domingo, 31 de julho de 2011
PORTUGAL RECONHECE REBELDES LÍBIOS
Entretanto os ditos libertadores começaram já a libertar-se uns dos outros.
O apoio de Portugal aos rebeldes líbios foi divulgado através de um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros enviado à agência Lusa. A decisão "reflecte o reconhecimento do papel que o CNT desempenha na liderança do processo de transição na Líbia e obedece à melhor ponderação dos interesses de Portugal, cuja política externa deve ter em linha de conta o relacionamento futuro com a Líbia", diz o comunicado.
Entretanto os ditos libertadores começaram já a libertar-se uns dos outros, com o assassinato do chefe militar dos rebeldes, general Abdul Fatah Younis, por um grupo dos próprios rebeldes.
Segundo o Guardian, após 24 horas de confusão em torno da morte, o ministro do Petróleo do CNT, Ali Tarhouni, confirmou que Younis foi morto por membros da Ibn Obaida Jarrah Brigade, uma milícia islamita com o nome de um dos companheiros do profeta Maomé, que integra a rebelião líbia.
Tarhouni disse a repórteres em Benghazi que um líder da milícia já foi preso e confessou que os seus subordinados levaram a cabo o assassinato. "Não foi ele foram os seu homens", disse Tarhouni, acrescentando que os assassinos continuam ainda a monte.
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sábado, 30 de julho de 2011
Criada para Todo o Serviço
HÁ UMA verdade que penso que ninguém contesta: os serviços de informações – vulgarmente conhecidos por polícias secretas - embora regulamentados, com atribuições precisas e bem determinadas, exactamente por possuírem vastos recursos e actuarem fora dos habituais parâmetros de transparência, contornando os mecanismos de controle democrático, acabam por deter um enorme poder. Um poder imenso, subordinado ao dever de sigilo e ao segredo de Estado. Um poder enorme, cujo limite é a nossa imaginação. Falta acrescentar que um relatório saído daquelas mãos (e que é susceptível de descarrilar para o domínio público), pode destruir um perfil de integridade, uma obra, uma carreira, uma vida, e tudo o que vem por acréscimo.
Quando essas competências, e o poder que daí resulta, começam a confundir interesses estratégicos do Estado, com interesses pessoais ou de grupo, assumindo contornos de tráfico de influências, chantagem e outras ilicitudes, rompendo o anel de segurança da idoneidade daqueles serviços, começa a ficar em causa a sua lealdade para com os desígnios da República e do regime democrático. Não são toleráveis as nefastas promiscuidades, o jogo em vários tabuleiros, agora não apenas entre o poder político e o poder económico, mas entre os serviços de informação da República, animados sabe-se lá de que venais interesses, e todos os outros poderes, facções políticas e outros sujeitos, mais ou menos poderosos, mais ou menos ambiciosos. Os serviços de informações da república não devem ser, nem comportar-se, como uma qualquer agência de detectives, que anda no encalço de infidelidades e passa atestados de mau comportamento. São uma instituição demasiado sensível para se tornar uma criada para todo o serviço dos mais mesquinhos interesses e ambições. Daí a tornarem-se o embrião de uma nova polícia política, dista apenas um passo.
Quando essas competências, e o poder que daí resulta, começam a confundir interesses estratégicos do Estado, com interesses pessoais ou de grupo, assumindo contornos de tráfico de influências, chantagem e outras ilicitudes, rompendo o anel de segurança da idoneidade daqueles serviços, começa a ficar em causa a sua lealdade para com os desígnios da República e do regime democrático. Não são toleráveis as nefastas promiscuidades, o jogo em vários tabuleiros, agora não apenas entre o poder político e o poder económico, mas entre os serviços de informação da República, animados sabe-se lá de que venais interesses, e todos os outros poderes, facções políticas e outros sujeitos, mais ou menos poderosos, mais ou menos ambiciosos. Os serviços de informações da república não devem ser, nem comportar-se, como uma qualquer agência de detectives, que anda no encalço de infidelidades e passa atestados de mau comportamento. São uma instituição demasiado sensível para se tornar uma criada para todo o serviço dos mais mesquinhos interesses e ambições. Daí a tornarem-se o embrião de uma nova polícia política, dista apenas um passo.
"SEM QUOTAS SERÍAMOS TODOS EXCELENTES", DIZ NUNO CRATO
Então a Avaliação não é para ser OBJECTIVA?
O ministro Nuno Crato convocou os representantes dos professores, não propriamente para assistirem à implosão do Ministério da Educação, mas para debitar umas banalidades sobre a sua versão recauchutada da avaliação de professores.
As propostas concretas ficam para mais tarde, mas ficámos já a saber que as quotas se mantêm. Consciente da subjectividade do modelo de avaliação que se prepara para impor aos professores, o cruzado do anti-eduquês explica para quem ainda tenha dúvidas que "não existindo quotas seríamos todos excelentes".
quinta-feira, 28 de julho de 2011
AUMENTOS DOS TRANSPORTES
Sugestão para novos passes combinados.
Diz o Publico de 27/7 que o ministro Macedo deu orientações à GNR para restringir o uso das viaturas a 20/25 km dia, devendo o resto do serviço ser feito a pé.
Likewise, porque não em vez dos actuais passes combinados, Carris/Metro e Carris/Metro/Transtejo, uma nova modalidade de passes Carrris/A Butes e Carris/Metro/A Nado?
quarta-feira, 27 de julho de 2011
A Presidencial Abrangência
Cavaco Silva diz que o Portugal uno e indivisível (ou melhor, deveria ter dito, que o triunvirato constituído pelo PSD-CDS/PP e PS), tem que cumprir os compromissos que assumiu com a troika do FMI-CE-BCE, mas esqueceu-se de lembrar que os governantes não têm cumprido as promessas e os compromissos que sistemáticamente costumam assumir com os portugueses, na altura de eleições, e não só.
