segunda-feira, 14 de outubro de 2013

HOJE, 14/10/2013, ÀS 21:30 NO AUDITÓRIO DA IGREJA DA PORTELA, TOMADA DE POSSE DOS ÓRGÃOS AUTÁRQUICOS DA UNIÃO DE FREGUESIAS DE MOSCAVIDE E DA PORTELA.


Hoje, 14/10, às 21:30 no auditório da Igreja da Portela tomam posse os órgão autárquicos da União das Freguesias de Moscavide e da Portela, cuja Assembleia de Freguesia integrará 6 representantes do PSD, 5 do PS, e 2 da CDU.

As eleições foram ganhas pelo PSD que partindo em aparente posição de desvantagem, cerca de menos 200 votos do que o PS no somatório das duas freguesias em 2009, teve agora para a nova união mais 1000 votos do que o PS, que ficou em 2º lugar. A CDU ficou em 3º lugar, embora no que se refere a Moscavide passe de 3ª a 2ª força politica, à frente do PSD.

Mesmo sem ter acompanhado de perto estas eleições, não é difícil perceber que o sucesso de Manuela Dias, entre 2009 e 2013 Presidente da Freguesia da Portela, e a partir de hoje da União das Freguesias de Moscavide e da Portela, tem uma forte componente local e pessoal.

Ignorando completamente que foi o PSD o principal responsável pela união forçada das freguesias de Moscavide e Portela, medida rejeitada pela grande maioria dos moradores das duas freguesias (e que surpreendentemente não foi tema da campanha), e a politica anti trabalhadores e anti popular do PSD ao longo dos últimos 2 anos, e que noutros locais lhes foi fortemente penalizadora, em Moscavide e Portela o PSD acaba por alcançar uma, em principio, inesperada vitória.

Para isso muito deve ter contribuído a forte penalização do PS resultante da associação de Daniel Lima, e respectiva família Lima, àquilo que muitos consideram ser o nepotismo, compadrio, e despesismo, que caracterizaram os últimos 12 anos de gestão PS na Câmara de Loures e nas suas freguesias no concelho.

Capitalizando a seu favor a boa imagem da Portela, resultante em larga medida das boas condições urbanísticas da freguesia e dos agradáveis arranjos dos seus espaços verdes (que vêm do tempo da presidência de Adão Barata, CDU, e completados na anterior gestão de Carlos Teixeira, PS), Manuela Dias desenvolveu ainda ao longo da campanha uma incansável actividade de contactos pessoais nas duas freguesias, e muito em particular em Moscavide, que muito deve ter contribuído para aquela saborosa vitória.

Neste inicio de mandato, saudando a nova equipa dirigente da Junta de Freguesia, e os representantes na Assembleia de Freguesia, e em particular Patrícia Gonçalves, da CDU, estreante nestas andanças e que teve o meu voto nestas eleições, gostaria de deixar aqui dois pedidos aos eleitos: primeiro que as várias forças politicas façam um esforço para se entenderem, não há uma maioria absoluta; e segundo que não aceitem a união de Moscavide e Portela como facto consumado para todo o sempre, quer mantendo em funcionamento todos os serviços virados para o publico das duas anteriores freguesias, quer continuando a luta para pôr termo a esta aberração administrativa de juntar à força aquilo que a grande maioria quer que continue autónomo.

domingo, 13 de outubro de 2013

HANNAH ARENDT, A BANALIDADE DO MAL E OS BUROCRATAS DA DESTRUIÇÃO


Os filmes nunca fazem justiça aos livros, e o "Hannah Arendt" de Margarethe von Trotta não é excepção, apesar de ser um grande filme, ver por exemplo a opção de apresentar imagens reais do julgamento, sobretudo de Eichmann, ou a grande sensibilidade como é tratada a relação com Heidegger, não o relato duma relação complexa e só por si merecedora dum filme, mas apenas as recordações de Hannah pertinentes para o drama com que se debate ao tentar pensar, sem preconceitos, dogmas ou lugares comuns, um dos acontecimentos mais trágicos do nosso passado recente, o extermínio deliberado e sistemático de judeus (e outras minorias menos faladas) pelo nazismo.

Não sendo propriamente uma grande pensadora (todo o destaque que a direita lhe dá se deve à natural e franciscana pobreza de intelectuais próprios), Hannah Arendt tem o mérito de, a propósito de um caso limite, ter posto na ordem do dia aquilo a que designou por a banalidade do mal, e ter chamado a atenção para o perigo que as modernas burocracias representam quando colocadas ao serviço de projectos anti sociais e anti humanos (crimes contra a humanidade chamou-lhe ela, e muito bem).

Banalidade do mal que, embora em formas bem menos virulentas, ao tempo do julgamento de Eichmann ainda por cá enfrentávamos nos olhos. Por exemplo nos ultimo anos do fascismo as longas sessões de tortura do sono eram em boa parte asseguradas por jovens funcionários, sem quaisquer motivações politicas ou ideológicas (a que nos anos antes do 25 de Abril a Pide se viu forçada a recorrer por óbvia falta de "vocações"), e que faziam o seu turno de tortura, do preso politico que lhes tinha calhado na escala de serviço, com o mesmo interesse e entusiasmo com que poderiam estar a conferir declarações de IRS numa repartição de finanças, ou numa agência bancária a lançar movimentos nas contas correntes de clientes.

