quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL PARA OS TRABALHADORES DA RECOLHA DE LIXO DE LOURES


Que este ano, ao que sei pela primeira vez, vão poder passar, como muitos de nós, os dias da quadra natalícia com a família ou amigos.

À Câmara CDU de Loures a minha total concordância e aplauso por, mesmo enfrentando eventuais incompreensões, ter tomado mais uma medida (*) reveladora do seu, e acrescento do nosso como munícipes, respeito pelos trabalhadores do SIMAR.

Sinceramente, preferia não estar a escrever estas linhas. Em pleno sec. XXI, nesta Europa de tradição democrática e social, o que seria normal era cada empresa, cada instituição, revelar, já nem digo o apreço pelo trabalho dos que estão ao seu serviço, mas ao menos o respeito por uma coisa tão básica como é o Natal em família.

Mas as coisas são aquilo que estão a fazer delas e o que devia ser normal torna-se excepção louvável. Mas outros Natais virão e, tal como o 25 de Abril chegou antes do que pensava, talvez, se fizermos por isso, ainda estaremos um dia destes por aqui a falar destes tempos desgraçados como coisa do passado.

Enfim um Feliz Natal para todos, e uma saudação muito especial para os que por motivos imperiosos, ou que mesmo sem necessidade relevante, terão de passar o Natal arredados dos que lhes são queridos.


(*) Os Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos (SIMAR), informam que o serviço de recolha de resíduos não será realizado nos seguintes períodos: – Diurno: dias 24 e 25 de dezembro e 1 de janeiro; – Noturno: noites de 24 para 25 e de 25 para 26 de dezembro, e de 31 de dezembro para 1 de janeiro de 2015. O respetivo serviço será retomado nos dias 26 de dezembro e 2 de janeiro de 2015.

Ver aqui Comunicado da Câmara de Loures.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O BES, O PCP, E PORQUE É QUE A DESINFORMAÇÃO FUNCIONA.


A peça publicada no "Publico" de 11/12 http://bit.ly/1Am5rcY não é jornalismo, nem sequer mau jornalismo, mas apenas um exemplo do que é a desinformação.

Com um timing perfeito, e com o pretexto de tentar mostrar que o PCP afinal não é tão honesto como parece, aquela peça é a forma de cumprir o objectivo de tentar minimizar junto da opinião publica os efeitos da onda de escândalos em que o grande capital e um número apreciável de políticos do auto intitulado "arco da governação" estão atolados.

Quem ler com um mínimo de atenção a peça do Publico verá que a acusação de donativo do BES ao PCP não tem pés nem cabeça. Mas porquê então darem-se ao trabalho? Simples, porque a desinformação funciona, e funciona quando, como é o caso, diz coisas que as pessoas, algumas pessoas, gostariam de ouvir.

E o que qualquer pessoa com um mínimo de seriedade e amor próprio, que tenha andado a votar PS, PSD, CDS, ou Cavaco, gostará que lhe digam é que no fundo os partidos são todos iguais, que como lhe impingiram "não há alternativa", e que portanto não tem de se sentir assim tão artolas, tão corresponsável pelo desgraçado estado a que este País chegou.

Por isso neste como noutros casos idênticos, não há apenas que refutar a mentira e a difamação, mas também explicar porque é que isto aparece, a quem interessa, e denunciar aqueles que sob a capa de jornalismo se prestam a tão rasteiros fretes.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

PODÍAMOS
O Programa Económico do Podemos


Ainda numa fase de discussão no Podemos trata-se basicamente dum Programa social democrata, de defesa do Estado Social, do tempo em que havia social democracia (também dita socialista), do tempo em que a social democracia europeia ainda não tinha caído de quatro aos pés dos objectivos, programa e praticas neo liberais.

Mas como o Proyecto Económico para la Gente reconhece (pag.9) "es materialmente imposible que se puedan llevar a cabo políticas que satisfagan el interés nacional, el de la inmensa mayoría de la población, en el marco del euro tal y como está diseñado".

Assim o Programa (pags. 44 e 45) aponta entre outras para a necessidade de:
  • "Modificación de los estatutos del Banco Central Europeo para que entre sus fines se encuentre el pleno empleo" 
  • "Modificación de las normas que impiden que el Banco Central Europeo financie a los gobiernos"
  • "Democratización del BCE" "Flexibilización del Pacto de Estabilidad" 
  • Garantizar derechos sociales y laborales como condición de aceptación y permanencia en la Unión Europea"

Portanto, ou o Podemos acredita no Pai Natal (o que ainda acontece a muita gente com menos de 6 anos de idade), ou está a transportar para a política aquilo que em Matemática se chama o "reductio ad absurdum", ou seja está no fundo a dizer que para poder concretizar o seu Programa terá de inevitavelmente saltar fora deste comboio destrambelhado do Euro que está a arrasar as frágeis economias do sul da Europa. Ou então o Podemos está a dar uma grande tanga ao pessoal.

sábado, 6 de dezembro de 2014

DIREITO À MEMÓRIA: A RESISTÊNCIA ANTI FASCISTA NO CONCELHO DE LOURES


Em Julho passado por altura da inauguração da Exposição promovida pela Câmara de Loures, "Loures na Rota da Liberdade 1958-1976", um grupo de resistentes anti fascistas do concelho de Loures dirigiu um Apelo à Câmara de Loures para ajudar a preservar a memória das lutas operárias, associativas, da Oposição Democrática, e dum modo geral das muitas e variadas formas de resistência ao fascismo no concelho de Loures.

O Apelo mereceu o melhor acolhimento da Câmara e está já em curso a discussão dum Projecto com aquele objectivo. Também a a Presidente da Assembleia Municipal, Fernanda Santos, se mostrou solidária com a iniciativa e nos comunicou que irá acompanhar o assunto com a melhor atenção.

Para qualquer sugestão ou recolha de materiais sobre a luta antifascista no concelho de Loures, podem desde já contactar qualquer dos subscritores do Apelo que aqui publicamos. Oportunamente daremos mais informação sobre este projecto do Direito à Memória, a Resistência Anti Fascista no Concelho de Loures.

domingo, 30 de novembro de 2014

PODEMOS


A meio do discurso de Pablo Iglésias em Lisboa, na passada 6ª feira (21/11), voltei-me para um amigo do tempo de outras lutas e comentei: Isto é paleio do tipo do que nós tínhamos na CDE (1969/74), não é? Ele sorriu, e respondeu: Pois é, é isso...

Muitos de vocês não são desse tempo, ou não andaram por lá, mas posso dar-vos outro termo de comparação: Ouçam o secretário geral do Podemos, e depois digam-me se não há por ali, num tom diferente, muito do tipo do discurso dum Chavez, ou dum Lula do tempo do PT ainda à conquista do poder.

Pablo Iglésias, que vem das Juventudes Comunistas de Espanha, onde militou dos 14 aos 21 anos, não é um Chavez nem um Lula, mas é seguramente o que de mais próximo conseguiremos encontrar num politico europeu sintonizado com os problemas e a realidade social e politica desta segunda década do século XXI.

E embora com um carácter claramente populista nem vale a pena, para já, tentar definir politicamente o Podemos, numa altura em que eles próprios não sabem ainda onde esta estimulante aventura os irá conduzir.

Com hipótese de vir a ser o primeiro caso deste lado do Atlântico, dum movimento popular de esquerda nascido à margem da esquerda tradicional, semelhante a diversos casos bem conhecidos, e bem sucedidos, da América Latina.

O que Pablo Iglésias e o Podemos para já estão a conseguir é romper a barreira, o cordão sanitário ideológico e politico, com que o capitalismo e o seu aparelho de Estado (em sentido lato) tem conseguido, com grande sucesso, isolar a esquerda não social democrata. E o resultado está à vista.

sábado, 22 de novembro de 2014

ISTO HÁ GENTE MUITO ARROGANTE


Quem é que estes trabalhadores da recolha do lixo pensam que são para, com este gesto de devolverem o dinheiro que encontraram, se atreverem a dar lições de moral aos Salgados, Varas, Loureiros, à malta dos vistos gold, aos muitos e variados bandos de Ali Babás de colarinho branco?

Numa altura em que as elites da pátria, banqueiros, empresários, governantes, altos quadros da administração pública, se entregam freneticamente à troca de favores, corrupção e roubo, não é mesmo um desaforo vir este pessoal, que ganha para aí uns 500 e poucos euros mês, mostrar que ainda há gente séria neste país?

Eu sei que entregar ao dono o dinheiro perdido não é ilegal, e portanto não será possível pôr-lhes um processo em cima, mas têm de concordar que gestos destes não podem passar impunes, por isso daqui apelo ao senhor prior lá da paróquia a fineza de lhes fazer ver que a soberba é um dos 7 pecados capitais, os convidar a confessar, arrependerem-se e a rezar 30 Pais Nossos.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

A WORLD WITHOUT THE WEST


"Constatámos então (2007) que as potências emergentes começavam a construir um "mundo sem o Ocidente" que contornava a ordem internacional existente. Cada vez era mais claro que as potências emergentes aprofundavam os laços entre si na vida económica, política e até mesmo na segurança e, ao fazê-lo, afrouxavam os laços que os ligam ao sistema liberal internacional centrado no Ocidente.

Esta constatação deixou muita gente desconfortável, principalmente por causa dum endémico e super valorizado entendimento do alcance, profundidade e atratividade da ordem liberal existente.