Cavaco Silva diz que está muito preocupado e condoído com os portugueses que não irão contribuir para o imposto extraordinário, pois isso significa que não têm recursos para tal, nem para tudo o resto, só lhes restando irem até à Santa Casa ou à sopa dos pobres, como ele gosta de aconselhar, mas esqueceu-se, ou deixou voluntariamente de fora, todos os outros portugueses, que tendo bastos e fartos recursos, mais uma vez foram poupados e deixados de fora, dessa e de outras contribuições, tanto normais como extraordinárias.
Por essas e por outras, começa a questionar-se (mais vale tarde do que nunca) se Sua Abrangência será efectivamente o presidente de todos os portugueses, ou apenas de alguns.
Cavaco Silva diz que está muito preocupado e condoído com os portugueses que não irão contribuir para o imposto extraordinário, pois isso significa que não têm recursos para tal, nem para tudo o resto, só lhes restando irem até à Santa Casa ou à sopa dos pobres, como ele gosta de aconselhar, mas esqueceu-se, ou deixou voluntariamente de fora, todos os outros portugueses, que tendo bastos e fartos recursos, mais uma vez foram poupados e deixados de fora, dessa e de outras contribuições, tanto normais como extraordinárias.
Por essas e por outras, começa a questionar-se (mais vale tarde do que nunca) se Sua Abrangência será efectivamente o presidente de todos os portugueses, ou apenas de alguns.
segunda-feira, 25 de julho de 2011
QUANTO MAIORES AS PILAS, MENOR O CRESCIMENTO DO PIB
(Isto serão boas ou más noticias?)
Propositadamente irónico ou simplesmente ridículo, um bom exemplo daquilo que hoje em muitas Universidades passa por Ciência Económica:
Segundo um paper de Tuta Westling, um estudante de doutoramento do Departamento de Estudos Políticos e Económicos da Universidade de Helsinquia, o tamanho do órgão reprodutor masculino poderá explicar por si só cerca de 15 a 20% do crescimento do PIB.
Os resultados indicam que cada centímetro a mais no tamanho do pénis reduz o crescimento económico de 7%, num modelo que leva em conta o crescimento populacional. O nível de confiança deste teste é de 99,9%, que é muito alto para um estudo econométrico, segundo Pierre-Olivier Lachance, um economista na HEC de Montreal.
Lachance confessa-se surpreendido com a escolha do tema, mas não questiona a qualidade da análise: "Ao contrário do que se possa pensar este estudo econométrico é muito sério. É baseado na abordagem de Solow para analise de factores, que é um modelo muito usado em econometria ".
domingo, 24 de julho de 2011
Exemplar Modelo de Austeridade
Despacho n.º 1/XII - Relativo à atribuição ao ex-Presidente da Assembleia da República Mota Amaral de um gabinete próprio, com a afectação de uma secretária e de um motorista do quadro de pessoal da Assembleia da República.
«Ao abrigo do disposto no artigo 13.º da Lei de Organização e Funcionamento dos Serviços da Assembleia da República (LOFAR), publicada em anexo à Lei n.º 28/2003, de 30 de Julho, e do n.º 8, alínea a), do artigo 1.º da Resolução da Assembleia da República n.º 57/2004, de 6 de Agosto, alterada pela Resolução da Assembleia da República n.º 12/2007, de 20 de Março, determino o seguinte:
a) Atribuir ao Sr. Deputado João Bosco Mota Amaral, que foi Presidente da Assembleia da República na IX Legislatura, gabinete próprio no andar nobre do Palácio de São Bento;
b) Afectar a tal gabinete as salas n.º 5001, para o ex-Presidente da Assembleia da República, e n.º 5003, para a sua secretária;
c) Destacar para o desempenho desta função a funcionária do quadro da Assembleia da República, com a categoria de assessora parlamentar, Dr.a Anabela Fernandes Simão;
d) Atribuir a viatura BMW, modelo 320, com a matrícula 86-GU-77, para uso pessoal do ex-Presidente da Assembleia da República;
e) Encarregar da mesma viatura o funcionário do quadro de pessoal da Assembleia da República, com a qualificação de motorista, Sr. João Jorge Lopes Gueidão;
Palácio de São Bento, 21de Junho de 2011
A Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção Esteves.
Publicado
DAR II Série-E - Número 1
24 de Junho de 2011»
Meu comentário: Embora este direito esteja previsto na Lei, é caso para perguntar qual é o trabalho que actualmente este senhor desenvolve, no âmbito da Assembleia da República, que justifique tal mordomia?
Num momento em que os políticos da área do governo, atulham a boca com as expressões “contenção de despesas” e “sacrifícios”, devendo partilhar com os portugueses, as medidas de austeridade que eles próprios impõem, não se compreende que haja quem continue a dizer, com o habitual à-vontade: ouve o que eu digo, mas não olhes para o que eu faço!
Curiosamente, no dia em que esta informação me chegou às mãos, fui esbarrar com um artigo publicado no semanário EXPRESSO, com o título “Lições das Eleições”, da autoria do mesmíssimo João Bosco Mota Amaral, em que ele faz algumas sugestões para “embaratecer” a democracia e desonerar o erário público, como seja a eliminação pura e simples dos tempos de antena para aliviar os custos das campanhas eleitorais, bem como alterar a actual legislação eleitoral, impondo cortes radicais nos gastos com as campanhas partidárias, porque são de duvidoso efeito, senão mesmo de fraca utilidade para o esclarecimento do eleitorado.
