nacional de Saúde estar pela hora da morte, existe a chamada Lei das Compensações, que vem sempre atenuar o sofrimento de quem a ele recorre. No presente caso tem a ver com o magnânimo gesto que Joaquim Oliveira, presidente do grupo Controlinveste Media teve, e que é, nem mais, nem menos, que a oferta da programação da SportTV, em todos os hospitais públicos do país, sem qualquer custo para o Estado, isto é, para todos nós. A partir de agora, podemos estar carentes de cuidados de saúde, a coisa custar-nos os olhos da cara em termos de taxas moderadoras, o serviço não ter excelência por aí além, mas não nos vai faltar a indispensável informação teledesportiva. No entanto, a dona Quitéria, a capelista que explora um dos quiosques cá do bairro, que tem muita sensibilidade para os negócios e que também garante que não há almoços grátis, diz que tudo isto não passa de uma grande patranha. Diz ela que o canal SportTV não foi nada oferecido aos hospitais, e que o recente aumento das taxas moderadoras, não passa de um expediente, acordado com o Governo, para que a SportTV possa aumentar os seus aderentes subscritores, e cobrar indirectamente o seu serviço. E esta, hem?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

BOAS FESTAS PARA QUEM AINDA TEM PÉS
Deseja o Januário Tributário, Director de Finanças de Lisboa.


Mário Januário, Gestor Tributário e Diretor de Finanças de Lisboa (é favor não lhe falarem deste post, que eu já lá tenho processos fiscais que cheguem), pariu esta mensagem de Boas Festas, que encontrei no Portela dos Pequeninos:

"A todos os Dirigentes Distritais e Locais e funcionários do Distrito de Lisboa

Deseja o Director de Finanças de Lisboa, Boas Festas de Natal e um Feliz Ano Novo 2012.

1. O Ano Novo (2012) há-de ser o que for e dependerá muito (também) de cada um de nós. Da atitude que cada um de nós adoptar perante os problemas e as dificuldades da nossa vida.
2. Verdadeiramente infelizes serão os que não têm trabalho, nem pão, nem saúde, nem paz, nem alegria de viver. Pensem nisso!...
3. A nós, ainda nos sobram muitas razões de felicidade que devemos explorar até ao limite...
4. "O menino chorava, chorava porque não tinha sapatos, até ao momento em que viu um menino que não tinha pés".

Bom Ano Novo!
Com os melhores cumprimentos, pessoais
O DFL

Mário Januário-Gestor Tributário
DF LISBOA - DIRECTOR DE FINANÇAS DE LISBOA
Alameda dos Oceanos, Lote 1.06.1.2 - 4º Sul - 1998-027 Lisboa"

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

FINALMENTE UMA BOA NOTÍCIA
Passos anuncia que se vai embora em 2013.


Ontem, em primeira mão, o actual primeiro ministro anunciou numa reunião com o grupo parlamentar do PSD, que o país em 2013 "terá dobrado o Cabo das Tormentas", o que só pode querer dizer que pelo menos em 2013 ficaremos livres desta cambada de cromos do neo liberalismo tuga apostada em destruir o País. Isto se, como faço votos, antes disso não os tivermos mandado de volta para debaixo do calhau donde jamais deveriam ter saído.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

GOVERNO QUER QUE PESSOAL VÁ MORRER LONGE
Mas Passos diz que não deu ordens ao SEF para fazer rusgas e expulsar professores desempregados


Mal entendidos, questões laterais, ou então somos todos uma cambada de burros incapazes de perceber o que diz o grande sub-líder da amada líder.

Entretanto o deputado europeu Paulo Rangel propõe Agência Nacional de apoio à emigração. Se for para emigrar para lugares de deputado no Parlamento Europeu, alinho.

E Não Se Pode Emigrá-los?


ESTIVE há dias, ali para os lados do Porto Alto, a visitar uma empresa que comercializa contentores, para todos os gostos e os mais variados fins. Um dos modelos, por sinal muito jeitoso, é uma espécie de suite, com quarto e casa de banho, e servia perfeitamente para exportar os nossos governantes, com um mínimo de comodidades. Longe de mim a intenção de querer enviá-los para o estrangeiro, nas mesmas degradantes condições em que chegam à Europa tantos potenciais emigrantes do sudoeste asiático, mas com tal medida, de uma assentada, atingiam-se dois objectivos, que a nossa balança de pagamentos agradece: incentivo à emigração e contributo para as exportações.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

E Não Se Pode Exterminá-lo?

- Exterminar o quê?
- O circo ambulante de uns pitorescos e dominicais conselhos de ministros informais…

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

E A MIM, QUEM É QUE ME RESGATA?
Camarão já tem plano para vir buscar os Bifes. Já o plano de Passos é que a gente vá morrer longe.


O Reino Unido já tem pronto um plano de resgate, envolvendo barcos e aviões, para vir a Portugal buscar os seu súbditos no caso de estes ficarem sem acesso às contas bancárias em virtude de Portugal ser corrido do Euro, coisa que pelos vistos está mais próxima do que muita gente nos anda por aí a dizer.

Enquanto o 1º ministro britânico se preocupa com os seus compatriotas, por cá temos um 1º ministro que o melhor que tem para nos desejar nesta quadra natalícia é que vamos morrer longe.

Mas voltando ao resgate inglês, dizia-me há pouco o meu amigo Norman, que se mudou de Leicester para a Graça quando se reformou há meia dúzia de anos, que com a saída de Portugal do euro e a desvalorização que se seguiria, os tais aviões dariam jeito era a trazer o pessoal de Inglaterra para cá, onde as pindéricas reformas que recebem em libras até lhes daria para viver bem melhor.

Enfim, enquanto os aviões e os barcos estão para aí parados há espera que os ingleses que cá vivem deixem de ter acesso às contas bancárias, a minha sugestão é que sejam utilizados para levar daqui para fora o pessoal dos recibos verdes que já não têm acesso às suas contas bancárias por o Mota Vespa-Audi Soares as ter mandado congelar.
.

Adenda de leitura obrigatória
Carta Aberta de Myriam Zaluar ao Primeiro Ministro.
(...)
Portanto, é o seguinte, senhor primeiro-ministro: emigre você, senhor primeiro-ministro. E leve consigo os seus ministros. O da mota. O da fala lenta. O que veio do estrangeiro. E o resto da maralha.
(...)

domingo, 18 de dezembro de 2011

Se Tiver Que Ser, Paciência...