Agora, sete anos passados, o mundo sem o Ocidente está bem visível. O mais importante na política internacional de hoje não é se Pequim vai ser seduzido, incentivados, ou mesmo compelido a adoptar o sistema internacional existente.

Também não se trata de os Estados Unidos e a China estarem numa espiral descendente em direcção à III Guerra Mundial.

O que está a acontecer é um esforço concertado por parte das potências emergentes para construir arquitecturas multilaterais paralelas, contornando a ordem liberal existente, e que provavelmente irá remodelar a política internacional e a economia mundial de forma fundamental."

Extracto do artigo A WORLD WITHOUT THE WEST .

sábado, 15 de novembro de 2014

A CRISE, O PCP, E O ESTAFADO FADUNCHO DO "NÃO HÁ ALTERNATIVA".


Muita gente séria e bem intencionada olha para as posições e propostas do PCP sobre a saída da Crise como se de meros exercícios de Oposição se tratassem, de soluções, supostamente, com pouca ou nenhuma aderência à realidade.

Outros pensarão que uma vez no poder o PCP acabaria a fazer o que os outros têm feito, a cantar à desgarrada o faduncho do "NÃO HÀ ALTERNATIVA" à destruição do Estado Social, à venda ao desbarato do nosso património, à desvalorização salarial, ao empobrecimento e submissão desta e das gerações futuras à escravatura da Dívida em modo Austeridade.

Quando o PCP em 2013 assumiu as responsabilidades da gestão da Câmara de Loures, que o PS deixou à beira do colapso, de forma semelhante à que deixou o país em 2011, muitos, como Rui Ramos que chamou a Bernardino Soares o" Vitor Gaspar de Loures", vaticinaram logo que não restaria ao PCP outra alternativa que seguir na Câmara de Loures a receita troikista, que PPD e CDS têm aplicado ao País.

O que aconteceu de facto foi que Bernardino Soares foi para a câmara cumprir as promessas eleitorais da CDU, renegociou a divida com os fornecedores, parou a privatização dos SMAS, respeitou os direitos dos trabalhadores da autarquia, combateu o desperdício e repôs sectores paralisados, como o Departamento de Obras, ao serviço dos munícipes de Loures.

Claro que nisto não fala a comunicação social, que prefere alinhar no coro do "NÃO HÁ ALTERNATIVA", em vez de promover o debate sério e fundamentado do presente e futuro do País.

Ou quando a dita CS abre uma excepção, como fez o pasquim electrónico de direita OBSERVADOR que chama a Bernardino Soares "O comunista neoliberal", é para inventar umas quantas atoardas e tentar dar uma imagem absolutamente distorcida do que tem sido, ao longo deste primeiro ano de mandato, a gestão do PCP na câmara de Loures.

Só que a isto chama-se ir buscar lã e sair tosquiado, pois o que acabou por acontecer foi o artigo do OBSERVADOR trazer para a discussão pública um exemplo cristalino de que não só o PCP tem soluções realistas como, quando os eleitores lhe dão a sua confiança, as põe escrupulosamente em pratica, como muito bem explica Bernardino Soares em "UM AUTARCA COMUNISTA E UM GOVERNO NEOLIBERAL" que bem merece uma leitura sem preconceitos de todos os eleitores deste tão massacrado País.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

E VOCÊ, PREFERE O VEREADOR RICARDO LEÃO A FAZER DE OLIVIA PATROA, OU A FAZER DE OLIVIA COSTUREIRA?



Não faço puto de ideia do que se estará a passar lá no PS Loures, mas aquele vereador Leão, dos Leões de Sacavém, passou-se de vez.

Então não é que o homem meteu-se-lhe na tola que é a Ivone Silva, e agora anda por aí a fazer a rábula da Olivia Patroa e da Olivia Costureira.

De manhã, feito Olivia Patroa, vai, como vereador eleito da Câmara Municipal de Loures, à reunião da Câmara.

À tarde, feito Olivia Costureira, "vai ter reuniões com os funcionários visados (por uma suposta perseguição da câmara) antes de fazer queixa formal" contra a Câmara de Loures, onde faz o papel de Olivia Patroa.

Mais tarde, numa futura reunião da Câmara de Loures, o vereador Leão, como Olivia Patroa, irá apreciar e decidir sobre as queixas que cozinhou contra a Câmara de Loures, na sua qualidade de Olivia Costureira.

Confuso? Olhe, faça como eu, aprecie o vídeo da Ivone Silva, e esqueça as rábulas deste Leão sem tino na cachola.

domingo, 19 de outubro de 2014

Alerta: apenas temos 2 dias de água


Passou completamente despercebido na comunicação social portuguesa, a circunstância civilizacional de, no passado dia 19 de Agosto, se ter virado, suicidáriamente, uma preocupante página na história da humanidade: o Homem passou a estar em défice ecológico com o Planeta.
 
É uma questão magna, cuja omissão e ocultação, não me parece nada inocente. Contudo, em Portugal, anda-se entretido com os resultados do futebol, os cínicos pedidos de desculpas de ministros incompetentes e os absurdos debates Costa/Seguro.
Ao mesmo tempo, perante a quase generalizada indiferença dos cidadãos, o governo português força a injustificada privatização da EGF, empresa responsável por parte importante da recolha e tratamento dos resíduos sólidos urbanos no nosso país. A questão é que nem toda a gente sabe ou está atenta, ao facto de a EGF ser uma sub-holding da muito mais apetecível Águas de Portugal. E é exactamente a Águas de Portugal que é o objectivo a atingir, ou seja, o que se quer mesmo é privatizar a água em Portugal, numa miserável agenda ideológica que pretende privatizar tudo, mas especialmente a água, por muitos considerada o “petróleo do séc. XXI”.

Como bem se compreende o epiteto de petróleo do séc. XXI não é uma denominação aleatória, antes se funda no facto de a água significar muito lucro e poder, muito poder. É isso que faz com que a água – composto químico único essencial à sobrevivência das espécies e, principalmente, da humana – seja hoje o principal foco de interesse daqueles que veem nela o principal instrumento de dominação futura.

Uma nota mais, reveladora, sobre quem são os principais interessados e agitadores da marcha forçada para a privatização da água em todo o mundo: o Banco Mundial, o FMI e a União Europeia, que uma vez mais, demonstra inequivocamente ao serviço de quem se põe, sistematicamente.

Em Portugal – embora muita gente inconscientemente pense que não – estamos na eminência de uma dramática escassez de água. Não é coisa de televisão que apenas acontece aos outros. Recorde-se que os 3 principais rios que cruzam o território nacional, Douro, Guadiana e Tejo, e que são cruciais para o abastecimento de água ao país, correm de Espanha e deixam-nos particularmente dependentes. Só temos água armazenada para 2 dias, repito, 2 dias.

Ainda alguém se lembra que aqui há uns anos, Espanha reduziu substancialmente os caudais e os rios em Portugal pareciam ribeiros à beira da extinção ? Percebe-se melhor assim, porque é tão perigosa a privatização da água ? Por causa do poder de abrir e fechar a torneira para quem se quiser, quando se quiser.

Paralelamente, à absoluta oposição à privatização da água, impõe-se uma campanha nacional de informação às populações sobre a necessidade de preservar rigorosamente este bem escasso e essencial, bem como tomar medidas operativas para acabar com o desperdício. Só em Loures, no final do reinado da gestão PS, as perdas na rede estimavam-se em 40%. É uma cifra escandalosa e temerária.
 
Um governo a sério, aproveitaria o próximo ciclo de fundos europeus para fazer o que é preciso e urgente no domínio da água, enquanto recurso indispensável e tão ameaçado como está. Privatizar, como suposto instrumento de gestão, não passa de um grave crime lesa-pátria.
 
publicado em Notícias de Loures, nº 6, Agosto 2014

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

UMA PESSOA DE NOME ABREU QUE MANDA NA LOURES PARQUE QUE MANDA NAS RUAS DE MOSCAVIDE


Uma pessoa de nome Abreu que manda na Loures Parque que manda nas ruas de Moscavide, esteve ontem numa reunião muito concorrida, aqui na minha freguesia, para nos dizer que agora vai passar a ouvir o que as pessoas de Moscavide pensam da Loures Parque que manda nas ruas de Moscavide.

Derivado do que devemos ficar todos muito agradecidos por este gesto magnânimo da pessoa de nome Abreu que manda na Loures Parque que manda nas ruas de Moscavide, pois como teve a bondade de explicar às ignaras gentes de Moscavide ali reunidas, há já 14 anos que a Loures Parque que manda nas ruas de Moscavide, não ouvia as pessoas de Moscavide que não mandam nas ruas de Moscavide.

Ficámos ainda a saber que a Loures Parque que manda nas ruas de Moscavide, agora também fala com a Câmara Municipal de Loures que julgava eu que mandasse nas ruas de Moscavide, mas isso sou só eu que ainda sou do tempo em que não havia a Loures Parque que manda nas ruas de Moscavide, nem todas aquelas PPP e empresas municipais que tanto têm feito pelo progresso do País, do concelho de Loures, e obviamente das simpáticas pessoas de Moscavide.