É preciso descaramento!
«Ao abrigo do disposto no artigo 13.º da Lei de Organização e Funcionamento dos Serviços da Assembleia da República (LOFAR), publicada em anexo à Lei n.º 28/2003, de 30 de Julho, e do n.º 8, alínea a), do artigo 1.º da Resolução da Assembleia da República n.º 57/2004, de 6 de Agosto, alterada pela Resolução da Assembleia da República n.º 12/2007, de 20 de Março, determino o seguinte:
a) Atribuir ao Sr. Deputado João Bosco Mota Amaral, que foi Presidente da Assembleia da República na IX Legislatura, gabinete próprio no andar nobre do Palácio de São Bento;
b) Afectar a tal gabinete as salas n.º 5001, para o ex-Presidente da Assembleia da República, e n.º 5003, para a sua secretária;
c) Destacar para o desempenho desta função a funcionária do quadro da Assembleia da República, com a categoria de assessora parlamentar, Dr.a Anabela Fernandes Simão;
d) Atribuir a viatura BMW, modelo 320, com a matrícula 86-GU-77, para uso pessoal do ex-Presidente da Assembleia da República;
e) Encarregar da mesma viatura o funcionário do quadro de pessoal da Assembleia da República, com a qualificação de motorista, Sr. João Jorge Lopes Gueidão;
Palácio de São Bento, 21de Junho de 2011
A Presidente da Assembleia da República, Maria da Assunção Esteves.
Publicado
DAR II Série-E - Número 1
24 de Junho de 2011»
Meu comentário: Embora este direito esteja previsto na Lei, é caso para perguntar qual é o trabalho que actualmente este senhor desenvolve, no âmbito da Assembleia da República, que justifique tal mordomia?
Num momento em que os políticos da área do governo, atulham a boca com as expressões “contenção de despesas” e “sacrifícios”, devendo partilhar com os portugueses, as medidas de austeridade que eles próprios impõem, não se compreende que haja quem continue a dizer, com o habitual à-vontade: ouve o que eu digo, mas não olhes para o que eu faço!
Curiosamente, no dia em que esta informação me chegou às mãos, fui esbarrar com um artigo publicado no semanário EXPRESSO, com o título “Lições das Eleições”, da autoria do mesmíssimo João Bosco Mota Amaral, em que ele faz algumas sugestões para “embaratecer” a democracia e desonerar o erário público, como seja a eliminação pura e simples dos tempos de antena para aliviar os custos das campanhas eleitorais, bem como alterar a actual legislação eleitoral, impondo cortes radicais nos gastos com as campanhas partidárias, porque são de duvidoso efeito, senão mesmo de fraca utilidade para o esclarecimento do eleitorado.
É preciso descaramento!
sábado, 23 de julho de 2011
IMPOSTO DE NATAL
DESVIO, à equidade e justiça, COLOSSAL.
Apesar da demagogia do todos temos de fazer sacrifícios, vai-se a ver os sacrifícios ficam-se apenas sobre os rendimentos do trabalho, deixando mais uma vez de fora os os dividendos e outros rendimentos de capital.
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sexta-feira, 22 de julho de 2011
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Governo com Fórmula Reforçada…
PORQUE os amigos são para as ocasiões, temos, portanto, um governo com fórmula reforçada, contribuindo para que os portugueses continuem despreocupados. Renegociar a dívida e incentivar a economia nacional não é coisa que se proponha, nem coisa que se discuta. Na Assembleia da República a proposta do PCP nesse sentido, levou com a “indignação” e os votos contra da “troika” PSD+CDS/PP+PS, e não se fala mais nisso (mas voltará, estou certo disso!). Concordar com a renegociação - dizem eles - seria o mesmo que equipararmo-nos à Grécia, desafiar os agiotas do BCE e as divindades do FMI, não honrar compromissos e comportarmo-nos como um parceiro rebelde e mal agradecido. Pois é, o remédio está aqui mesmo à mão, enquanto houver empresas para privatizar, património e pratas para vender, e os portugueses continuarem a ter calças para baixar, desemprego em abundância, banco contra a fome, cintos para apertar, salários, bolsos, carteiras e porta-moedas para serem esvaziados.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Um Sonho Melhorado
O SONHO de Francisco Sá Carneiro foi superado. Do primitivo desejo de o país ser governado pela trindade monocolor de um Presidente da República, um Governo e uma Maioria Parlamentar, agora podemos juntar mais um elemento, isto é, uma Presidente da Maioria Parlamentar, na pessoa da Presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.
Tudo isto a propósito de a Presidente ter antecipado a discussão e a votação na generalidade das alterações ao Código do Trabalho, antes da consulta pública, que deve ser o primeiro passo do processo, argumentando com o carácter de urgência. O PCP e o BE contestam; não ouvi falar que o PS se tenha oposto. A novidade aí está! Primeiro vota-se, depois discute-se…
Tudo isto a propósito de a Presidente ter antecipado a discussão e a votação na generalidade das alterações ao Código do Trabalho, antes da consulta pública, que deve ser o primeiro passo do processo, argumentando com o carácter de urgência. O PCP e o BE contestam; não ouvi falar que o PS se tenha oposto. A novidade aí está! Primeiro vota-se, depois discute-se…
terça-feira, 19 de julho de 2011
TALIBAN SOFT FASHION
Iran Universidade Católica enforces Un-Islamic Un-Catholic Dress Code.