COMO o PS (partido Seguro) não tem ideias próprias sobre o assunto, nem sabe que caminho há-de tomar, desculpa-se com o facto de o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho ainda não ter apresentado razões válidas que justifiquem a inscrição do limite do défice na Constituição da República, ou se numa lei de "valor reforçado", que eu não sei muito bem o que seja. Isto é, estão contra, não concordam, mas se tiver que ser, paciência. E no meio de tantas dúvidas e incertezas, ainda vamos acabar por ouvir algum vice-presidente da bancada parlamentar dizer que se está marimbando para o défice, para a licenciatura do Sócrates ou para as favas do bolo-rei…

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Algumas Decisões do Estado deste Sítio


A Guarda Nacional Republicana passa a denominar-se Guarda Nacional das Autoestradas ex-Scut;

As portagens devidas e não pagas pelos utentes das autoestradas, passam a ser pagas com a penhora do veículo do infractor;

Com a redução e eliminação de muitas carreiras de transportes públicos, sobretudo aos fins-de-semana, os portugueses que não têm transporte individual, passam à condição de suspeitos sob prisão domiciliária;

A “grande troika”, a verdadeira governante deste protectorado, advertiu a “pequena troika” de que as novas taxas moderadoras do Serviço Nacional de Saúde (SNS) são insuficientes, e terão que ser agravadas ainda mais;

Devido a um problema de pilhas fracas na calculadora da “pequena troika”, o excedente das contas públicas não é de 2.000 milhões de euros, mas sim de 3.000 milhões. No entanto, continua a não ser excedente, nem folga, nem almofada, nem travesseiro. É apenas um pé-de-meia para o que der e vier, caso os banqueiros se sintam em dificuldades;

Passos Coelho, o chefe da "pequena troika", garantiu infáticamente que a melhor solução é o limite do défice ser inscrito na Constituição. Diz que isso apenas exige disciplina e não acarreta perda de soberania. Como é fácil de perceber, mais uma vez estamos a ser ludibriados, pois não se pode perder aquilo que já não possuímos...

A “pequena troika” passa a reunir o conselho de ministros aos domingos (fica a dúvida se presidida por Passos Coelho ou Ricardo Salgado), a fim de evitar ser perturbada com concentrações, manifestações e acções de protesto, aproveitando o facto de os portugueses estarem sob sequestro dominical, devido à escassez de transportes públicos;

Por decisão do ministro “vespa” Soares, os candidatos ao Rendimento Social de Inserção (RSI), isto é, pessoas que estão em situação de carência económica grave, abrangendo, maioritáriamente, jovens, idosos e deficientes, vão ser sujeitos a novas regras. Terão que preencher cinco formulários e apresentar uma mão-cheia de documentos da Segurança Social, além de caderneta predial e autorização para acesso a informação bancária. Só então estarão aptos a assinar com o Estado um contrato de inserção, que impõe o cumprimento de um determinado conjunto de obrigações;

O senhor Gaspar, ministro das Finanças da “pequena troika”, garantiu que a transferência dos fundos de pensões dos bancos para a Segurança Social não ameaça as pensões dos reformados do sector bancário. Ora, como é que ele pode garantir uma coisa dessas, se os dois mil milhões de euros do fundo de pensões vão servir para pagar dívidas do Estado às empresas, e melhorar a liquidez dos bancos?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

PORTELA
Ruas pedonais em regime de espaço partilhado.


Num comentário a um post do Portela dos Pequeninos, em que se fala da proibição de estacionamento em certas zonas da Portela, diz um leitor :

"Nos arruamentos sem saída, não incomoda nada que se estacione nos passeios, pois as pessoas mesmo sem viaturas, caminham normalmente pelo meio da estrada sem criar problemas também a ninguém. As pessoas entendem-se bem. As irregularidades dos passeios ate aconselham a utilizar o meio destes arruamentos sem saída."

Esta forma de partilha da rua entre peões e carros, que é de facto pratica generalizada nas ruas residenciais da Portela, tem sido noutros países objecto de estudo por parte de especialistas que concluíram das suas vantagens em diversos casos, como o de ruas residenciais, e aconselham que seja orientada por alguns princípios, como:

  • Todos os utilizadores, peões, ciclistas, carros, têm os mesmo direitos
  • Circulação e prioridade à direita
  • Redução da diferença de velocidade entre os diversos utilizadores
  • Criar, e provocar, o contacto visual entre os diferentes tipos de utilizadores
  • Pôr as pessoas, independentemente do modo como circulam, no centro das atenções
  • Os carros não são um problema, mas uma parte da solução
  • A mobilidade é um meio, não um fim

Em termos práticos, na Portela haveria que adequar o traçado da rua a este tipo de utilização partilhada, removendo os passeios (estacionamento dos dois lados junto aos muros), diferenciando o piso do das ruas circundantes, e assinalando o tipo de utilização partilhada à entrada da rua.

Para os nossos autarcas estas praticas não devem ser novidade pois são inclusive referidas no "Manual de Metodologia e Boas Práticas para a Elaboração de um Plano de Mobilidade Sustentável”, resultado dum estudo levado a cabo por técnicos dos Municípios do Barreiro, Loures e Moita (Ver pagina 204 sobre zonas de prioridade ao peão).

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ALTERAÇÃO AO RSI
De acordo com as novas orientações neo liberais fascisantes


Com vista a reduzir o numero de beneficiários do RSI - Rendimento Social de Inserção, está o Governo a preparar novas regras para a atribuição desta prestação social, recorrendo a formas de controlo mais autoritárias e disciplinadoras, duma exigência desproporcionada em relação à população fragilizada que recorre ao RSI.

Para receber o RSI os candidatos terão de assinar "um contrato de inserção em que os beneficiários se comprometem, perante o Estado, a cumprir um conjunto de obrigações". Isto depois de preencher 5 questionários, entregar uma série de comprovativos, e dar autorização para acesso à conta bancária. O pedido será então apreciado por um Técnico que, se entender que estão respeitados todos os conformes, o passará a um Gestor (?) que então contratualizará com o interessado o acordo de inserção.

Além destas figuras tutelares da desgraça alheia, no processo de humilhação de quem precisa de recorrer àquele apoio entram ainda os NLI - Núcleos de Inserção Social, onde estão representados o Centro de Emprego e as estruturas regionais de Saúde, Educação e Segurança Social.

Tudo isto para a concessão duma prestação social de, em média, 89 euros beneficiário/mês, enquanto, por exemplo, os limites para os contratos por ajuste directo, sem concurso público, são de 750 mil euros para os directores gerais, 900 mil euros para os presidentes de Câmara, 5,6 milhões para os ministros, e 11,2 milhões para o primeiro-ministro.

