quinta-feira, 14 de outubro de 2010

MEIO CHEIO, MEIO VAZIO


Na página da SIC noticia-se o empate técnico entre a Dilma e o Serra a 15 dias da segunda volta das eleições presidenciais no Brasil. Lendo a notícia percebe-se algo diferente das parangonas. A tal sondagem apontada para deduzir o título da notícia atribui 46,8% das intenções de voto à candidata do PT, contra 42,7% de José Serra. Conclui-se que a margem de erro de 2,2% anula por completo esta vantagem de Dilma o que colocaria os dois candidatos em empate técnico, sendo que os votos válidos fixam o resultado em 52,3%, contra 47,7%.

Contudo, a mesma notícia refere outras duas sondagens que confirma a vantagem de Dilma sobre Serra. A sondagem do IBOPE fixa a vantagem em 6% a favor da candidata do PT, 53% contra 47%. Outro estudo de opinião do instituto Vox Populi também referido na peça amplia essa vantagem para 9,1%.

Com base nestes dados o título poderia ser, “Dilma mantém vantagem sobre Serra”, para fazer sonhar alguns admitir-se-ia “Serra encurta vantagem que o separa de Dilma”, mas “Sondagem indica empate técnico entre Dilma e Serra na 2ª volta eleitoral no Brasil”, não me parece muito sério.

Como muitas vezes já me explicaram o que vende nos jornais não é a notícia do “Cão que mordeu o homem”, mas sim a do “Homem que mordeu o cão”, e assim, para um jornalismo colorido, bela notícia seria a derrota de Dilma. Daria seguramente belos títulos; “A Queda”, “A lebre e a tartaruga”, etc… Esta reflexão evita entrar pelos caminhos da dedução de parcialidade… mas eles também existem.

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