"Iran has deployed thousands of "moral police" to patrol the streets of Tehran, cracking down on men wearing necklaces and going after women for wearing loose-fitting head scarves, tightened overcoats and shortened pants that show skin.
Por cá as regras quanto ao vestuário serão mais soft (mas será que o jovem da foto está vestido de forma apropriada para a Universidade Católica?), embora o apelo à bufaria generalizada me pareça mais sinistro: " Todos são responsáveis (...) devendo chamar a atenção dos que se apresentarem de maneira imprópria".
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segunda-feira, 18 de julho de 2011
GILBERTO LINDIM RAMOS
Amigo, vizinho, mestre e companheiro de lutas antigas.
Aqui, 3º a contar da direita, numa reunião da ID com a candidatura de Francisco Lopes.
Em menos duma semana três telefonemas de amigos sobre o Gilberto. O primeiro na 2ª feira de convite para um jantar de Homenagem no dia do seu 80º aniversário, 14 de Julho, depois na 4ª feira um telefonema a desmarcar o jantar pelo facto do aniversariante e homenageado ter sido hospitalizado de urgência. Na 5ª feira um amigo adiantou-me alguns pormenores sobre o estado do Gilberto que me deixaram um pouco menos preocupado, para ainda há pouco um novo telefonema me dar conta do triste desenlace. Fazendo minhas as palavras do Vítor Dias em O Tempo das Cerejas, a minha sentida homenagem:
Morreu ontem, aos 80 anos de idade acabados de perfazer, GILBERTO LINDIM RAMOS, economista e membro da Associação Intervenvenção Democática, com uma vida profunda e coerentemenete dedicada à resistência antifascista, à construção do Portugal de Abril e a ideais de transformação e progresso sociais.
Dele recordo não apenas e vivência directa de cerca de 40 anos de amizade e companheirismo em tantas e tão ásperas lutas mas sobretudo a sua escrupulosa seriedade intelectual, a sua serenidade determinada e combativa e o seu espírito ponderado que, em não poucas circunstâncias, pesou positivamente em muitas orientações, situações e decisões do movimento democrático.
E assim, por força das leis da vida, vão partindo tantos democratas consequentes que, caldeados e formados nas lutas já dos anos 50, serviram de referência ética, política e humana a muitos daqueles que, como eu, chegariam à intervenção cívica e política nos anos 60.
Gilberto Lindim Ramos seria certamente o último a querer saber disso para alguma coisa, mas quando vejo partir amigos e companheiros como ele a quem a liberdade e a democracia tanto devem, o que é que querem, lembro-me sempre destes homens e mulheres a quem o preconceito (ou o amiguismo) de sucessivos Presidentes da República nunca permitiu que, no 25 de Abril ou no 10 de Junho, o Estado lhes prestasse qualquer simbólico acto de reconhecimento, homenagem ou gratidão. Aqui deixo uma abraço de forte solidariedade à sua mulher e filhas e aos seus companheiros da ID. Adeus, Gilberto.
(O funeral realiza-se hoje, segunda-feira, às 11 hs, da capela mortuária da Igreja da Nossa Senhora da Saúde, Praça 5 de Outubro, em Sacavém, para o cemitério de Camarate)"
domingo, 17 de julho de 2011
EURO: Uma Moeda Fracassada?
«Apesar das suas fraquezas, uma das vantagens do dólar americano, entre outras coisas, é a existência de um estado chamado EUA. A Europa não existe enquanto entidade política, não existindo um poder político legítimo que una os estados-membros. Na minha opinião, a Zona Euro não é viável. Ao contrário dos EUA, onde o governo federal e o sistema da Reserva Federal intervêm para diminuir as desigualdades entre estados, a Zona Euro reforça a desigualdade. Não é possível existir uma moeda sem um estado.»
Opinião expressa pelo economista Samir Amin, no documentário Dividocracia (Debtocracy) de Aris Hatzistefanou e Katerina Kitidi, 2011
Opinião expressa pelo economista Samir Amin, no documentário Dividocracia (Debtocracy) de Aris Hatzistefanou e Katerina Kitidi, 2011
sábado, 16 de julho de 2011
E O POVO É QUE PAGA
Governo vai apoiar bancos se não conseguirem executar plano de recapitalização.
"Na medida em que os bancos se mostrem incapazes de executar o plano de recapitalização nos prazos especificados em acordo com o Banco de Portugal, o Governo estará pronto a tomar as medidas necessárias para manter a estabilidade financeira", disse hoje o ministério das Finanças, recordando que há mecanismos disponíveis para essa finalidade.
sexta-feira, 15 de julho de 2011
VOU SÓ ALI AO MULTIBANCO, VOLTO JÁ
Moody's corta ratings da banca nacional para lixo.
"A CGD, o BES, o Espírito Santo Financial Group (ESFG) e o BCP são agora classificados de "lixo", ao passarem a ter um rating de 'Ba1'. O BPI está agora a um nível dessa categoria enquanto que o Santander Totta está mais acima com uma classificação de 'Baa1'. O Montepio já era considerado lixo, mas voltou a sofrer um novo corte de rating."
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ET TU, BRUTE?
Obama diz que "US is not Greece or Portugal"
O Presidente Barack Obama sublinhou hoje que os problemas fiscais dos EUA não são tão maus como os que ameaçam a estabilidade da zona euro, afirmando que a correcção do défice não exige "nada de radical".
"Contrary to what some folks say, we're not Greece. We're not Portugal," he said, discussing the political battle over the US government deficit.
