quarta-feira, 4 de junho de 2014

O FIM DA NOVA ORDEM MUNDIAL, OU O FUTURO DA RUSSIA ESTÁ NA ÁSIA.


Com a implosão da União Soviética, os EUA aprofundam o projecto imperial, a Nova Ordem Mundial, NWO, para a qual tentam atrair, numa posição subalterna, os países do ex bloco do leste.

A NATO e a UE são instrumentos fundamentais dessa estratégia que, embora averbando alguns sucessos, nomeadamente entre os países bálticos e da Europa do leste, cedo se revela contraproducente em relação a um grande país como a Rússia, com ambições regionais próprias, e que não tarda a  aperceber-se do estatuto de semi colónia que a NWO lhe reserva.

Neste quadro, o que está a acontecer na Ucrânia não poderá ser surpresa para ninguém e, como um destacado politico e estratega, Christopher Hill, reconhece pode significar o começo do fim duma estratégia imperial, que da Rússia, à América Latina e China, encontra cada vez maior resistência. Parece-me pois valer a pena ler este artigo de Christopher Hill, The End of the New World Order, de que aqui deixo um pequeno extracto:

"A anexação da Crimeia pela Rússia, e a sua continuada intimidação à Ucrânia parece significar o fim de um período de 25 anos, cuja marca saliente foi um esforço para trazer a Rússia para um maior alinhamento com os objetivos e tradições euro-atlânticas.

Agora a pergunta é: O que é que se segue? ( ... ) A nova ordem mundial (NWO) manteve-se por quase 25 anos. Excepto para o breve período de guerra com a Geórgia, em Agosto de 2008 (um conflito geralmente visto como instigado pela imprudência da liderança georgiana), a aquiescência e compromisso da Rússia com a "Nova Ordem Mundial", embora problemático, foi uma das grandes realizações da era pós-Guerra Fria.

Mesmo a relutância da Rússia em apoiar a acção concertada do Ocidente, como na Bósnia e Kosovo na década de 1990, foi baseada em argumentos que podiam ser ouvidos noutros países europeus.

A democracia russa certamente teve sua quota parte de falhas, mas isso não a tornava única entre os países pós-comunistas . ( ... ) 
Os americanos precisam entender o desafio que enfrentam de uma Rússia que não parece mais interessada no que o Ocidente lhe tem vindo a oferecer nos últimos 25 anos: um estatuto especial com a NATO, uma relação privilegiada com a União Europeia, e uma parceria no esforço diplomático internacional."

Christopher R. Hill, ex-subsecretário de Estado dos EUA para a Ásia Oriental, foi embaixador dos EUA no Iraque, Coreia do Sul, Macedónia, Polónia, enviado especial dos EUA para o Kosovo, e negociador dos Acordos de Paz de Dayton. 


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