Derivado do que nesses tempos recuados, segundo a pessoa de nome Abreu que manda na Loures Parque que manda nas ruas de Moscavide, a dita Moscavide era um completo e total Caos automobilístico, coisa de que nem eu nem as suburbanas pessoas de Moscavide se tinham sequer apercebido, provavelmente derivado de não estarmos ao corrente dos mais modernos conceitos de ordenamento automobilístico, rotatividade de estacionamento e outras coisas que, para além das praxes, a nossa juventude vai aprender para as universidades.

Claro que até vos podia contar aqui tudo o que lá se passou na reunião, embora bem espremido aquilo não deu nada, mas derivado dos meus múltiplos afazeres, nem eu posso estar para aqui a desbobinar (espero que o patrão pense que estou a acabar aquele mapa de stock que devia ter ficado pronto anteontem), nem vocês têm tempo ou pachorra para ouvir falar mais de cenas de caça à multa, fiscais da Loures Parque com tiques fascistas, carros bloqueadados e rebocados, ou do motorista de táxi que apanhou uma multa de 30 euros por ter ajudado a levar uma mala duma cliente octogenária ao 2º andar duma das ruas de Moscavide em que quem manda é a Loures Parque.

Mas ainda assim quero só dizer-vos que o momento mais divertido da reunião, e que pôs o pessoal todo a rir à gargalhada, foi quando a pessoa de nome Abreu que manda na Loures Parque que manda nas ruas de Moscavide, revelou que a Loures Parque que manda nas ruas de Moscavide não está cá nem para fazer caça à multa nem para extorquir dinheiro às pessoas de Moscavide que não mandam, mas que deviam mandar, nas ruas de Moscavide.

domingo, 5 de outubro de 2014

OS 60 ANOS DA REPÚBLICA EM MOSCAVIDE


Em 1970, um ano de intensas lutas operárias nesta parte oriental da cintura industrial de Lisboa, os democratas ligados ao MDP/CDE de diversas localidades do concelho de Loures, decidiram comemorar publicamente a implantação da República.

Embora não fosse habitual pedir autorização às entidades oficiais para este tipo de iniciativas, em 1970, para desmascarar a demagogia da chamada "Primavera Marcelista", foi decidido apresentar requerimentos para a realização das várias sessões comemorativas, entre elas a que teria lugar no Centro Social e Paroquial de Moscavide.

Como se refere na carta junta, o requerimento relativo à sessão de Moscavide foi subscrito por António Mascarenhas, Arnaldo Kruger, e José Anjos Julião, os dois primeiros operários da DIALAP, e o terceiro do Matadouro de Lisboa.

A sessão acabou por ser proibida e, para além da comunicação aos subscritores do requerimento, a PSP de Moscavide intimou para irem à esquadra a Direcção do Centro Social e Paroquial de Moscavide onde, no meio de algumas provocações, comunicaram ao padre José Policarpo(*) e a João Pimenta, que a sessão tinha sido proibida.

(*)
O padre José Policarpo, mais tarde Bispo e Cardeal de Lisboa, estava na altura a substituir o padre Francisco Cosme (ausente durante algum tempo em Madrid) e por inerência de função era o presidente do Centro Social e Paroquial de Moscavide, que dirigia juntamente com mais dois directores, João Pimenta e José Quaresma.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

NÓS AMÁVAMOS A AMÉRICA
As ilusões perdidas dum russo da geração de 90.


Nós amávamos a América. É verdade, eu lembro-me. Quando éramos adolescentes, crescendo nos anos 90, a maioria dos meus amigos da mesma idade nem sequer questionava a sua atitude para com a civilização ocidental. Era o máximo, como poderia ser de outra forma?

Ao contrário dos nossos avós, e até mesmo dos pais, nós não pensávamos na implosão da URSS - a "maior catástrofe geopolítica do século XX" - como um desastre. Para nós, era o início de uma longa jornada. Finalmente, íamos sair da concha soviética para o grande mundo - fixe e sem limites.

O primeiro golpe sério na nossa orientação pró-ocidental foi o Kosovo. Foi um choque; os nossos óculos cor de rosa foram quebrados em pedaços. O bombardeamento de Belgrado foi, para minha geração, como os ataques do 9/11 para os americanos. A nossa visão do mundo girou 180 graus.

Depois foi o Iraque, o Afeganistão, a separação final do Kosovo, a "Primavera Árabe", a Líbia, a Síria - tudo isso foi surpreendente, mas ainda não um tremor de terra.

Mas com o Euro Maidan (Kiev, Ucrânia) e a subsequente e feroz guerra civil tudo ficou claro: "o processo democrático" - desprovido de regras e lançado em território inimigo - não é um brinquedo geopolítico, mas uma verdadeira arma de destruição maciça. É o único tipo de arma que pode ser usado contra um Estado com armas nucleares.

É muito simples: quando alguém apertar o botão e enviar um míssil nuclear através do oceano, vai certamente receber um idêntico de volta. Mas quando semeia o caos em território inimigo, não é o culpado. Agressão? Que agressão ?! Este é um processo democrático natural! O eterno desejo das pessoas pela liberdade!

Vemos o sangue e os crimes de guerra, os corpos de mulheres e crianças, um país inteiro (Ucrânia) a precipitar-se de volta para a década de 40 - e o mundo ocidental, que nós tanto amávamos, assegura-nos que nada disso está acontecendo.

A cultura que nos trouxe Jim Morrison, Mark Knopfler, e os Beatles, não vê o que se está a passar. Os descendentes e os próprios participantes de Woodstock, os velhos hippies que tanto cantavam "All you need is love", também não vêem. Mesmo os atenciosos alemães da geração do pós-guerra que tentou penitenciar-se pelos pecados de seus pais, não vêem nada.

Há vinte anos atrás, não fomos derrotados. Nós rendemo-nos. Não perdemos militarmente, mas culturalmente. Nós só queríamos ser como vocês. O rock-n-roll fez mais do que todas as ogivas nucleares. Hollywood era mais forte que as ameaças e ultimatos. O rugido das Harley-Davidsons durante a Guerra Fria soava mais alto do que o estrépito dos caças e dos bombardeiros.

Vocês América eram um país fixe. Bom, vocês tinham Hiroshima, o Vietnam, o KKK e um armário cheio de outros esqueletos, como qualquer império. Mas, durante um tempo, toda essa porcaria não alcançou a massa crítica que transforma o vinho em vinagre.

Agora estão a desperdiçar o vosso principal activo - a superioridade moral. Activo que uma vez perdido não pode ser restaurado.

Vocês estão a começar a morrer lentamente, América. E se pensam que isso me faz feliz, estão enganados. Uma grande mudança de épocas é sempre acompanhada por grandes derramamentos de sangue, e eu não gosto de sangue. Nós, as pessoas que já passaram pelo pôr do sol do nosso império, podíamos até explicar o que vocês estão a fazer de errado. Mas não vamos explicar. Adivinhem vocês mesmos.

Dmitry Sokolov-Mitrich, jornalista russo.

(Extractos dum texto em Inglês, que pode ler integralmente aqui: http://bit.ly/1Ba2JXe )

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

DO QUE ELES FALAM QUANDO FALAM EM POUPAR
A propósito da discussão pública do Orçamento da C.M.Loures para 2015


Com dois dias de diferença leio no Publico duas noticias que dão conta de como o Estado "poupa" em despesas com crianças.

A primeira noticia é de 20/9/2014 http://bit.ly/1mJu95l e diz que a Segurança Social “poupou” 18,6 milhões de euros nos apoios às crianças com necessidades especiais, e a outra, de 22/9/2014 http://bit.ly/1pbE1jR , diz que a Câmara de Loures conseguiu "poupar" 1,7 milhões de euros por ano no contrato de fornecimento de refeições escolares.

Só que o "poupar" no caso dos 18,6 milhões de euros na Segurança Social quer dizer um corte de 13,4 milhões de euros de apoios a crianças com necessidades educativas especiais, de 26,3 para 12,9 milhões de euros, mais de 50%, e outro corte de 5,2 milhões aos subsídios por educação especial e bonificação do abono de família para crianças e jovens com deficiência, o que somado dá o tal "poupar" de 18,6 milhões de euros.

Já na Câmara de Loures o "poupar" de 1,7 milhões de euros por ano no contrato de fornecimento de refeições escolares, não implicou quaisquer cortes nem na quantidade nem na qualidade das refeições fornecidas às crianças, o que houve de facto foi mais um caso do combate à ineficácia, despesismo, e favorecimento de clientelas, que caracterizaram a anterior gestão PS Loures na câmara.

Claro que quem leia as duas noticias constatará facilmente a natureza oposta entre o "poupar" da Segurança Social e o da Câmara de Loures, mas o problema é que para a grande maioria o que conta é o titulo, e a ideia que poderá ficar é que tal como Rui Ramos vaticinou há cerca de um ano no Expresso, de que perante a Crise e o estado em que o PS deixou a câmara de Loures, não restaria a Bernardino Soares e à CDU fazer na Câmara de Loures, o que Passos Coelho e e PSD/CDS estão a fazer no país. Prognóstico que até à data está a sair completamente furado.

Num contexto de sérias dificuldades financeiras, decorrentes da situação em que o PS Loures deixou a câmara, e dos agravados cortes e restrições do governo PSD/CDS às autarquias, resolveu o novo Executivo CDU levar à discussão publica o Orçamento da Câmara para 2015.

Saudando a iniciativa aqui deixo os meus votos para que eleitos e munícipes saibam distinguir entre as diversos modos de conjugar o verbo "poupar", e que a discussão não se centre no que não será possível avançar agora, mas no muito que, apesar das dificuldades, é necessário e possível fazer para vivermos melhor no concelho de Loures.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A RÚSSIA FARTOU-SE?