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quinta-feira, 14 de julho de 2011
PASSOS ASSUME DECISÃO DE ISENTAR RENDIMENTOS DE CAPITAL
Assume como? Põe o dinheiro do bolso dele?
Passos diz que assume decisão de isentar rendimentos de capital, mas acho que quem vai assumir, quem vai entrar com o guito, como de costume, vamos ser nós.
Mas então os especuladores agora também produzem riqueza? Será que Carvalho da Silva disse mesmo isso?
Provavelmente não foi bem isso que ele disse mas o certo é que em vários jornais a versão é sempre a mesma, que à saída da reunião da CGTP com o 1º Ministro, Carvalho da Silva terá dito, entre outras coisas, que "a riqueza produzida em especulação financeira é mais protegida que a proveniente do trabalho".
A gente está mais que de acordo que, agora mais que nunca, as transações e outros rendimentos financeiros devem estar sujeitas a imposto, mas também não é caso para nos pormos a dizer que a especulação financeira produz riqueza.
Que saiba, quem produz valor são os trabalhadores, e nem é preciso, como faz Raquel Varela, invocar contradições com a teoria de Marx, o conflito começa logo com Cândido de Figueiredo: ou bem que é especulação, ou bem que é produção de riqueza.
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RACISTAS? NÓS?
Agentes da PSP condenados a prisão efectiva por agressão a aluno alemão
2011-07-13
Os dois agentes da PSP acusados de espancar um estudante alemão no interior da esquadra das Mercês, no Bairro Alto, com murros e pontapés, foram ontem condenados a uma pena considerada rara em Portugal: quatro anos e três meses de prisão efectiva, num caso, e quatro anos, noutro.
Dois agentes da PSP condenados (com pena suspensa) por agressões a cidadão de etnia cigana
2011-06-12
O Movimento SOS Racismo informou, domingo, que dois agentes da PSP foram condenados a 20 meses de prisão, com pena suspensa por igual período, pela agressão a um cidadão de etnia cigana, no Porto, em 2007.
Em comunicado, o SOS Racismo refere que o caso remonta a Junho de 2007, quando "Paulo Espanhol, residente no bairro do Lagarteiro, foi brutalmente espancado por dois agentes policiais na esquadra das Antas", no Porto.
Ricos Mais Ricos, Pobres Mais Pobres
«Até os pecados da carne são coisas banais, quando comparados com o fardo do dinheiro.»
Dante Alighieri, poeta florentino (1265-1321)
A PROMESSA de que a austeridade e os sacrifícios pedidos pelo Governo, seriam distribuídos equitativamente por todos os portugueses, é mais uma promessa que não vai ser cumprida, mantendo-se assim o péssimo hábito de os cidadãos serem enganados, a torto e a direito. Na verdade, indiferente a mais uma injusta discriminação, o Governo decidiu que 2,3 mil milhões de euros de rendimentos de capitais (juros de aplicações financeiras, dividendos de acções e mais-valias de transações bolsistas) não irão ser sujeitos ao novo imposto extraordinário, o qual irá apenas incidir sobre as habituais fontes onde a fiscalidade se abastece, isto é, as pensões, os rendimentos de trabalho e prediais.
Uma presumível inconstitucionalidade, o receio de fragilização do sistema financeiro português, o perigo de fuga de capitais para o estrangeiro, bem como a exigência de cumprimento dos mandamentos da “troika”, são apontados pelo Governo como os argumentos de peso para que os rendimentos de capitais continuem dispensados de contribuir para a superação da crise. Significa também que a recuperação económica parece estar a tornar-se um assunto marginal, já que as medidas que vão sendo implementadas, de matriz neoliberal, acabam por alargar ainda mais o fosso que separa a minoria rica, com os seus cabedais, mealheiros e rendimentos, da maioria dos pobres e classe média, potenciando a redução do consumo e, consequentemente, debilitando ainda mais, a já frágil economia nacional.
Dante Alighieri, poeta florentino (1265-1321)
A PROMESSA de que a austeridade e os sacrifícios pedidos pelo Governo, seriam distribuídos equitativamente por todos os portugueses, é mais uma promessa que não vai ser cumprida, mantendo-se assim o péssimo hábito de os cidadãos serem enganados, a torto e a direito. Na verdade, indiferente a mais uma injusta discriminação, o Governo decidiu que 2,3 mil milhões de euros de rendimentos de capitais (juros de aplicações financeiras, dividendos de acções e mais-valias de transações bolsistas) não irão ser sujeitos ao novo imposto extraordinário, o qual irá apenas incidir sobre as habituais fontes onde a fiscalidade se abastece, isto é, as pensões, os rendimentos de trabalho e prediais.
Uma presumível inconstitucionalidade, o receio de fragilização do sistema financeiro português, o perigo de fuga de capitais para o estrangeiro, bem como a exigência de cumprimento dos mandamentos da “troika”, são apontados pelo Governo como os argumentos de peso para que os rendimentos de capitais continuem dispensados de contribuir para a superação da crise. Significa também que a recuperação económica parece estar a tornar-se um assunto marginal, já que as medidas que vão sendo implementadas, de matriz neoliberal, acabam por alargar ainda mais o fosso que separa a minoria rica, com os seus cabedais, mealheiros e rendimentos, da maioria dos pobres e classe média, potenciando a redução do consumo e, consequentemente, debilitando ainda mais, a já frágil economia nacional.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Venham mais 30, para acompanhar a Troika
Ou como substituir boys cor de rosa por boys laranja.
Uma das táticas para a substituição dos boys cor de rosa por boys laranja vai ser a extinção de organismos ou funções por onde andem os boys do PS, e criar novos organismos e lugares para onde nomear os boys do PSD e CDS.