Banalidade do mal, que continua na ordem do dia, e que agora nos é imposta pelas tropas de choque do grande capital que, nos nossos dias, são as burocracias do FMI, Banco Europeu, Comissão Europeia, e seus lacaios nacionais, e que nos vai destruindo a vida, a esperança, o presente e o futuro.

A grande limitação da obra de Hannah Arendt, e de muitos dos que agora se insurgem contra a destruição das nossas vidas, é não conseguirem descortinar para além dos mecanismos do mal e da falta dos mais elementares princípios de ética, moral e humanidade dos seus executantes.

É, ao mesmo tempo que muito justamente se indignam, não conseguirem apontar para o responsável último dos nossos dramas pessoais e da nossa tragédia colectiva de país submetido aos ditames das politicas austeritárias: o capitalismo globalizado, financeirizado, descontrolado e auto-fágico que há-de dar cabo de todos nós, se antes não dermos nós cabo dele (ou pelo menos se não o metermos rapidamente na linha).

domingo, 6 de outubro de 2013

Na campanha da CDU
SEM O "CDU LOURES" NÃO TINHA SIDO A MESMA COISA.


Fez 6ª feira uma semana (parece que foi há séculos) que, já próximo da meia noite, se publicavam na página do Facebook CDU LOURES as ultimas fotos do Comício de Encerramento da campanha para as autárquicas do concelho de Loures que, já tudo o indicava iria, como aconteceu, resultar numa merecida vitória.

Durante meses a fio, ali se foi anunciando e dando conta das inúmeras iniciativas da campanha, e muito especialmente daquilo que terá sido traço distintivo e contributo essencial para o seu sucesso, os permanentes contactos com as populações, por todo o concelho, ao longo de meses, em que candidatos e apoiantes se empenharam, ouvindo, falando, apresentando as suas propostas.

Sem contributos profissionais, e sem recorrer a promoções pagas (como o fizeram as campanhas adversárias), o CDU LOURES foi integralmente assegurado por um conjunto alargado de candidatos e apoiantes que, pelo meio das suas tarefas da campanha, iam tirando fotos, escrevendo umas linhas, desenhando cartazes, filmando pequenos vídeos e publicando os posts no Facebook.

Quase totalmente baseado em materiais originais, o CDU LOURES foi provavelmente a página eleitoral de maior difusão nestas autárquicas, e um bom exemplo da utilização das redes sociais para divulgar e potenciar a forma de intervenção politica que é uma campanha eleitoral.

Claro que esta campanha no nosso concelho, mesmo sem o CDU LOURES, podia ter tido, seguramente, o mesmo sucesso. Poder, podia, mas não era a mesma coisa.

Também no Facebook: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=3583989336453

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Na campanha da CDU
Os direitos defendem-se exercendo-os.
MAIS UMA TENTATIVA DE IMPEDIR A DISTRIBUIÇÃO DE PROPAGANDA ELEITORAL NUM CENTRO COMERCIAL, DESTA VEZ NO LECLERC DA BOBADELA.



Entre duas distribuições do Programa da CDU para o concelho de Loures, um pequeno grupo de apoiantes da CDU entra no Leclerc da Bobadela, dia 25/9, para beber um café e comer qualquer coisa, que o dia começou cedo e vai ser longo. Três sentam-se à mesa do café e o quarto, que não quer comer nada, vai para a porta norte distribuir folhetos, mas ainda não tinham passado cinco minutos está de volta, foi "proibido" pelo segurança de fazer distribuição à porta do Centro.

Com um camarada que estava a acabar a bica, decidem voltar à porta do Leclerc para explicar ao segurança que não pode limitar um direito constitucional, mas a coisa não corre bem. O segurança ainda jovem e claramente sem condições e/ou treino para lidar com o publico, não está para conversas, proíbe, ameaça, "encosta-se" a um de nós e, quando o outro começa a a fotografar a cena, perde completamente as estribeiras, ameaça que vai saber onde moramos e que vai lá dar-nos um enxerto de porrada, enfim uma cena lamentável.

Chega o chefe da segurança e, embora com a mesma posição e atitude prepotente, tem ao menos o bom senso de mandar o segurança jovem fazer outra coisa, confiante que vai ali na hora resolver o "problema". Insiste que aquilo é um espaço privado que não podemos estar ali a distribuir "publicidade", não ouve o que lhe dizemos, e perante a nossa atitude de recusa em aceitar uma ordem ilegal, ainda por cima por quem não tem qualquer autoridade, dá meia volta e vai chamar a PSP.

Voltamos para interior do Leclerc e decidimos (o que não estava nos planos) começar ali mesmo uma distribuição de documentos da CDU. Quando a PSP chegasse reafirmaríamos a nossa posição, e se entretanto, enquanto a PSP não chegava, os seguranças tentassem interromper-nos pela força, coisa pouco provável, a responsabilidade seria deles.

A PSP não chega, a distribuição continua, o chefe da segurança ali por perto assiste, até que se começa a fazer tarde, temos compromissos noutro sitio, e decidimos ir embora. Um de nós prontifica-se a deixar ao chefe da segurança os dados pessoais e o numero do telemóvel para ele fazer a participação à PSP, mas logo que nos ouve dizer que nos vamos embora o homem nem quer ouvir mais nada, que vamos mesmo, e depressa.

Acho que o jovem segurança vai esquecer as ameaças do tipo "sei onde moras", e que a esta hora já deve ter percebido, ele e o chefe, que ao tentarem impedir uma pessoa de distribuir propaganda eleitoral à porta do Leclerc, acabaram por ter de gramar quatro a fazer distribuição lá dentro.