Nem a implosão do regime socialista, nem o desmembramento da URSS e extinção do Pacto de Varsóvia, nem a abertura do país à pilhagem ocidental, foram suficientes para proporcionar à Rússia o lugar a que as suas elites atlanticistas aspiravam no concerto das potências capitalistas.

Tratada com sobranceria e desprezo, a Rússia parece estar agora a fartar-se de tanta humilhação. O apertar do cerco da Nato, as provocações na Ucrânia, e as sanções de natureza política, económica e financeira, parece serem a gota que vai fazer transbordar a taça.

No reinicio dos trabalhos da Duma (Assembleia Legislativa) da Federação Russa os líderes de TODOS os partidos concordaram em que abrigar qualquer esperança de relações sãs com o Ocidente é uma perda de tempo. O consenso agora é de que a Rússia deve:

1) Voltar-se para o resto do planeta;
2) Aceitar o desafio de lidar com uma situação hostil e agressiva do "Ocidente";
3) Usar esta oportunidade para libertar a Rússia do sistema político, económico e financeiro ocidental.

Talvez não seja ainda o ponto de não retorno, mas se Obama, com o apoio dos lacaios da UE, continuar na rota de confronto: Good bye New World Order.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

CESSAR O QUÊ?
Sobre o Cessar Fogo no leste da Ucrânia.


Ao fim de 10 dias e apesar de algum optimismo inicial, torna-se claro que as hostilidades no leste da Ucrânia nunca cessaram, e que se houve de facto uma abrandar das hostilidades tal deve-se à necessidade de as forças de ambos os lados se reagruparem e reposicionarem no terreno, depois da ofensiva da resistência nos finais de Agosto, que penalizou fortemente os nazi fascistas de Kiev.

Mas desde o principio houve sérias dúvidas sobre a viabilidade do cessar fogo. Em primeiro lugar devido ao que separa as duas partes, depois por a Junta de Kiev ter sempre violado anteriores acordos, e por ultimo devido a não se perceber quem fica obrigado por um acordo de cessar fogo assinado por:

Heidi Talyavini, embaixadora da OSCE L.D. Kuchma, presidente da Ucrania de 1994 a 2005 M.Y. Zurabov, embaixador da Russia A.V. Zakharchenko I.V. Plotnitskiy

Ou seja uma embaixadora da OSCE, que participa como observadora, um antigo presidente da Ucrânia que não revela quem está a representar, um embaixador da Rússia que sempre afirmou não ser parte do conflito (e portanto estará ali como observador ou facilitador) e os dois líderes das republicas de Lugansk e Donetsk, que assinam a titulo individual, sem indicação dos seus cargos na RPL e RPD, e que agora vêm a publico esclarecer que participaram nas negociações como observadores. Nem numa novela de Kafka se encontra enredo tão absurdo.


Nota final
O Acordo de Cessar Fogo, de que pode ver uma cópia e tradução em Inglês aqui: http://bit.ly/YLErXT é também uma pequena obra prima da arte da obfuscação.

domingo, 17 de agosto de 2014

A COREIA DO NORTE REVELADA.


Jang Jin-Sung poeta laureado da Coreia do Norte desertou e, desde então, tem-se dedicado a iluminar o mundo sobre a verdadeira natureza do regime dos Kim.

Esta semana está no Expresso a contar-nos que o mais jovem Kim usa sapatos com cunha para parecer mais alto, e a fazer outras revelações igualmente susceptíveis de alterar o equilíbrio geo estratégico do planeta.

Ao contrário do que por vezes acontece Jan Jin-Sung é uma testemunha credível (dizem eles), homem culto e informado, que nos confessa que até ao dia em que se encontrou (presumo que no WC) com Kim Jonj-il "julgava, por exemplo, que Kim não ia à casa de banho".

Nem quero imaginar o choque do Sung ao realizar (como se diz agora em neo liberalês) que o Kim mijava e cagava como qualquer um de nós.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

BAN KI MOON DIZ QUE A CULPA É DE NETANYAU E DO HAMAS, E OFERECE-SE PARA MEDIAR O CONFLITO.


OS REFORMADOS DE MOSCAVIDE NÃO PODEM SER PREJUDICADOS

Moscavide tem sido ao longo da sua existência como agregação populacional, prova real de afirmação associativa. O associativismo na história de Moscavide é uma marca incontornável no processo de formação da vila foi um forte factor de coesão ajudando à criação da sua identidade, e assim, foi sempre elemento de resposta às necessidades de convivência da população neste espaço de apenas um quilómetro quadrado. Por isso esta pequena terra é detentora de diversas agremiações que percorrendo objectivos específicos às suas formações eram e são sempre locais de convívio mais alargado. É assim Moscavide.

A CDU reconhecendo naturalmente o valor e a importância do associativismo como forma de expressão da acção social das populações em áreas tão abrangentes como a cultura e desporto, o recreio, a educação e também a ação social, tem pugnado ao longo dos anos pela defesa destas Instituições apoiando-as de diversas maneiras, quer participando no coletivo das suas Direções, quer quando está no poder Autárquico criando incentivos para o seu desenvolvimento e para a sua autonomia.

É pois com apreensão que estamos a assistir a entraves colocados ao Movimento Associativo em que se envolveram o Executivo da Junta de Freguesia de Moscavide e Portela e a Direção da CURPIM, acusando-se mutuamente de decisões e irregularidades que só tem trazido PREJUÍZO aos REFORMADOS desta Associação. Intromissões e promiscuidades que vêm do passado e que urge retifícar.

A CURPIM É DE TODOS E PARA TODOS. PARA A CDU, ESTA NÃO É A FORMA DESEJADA DE DEFENDER OS REFORMADOS, MAS SIM O DIÁLOGO CONSTRUTIVO PARA O BOM FUNCIONAMENTO DA INSTITUIÇÃO como se espera que venha a acontecer o mais breve possível.

Condição para que se possa construir um ambiente de excelência que nos leve também àquele que é o fim último desta notável instituição que é o apoio por ela prestado a este escalão etário - a população sénior - tão maltratada por esta politica do governo, mas tão necessária e bem-vindo nesta terra naturalmente envelhecida, dando aos REFORMADOS um forte e merecido motivo de orgulho.

ESTAMOS DISPONÍVEIS PARA AJUDAR E PARTICIPAR. ESTAMOS DISPONÍVEIS PARA CRIAR AS PONTES DE DIALOGO. PODEM CONTAR COM A CDU !

"PARA A CDU, É PRECISO DEFENDER OS INTERESSES DOS REFORMADOS. É PRECISO UM DIÁLOGO CONSTRUTIVO PARA O BOM FUNCIONAMENTO DA CURPIM!"

"PODEM CONTAR COM A CDU."

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

BES VELHO, NOVO BANCO, OU MAIS UMA TANGA POPULISTA PARA ENGANAR PAPALVOS.


A estória mete simpáticos cidadãos, depositantes em risco de perderem as suadas poupanças e contribuintes carecas de dar para o peditório da Banca, vilões, a família Espírito Santo agora tomada do espírito do Demo, cavaleiros brancos, Carlos Costa, Grão Mestre da Ordem do BdP ao serviço do regente Coelho e da Imperadora Merkel, e como no habitual conto de fadas destes tempos pós modernos, acaba, não propriamente com um final feliz, mas mais do tipo "foi o que se pôde arranjar".

Narrativa interessante, um amigo jornalista chama-lhe mesmo "engenhosa" mas, para mal dos nossos pecados, com sérios problemas de adesão à realidade, por exemplo:

A cena de retirarem activos "bons" aos BES, e levarem-nos para o Novo Banco, é o quê? Uma expropriação? Sem indemnizações? Ao abrigo de que legislação? Aquela parte da Constituição que garante a propriedade privada foi suspensa? Os accionistas e obrigacionistas, especialmente os grandes, internacionais, iriam engolir a mezinha sem estrebuchar?

Depois, num outro plano, dos cerca de 35 000 milhões de euros de depósitos de clientes que o BES tinha em 30/6/2014, quanto é que restará dentro de um ou dois meses no Banco Novo? Claro que não há filas de clientes à porta das agências mas, da PT à minha vizinha reformada, a migração para outros bancos vai de vento em popa. E sem o dinheiro que está a sair como é que o banco se vai manter? Mais "injecções"? E onde é que vão buscar tantas seringas?

Perguntas a que o tempo irá dando respostas, infelizmente muito diferentes da estória cor de rosa laranja que nos estão agora a impingir. Os custos do Novo Banco para o contribuinte (o Fundo de Resolução não passa dum biombo para tentar esconder o Estado) irão seguramente ultrapassar os do BPN. Somando a isto os prejuízos da derrocada do BES velho e das empresas do GES, é mais um pedregulho ao pescoço da hipotética, e mais uma vez adiada, recuperação da economia nacional.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Há ambiente para o Ambiente ?



Há 12 anos, o Departamento de Ambiente da Câmara Municipal de Loures ficou dotado de um conjunto de instrumentos que podiam ter permitido ao Município dar um passo substancial de progresso e afirmação na área ambiental no seu território, mas também ser um exemplo nacional e internacional, muito para além das declarações de boas intenções.

Não apenas exemplo pelo exemplo, mas verdadeiramente um exemplo de transformação sustentável, invejável, desejável.