A desculpa para todo aquele controlo pidesco são as incontornáveis bêtes-noires da demagogia populista rasca, os suspeitos do costume que beneficiam ilegitimamente de subsídios: o arrumador de carros passador de droga, o cigano vendedor de tshirts, a mãe solteira que passa os dias no café, enquanto o cidadão contribuinte e o trabalhador Amorim têm de se levantar cedo e trabalhar no duro para sustentar a preguiça e os vícios de tão deletérias personagens.

Clama o Governo, com grande alarido, a necessidade de moralizar a utilização do sagrado dinheiro dos contribuintes, dinheiro que deixa logo de ser sagrado quando se trata da imoralidade de pagar os roubos do BPN, engordar lusopontes e motaengis à custa de ruinosas parcerias publico privadas e concessões directas, ou mesmo de pagar o leasing do Audi de 86 mil euros do Ministro dos Contratos do RSI.

Segundo este estudo só 23% dos cerca de 360 mil beneficiários do RSI serão empregáveis, embora não se perceba bem onde iriam arranjar emprego, numa situação em que caminhamos a passos largos para o MILHÃO de desempregados.

Quanto à maioria dos beneficiários, os outros 77%, são pessoas que por erros seus ou má fortuna (deficientes, doentes crónicos ou com problemas psiquiátricos, desempregados de longa duração, alcoólicos e outras dependências, crianças e velhos) estão irremediavelmente eliminadas da implacável corrida da competitividade neo liberal onde muitos poucos vencem e quase todos perdem.

E esses, os que foram expulsos da corrida para que não tinham pernas, são, como é típico nos regimes fascistas, transformados em bodes expiatórios da desgraça colectiva, avaliados ao detalhe e, neste caso, divididos em dois grupos:
  • Os que, enquanto se portarem bem, de acordo com os critérios do Big Brother de serviço, recebem umas migalhas que dificilmente lhes darão para sobreviver, quanto mais para viver com um mínimo de dignidade, embora só depois de assinar o tal Contrato, exigência incontornável daquelas mentes distorcidas para quem tudo na vida tem de funcionar de acordo com as superiores regras do business;
  • E os outros, os que não preenchem os tais critérios oficiais, são despromovidos a parias do sistema (mesmo sem estrela ao peito) e abandonados à sopa de caridade e a dormir nos vãos de escada, desde que não seja das escadas dos ministros que tomam estas decisões.

Tudo para exemplo e temor das massas que se querem ordeiras e obedientes aos diktats da chefe do Reich (que já diz o que deve estar na Constituição dos países satélites) e dos seus submissos migueis de vasconcelos locais.

Tudo para honra, glória, e sobretudo proveito, deste capitalismo voraz e senil, que se arrasta de crise em crise, e que já só é capaz de prometer mais austeridade, recessão e pobreza.

CONTRA O ATAQUE AOS TRANSPORTES PUBLICOS E AOS PASSES SOCIAIS.


- Concentração contra o fim dos passes 4_18 e Sub_23;

- Contra a supressão de 23 carreiras, 4 serviços nocturnos, 14 encurtamentos de carreiras e 6 diminuições de horários, afectando mais de 50% das carreiras actuais da CARRIS, a saber: 10, 12, 21, 22, 25, 28, 30, 31, 36, 54, 44, 49, 70, 74, 76, 79, 201, 202, 203, 205, 206, 207, 208, 210, 701, 706, 708, 709, 711, 714, 716, 717, 718, 724, 726, 729, 732, 745, 753, 760, 764, 765, 777, 790, 793, 797, 799, e o eléctrico 18, alegando-se que tal se deve à “falta de procura” quando na realidade se procura retirar aquelas carreiras que maiores dificuldades têm em ser lucrativas, para uma posterior privatização;

- Contra o encerramento do METRO às 21h30m nas linhas amarela e azul, e encerramento total às 23h;

- Contra as supressões na CP;

- Contra a supressão das ligações fluviais no Tejo;

- Contra CONTRA O PLANO ESTRATÉGICO DE TRANSPORTES que apenas quer privatizar aquilo que é um serviço público essencial!

Vamos fazer recuar este Plano criminoso!

CONTRA A TROIKA NACIONAL E ESTRANGEIRA, PELO REFORÇO DA GREVE GERAL DE 24 de Novembro!

Façam crescer esta acção que é a defesa dos nossos direitos!

A Plataforma de Utentes dos Transportes Públicos

sábado, 10 de dezembro de 2011

O Circo Euro-Solei


AS CIMEIRAS fazem parte de um programa para amortecer os efeitos daquilo que já se vem anunciando há muito tempo: o Euro vai-se desfazer com o mesmo aparato com que eclodiu, e vai levar para a cova o estrebuchante projecto da União Europeia. Os seus resíduos vão ser toneladas de pareceres dos euro-optimistas, euro-cépticos e euro-catastrofistas, e um continuado vai-vem de sinecuras burocráticas, leiloadas entre os países aderentes e sobreviventes, para nos virem pedir (sem direito a voto nem contestação) mais contributos, sacrifícios e austeridade, para nos garantir a entrada no televesionado Circo Euro-Solei, onde os artistas nos vão entretendo com mais uns quantos espectáculos de cimeiras, emolduradas com beijinhos e abraços, regadas com almoços e jantares, trocas de papeis e de promessas, a prometerem o paraíso na terra, e a deixarem tudo pior, ou exactamente na mesma.

A Cimeira para acabar com todas as Cimeiras, ou o Euro já acabou, mas ninguém quer dar a notícia.

NASA's Kepler mission has confirmed its first planet in the "habitable zone,"
the region where liquid water could exist on a planet’s surface.


Para desenjoar das homilias laudatórias dos comentadores troikistas da nossa praça, sugerem-se aqui algumas leituras que, por mais sintonizadas com a realidade, acabam por nos deixar ainda mais perplexos sobre a sanidade mental de quem nos desgoverna.

A não ser que todo este folclore cimeirista sirva apenas para esconder que, como já vi por aí escrito algures, a decisão de deixar cair o Euro está há muito tomada, mas como ninguém quer assumir o papel de coveiro, há que ir gerindo a coisa até que os mercados façam o seu trabalho e acabem de vez com esta aberração duma moeda única sem uma política económica e financeira comum, nem um banco central digno do nome.


The Summit To End All Summits, Paul Krugman


As bolsas de valores européias estão em alta hoje, e eu não faço ideia do porquê. Como diz Felix Salmon, isto parece uma Cimeira desastrosa. Mais austeridade, mais apresentação da Crise do Euro, erradamente, como tendo tudo a ver com os deficits fiscais; nenhum mecanismo para o financiamento do BCE.
Não se sabe como mas o sul da Europa é suposto deflacionar o seu caminho para a prosperidade, enquanto todo mundo quer ter um superavit comercial, presumivelmente contra esse planeta potencialmente habitável descoberto a 600 anos-luz de distância.
(...)

