domingo, 3 de junho de 2012

À sorrelfa e desrespeitando a lei, PSD e PS anexam parte de Moscavide e Sacavém à nova freguesia do Parque das Nações.

Antevisão do Parque do Tejo que nunca iremos ter

E não havia necessidade. Podiam ter cumprido os trâmites que a lei determina, nomeadamente a consulta às autarquia envolvidas (não vinculativo), e o resultado teria sido o mesmo, a criação da nova Freguesia do Parque das Nações na faixa de terreno, junto ao Tejo, que vai da foz do Trancão à Avenida Marechal Gomes da Costa.

O que se dispensava era o Comunicado da Câmara de Loures, que apenas se lamenta das taxas que vai deixar de cobrar, e se faz esquecida de que o seu próprio partido, o PS, votou favoravelmente a anexação daquela parte do concelho de Loures. A mesma Câmara de Loures e o mesmo Carlos Teixeira que ao darem o seu acordo à construção do colégio dos Jesuítas, e à expansão das torres de habitação até quase à foz do Trancão, inviabilizaram ali definitivamente a criação do Parque do Tejo.

Já não era sem tempo acabar com a situação de exceção que retirou a gestão daquele território à participação e controlo democráticos dos cidadãos, e a manteve, por quase duas décadas, nas mão do conselho de administração duma empresa pública.

E faz todo o sentido que, tal como está, o Parque das Nações não fique com a gestão repartida por diversas autarquias, e tenha a sua própria freguesia integrada num dos concelhos (Loures ou Lisboa) a que pertencia o seu território.

O que é bastante questionável é o projeto do Parque das Nações, concebido e desenvolvido como uma nova urbanização de costas voltadas para as freguesias a que pertencia aquele território, e subjugado aos interesses da especulação imobiliária.

O que teria sido desejável, e o que os autarcas e populações desta zona deviam ter reivindicado na altura, era que a regeneração da zona ribeirinha do Tejo fosse pensada como um desenvolvimento natural e complementar das freguesias dos Olivais, Moscavide e Sacavém, servindo em primeiro lugar para aí se implantarem os equipamento e zonas verdes que sobretudo Moscavide e Sacavém tanto necessitavam, e continuam a necessitar.

Saudando daqui a nova Freguesia do Parque das Nações, faz-se votos para que, em vez de criar e alimentar rivalidades fúteis, os autarcas destas freguesias e câmaras travem a expansão desenfreada do betão no Parque das Nações, e preservem o espaço que ainda resta para usufruto dos que vivem e trabalham nestas freguesias da Grande Lisboa.

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