A seu tempo, os convocarei aqui porque: a) eram e são pertinentes e b) os estudos e projectos que lhe estão subjacentes, custaram muito dinheiro ao erário público, ao longo de vários mandatos, e não devem simplesmente apodrecer sem consequência num qualquer arquivo, caso não tenham sido já triturados, naquela mega-operação de reduzir a farrapos toneladas de papel, missão a que se prestou a equipa derrotada nas ultimas eleições autárquicas.

Hoje, serei mais prosaico e apenas chamo à colacção o projecto do Sistema de Gestão Ambiental, que na sua essência era – e pode ser – um projecto singelo, mas que transportava – e deve transportar – no bojo, uma verdadeira revolução na abordagem ambiental e de sustentabilidade em Loures.

Recordo, os pressupostos essenciais:

1.       Visava que as entidades municipais se constituíssem em padrão de conduta ambiental para empresas, instituições e cidadãos. Não faz sentido que a Câmara Municipal ou os Serviços Municipalizados promovam a fiscalização e apliquem coimas a terceiros ou invistam em educação ambiental, para que depois os serviços municipais tenham procedimentos e uma actuação que negue ou contrarie os bons princípios reclamados;

2.       Tinha por objectivo, uma progressiva redução de custos na actividade municipal, uma “austeridade” inteligente e propiciadora de novos investimentos. Desde a poupança de papel à redução do consumo de combustíveis fósseis, da concepção de equipamentos municipais sustentáveis à utilização racional da água. E muito, muito mais, que não se detalha por razões de espaço. Portanto, nada de gastar mais, mas antes, economizar e muito;

3.       A transversalidade às instâncias municipais. Câmara, Serviços Municipalizados, Empresas Municipais, Participações Accionistas do Município, Fornecedores;

4.       Uma aplicação progressiva, passo a passo, alterando processos e mentalidades, assegurando o envolvimento de todos os agentes municipais, em efeito mancha de óleo e a penetração no quotidiano das melhores práticas;

5.       A transposição para a comunidade, do exemplo, das conquistas, das vantagens, dos benefícios, obtidos no contexto municipal;

É um conceito cuja potencialidade justifica que a direcção política do Município equacione recuperar, por ventura, noutros termos e com outros protagonistas e, sobretudo, accionar.

Caso haja ambiente, para o Ambiente…


segunda-feira, 28 de julho de 2014

DIREITO À MEMÓRIA: LUTA, E REPRESSÃO FASCISTA, EM MOSCAVIDE.


A propósito da exposição "Loures na Rota para a Liberdade (1958-1976)", presente no Arquivo Municipal de Loures, recordo aqui o documento "TODOS AO RECENSEAMENTO ELEITORAL" que servia de apoio a uma campanha de recenseamento porta a porta, levada a cabo, em princípios de 1971 em Moscavide, por activistas do MDP/CDE.

Embora tratando-se duma iniciativa no quadro "legal" do regime, e se viver então em pretensa "primavera marcelista", nada escapava à vigilância e repressão do regime fascista (que agora tanta gente se empenha em branquear) como podem ver pela Informação do pide, que decorre da decisão de identificar os "subversivos" responsáveis por tal acção "anti regime".


Se repararem as averiguações incidiram apenas sobre alguns, não todos, os signatários do Apelo, porque a maioria, como pode ler na Informação do pide: "QUANTO AOS RESTANTES, EM VIRTUDE DE JÁ EXISTIREM AS SUAS IDENTIDADES (FICHAS) NA DGS (PIDE), NÃO FOI PRECISO PROCEDER-SE ÀS AVERIGUAÇÕES ACERCA DOS MESMOS".

Lembrar quem não viveu esses tempos que ter Ficha na Pide era suficiente para, entre outras coisas, uma pessoa deixar de ter acesso a emprego, ou mesmo ser expulso da função publica e de grandes empresas, ser-lhe vetado o exercício de cargos dirigentes em qualquer tipo de associação (todas sujeitas a homologação do governo), ver recusada a emissão de passaporte, enfim, ter a sua vida publica e privada devassada pelos agentes e a tentacular rede de informadores da Pide.





quarta-feira, 23 de julho de 2014

RESISTENTES ANTIFASCISTAS


O Grupo do Facebook "Fascismo Nunca Mais" está a publicar curtas biografias de resistentes antifascistas, que se encontram coligidas na Página Nas suas vidas a força do povo

Pode ainda aceder a essas biografias através deste ÍNDICE por ordem alfabética do primeiro nome.

domingo, 6 de julho de 2014

De quem é o mandato ?


A questão que aqui quero trazer à indagação geral e reflexão colectiva, não é jurídica. É política e ética !

E é muito simples, a pergunta, mas já a resposta não me parece linear, embora sobre ela tenha convicções como adiante se verá.
 
Pelo nosso sistema eleitoral - que acho bem estruturado, democráticamente evoluído, verdadeiramente representativo, embora não perfeito, claro - os indivíduos aceitam candidatar-se aos cargos políticos, integrados em listas (excepção feita, evidentemente, ao cargo unipessoal de Presidente da República) de forças políticas ou listas de cidadãos (ditas independentes).


Ao aceitarem integrar uma tal lista, revelam dispor-se a partilhar com outros um projecto de intervenção, qualquer que ele seja. Assumem, desde logo, um compromisso com os seus pares, os seus companheiros da lista candidata.

Se se integrarem numa lista de uma força partidária, estarão cumulativamente a aceitar representar - em menor ou maior grau - para além do projecto em concreto pelo qual são candidatos, um ideário, subjacente à existência e actividade da referida força partidária através da qual se candidatam.

No dia das eleições, sujeitam-se a si próprios, o projecto que representam e a força política em que se candidatam e o seu ideário, ao juízo dos eleitores, que fazem as suas opções, votando.
Como as condições em que se candidatam dificilmente são autonomizáveis - a menos que tenha havido uma prévia clarificação pública da situação -, uma vez eleito o indivíduo, levanta-se a questão (e tantas vezes tem sido levantada em termos práticos) sobre a quem verdadeiramente pertence o mandato.

Pertence ao indivíduo candidato eleito, ao grupo ou força política pela qual se candidata ou aos eleitores que votaram naquela lista ?

Acredito que hajam opiniões para todos os gostos e, certamente, se jogará - quando a questão se coloca - com inúmeros argumentos, consoante as conveniências e os interesses em jogo.

 
Julgo que os partidos institucionalistas, do sistema, da reprodução do status quo, reclamarão para si a "propriedade" do mandato e a discricionaridade da decisão de manterem "confiança" em tal ou tal eleito, de acordo com a sua fidelidade ao ideário, lealdade aos principios programáticos e conduta perante a acção política concreta.

Os indivíduos, apesar de integrados numa lista e apesar de terem aceite todas as condições de partida e tendo-se sujeitado ao voto popular num dado projecto, tendem (em momentos de crise ou tensão interna) a reivindicar o mandato para si próprios. No limite, reclamando uma condição de "eleito independente" e promovendo a ruptura com a lista ou partido pelo qual se candidataram, permanecendo, contudo, na função.

 
Estas são, diria, as situações mais frequentes, para não dizer as exclusivas, a que temos podido assistir na vida política nacional.
 
Não conheço caso nenhum em que prevaleça a vontade do eleitor ou que lhe seja dada a possibilidade de ajuízar e decidir sobre se quer manter o indivíduo em funções ou se reconhece ao "colectivo" em que o indivíduo se integra o direito de o censurar ou remover.
 

Permito-me considerar que numa democracia avançada, participativa, éticamente evoluída - num futuro qualquer em que seja possível pô-la em prática total ou parcialmente - que devem os cidadãos:

1. Os que foram eleitos, terem a capacidade de reconhecer que o mandato não é exclusivamente seu, terem a capacidade de eventualmente assumir as suas insuficiências para o cargo em que estejam investidos ou para implementarem o projecto que diziam representar e a humildade de abdicarem quando manifestamente as suas acções não correm a contento e se percebe o "choque" com a vontade do "seu" eleitorado;

2. Os que elegeram, terem a capacidade de vigiar as suas escolhas, terem a sensatez de assinalarem o que lhes parece que não está a correr bem e, em tempo oportuno, terem a determinação de exercer a sua influência, em ordem a fazer substituir quem não corresponde ou, a "pôr na ordem", a lista ou força partidária que suportou a eleição do indivíduo.

Bem reconheço que estarei a navegar num plano de exigência cívica quase idealista, mas não reflectir sobre a problemática e não elevar o patamar de cidadania só dá mais e mais espaço a todos os oportunismos e a condutas políticas e éticas pouco recomendáveis, dos indivíduos, das listas, dos partidos.

Defendo pois que os cidadãos (eleitores, bem entendido) devem ter, a todo o tempo, uma palavra a dizer sobre aqueles que elegeram e, que os eleitos, devem estar a todo o tempo preparados e disponíveis para renunciar aos seus cargos.

A minha visão é a de que o indivíduo não pode - em nome do interesse geral - impôr a sua presença quando, manifestamente perturba a concretização do projecto que dizia representar ou quando, os seus eleitores lhe façam sentir que está num caminho errado.

 
Em suma, para mim, o mandato não é do indivíduo e, por muito injustiçado que possa sentir-se, deve abdicar assim que explicitamente perceber que é persona non grata na concretização daquele projecto.