Europe’s disastrous summit, Felix Salmon
(...)
Lembra-se de Wolfgang Münchau dizer que a zona Euro tinha agora que acertar, nesta Cimeira, ou iria entrar em colapso? Bem, a zona Euro, muito enfaticamente, não acertou.
Pegue em qualquer das listas dos mínimos necessários - de Münchau, de Larry Summers, ou Mohamed El-Erian - e a única coisa que se destaca, especialmente à luz das notícias mais recentes, é que há um número enorme de itens com zero chances de realmente acontecer.
(...)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O PECADO DA DÍVIDA
Depois dos velhinhos pecados Venial e Mortal, a Merkozy criou agora este pecado Orçamental.


Já não bastavam os pecados veniais e mortais da nossa longínqua catequese, vamos passar agora a ter, nas bíblias laicas que são as Constituições, o pecado orçamental da Dívida, que tem em relação a todos os outros o malefício adicional de não ser para expiar depois de mortos, mas enquanto ainda andamos por este vale de lágrimas.

Este novo pecado, que outros cometeram, mas que nos obrigam a nós a pagar, é assim uma espécie de sublimação pós-moderna de alguns daqueles velhinhos pecados nossos conhecidos, como a inveja (que impele a gastar o que não se tem), a gula (que nos leva a espatifar os 60 cêntimos de apoio à família em cerveja e doces), o desejar a mulher do próximo (sempre mais cara que a mulher do próprio), a cobiça (do que vemos nas montras do centro comercial, quando as nossas posses só dão para a loja dos trezentos), ou o falso testemunho (das implausíveis promessas de algum dia pagar o que se deve).

Tal como o pecado Original também o pecado da Dívida toca a todos os que nasceram condenados a esta miséria cinzenta que é a vida de quem trabalha, e de que só ficam isentos os que vivem acima das nossas possibilidades, oportuna e providencialmente absolvidos por uma Bula que também temos de ser nós a pagar.

Agora digam-me lá se não vinha mesmo a calhar uma nova barca de Caronte, que levasse esta cambada exploradora e troikista de volta às profundezas do Inferno, donde jamais deviam ter saído.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Grandes Buracos e Outros Assim, Assim!


HÁ UNS meses atrás, transcrevi uma definição de buracos negros, como sendo os fenómenos que ocorrem quando uma estrela esgota o seu combustível e o seu núcleo sofre um violento processo de contracção e concentração, até ficar reduzido a uma fracção de seu tamanho original. Quando isso acontece, naquela região do espaço cósmico, gera-se um campo gravitacional tão forte que começa a sugar toda a matéria que se encontra à sua volta, de tal modo que nem mesmo a luz proveniente do fenómeno se consegue libertar. Dizem as notícias científicas mais recentes que a NGC 3842 - uma galáxia elíptica localizada na direcção da constelação do Leão, descoberta em 26 de Abril de 1785 por William Herschel, e que dista de nós a bagatela de 270 milhões de anos-luz da Terra - possui um dos maiores buracos negros até agora conhecidos, com uma massa equivalente a 9,7 milhões de massas solares, com um horizonte de eventos, cerca de sete vezes maior do que todo o nosso sistema solar. Já é obra estar tão longe e ser tão descomunal, mas o pior é ter um inquilino tão negro e voraz, que tudo dissipa à sua volta.

Faz-me lembrar os buracos das contas públicas portuguesas, também negros e devoradores, em tudo semelhantes a estes fenómenos das galáxias. Engolem vertiginosamente toda a massa de receitas, impostos e taxas, regulares e extraordinárias, que os governos imaginativamente têm criado ao longo dos tempos, para espoliarem os cidadãos, em benefício dos “pobrezinhos” do costume, e nem sequer deixam passar aquela luz que um dia irá iluminar o fundo do túnel, sinal de que os tempos mudaram.

ADENDA de 2011-DEZ-7 
O buraco negro da dívida pública da constelação Jardim, situada na Madeira, depois de mais uns ajustamentos de última hora, subiu para 6 mil milhões de euros. Isto passa-se na ilha onde está instalado o Centro Internacional de Negócios da Madeira, mais exactamente um "off-shore", que alberga perto de um milhar de empresas virtuais, sem instalações e sem trabalhadores, que geram receitas e lucros astronómicos isentos de impostos, e são geridas por dois naturais de uma remota freguesia da ilha, que nem sequer são remunerados pelo "serviço" que prestam. 

Quando o secretário regional do Plano e Finanças, Ventura Garcês, diz que o Governo da República vai entabular negociações com a Comissão Europeia para o aprofundamento dos benefícios fiscais ao Centro Internacional de Negócios da Madeira que representa mais de 20% de todas as receitas da região, e é responsável por cerca de três mil postos de trabalho qualificado, deve pensar que não lemos o livro "Suite 605" de João Pedro Martins, ou então deve estar a referir-se a qualquer outra entidade, e não própriamente ao "off-shore" atrás referido, também conhecido por Zona Franca da Madeira.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Para os anais do Serviço Público
AS RESPOSTAS DA ENTREVISTA AO PESCADOR DE CAXINAS QUE A RTP1 NÃO PASSOU.


João Adelino Faria - Ainda tem vontade de voltar ao mar? Quer continuar com esta vida?

Pescador - Não é que eu não continue a gostar do mar, mas acho que agora chegou a altura de aceitar o lugar de pivot do telejornal da televisão publica.

JAF - Mas não ficou com mais medo de voltar ao mar?

Pescador - Um pouco, mas nada que se compare quando soube que, enquanto andava por lá com a vida por um fio, foi aprovado o Orçamento de Estado de 2012.

JAF - E como conseguiu superar aquele momento? A rezar?

Pescador - Claro, não foi também assim, a rezar muito, que o senhor conseguiu esse lugar na RTP1.

JAF - Fez alguma promessa lá no mar?

Pescador - Olhe, por acaso até fiz, não dar entrevistas à TV, mas olhe é assim, como com os políticos troikistas, passado o momento da verdade um tipo esquece-se de tudo o que prometeu.

JAF - Mas volta para o mar num barco igual (ao que naufragou) ou agora tem de ser um mais seguro?

Pescador - Igual ao que naufragou não, agora vou voltar à pesca mas num barco à maneira, no iate Eclipse do Ramon Abramovitch.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SOARES E O SÍNDROMA DA FALSA MEMÓRIA
(Ou afinal não era só a Jeanne D'Arc que tinha visões. Ou talvez ...)