A substituição já começou com a extinção de DEZOITO lugares de subdirectores da Segurança Social, e a criação dum novo organismo a Estrutura de Acompanhamento dos Memorandos (ESAME), para onde irão TRINTA especialistas para, sob a batuta do Moedas de Trocos, fazerem o acompanhamento à execução do libretto da troika. Nomeações absolutamente indispensáveis por não haver ninguém no ministério das Finanças que saiba usar uma máquina de calcular.
E para que não fique por aí nenhum boy cor de rosa esquecido, o Governo já ordenou aos ministérios para fazerem um levantamento exaustivo das nomeações feitas por Sócrates de 2005 a 2011, para dar mais espaço para todo aquele pessoal que já anunciou a sua disposição de correr atrás dos lugares a que se acham com direito.
sábado, 9 de julho de 2011
sexta-feira, 8 de julho de 2011
E você, o que é que está disposto a fazer pelo PROSAC da Nação?
Para quem só olha para os bonecos ou anda por aí um bocado distraído, esclareço já que o PROSAC de que estou a falar é o PROcesso de SAlvação em Curso, iniciado com os PECs de Sócrates, a que se seguiu o Plano da Troika apadrinhado por PS, PSD e CDS, e agora o Plano Além-Troika de Passos e demais cromos do neo liberalismo tuga do actual desGoverno da Nação.
Para banqueiros, especuladores, detentores de negócios e contas off shore, beneficiários de projectos PIN e parcerias público privadas, boys de todos os tamanhos, cores e feitios, para esses, para essa imensa casta de parasitas que andamos todos a sustentar, nem vale a pena perguntar nada, ninguém espera que façam nada pela Nação, a Nação é que está sempre a fazer tudo por eles.
Já para os cerca de 45% dos eleitores(*) que votaram PSD, PS ou CDS, até nem era má ideia que tivessem de engolir até à ultima gota o veneno (esforçar-se mais e receber menos, trabalhar que nem um mouro, contribuir que nem um nababo, amouchar que nem um escravo) que os troikistas nos estão a enfiar pelas goelas abaixo.
Mas mesmo para muitos dos que votaram na desgraça (os filhos pródigos são sempre bem vindos à casa da família), e para a clara maioria, quase 55%, constituída por relapsos abstencionistas, esquerda empedernida, rebeldes do voto nulo, acampados, enrascados, e outras variedades de pessoal lixado com quem nos desgoverna há mais de 30 anos, a minha pergunta já não é propriamente o que estão dispostos a fazer pelo PROSAC, mas: O que é que estão mesmo dispostos a fazer para acabar de vez com este PROSAC?
(*) Não sei se já tinha dado por isso mas a tal imensa maioria (???) que por aí dizem que votou nos partidos que apoiam o Programa da Troika (programa que seguramente muitos desses eleitores não apoiam), não passa afinal de 45,5% dos eleitores:
- Eleitores inscritos....9.624.133
- PSD......................2.159.742
- PS........................1.568.168
- CDS........................653.987
- Soma.....................4.381.897
- Percentagem............ 45,5%
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quinta-feira, 7 de julho de 2011
Memórias da escravatura: Quando um olheiro de escravos chamado Moodys me atirou para baixo do chicote do capataz dum plantador do Novo Mundo.
A algazarra geral ao corte do rating da Moody's que põe a Dívida de Portugal ao nível de LIXO, trouxe-me à memória uma cena semelhante, duma minha anterior encarnação quando, já lá vão umas centenas de anos, pertencia a uma tribo vivendo algures nos confins da África. História de proveito e exemplo que aqui deixo para edificação dos mais jovens, e de todos os que perderam a memória daquilo por que já passámos.
Estava então muito na moda um sistema chamado ESCRAVATURA, variante antiga do sistema mais geral de exploração do homem pelo homem, que tem hoje no CAPITALISMO, agora na fase neo liberal (e seria bom que também terminal), um descendente longe no tempo e nalguns métodos, mas muito mais eficiente nos meios e resultados.
Como estava a contar, um olheiro de escravos, por acaso também chamado Moodys, tinha denunciado a localização da nossa aldeia aos caçadores de escravos, daí o pessoal da tribo ter ficado naturalmente revoltado. Só que em vez de, sozinhos ou com as tribos vizinhas, nos organizarmos e lutarmos contra a ESCRAVATURA, ficámos todos assim numa espécie de competição a ver quem chamava o nome mais feio ao tal de Moody's.
Como calculam, e apesar da grande algazarra, como nada se fez, a seguir à denúncia do olheiro de escravos vieram os caçadores de escravos, que nos entregaram aos negreiros, que nos venderam aos comerciantes de escravos, acabando a história com meia tribo sob o chicote dos capatazes dum qualquer plantador de algodão da Louisiana.
É pois com este déja vue que vos deixo hoje à reflexão, se no vosso superior entendimento não se vos afigura que quiçá seria bom alargarmos a vista ao conjunto do sistema, à organização e luta contra este desalmado capitalismo neo liberal, e respectivo cortejo de malefícios que nos está a afundar cada vez mais na miséria, em vez de nos ficarmos tão somente a culpar os vilões que se põem mais a jeito da nossa justa indignação, chamem-se eles Moody's, Merkel, Sócrates ou Passos.
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quarta-feira, 6 de julho de 2011
Carta de Eça de Queiroz à MOODY'S Companhia das Águas, a propósito de mais um corte de rating água.
