domingo, 1 de maio de 2011

JOÃO PAULO II A CAMINHO DA SANTIDADE, DIZ A RTP
(provavelmente na companhia do amigo Pinochet, digo eu)


Tirado do comentário de Fernando Torres, que dá um bom post para esta imagem:

"Aproveitando a beatificação do Papa João Paulo II, não seria despropositado lembrar que o pontífice não teve qualquer preconceito em assomar às janelas do tristemente célebre Palácio de La Moneda, em Santiago, ao lado do monstro Augusto Pinochet, aquando da sua visita “apostólica” ao Chile em 1987, como o documenta a imagem.

Como o recordou o escritor Gabriel García Márquez, depois de ter levado a cabo o derrube do governo de Salvador Allende, em Setembro de 1973, com o apoio da CIA, a contabilidade das atrocidades cometidas por Pinochet, só nos primeiros 4 meses de ditadura, saldaram-se no assassínio de perto de 20.000 pessoas, no sequestro de 30.000 prisioneiros políticos, submetidos às mais variadas sevícias e selváticas torturas, na expulsão das escolas de 25.000 estudantes e no despedimento compulsivo de 200.000 trabalhadores.

A este cenário falta acrescentar um pormenor tenebroso, do domínio do absurdo, aliás, uma autêntica aberração: ainda antes da morte do monstro, em 2006, começaram a aparecer em muitos lares dos bairros pobres de Santiago do Chile, pequenos altares domésticos com a fotografia do "santo" Augusto Pinochet, o carrasco dos pobres, permanentemente alumiada e incensada, onde se reza com devoção pela sua "canonização", e se pede a sua intervenção divina, bem como fotos iguais à deste post, a cumprirem a sua função de ícone, em que o monstro exibe o seu conselheiro espiritual, durante a visita atrás referida. Quando pela primeira vez vi a reportagem em que isto foi divulgado, não acreditei e pensei que estava a ver um filme de ficção."

1 comentário:

  1. NO MOMENTO é que é dada a notícia da eliminação física de Bin Laden, o líder da Al-Kaeda, seria altamente pedagógico recordar as promiscuidades que se estabeleceram entre os muitos monstros que têm enxameado o nosso mundo, e os regimes que hipócritamente os sustentavam, argumentando interesses da mais variada ordem. Por isso, e a aproveitando a beatificação do Papa João Paulo II, não seria despropositado lembrar que o pontífice não teve qualquer preconceito em assomar às janelas do tristemente célebre Palácio de La Moneda, em Santiago, ao lado do monstro Augusto Pinochet, aquando da sua visita “apostólica” ao Chile em 1987, como o documenta a imagem.
    Como o recordou o escritor Gabriel García Márquez, depois de ter levado a cabo o derrube do governo de Salvador Allende, em Setembro de 1973, com o apoio da CIA, a contabilidade das atrocidades cometidas por Pinochet, só nos primeiros 4 meses de ditadura, saldaram-se no assassínio de perto de 20.000 pessoas, no sequestro de 30.000 prisioneiros políticos, submetidos às mais variadas sevícias e selváticas torturas, na expulsão das escolas de 25.000 estudantes e no despedimento compulsivo de 200.000 trabalhadores.
    A este cenário falta acrescentar um pormenor tenebroso, do domínio do absurdo, aliás, uma autêntica aberração: ainda antes da morte do monstro, em 2006, começaram a aparecer em muitos lares dos bairros pobres de Santiago do Chile, pequenos altares domésticos com a fotografia do "santo" Augusto Pinochet, o carrasco dos pobres, permanentemente alumiada e incensada, onde se reza com devoção pela sua "canonização", e se pede a sua intervenção divina, bem como fotos iguais à deste post, a cumprirem a sua função de ícone, em que o monstro exibe o seu conselheiro espiritual, durante a visita atrás referida. Quando pela primeira vez vi a reportagem em que isto foi divulgado, não acreditei e pensei que estava a ver um filme de ficção.

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