O síndroma da falsa memória é uma condição em que a pessoa acredita piamente numa experiência traumática objectivamente falsa mas que se lhe apresenta como verdadeira, o que deve ser o que se está a passar com o Dr. Soares quando nas suas memórias relata que "Pela janela (do avião), vi que o aeroporto estava em grande reboliço com pessoas, jovens e mais velhos a protestar, enquanto a polícia carregava contra os manifestantes. Percebi que se tratava de um protesto espontâneo contra a minha deportação".

Da próxima vez que o prezado leitor apanhar um avião na Portela faça a fineza de espreitar pela janela e depois diga-nos o que conseguiu ver para dentro do edifico do aeroporto.

Claro que há sempre outra possibilidade: tal como Jeanne D'Arc, que tinha visões de Deus, quem sabe se também o Dr. Soares já na altura teria os seus transes psicadélicos, e conseguiria ver heróicas cenas de manifestantes e polícias, onde só haveria hospedeiras de terra em balcões de check-in e pacatos passageiros a empurrar carrinhos de bagagem.

Ou talvez o Dr. Soares seja apenas mais um mentiroso compulsivo com a mania das grandezas, o que aliás até está mais de acordo com aquilo que conhecemos da sua longa carreira política.

Pensamento ao Acordar


NÃO ACREDITO nos valores e mensagens providenciais dos sonhos (serão apenas preocupações latentes que ficam a multiplicar-se no subconsciente), mas esta noite sonhei com jornais, uns para embrulhar sabão, outros para forrar caixotes do lixo (como antigamente se fazia, antes da invasão dos sacos de plástico), mas o facto é que sonhei com jornais. E a seguir, ao acordar, depois dos jornais vieram as notícias, e a seguir às notícias vieram os jornalistas, e depois dos jornalistas vieram os factos, uns tratados com pinças, outros encomendados, outros às três pancadas. E fiquei agoniado!

Digam o que disserem, de jornalistas estagiários e pagos a recibo verde para jornalar, até aos comentaristas avençados para debitar e engraçar, há um facto que é por demais evidente: isto vai de mal a pior, e gente capaz de sinalizar o que se passa, com rigor e isenção, cada vez mais, vai sendo deixada para trás... Não vejo ninguém a partir a loiça, apenas gente acomodada e bem comportada, a impingir-nos crónicas sobre um país fictício, empanturrando a opinião pública com falsas questões, as quais apenas desviam a nossa atenção dos pãezinhos que os diabos andam a amassar…

ADENDA – Nem de propósito! O post do Rui Pinheiro sobre a SEARA NOVA, veio lançar uma lufada de optimismo, sobre a mensagem de intranquilidade deste meu escrito.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Seara Nova | rejuvesnece aos 90


A Seara Nova fez em 15 de Outubro 90 anos. É um caso sério dos meios de comunicação social portugueses. Porque resistiu às investidas do fascismo e da censura. Porque reuniu sempre alguns dos mais relevantes intelectuais do país. Porque se manteve fiel a princípios essenciais do jornalismo, da democracia, do progresso, da cultura.

A edição 1717 do Outono de 2011, recentemente chegada às bancas, não apenas dá conta desse percurso único, como apresenta artigos de enorme valia informativa e reflexiva.

Para além de um programa de comemorações que já teve início com elevada adesão, com a realização da Conferência Seara Nova "O projecto seareiro", de assinalar a presença desde agora em www.searanova.publ.pt e no Facebook.

Permita-se-me o desafio de propôr a revisitação a quem já conhece e a descoberta a quem ainda não conhece. Vale a pena dispôr de uma alternativa jornalística e culturalmente consistente aos sofríveis títulos, vulgares nas bancas.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

GRUPO DE APOIO LEGAL AO 24N
Comunicado sobre os acontecimento do dia da GREVE GERAL de 24 de Novembro de 2011.


"Considerando a manifestação de 24 de Novembro em Lisboa, dia de greve geral, os momentos de brutalidade policial que aí ocorreram, a difusão mediática destes acontecimentos e a natureza das acusações formuladas contra os manifestantes, sentimo-nos obrigados a reclamar o “direito de resposta” para impedir a calúnia gratuita e a perseguição política.

Acreditamos, por aquilo que vemos, ouvimos e lemos todos os dias, que a televisão e os jornais são poderosos meios de intoxicação, de controlo social e de propagação da ideologia e do imaginário capitalista. A maioria das vezes recusamo-nos a participar no jogo mediático. Desta vez a natureza e gravidade das acusações impele alguns de nós a escrever este comunicado. A leitura que fazemos da realidade e daquilo que é dito sobre os acontecimentos do dia da greve geral tornam evidente que:

I. Está em curso acelerado a mais violenta banalização de um estado policial com recurso a agentes infiltrados, detenções arbitrárias, espancamentos, perseguições, bem como a justificação política de detenções e a construção de processos judiciais delirantes sustentados em mentiras.

II. Sobe de escala a montagem jornalístico-policial que visa incriminar, perseguir e reprimir violentamente – veremos mesmo se não aprisionar – pessoas que partilham um determinado ideário político, pelo simples facto de partilharem esse ideário. A colaboração entre jornalistas e polícias na construção de um contexto criminalizante tem o seu expoente máximo nas narrativas delirantes da admirável Valentina Marcelino do Diário de Notícias e das suas fontes, como José Manuel Anes do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo.

III. A participação na construção deste discurso por parte de inúmeras instâncias de poder, desde sindicatos e partidos até ao mais irrelevante comentador de serviço, cria o clima ideal para que o anátema lançado sobre os “anarquistas” ou os “extremistas de esquerda” ajude a legitimar a montagem de processos judiciais, a invasão de casas, as detenções sumárias. Ao contrário do que a maioria pensa, são realidades com as quais convivemos há já algum tempo.

Por isso mesmo, vimos deste modo dar a nossa versão do que aconteceu no dia 24 de Novembro. Sendo que acreditamos que estamos especialmente bem colocados para falar do que aconteceu porque criámos um “Grupo de Apoio Legal”, que acompanhou a manifestação e está a procurar defender judicial e publicamente os detidos nesse dia por forças da ordem pública.

Fazemo-lo não por se tratar de companheiros “anarquistas”. Aliás, não só nenhum deles se conhecia entre si antes de ser detido, como nenhum de nós conhecia previamente nenhum dos detidos – a própria polícia será testemunha de que nem sabíamos os seus nomes.