A problemática tem inúmeros talvez, apesar, contudo, se, provavelmente. Mas a verdade é que em política o que parece, costuma ser.

Portanto, de quem é o mandato ?

Do indivíduo, só muito parcelarmente, sejam quais forem os seus méritos, experiência ou curriculum.

Não faltam por aí profissionais altamente competentes que têm muito pouca capacidade de representarem interesses mais vastos que a si próprios ou da sua classe profissional.

As coisas são o que são e o mandato - numa democracia representativa - só pode ser dos eleitores. Digo eu...

sábado, 28 de junho de 2014

EU VOTO NO COSTA
Para todos, à esquerda, podermos seguir em frente com as nossas vidas.


Se me deixarem votar, claro, coisa improvável pois com o Coelhone e o Constança a fazer o Regulamento das primárias, provavelmente os tais simpatizantes, para puderem votar, vão ter de apresentar um atestado de direita passado pelo PSD ou pelo CDS.

Mas se pudesse votar, votava mesmo no Costa. Não por Costa ser mais à direita ou à esquerda que Seguro, nem por, como não tenho problemas em admitir, achar o Costa um tipo com mais pinta e savoir faire. As minhas razões para preferir o Costa são outras:

Com Costa ou com Seguro, em 2015 o PS estará no governo, muito provavelmente com o PSD, a aplicar o Pacto Orçamental em modo "saída limpa" da troika: cortes, privatizações a preço da uva mijona, desregulação, despedimentos, desemprego, desigualdade, caridade, miséria.

Por isso o destino do PS, como aliás o da social democracia (socialismo) europeia, está traçado e vai ser o destino do PASOK, que em menos duma década caiu de votações acima dos 40%, para os 12% nas europeias de Maio.

A diferença entre Costa e Seguro, é que com Seguro a queda do PS será menos abrupta e a agonia mais longa, pois aquela esquerda que há décadas vive da esperança de que o PS ainda há-de ser socialista, para essa esquerda light & sebastianista, com Seguro no governo ficará sempre a ilusão de que com Costa teria sido diferente.

Com Costa, deixará de haver desculpas, encerra-se de vez o capítulo da hegemonia PS do centro esquerda, e como se diz daquelas separações que põem um ponto final a longas relações há muito falhadas, poderemos todos, à esquerda, seguir em frente com as nossas vidas.

domingo, 22 de junho de 2014

10 PONTOS A PROPÓSITO DA CRIAÇÃO DO SIMAR (*)
Serviço Inter Municipalizado de Águas e Resíduos Sólidos de Loures e Odivelas.


I
A luta dos trabalhadores contra a destruição dos SMAS e por um serviço publico de Águas e Resíduos Sólidos ao serviço das populações de Loures e Odivelas, é a luta politica mais importante dos últimos anos no concelho de Loures (**).

II
A luta dos trabalhadores dos SMAS foi determinante na conquista da Câmara de Loures por Bernardino Soares e a CDU nas autárquicas de 2013.

III
Se o PS tivesse continuado à frente da Câmara de Loures, a privatização das Águas em Odivelas, mesmo com a continuação da oposição dos trabalhadores dos SMAS, estaria agora a ser concretizada sem problemas de maior.

IV
Mas com a vitória da CDU, Susana Amador perdeu quem lhe assegurava a obediência/conivência da Câmara de Loures à concretização da privatização das Águas aprovada em Assembleia Municipal de Odivelas, com os votos favoráveis do PS e PSD, em Fevereiro de 2013.

V
Com o PCP e Bernardino Soares à frente da Câmara de Loures, tentar levar por diante a concretização da privatização (como é que Odivelas podia privatizar uma coisa que não lhe pertencia?) seria meter-se num sarilho sem fim à vista nem solução garantida, e foi isso que levou Susana Amador a recuar e a aceitar negociar com Bernardino Soares.

VI
Cedendo no acessório (paridade na gestão do SIMAR quando Loures tem mais território e população que Odivelas), Bernardino Soares, alcança o essencial, o abandono da privatização e o acordo para a constituição do SIMAR.

VII
A vitória que representa a criação dos SIMAR, embora importante e fundamental nesta fase da luta, não afasta definitivamente os perigos que pendem sobre o serviço publico de água e resíduos sólidos nos concelhos de Loures e Odivelas.

VIII
O recuo de Odivelas pode ser apenas temporário, a criação do SIMAR pode até vir a ser uma base mais favorável para a privatização das águas e lixo no futuro, caso o PS dos interesses e negócios consiga de novo vir a controlar as duas câmaras.

IX
A privatização pelo governo, da EGF/Valorsul é outra frente de ataque do Capital ao serviço publico, contra o qual há que continuar a mobilizar todas as forças politicas que se opõem à privatização do tratamento dos resíduos sólidos, bem como os principais interessados nesta luta, as populações.

X
A prazo, a defesa do SIMAR passa também por resolver os actuais problemas de funcionamento dos SMAS, prestar de forma consistente um serviço eficaz e de qualidade, e responder à aspiração generalizada dos utentes de ver reduzido o valor da "factura da água" (***).


(*) Até dava para explicar (quase) isto tudo por miúdos, mas nem eu tenho tempo nem pachorra para escrever, nem os amigos para ler, assim ficam só as conclusões, e se não estiver de acordo com alguma coisa podemos sempre trocar umas ideias sobre o assunto.

(**) O acontecimento politico mais importante foi a vitória da CDU nas autárquicas de 2013, mas isso seria assunto para outros pontos.

(***) A chamada "factura da água" inclui o pagamento da água consumida, mais os serviços de águas residuais e a recolha do lixo.

domingo, 15 de junho de 2014

A ESCOLHA DA SELECÇÃO, OU UMA OPORTUNIDADE PERDIDA DE SE AFIRMAR A HISTÓRIA COMUM DE PORTUGAL E DO BRASIL.


"...até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram vinte e um dias de Abril, (...) topámos alguns sinais de terra, os quais era muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes dão o nome de botelho, assim como a outras a que dão o nome de rabo-de-asno. (...)
E à quinta-feira, pela manhã, fizemos vela e seguimos direitos à terra (...) onde todos lançámos âncoras em frente à boca de um rio. E chegaríamos a esta ancoragem às dez horas pouco mais ou menos. (...)
E o capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens."


Este primeiro contacto dos portugueses com a terra e gentes do Brasil, há 514 anos, que aqui nos é relatada na Carta de Pêro Vaz de Caminha, aconteceu precisamente em Porto Seguro a cerca de 600 Kms de São Salvador da Bahia, onde Portugal irá disputar os jogos da 1ª fase deste Mundial de Futebol de 2014.

Que Porto Seguro tem todas as condições para receber condignamente uma selecção de futebol está bem comprovado por ter sido a escolha da selecção da Alemanha.

Mas a gentinha rasteira que está à frente do futebol nacional, vá-se lá saber porquê, preferiu escolher Campinas a cerca de 2000 kms donde os jogos são disputados, certamente sem fazerem a mais pequena ideia do significado que, no plano do simbólico, a escolha de Porto Seguro para casa de Ronaldo e companheiros, poderia ter para o conhecimento mútuo das Histórias de Portugal e do Brasil.

domingo, 8 de junho de 2014

COMO OS RICOS RESOLVEM O PROBLEMA DOS SEM ABRIGO.




"É um escândalo que alguém tenha de dormir na rua no século 21 na Grã-Bretanha. No entanto, ao longo dos últimos três anos o numero de pessoas que dorme na rua tem crescido abruptamente em todo o UK, e por uns impressionantes 75% em Londres. Por trás desses números estão pessoas reais que lutam com a falta de habitação, cortes de benefícios e cortes nos serviços de sem-abrigo para ajudá-los a reconstruir suas vidas." 
Katharine Sacks-Jones, directora da Campanha Crise.

Para os londrinos ricos, incomodados pelos sem abrigo que dormem à porta dos seus prédios, lojas ou parques, a solução é fácil, simples e barata.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

O FIM DA NOVA ORDEM MUNDIAL, OU O FUTURO DA RUSSIA ESTÁ NA ÁSIA.


Com a implosão da União Soviética, os EUA aprofundam o projecto imperial, a Nova Ordem Mundial, NWO, para a qual tentam atrair, numa posição subalterna, os países do ex bloco do leste.

A NATO e a UE são instrumentos fundamentais dessa estratégia que, embora averbando alguns sucessos, nomeadamente entre os países bálticos e da Europa do leste, cedo se revela contraproducente em relação a um grande país como a Rússia, com ambições regionais próprias, e que não tarda a  aperceber-se do estatuto de semi colónia que a NWO lhe reserva.

Neste quadro, o que está a acontecer na Ucrânia não poderá ser surpresa para ninguém e, como um destacado politico e estratega, Christopher Hill, reconhece pode significar o começo do fim duma estratégia imperial, que da Rússia, à América Latina e China, encontra cada vez maior resistência. Parece-me pois valer a pena ler este artigo de Christopher Hill, The End of the New World Order, de que aqui deixo um pequeno extracto:

"A anexação da Crimeia pela Rússia, e a sua continuada intimidação à Ucrânia parece significar o fim de um período de 25 anos, cuja marca saliente foi um esforço para trazer a Rússia para um maior alinhamento com os objetivos e tradições euro-atlânticas.