"Eu não peço indemnizações pela perda que estou sofrendo, eu não peço contas, eu não peço explicações, eu chego a nem sequer pedir
Quero apenas esta pequena desafronta, bem simples e bem razoável, perante o direito e a justiça distribuída: – quero cortar uma coisa a V. Exa.!
Rogo-lhe, Exmo. Senhor, a especial fineza de me dizer, imediatamente, peremptoriamente, sem evasivas nem tergiversações, qual é a coisa que, no mais santo uso do meu pleno direito, eu posso cortar a V. Exa."
Agora que chegou ao nível de LIXO, do que estão à espera para RENEGOCIAR A DÍVIDA?
E evidentemente pôr de pé um Programa de Desenvolvimento do País que dê trabalho a quem está desempregado, promova a produção nacional, e reparta os sacrifícios por TODOS.
Claro que há sempre outras alternativas, como acreditar no Pai Natal (com ou sem o respectivo Imposto), na credibilidade do Governo, no Capitalismo Ético, ou até acreditar na energia nuclear sem radiações e na lagosta sem colesterol.
Certas Amizades Dão Nisto!
O GOVERNO acabou com as "golden shares", isto é, escancarou as portas e estendeu a passadeira vermelha da Portugal Telecom, Electricidade de Portugal e Galp Energia, abrindo caminho à privatização daquelas empresas, e no mesmo dia a agência Moody's responde com o corte do "rating" de Portugal para LIXO, argumentando que há o risco crescente de que Portugal precise de uma segunda ronda de financiamento antes de poder regressar ao mercado privado. O Governo contestou, escandalizado com o atrevimento e a insensibilidade da medida, pois considera-se um bom e bem comportado aluno. Será que o Governo ainda não percebeu, onde e com quem se está a meter, ou é preciso fazer-lhes um desenho?
segunda-feira, 4 de julho de 2011
NUNO CRATO E AS AULAS DE MACACADA
Que nunca percebeu a ideia, diz o professor. Talvez por ser uma "ideia" que só existe na cabeça dele?
"Por isso é que eu nunca percebi muito bem essa ideia de que as aulas para serem divertidas têm de se fazer umas macacadas e tem de se perder muito tempo a fazer umas coisas inúteis, que é melhor não fazer horários e que preciso dar lugar à espontaneidade, e que para o ensino ser interessante é preciso deixar os alunos descobrir por si as coisas de forma totalmente espontânea. Nunca percebi essa ideia.", diz, segundo a TV Ciência, o ministro Nuno Crato numa visita ao Bombarral.
Será que Nuno Crato já interiorizou a ideia de que é boa altura para passar a outros o papel de Grilo da Nação? Que agora é ele o tipo que se senta na cadeira de Ministro da Educação, e que é capaz de não ser boa política estrear-se a chamar macacos aos colegas de quem é agora o responsável máximo?
domingo, 3 de julho de 2011
As autoridades gregas tentam aterrorizar, mas são elas que estão apavoradas, diz Foula Farmakides.
"Na antiga mitologia grega Hércules lutou com um monstro de muitas cabeças, a Hidra de Lerna. Hoje o Povo Grego luta com um monstro chamado Neoliberalismo, que, infelizmente para nós, não só tem muitas cabeças mas também muitas mãos, além de não ser nenhum mito, mas uma infeliz realidade.
(...)
A minha experiência desta semana mostra-me uma coisa, é que as autoridades estão com medo do que está a acontecer na Praça Syntagma e noutras cidades e bairros da Grécia nos últimos 35 dias. Eles não gostam do facto de que as pessoas se reúnam e falem sobre a democracia e a economia, questões que estão atualmente sob seu inteiro controle. Eles não nos querem a partilhar opiniões, em vez de apenas aceitar a propaganda da comunicação social. Eles não gostam do facto de que, apesar de seus esforços agressivos, os manifestantes não mostram sinais de intimidação.
Mas povo grego não vai desistir até que este Governo, o FMI e o BCE saiam do seu país."
Depoimento completo de Foula Farmakides, aqui.
Será Disto Que Estamos a Precisar?
O DIÁRIO DE NOTÍCIAS na sua edição de hoje, 3 de Julho, informa que o ministro da Defesa, Aguiar Branco, revelou que o Governo está empenhado no desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390, o qual irá substituir os C-130 actualmente ao serviço, dando assim continuidade a um projecto que surgiu na anterior legislatura, na sequência de uma parceria com a construtora brasileira Embraer, a qual está a construir duas fábricas em Évora.É dito ainda que tal associação permitiria envolver empresas portuguesas e potenciar um "cluster" à volta da aeronáutica, contribuindo para a melhoria das competências tecnológicas de formação e de qualificação da Força Aérea portuguesa.
Se estamos a pensar no ganho em competências e na participação de empresas portuguesas no referido projecto, facto que é sempre bemvindo, no quadro da esperada reanimação da actividade industrial portuguesa, tudo bem. Por outro lado, e atendendo às dificuldades económico-financeiras que o país atravessa, se também se equaciona a substituição da esquadra de C-130, não vejo que isso corresponda a uma prioridade inadiável. Portanto, coloca-se uma questão prévia: será disto que estamos a precisar? Na minha opinião, e depois dos episódios dos blindados Pandur e dos submarinos, já chega de andarmos à procura de mais lenha para nos queimarmos. Vá lá, tenham juízo! Voar sim, mas com os pés bem assentes na terra.