Fazemo-lo porque – ao contrário dos sindicatos – consideramos que é nossa responsabilidade, enquanto indivíduos lúcidos, activos e organizados, apoiar e mostrar solidariedade com todas as pessoas que se juntam a uma greve que nós também convocámos. Sobretudo para com aqueles que foram vítimas de repressão e perseguição na sequência desse dia.

Temos por isso acesso aos processos e estamos neste momento a reunir provas e testemunhos que possam repor a “verdade legal” que, sabemos já, chegará tarde de mais para ser atendida pelos ritmos e critérios jornalísticos. Sobre o que aconteceu no dia 24 Novembro em São Bento temos testemunhos, vídeos e fotos que documentam o seguinte:

_Não sabemos exactamente o que aconteceu nos segundos de agitação em que as grades de contenção foram derrubadas. Infelizmente não estávamos no local e não pudemos participar. Sabemos apenas que, na sequência dessa confusão, um grupo de três polícias infiltrados apontou um alvo, num canto oposto a onde se deu o derrube (na rampa junto à Calçada da Estrela). Esse alvo era um rapaz de 17 anos, estudante no Liceu Camões. Poucos minutos depois, já fora da manifestação e em plena Calçada da Estrela, os três homens não identificados abordaram o rapaz e enfiaram-no num carro sem anúncio prévio de detenção. Várias pessoas, entre elas alguns colegas e professores, manifestaram-se contra essa detenção, aparentemente injustificada. Mais tarde, outro homem com cerca de 30 anos é detido de forma idêntica.

_Pode-se ainda observar claramente em vários vídeos que as três detenções que tiveram lugar no local onde as barreiras policiais foram derrubadas foram levadas a cabo por agentes não identificados que entraram no corpo da manifestação para deter, arrastar e algemar sem qualquer aviso os manifestantes. Segundo as leis que os próprios dizem defender, qualquer detenção com estas características tem um nome: sequestro.

_Já no fundo da Calçada da Estrela, três jovens dirigiam-se ao Minipreço da Rua de S. Bento quando um grupo de quatro homens que não se identificaram como agentes policiais, agarrou um deles e o encostou à parede. Enquanto um dos agentes à paisana afastava os outros dois, um rapaz com 21 anos de origem alemã era agredido brutalmente, como foi testemunhado por várias pessoas e registado em vídeo. Tudo indica que o agente que a polícia diz ter sido ferido se magoou na sequência desta detenção ilegal no momento em que o rapaz alemão procurava resistir a uma agressão sem sequer perceber ainda o que lhe estava a acontecer. A polícia veio mais tarde justificar a sua acção pelo facto de o rapaz ser perigoso e procurado pela Interpol.

Parece-nos da ordem do fantástico que todos os jornalistas e comentadores que se pronunciaram sobre o sucedido pareçam acreditar que um juiz de instrução possa libertar imediatamente alguém procurado pela INTERPOL.

O que para nós fica claro, após os acontecimentos descritos, é que se preparam novos métodos de contenção social e se assiste a uma escalada na repressão de qualquer gesto de contestação.

Neste contexto, o anúncio de que o ataque às montras de repartições de finanças foi obra de “anarquistas extremistas” é o corolário de uma operação que visa marginalizar e criminalizar toda a dissidência e toda a oposição activa ao regime que se procura impor. Não é apresentada nenhuma prova, nenhum indício que sustente sequer uma suspeita, quanto mais uma acusação.

Tornou-se uma evidência nestes anos de crise que os Estados e os seus gabinetes de finanças, têm em curso um roubo organizado das populações, através de impostos que servem em grande medida para cobrir os grandes roubos nas altas esferas do poder e da economia. Neste sentido, a criminalização dos anarquistas, e a sua identificação como o inimigo interno, serve sobretudo para isolar esses acontecimentos do crescente sentimento de revolta e da tomada de consciência social que atravessa a sociedade no seu todo.

Dito isto, é preciso salientar que um “anarquista” é, antes de tudo, um defensor da liberdade individual, da autonomia e da organização horizontal e igualitária; Que, não existindo nenhum partido ou organização central que emita uma posição correspondente àquilo que “todos os anarquistas” pensam, este comunicado é apenas uma visão parcial de alguns indivíduos que partilham um património filosófico e social que são as ideias anarquistas. Uma versão naturalmente sujeita a críticas e discussão por parte dos nossos amigos e companheiros.

Por fim, gostávamos apenas de recordar a todas as pessoas que lutam para manter a sua lucidez, que o regime implantado no dia 28 de Maio de 1926 começou precisamente por se justificar com a necessidade de combater a anarquia e de reprimir os anarquistas, que nessa altura se organizavam em torno da Confederação Geral do Trabalho. Hoje é fácil perceber a natureza desse regime, nessa altura não o era.

Ontem como hoje, cada um de nós tem que decidir individualmente se toma posição activa contra o que está a acontecer ou se, com a sua passividade, colabora com o estado de coisas.

Grupo de Apoio Legal para o 24N

Lisboa, 28 de Novembro de 2011"

NÃO PAGA e Não Tem Medo de Ninguém


«O homem mais rico de Portugal está a contas com o Fisco. A Direcção de Finanças de Aveiro detectou despesas pessoais, logo ilegais, de centenas de milhares de euros na contabilidade da Amorim Holding 2. Américo Amorim recusa pagar 750 mil euros ao Estado de IRC. 

Os Serviços de Inspecção da Direcção de Finanças de Aveiro (DFA) detectaram irregularidades na Amorim Holding 2, pertencente ao empresário Américo Amorim, relativas aos anos de 2005, 2006 e 2007. Os inspectores encontraram despesas pessoais, que ascendem a centenas de milhares de euros, incluídas na contabilidade da holding. O rol dessas despesas é extenso e vai desde viagens da família para destinos turísticos a despesas com massagens, passando por tampões higiénicos e mercearia.»


Notícia-síntese do JORNAL DE NOTÍCIAS on-line de 29 de Novembro de 2011

sábado, 26 de novembro de 2011

QUEM É QUE DISSE QUE A DÍVIDA É A RAZÃO DOS CORTES?

Faça clique na imagem para ver o montante da Dívida de cada país, e a quem.

Segundo toda aquela malta que anda a viver acima das nossas possibilidades, a K7 é que somos todos uns esbanjadores incorrigíveis, e que nos endividámos até às orelhas. Pedimos dinheiro para comprar casa, carro, ir de férias, trocar de portátil, e agora vamos todos ter de pagar a factura, com língua de palmo.

Ainda há bocado o Zé Rodrigues dos Santos na RTP1, com aquele ar consternado que usa quando fala destas cenas, dizia que cada português, novo, velho, ou criança, em média, deve cerca de 13 mil euros (dívida pública). Se a isto acrescentarmos a dívida privada, a média sobe para cerca de 38 mil euros.