Agora a pergunta é: O que é que se segue? ( ... ) A nova ordem mundial (NWO) manteve-se por quase 25 anos. Excepto para o breve período de guerra com a Geórgia, em Agosto de 2008 (um conflito geralmente visto como instigado pela imprudência da liderança georgiana), a aquiescência e compromisso da Rússia com a "Nova Ordem Mundial", embora problemático, foi uma das grandes realizações da era pós-Guerra Fria.

Mesmo a relutância da Rússia em apoiar a acção concertada do Ocidente, como na Bósnia e Kosovo na década de 1990, foi baseada em argumentos que podiam ser ouvidos noutros países europeus.

A democracia russa certamente teve sua quota parte de falhas, mas isso não a tornava única entre os países pós-comunistas . ( ... ) 
Os americanos precisam entender o desafio que enfrentam de uma Rússia que não parece mais interessada no que o Ocidente lhe tem vindo a oferecer nos últimos 25 anos: um estatuto especial com a NATO, uma relação privilegiada com a União Europeia, e uma parceria no esforço diplomático internacional."

Christopher R. Hill, ex-subsecretário de Estado dos EUA para a Ásia Oriental, foi embaixador dos EUA no Iraque, Coreia do Sul, Macedónia, Polónia, enviado especial dos EUA para o Kosovo, e negociador dos Acordos de Paz de Dayton. 


terça-feira, 3 de junho de 2014

As decisões do Tribunal Constitucional fazem lembrar os casos de violência doméstica.


O agressor apanha uma pequena repreensão dos juízes mas continua à solta e no aconchego do lar, enquanto a mulher, ou sujeita-se a mais do mesmo, ou tem que procurar refúgio noutras paragens.

terça-feira, 27 de maio de 2014

ELEIÇÕES PARA O PE NA PORTELA
Porque será que a maior subida da CDU no concelho de Loures foi na Portela?


É certo que os resultados da CDU nestas eleições foram muito bons a nível nacional, e melhores ainda no concelho de Loures, mas as subidas da CDU nalgumas das freguesias de Loures são mesmo espectaculares, como é o caso da freguesia de Loures com uma subida de 55,8%, ou da Portela ainda ligeiramente melhor: 56,7%.

Saber as razões para a subida de 57% da votação na CDU na Portela (6,7% dos votos em 2009 e 10,5% em 2014), é capaz de ser importante, até porque a votação de 2009 já tinha sido melhor do que a de 2004, e provavelmente a de 2004 melhor do que 1999.

De 2004 para 2014, em dez anos, a votação da CDU na Portela, para o PE, passou 6% para 10,5%, um crescimento de 75%. Crescimento efectivo que não teve a ver com o aumento da abstenção, que para o PE se manteve aqui à volta dos 52%, sendo aliás a deste ano, 51,2%, a mais baixa deste período.

Mas afinal o que é que faz crescer a votação da CDU na Portela?

Começando pelo mais simples podemos constatar que a subida deste ano não tem a ver com a campanha eleitoral, por aqui pouco expressiva e até mais fraca que a de 2009.

Não é também devido ao trabalho politico ou intervenção na vida do bairro dos membros locais do PCP, pois embora militantes respeitados, a sua intervenção a nível local é, quando muito, muitíssimo discreta.

Uma das razões poderá ter a ver com as alterações na composição social da Portela, que não corresponde já aquela imagem de há 30 ou 40 anos atrás, de gente maioritariamente privilegiada e conservadora. Muitos habitantes originais já aqui não moram, mudaram-se para outras bandas mais agradáveis ou entretanto faleceram, sendo que no geral foram substituídos por gente de trabalho, nomeadamente profissionais qualificados e empregados dos serviços.

Outra explicação que se poderá eventualmente juntar àquela pode estar relacionada com o facto de a Portela ser a freguesia do concelho de maior nível educacional, 44% de licenciados.

E a hipótese que aqui ponho, e que a concretizar-se poderia ter consequências interessantes a um nível mais geral é: Será que as pessoas com um maior nível de educação, profissionais qualificados, estão a começar a perceber melhor as causas da Crise e as consequências devastadores das politicas do Governo PSD/CDS? E será que algumas delas compreendem ainda que é o PCP a força politica mais consequente e empenhada numa inflexão deste rumo de desastre, e que por isso, ultrapassando preconceitos e receios, começam também a dar-lhe a confiança do seu voto?

Enfim, se os amigos têm uma explicação melhor, o que provavelmente não é difícil, para esta saborosa subida da votação da CDU na Portela, deixem por aqui um comentariozinho a dizer de vossa justiça.


ADENDA

Nos últimos 15 anos a Portela terá perdido cerca de 3 000 habitantes, a maioria do agora demolido bairro precário da Quinta da Vitória, de trabalhadores e outra população de baixos rendimentos. Embora a maioria daquela população tenha saído da Portela antes do inicio do período aqui analisado, 2004 a 2014, uma parte razoável só saiu da Quinta da Vitória nos últimos 10 anos, o que coincide com o crescimento do aumento da votação de 75% na CDU aqui referido, e dá ainda maior relevo ao que aqui se fala sobre o aumento de votação na CDU dos últimos 10 anos.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

A UCRÂNIA EM TUMULTO, por Israel Shamir


Por estes dias Kiev não é um local agradável para estar. A emoção revolucionária acabou, e a esperança por novos rostos, o fim da corrupção, e a melhoria económica, secou. A revolta da praça Maidan e o golpe que se seguiu apenas tornaram a baralhar as mesmas cartas marcadas, sempre à volta do mesmo poder.

O novo presidente em exercício era primeiro-ministro em exercício e ex-chefe do SBU (KGB ucraniano). O novo primeiro-ministro interino foi ministro dos Negócios Estrangeiros. O oligarca mais provável de ser "eleito " presidente dentro de dias foi também Ministro dos Negócios Estrangeiros, presidente do banco estatal, e tesoureiro pessoal de dois golpes de Estado, em 2004 (a instalação de Yushchenko) e em 2014 (a instalação dele próprio). O seu principal concorrente, Julia Timoshenko, foi durante anos primeira-ministra, até à sua derrota eleitoral em 2010.

Estas foram pessoas que trouxeram a Ucrânia para o seu abjecto estado actual. Em 1991, a Ucrânia era mais rica do que a Rússia, hoje é três vezes mais pobre por causa da má gestão e roubo dessas pessoas. Agora planeiam um velho truque: obter empréstimos em nome da Ucrânia, embolsar o dinheiro e deixar o país endividado, venderem activos estatais a empresas ocidentais e pedir à NATO para entrar e proteger o investimento externo.

Jogam um jogo duro, soqueiras e tudo. A Guarda Negra, uma nova força armada tipo SS, do neo- nazi Sector Direita, ronda o país, prendem e matam dissidentes, activistas, jornalistas. Centenas de mercenários americanos, da empresa " privada" Academi (anteriormente Blackwater ) estão espalhados pelas províncias do Leste e do Sudeste. As reformas impostas pelo FMI cortam as pensões para metade e duplicam as rendas da casa.

O novo regime de Kiev deixa cair o último disfarce de democracia, expulsando os comunistas do parlamento. Com isto ficam ainda mais bem vistos junto dos EUA. Expulsar comunistas, candidatar-se à NATO, condenar a Rússia, e tudo é possível, até mesmo queimar dezenas de cidadãos vivos, como fizeram em Odessa.

(ler continuação do artigo, aqui: http://bit.ly/1jWU6ee )

sábado, 10 de maio de 2014

LIGAÇÃO PORTELA - MOSCAVIDE: NEM RODINHAS NEM 728 DA CARRIS, O QUE FAZ FALTA É UMA LIGAÇÃO ÚNICA.


À primeira vista até pode parecer uma vantagem, ter duas ligações rodoviárias entre a Portela e Moscavide, o problema é que qualquer delas tem limitações, são uma duplicação desnecessária (o percurso é quase o mesmo), nenhuma delas de per si, nem as duas em conjunto, prestam um serviço aceitável.




O Rodinhas só opera das 7:30 às 19:30 (no verão das 8:00 às 19:00), não funciona ao fim de semana, e para quem tenha passe da Carris, e faça uma ligação por dia ao Metro de Moscavide, ida e volta, representa uma despesa adicional de 1,10 €/dia ou 24 €/mês (sem fins de semana).




O 728 da Carris é mais caro, viagem de 1,25€, ou 1,40€ bilhete comprado no autocarro, em vez dos 0,55 € do Rodinhas, pelo que na pratica é usado sobretudo por quem tem passe da Carris. Além disso o cumprimento dos horários deixa muito a desejar, dado ser uma carreira que atravessa toda a cidade do Restelo à Portela, sendo frequentes tempos de espera de meia hora ou mais, o que é de todo impróprio para um serviço de proximidade e anula completamente a vantagem de termos na Portela o Metro a cerca 2 km de casa.




O que faz falta, em vez de duas ligações, cada uma com as suas limitações, é uma ligação única Portela-Moscavide, assegurada pela Carris, tipo mini bus semelhante aos que a Carris tem nalguns bairros de Lisboa, que obviamente aceite o passe L1, que ofereça igualmente uma tarifa semelhante ao Rodinhas para quem não tenha passe da Carris, que funcione ao fim de semana (como o actual 728), e que ofereça uma ligação Moscavide/Portela das 6:30 à 1:00 da manhã, horário de funcionamento da linha vermelha do Metro.