Se estamos a pensar no ganho em competências e na participação de empresas portuguesas no referido projecto, facto que é sempre bemvindo, no quadro da esperada reanimação da actividade industrial portuguesa, tudo bem. Por outro lado, e atendendo às dificuldades económico-financeiras que o país atravessa, se também se equaciona a substituição da esquadra de C-130, não vejo que isso corresponda a uma prioridade inadiável. Portanto, coloca-se uma questão prévia: será disto que estamos a precisar? Na minha opinião, e depois dos episódios dos blindados Pandur e dos submarinos, já chega de andarmos à procura de mais lenha para nos queimarmos. Vá lá, tenham juízo! Voar sim, mas com os pés bem assentes na terra.
sábado, 2 de julho de 2011
CROMOS DO NEOLIBERALISMO TUGA
O Abominável César das Neves explica porque fugir aos impostos é bom para a Economia.
"O sucesso no combate à evasão fiscal foi a pior coisa que aconteceu à economia portuguesa nos últimos anos ", diz hoje no Expresso um dos expoentes do neoliberalismo tuga, o mediático César das Neves, acrescentando de seguida "ainda bem que há criatividade para fazer funcionar a economia paralela".
É evidente que o professor das Neves, não se referia aos impostos dos trabalhadores que esses sempre foram cobrados até ao último tostão, ou cêntimo, mas a medidas de combate à evasão fiscal que estão, muuuiiito lentamente, a ir buscar algum àquele pessoal que sempre se baldou a pagar impostos.
Pela minha parte, habitual comprador de tshirts e cuecas na Feira do Relógio, vou seguir o conselho do professor César das Neves e continuar a dar o meu contributo à economia paralela, mas acho que as queixas do professor têm mais a ver com a preocupação da possibilidade de se querer cobrar à Banca taxas iguais à que paga o Sr. Januário da mercearia da esquina, de taxar as mais valias das ações, de se acabar com isenções fiscais que permitem às grandes empresas passar por entre as chuva dos impostos sem se molhar, etc. etc.
Mas não esteja o professor das Neves preocupado que o Pedro, e os cromos do neo liberalismo tuga que levou para o Governo também partilham o seu ponto de vista de que devem ser apenas os trabalhadores a pagar a Crise.
E se falhar a receita de serem só os trabalhadores a pagar impostos, se o trabalho forçado que o Pedro quer impor aos desempregados e a quem recebe RSI também não resultar, há sempre a alternativa de voltar aos tempos da escravatura, não é professor das Neves?
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19:57
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DAS PROMESSAS À REALIDADE
Então e qual foi o VISTO FAMILIAR ao IMPOSTO DE NATAL?
Diz o Programa de Governo PSD/CDS, página 85, que "qualquer iniciativa que seja aprovada em Conselho de Ministros requer a prévia aposição do “visto familiar”, ou seja, um avaliação quanto ao impacto que tem sobre a vida familiar e o estimulo à natalidade".
Ora perante o brutal impacto que o IMPOSTO DE NATAL (que incide não só sobre o Subsídio de Natal mas sobre a totalidade dos rendimentos do trabalho) vai ter sobre as famílias portuguesas, estamos todos curiosos em saber o que é que o tal VISTO FAMILIAR diz sobre o impacto deste novo imposto nas famílias, e já agora em que medida é que o Governo, ao decidir a criação do IMPOSTO DE NATAL, levou em conta as conclusões do VISTO.
Ou será que este Governo de Passos, a exemplo do que fez o Governo de Sócrates com os Projectos PIN no que toca ao Ambiente, já criou também uma VIA VERDE que isenta da aposição de VISTO PRÉVIO FAMILIAR todas as medidas que o Governo entender?
As MENTIRAS Estão Pela Hora da Morte
NO PASSADO dia 1 de Abril de 2011 - conhecido como "dia das mentiras" - Pedro Passos Coelho, agora actual primeiro-ministro, em visita a uma escola de Vila Franca de Xira, assegurou que não iria haver cortes no 13º mês. Feitas as contas por alto, esta mentira vale à volta de 900 milhões de Euros, e haja aqui ou não um problema de contágio com os maus hábitos do anterior primeiro-ministro, se considerarmos que quem a disse começou a governar à pouco mais de uma semana, a coisa promete.
O IMPOSTO DE NATAL E OS REFORMADOS
A boa notícia é que 80% não vão pagar, a má é que 80% têm reformas inferiores ao salário mínimo.
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00:23
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Era um terreno da Reserva Agrícola onde só se podia construir apoios agrícolas, mas por um PASSE DE MÁFIA ganhou estatuto de PIN,
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00:06
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sexta-feira, 1 de julho de 2011
ISTO É QUE É UM BLOG À MANEIRA
Craques do neo liberalismo tuga, agora no Governo da Nação.
A cruzada iniciada faz quase quatro décadas no Chile, e que alastrou depois pela face do planeta, embora até agora só apresente no currículo fabulosas acumulações de riqueza na mão de meia dúzia e destruição e miséria para a grande maioria, e que juntando insulto à injúria pariu a gloriosa Crise de 2008, que sabemos quando chegou mas ninguém se atreve a prever quando vai embora;
a gloriosa cruzada do fundamentalismo neo liberal, chega agora em força, na sua versão tuga, ao Governo da Nação, decidida a concluir de vez o projecto iniciado nos anos 80 pelo Governo do Presidente de 23% de todos os portugueses, e em que mais recentemente andaram enrolados os brothers da 3ª Via, a missão de destruir de vez o que resta da actividade produtiva do país, reduzir à expressão mais simples o nosso ainda recente Estado Social, e fazer de 9 em cada 10
Que não demore o dia em que sejamos nós a dar o FARWELL a "Álvaro Santos Pereira (Minister for the Economy), Pedro S. Martins (Secretary of State for Employment), and Miguel Morgado (Political Advisor to the Prime Minister)".
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