Só que naquela média entram não apenas os nossos empréstimos da casa, como também a massa que a banca empresta, sem problemas nem garantias, ao pessoal do costume, como por exemplo os MIL MILHÕES de euros emprestados ao Joe fuck you Berardo para comparar acções do BCP, ou os SESSENTA MILHÕES que o Duarte alegado jagunço Lima pediu para comprar os terrenos de Oeiras, ao lado de onde ia ser construído o IPO.

Mas se, como nos querem convencer, a Dívida, independentemente de quem a pariu, é a razão para o roubo dos salários e pensões, a venda ao desbarato das empresas públicas e da água, da asfixia do SNS e do Ensino, então é porque deverá ser muito superior à de todos os outros países europeus que não enveredaram por estes extremos.

E o que eu gostaria que me explicassem, é porque é que com um dívida média cerca de 38 mil euros por cidadão estamos nas ruas da amargura, nós e a Grécia também com 38 mil, quando a Itália deve em média quase 33 mil, a Espanha 41 mil, a virtuosa e poupadinha Alemanha 50 mil, a colaboracionista França 66 mil, o Reino Unido capital da finança 117 mil, e a Irlanda tigre celta chega aos 390 mil euros.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Esquecimentos


COMENTANDO a legitimidade da Greve Geral, o ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco afirmou que "o que os portugueses decidiram nas urnas não pode ser mudado na rua", porém, esqueceu-se de acrescentar que aquilo que o governo prometeu nas eleições, não corresponde àquilo que está a concretizar enquanto governo, e a resposta dos portugueses foi clarividente.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

GREVE GERAL
Este blog está na Greve: primeiro nos piquetes, depois na Manif.

Um Bode Expiatório Chamado Povo Português


PEDRO Passos Coelho ganhou um mau hábito. Frente às câmaras de TV, ostenta um ar de mestre-escola e tenta provar, de forma falaciosa, que o endividamento dos cidadãos é o principal responsável pelo endividamento do Estado e a desordem nas Contas Públicas, atribuindo-nos o suposto pecado de andarmos a gastar acima das nossas possibilidades, e com isso sermos os sujeitos culpados da crise e do depauperamento do Estado. E vai mais longe. Como somos caloteiros e não pagamos o que devemos, o crédito mal parado começa a deixar os coitadinhos dos bancos em maus lençóis, e depois o Estado tem que ir a correr salvá-los da penúria, para garantir a estabilização financeira. E vai dizendo isto sem se rir, julgando que nos esquecemos dos lucros pornográficos que os bancos entretanto fizeram ao longo dos anos, à custa dos mariolas dos portugueses, e que entretanto publicitavam com regozijo, pompa e circunstância, culminando com orgiásticas distribuições de dividendos.

Com esta falsa ideia, quer implantar nos nossos espíritos um complexo de culpa, que conduz ao entorpecimento, à submissão e aceitação da inevitabilidade das medidas de austeridade, bem como os sacrifícios daí resultantes. A verdade é que se um cidadão se sobreendivida e não consegue cumprir os seus compromissos, seja por indisciplina ou pouco controle do seu orçamento doméstico, o problema é sempre pessoal e a sua solução fica circunscrita ao contencioso entre devedor e credor. O que significa que o Governo, a Dívida Pública e o Orçamento de Estado não têm nada a ver com isso, nem são para aí chamados. Passando por cima disto, Passos Coelho faz um ensaio para arranjar mais um bode expiatório, tão grande quanto a dívida que o próprio Estado acumulou, e que o bancos gulosos andaram a explorar.

Esquece-se de falar dos excessos em que o Estado se envolve, seja com gastos estratosféricos e incomportáveis, com uma gestão incompetente dos dinheiros públicos, com os ruinosos modelos que implementa para administrar o país, com contabilidades marteladas e engenharias orçamentais, ou ainda (e sobretudo) com os favores, preferências, negociatas e traficâncias suspeitas em que se envolve, que geram colossais buracos financeiros, e leva a que os cofres se esvaziem, sem receitas e sem remédio. Daí o Estado sobreendividar-se de forma escandalosa e continuada, pedindo empréstimos para pagar empréstimos (cá dentro e lá fora), e depois, já sem crédito e cercado pelos agiotas dos mercados, virar-se para o mundo do trabalho, exaurindo-o com medidas de austeridade e saques ao desbarato, para satisfazer as exigências cada vez mais gravosas, e nunca conseguir pagar o que deve. E assim, por obra e graça deste mesmo Estado que Passos Coelho personifica, se passa de país a protectorado, onde se leiloa património ao desbarato, e se vão abrindo os caminhos que conduzem à penúria e miséria generalizadas, onde são demolidos todos os projectos de vida, e onde (quase) todos acabam devedores.

Afinal, Pedro Passos Coelho, mais os seus aliados de circunstância, o que pretendem é um grande bode expiatório, do tamanho do país, a quem imputar a responsabilidade do estado a que chegámos. E pegando nessa ideia, insiste que temos que mudar de vida, voltando a sugerir como solução o nosso empobrecimento colectivo (excepto os do costume). Está na altura do povo lhe responder, a ele e aos seus aliados de circunstância, com o gesto adequado.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

GOOD BYE WILLY!


Depois de duas décadas de social-democrático esforço de adaptação à moda e ditames do neo liberalismo globalizado (3ª Via, choque tecnológico, e tal), em menos de duas semanas vemos sair de cena dois distintos membros, PASOK e PSOE, da família política que desempenhou um papel central na Europa da segunda metade do século XX.

Desiludam-se os que julgam tratar-se duma fase que depois passa, e que tudo poderá voltar ao que já foi. A social democracia dos tempos mais felizes do boom económico e do Estado Social, está morta (ainda que mal enterrada). E o problema principal não é a conjuntura adversa, nem sequer a evidente e deplorável falta de alternativas das actuais lideranças face à nova realidade do capitalismo financeiro globalizado e totalizante.

O problema central é que com o desaparecimento do fantasma que morava a leste, os donos disto tudo já podem dispensar sem problemas os serviços dos seus leais e esforçados junior partners, e preferem entregar a gestão corrente das sucursais diretamente aos seus próprios capatazes: Merkel, Sarkozy, Cameron, Rajoy. Ou aos burocratas de serviço para as emergências: Papademos, Mario Conti, Vítor Gaspar.