Uma solução deste tipo teria ainda a vantagem adicional, importante nos tempos de correm, de ter menos custos do que a soma das duas ligações existentes: Rodinhas e 728 da Carris (que se manteria entre Moscavide e Restelo). A Carris teria o beneficio de adicionar à receita dos utentes do 728 as dos actuais clientes do Rodinhas, e a Câmara de Loures pouparia umas largas dezenas de milhares de euros, que actualmente paga ao concessionário pelo serviço do Rodinhas entre a Portela e Moscavide.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

CONTRA A PRIVATIZAÇÃO DA VALORSUL, AGORA O QUE FAZ FALTA É TRAZER A LUTA PARA A RUA.


Conforme pode ver nesta informação "Os presidentes das assembleias municipais de Loures, Lisboa e Vila Franca de Xira, pediram no dia 30 de abril, uma reunião com o ministro do Ambiente, demonstrando a sua discordância quanto à privatização da Empresa Geral do Fomento (EGF) e Valorsul".  Discordância que, de acordo com a noticia, assenta no receio de eventuais prejuízos para a saúde publica se a actividade do tratamento de lixos passar para o privado.


Ora o que pode acontecer como resposta a esta linha de argumentação é o governo dizer que não há caso para preocupações e dar, no papel, todas e mais algumas garantias de que os privados vão assegurar o funcionamento impecável da Valorsul. Garantias que depois na vida real têm um efeito pouco mais de nulo, como já estamos habituados com as benditas entidades reguladores que apenas servem para dar a impressão de que, face aos privados, existe quem defenda os direitos e interesses dos cidadãos.

Parece-me por isso que não chega expressar duvidas e preocupações sobre os efeitos da privatização, e que há que pegar o boi pelos cornos, explicando claramente que a lógica empresarial do lucro é incompatível com os requisitos do serviço publico, nomeadamente numa área tão sensível para a saúde publica como a recolha do lixo.

Claro que esta linha de argumentação não contará com grande apoio ou simpatia daqueles que acham que o privado é que é bom, que o Estado não sabe gerir, e que os partidos o que querem é jobs for the boys.

É mais uma batalha da longa guerra que ainda estamos a perder mas de que temos de inverter o rumo, aliás, da guerra que já começa a dar a volta, como se viu há pouco na vitória contra a privatização da parte de Odivelas dos SMAS de Loures. Batalha a travar não só baseados em princípios mas também nos factos do que tem sido o resultado desastroso para os cidadãos da privatização da água, do lixo, e em geral dos serviços públicos.

Mas há outras linhas de defesa da manutenção da EGF/Valorsul na esfera publica que podem contar com um largo apoio dos munícipes, como por exemplo:

a) A questão da propriedade, o facto de o governo estar a espoliar os Municípios retirando-lhe mais esta receita (a Valorsul dá lucro), o que a par dos cortes no financiamento através do OE, forçam as Câmaras ou a cortar serviços ou a aumentar impostos (IMI, derramas, taxas).

b) A inevitabilidade, no caso de a privatização se concretizar de, a curto ou médio prazo, aumentarem os preços dos serviços de tratamento de lixo. O que em Loures vai claramente contra o desejo e expectativa dos munícipes que querem ver reduzida a "factura da água", que como sabem inclui o preço da água, das águas residuais e do lixo.

Por estes ou outros caminhos, o que agora faz falta é não só dar mais visibilidade ao bom trabalho que a Câmara e Assembleia Municipal de Loures, e das outras autarquias sócias da Valorsul, estão a desenvolver contra a privatização, mas sobretudo trazer a luta para a rua, para os principais interessados, os munícipes com muitas e boas razões para lutar pela manutenção do tratamento do lixo na esfera publica.


Ver também: A PRIVATIZAÇÃO DA VALORSUL, A GREVE DO LIXO, E A FACTURA DA ÁGUA.


terça-feira, 29 de abril de 2014

DOS VIOLINOS DE CHOPIN À MUSICA DE ARY DOS SANTOS.


Provavelmente até há uma razão qualquer, que me escapa totalmente, para esta compulsão de políticos de direita, tão evidente nas comemorações dos 40 anos de Abril, se darem ares de gente culta e/ou de esquerda.

Talvez ainda se lembrem de aqui há uns anos, num momento de auto revelação da sua fascinante pessoa, Santana Lopes confessar numa entrevista: “adoro ouvir os violinos de Chopin”.

Por aqui, no Noticias da Portela e Moscavide deste mês, é a vez do jovem Ricardo Andrade, PSD, líder da coligação Mudar Loures na Assembleia Municipal que, num texto assim para o confessional, onde fala da sua "relação" com Abril, não escapar também à tentação de se enfeitar com uma peninha de esquerda, evocando a musica de, entre outros... ARY DOS SANTOS.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

LUÍS PESSOA, UM AMIGO E CAMARADA NA REVOLUÇÃO DE ABRIL
Com alguns factos menos conhecidos da participação do PCP no 25/4


Às primeiras horas do dia 25 de Abril o tenente miliciano Luís Ribeiro Pessoa à frente de duas companhias militares sai pela porta do cavalo das instalações de Santa Margarida depois de ter apontado a arma a um soldado que se recusava a entregar o único mantimento a que conseguiram deitar mão, uns sacos de pães.

Na Golegã as duas companhias juntam-se a outra da EPE, que traz as munições, e sob o comando de Luís Pessoa a coluna ruma a Porto Alto, onde se separam, uma companhia segue para Lisboa, outra vai controlar os acessos da Ponte de Vila Franca de Xira, e a de Luís Pessoa para o objectivo principal, a ocupação e controlo das antenas do Rádio Clube Português em Porto Alto.

Depois de se inteirar em pormenor como se desligavam as antenas, e de ter explicado aos funcionários que a sua missão não era cortar, mas manter no ar a emissão, Luís Pessoa havia de receber mais tarde um telefonema do dono da estação, Jorge Botelho Moniz, homem do regime que como oficial do Exercito tomou parte no 28 de Maio de 1926, a dar ordem para desligar o emissor.

Tudo isto é publico e bem conhecido, mas embora públicos e documentados há outros factos da participação de Luís Pessoa, e do PCP, no 25 de Abril de que quem ainda não sabe vai gostar de ficar a conhecer.

Mas antes disso e como se diz agora, fazer uma declaração de interesses, sou amigo de Luís Pessoa que conheci há 45 anos na casa do pai em Lousa, num dos muitos contactos de José Gouveia (e que eu acompanhava) a democratas do concelho de Loures, com vista à preparação e lançamento do que viria a ser a CDE e a sua participação nas "eleições" de 1969.

Entrando a meio da nossa conversa com o pai, o Luís Pessoa, volta-se para mim e diz: Deixa lá os velhotes recordar os tempos antigos e vamos para ali para me dizeres o que há para fazer. Na altura para aí com uns 20 anos, estava a estudar no IST e só ia ocasionalmente passar os fins de semana a Lousa, mas sem que lhe pedisse nada ofereceu-se logo para em Lisboa fazer o que pudesse, avançando mesmo com meia dúzia de sugestões.

De 1969 a 1972, quando começa o serviço militar, Luís Pessoa é um activo membro do MDP/CDE, com uma forte ligação à zona oriental e operária do concelho de Loures onde faz grandes amigos, a certa altura integrando o Secretariado do MDP/CDE com, entre outros, Lino de Carvalho e António Ferreira.

Mas voltando aos acontecimentos do dia 25 de Abril, apesar da ideia muito difundida de que o PCP não tinha a mais pequena ideia do que se estava a passar, gostaria de lembrar, com o exemplo de Luís Pessoa, que as coisas não foram bem assim.

É na sua qualidade de militante do PCP, e em ligação com a estrutura militar do Partido, que o tenente miliciano Luís Pessoa faz chegar a Otelo, no principio de 1974, a proposta de participação de “dez companhias comandadas por tenentes milicianos que poderiam vir a estar ao serviço do Movimento das Forças Armadas (MFA)”, com condições que, como conta Luís Pessoa, foram aceites: “Otelo garantiu-me ter como objectivos acabar com guerra, negociar a independência dos países africanos, soltar os presos políticos, mas não sabia bem quando, e legalizar os partidos políticos”.

Com base nesse compromisso Luís Pessoa envolve-se activamente na preparação das operações indicando nomes de militares e civis para tarefas do 25/4, e participando em contactos e reuniões preparatórias como por exemplo:

"A 15 de Abril, no café Califa, em Benfica, Otelo, o capitão Frederico Morais e os tenentes milicianos Luís Pessoa e Miguel Amado encontram-se para planear a tomada da Emissora Nacional".

Três dias depois, a 18/4, em casa do então tenente-coronel (Otelo), Luís Pessoa pedia para ter como objectivo “cercar a PIDE na sede da rua António Maria Cardoso”, em Lisboa. A missão entregue foi outra: “Tens que assegurar que a rádio funciona sempre, com segurança próxima, e homens na ponte e no cruzamento”, é a decisão de Otelo.

Outra ideia muito difundida, a de que o comando militar das forças que intervieram a 25/4 foi exclusivamente assegurado por oficiais do quadro permanente, também não é totalmente correcta. Como se refere atrás Luís Pessoa, na altura tenente miliciano, comanda as duas companhias que saem de Santa Margarida, a coluna de 3 companhias até Porto Alto e a companhia que faz a ocupação da antena do RCP de Porto Alto.