domingo, 24 de abril de 2011

Esquizofrenia Orçamental

UMA pessoa com três dedos de testa e que não esteja com muitos gramas de álcool no sangue, custa-lhe a acreditar que vinte e três (23) dias depois de ocorrido a última correcção do défice orçamental de 2010, ainda se estejam a descobrir esquecimentos, descuidos, deslizes e capotanços que contribuem para o agravamento do dito cujo. Foi ontem, Sábado, dia 23 de Abril, que o Instituto Nacional de Estatística anunciou a revisão do défice de 8,6 por cento do PIB, para 9,1 por cento, por causa da “grande complexidade” de três contratos de Parcerias Público Privadas, o que me leva a concluir que por aquelas bandas se estão a fazer horas extraordinárias e a queimar os neurónios, desenfreadamente. Esta nova revisão de última hora veio agravar as necessidades de financiamento da Administração Central, que passam dos 15.304,7 milhões de euros, anunciados em 31 de Março, para uns actualizados 16.175,7 milhões de euros, isto é, uma bagatela de 871 milhões de euros que, sem luvas nem derrapagens, quase chegava para comprar mais um submarino. Só espero que por causa da tolerância de ponto decretada pelo Governo, não tenha sido esquecido ou deixado para trás mais algum pormenor com importância para as contas, e que daqui a dias voltem a surgir novas actualizações à ditadura esquizofrénica do défice orçamental.

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