Alguns dos partidos da IS pós 2ª Guerra Mundial irão, eventualmente, sobreviver como máquinas eleitorais com um papel, e talvez sucesso, semelhantes ao Partido Democrata dos EUA, mas, inevitavelmente, como realidades cada vez mais a milhas dos partidos de Willy Brandt, Harold Wilson, Mário Soares e Felipe Gonzalez.

Post dedicado aos meus amigos da esquerda do PS, da ala social democrata do BE, e Renovadores.
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Vital Moreira e o Complexo de Édipo


COM manifesta falta de assunto, o patético oráculo Vital Moreira, disse o seguinte: "Para o PCP cada greve geral é sempre a maior de sempre. Está para vir uma greve geral que não seja maior do que a anterior. Admitir outra coisa seria admitir a perda de capacidade de mobilização do Partido..."

Ainda faltam dois dias, e já aqui está alguém do PS (partido Seguro) que, contrariando o que foi aconselhado pelas altas e colaborantes instâncias partidárias, não se abstém de tomar posição relativamente à greve geral. Enfim, armadilhas que o complexo de Édipo tece...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

GOVERNO QUER TIRAR CARREIRAS 22 E 28 À PORTELA
O PCP está contra. E os outros partidos?


Já por aqui no blog falámos do plano do Governo de acabar com as carreiras 22 e 28 para a Portela, e de encerrar mais cedo a Rede do Metro, deixando quem aqui mora mais dependente do transporte individual, e reduzido a uma única carreira da Carris, o 83, que actualmente não tem serviço à noite e ao fim de semana.

Claro que estes planos não são um facto consumado, especialmente se quem aqui mora estiver disposto a manifestar o seu desagrado e a exigir transportes públicos com horários e regularidade que satisfaçam as necessidade de mobilidade dos habitantes da Portela.

Ontem o PCP colocou uma faixa em frente duma das saídas do Centro Comercial da Portela a alertar os moradores do bairro para os planos do Governo, e apelando ao protesto contra a medida. Seria bom sabermos também qual a posição das outras forças politicas, e que iniciativas está a tomar a Junta de Freguesia quanto a este problema.

Mas acima de tudo, esta é uma questão que quem aqui mora não deve ignorar, apoiando os protestos e exigindo aos seus representantes que assumam a responsabilidade de defender os direitos de quem os elegeu. Neste blog continuaremos a divulgar eventuais posições de outros partidos, e as iniciativas de protesto contra a concretização do planeado corte do 22 e 28 e o encurtamento dos horários do Metro.

domingo, 20 de novembro de 2011

TIO DA PÁTRIA EXPLICA CASO DUARTE LIMA
Nada a ver com a Gruta de Ali Babá. Tudo a ver com o jovem humilde deslumbrado com o Grand Monde.


Hoje, na TVI, mais uma lição do tio da pátria, a mostrar o seu talento em passar completamente ao lado duma questão melindrosa para o partido que defende. O caso Duarte Lima, de acordo com o tio mais conhecido do país, não tem nada a ver com o PSD do tempo de Cavaco, ou com aquele local mal frequentado chamado BPN. Nada a ver com uma direcção partidária com gente, é agora claro, mais próxima das práticas da Gruta de Ali Babá do que das exigências éticas do Governo do Estado.

Para Marcelo, o caso Duarte Lima resume-se aos malefícios do arrivismo na política, da rápida promoção dum jovem de origens humildes, vindo lá dos confins de Trás os Montes. E, para bom entendedor, acompanhado de outros personagens de extracção igualmente duvidosa, dirigidos pelo filho dum gasolineiro de Boliqueime.

Para que conste, Marcelo implies, esta coisa da política fica muito melhor se reservada a gente com outro pedigree (por exemplo, digo eu, a um filho de Governador Colonial, afilhado de Ditador e casa na Quinta da Marinha), com o savoir faire de bem cavalgar o Povo em toda a sela, adquirido ao longo de muitas gerações, e que não se deixa apanhar em negócios manhosos à la BPN: tipo compra e venda de terrenos, empresas falidas, ou acções.

GREVE GERAL em Loures


O grupo do facebook GREVE GERAL em Loures irá nos próximos dias 23 e 24, directamente dos piquetes de Greve, dar informação actualizada sobre o decorrer da GREVE GERAL no concelho de Loures, com fotos, vídeos e comentários.

O grupo, iniciativa de participantes nas redes sociais (incluindo escribas aqui do Essência) que vivem e/ou trabalham no concelho, já está activo com informação de decisões de adesão à Greve, comentários e outras notícias. Vá lá também acrescentar as suas informações e comentários.

Pesos e Medidas

O TRIBUNAL Arbitral, nomeado pelo Conselho Económico e Social, decretou “serviços mínimos” nos transportes colectivos, no dia de greve geral de 24 de Novembro, considerando que os transportes públicos desempenham um papel essencial no acesso das pessoas à rede hospitalar pública e, consequentemente, a necessidade de protecção do direito à saúde constitucionalmente consagrado. Como se vê, o argumento é educativo e muito convincente.

Entretanto, gostava de conhecer a opinião que este mesmo tribunal arbitral produziria, caso lhe fosse pedido um parecer sobre a eliminação e encurtamento de carreiras dos transportes públicos, bem como a redução dos horários de serviço dos mesmos, medida que o Governo quer levar para a frente, não num simples dia de greve, mas de forma definitiva, cerceando a mobilidade dos cidadãos e limitando, para além do direito à saúde, todos os outros direitos constitucionalmente consagrados.

sábado, 19 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

JUNTA DE FREGUESIA MOBILIZA MORADORES CONTRA CORTES DA CARRIS
Em Camarate. E na Portela, o que é que a Junta de Freguesia está a fazer?


Hoje, não muito longe da Portela, em Fetais, Camarate, cerca de 500 moradores responderam à convocatória da Junta de Freguesia de Camarate para um plenário contra a supressão do serviço da Carris na Freguesia.

Entretanto na Portela, onde o Governo se prepara para nos tirar as carreiras 22 e 28, ficando a Portela reduzida ao 83, a Junta de Freguesia PSD não deve achar que isto seja problema para quem aqui vive. Como podem ver no site da Junta, tem outros assuntos a que dedicar a sua atenção, por exemplo:

AFINAL A RÉ ERA MESMO FOFINHA

Pensávamos que já tínhamos visto tudo no que toca à Justiça em Portugal, quando agora ficamos a saber que o Conselho Superior de Magistratura levantou um processo disciplinar e reformou compulsivamente um Juiz por se ter referido a uma ré por fofinha, sem se ter dado ao trabalho de saber ao menos quem era a dita ré que, vai-se a ver, se chamava, exactamente, Fofinha - Fios e Tecidos, Lda.