quarta-feira, 24 de abril de 2013

40 socialistas propõem que sócios que não são sócios, passem a sentar-se nas cadeiras dos sócios.

Independentes voluntários a sentarem-se na Comissão Politica do PS.

Em carta aberta dirigida ao Secretário Geral um grupo militantes do PS que quer aproximar os cidadãos dos partidos e reforçar a ligação entre o PS e a sociedade, propõe entre outras coisas  a possibilidade de 25 cidadãos independentes ou simpatizantes poderem entrar para a comissão nacional e 7 incluírem a comissão política.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

AUTARCAS BEDUÍNOS EM LOURES.


Como aqueles beduínos que quando consomem tudo o que há para consumir num oásis, levantam a tenda e vão à procura doutro lugar que os sustente, também alguns autarcas que atingiram o limite de validade andam já por aí de tenda às costas à procura dum novo lugar onde acampar.

Para a Câmara de Loures está já anunciado um gajo das Caldas, e o quase ex-Moscavide lança as vistas para a Junta de Freguesia de Sacavém

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Já pensou como vai ser quando morrer? Não me refiro a se prefere ser enterrado ou cremado.
A questão é: O que pensa fazer do seu corpus virtual?


Pois é, o estimado leitor ainda não tinha pensado nisso. É como eu, que estou convencido que sou eterno, pelo menos até morrer.

Mas um recente upgrade da Google pôs-me frente a frente com a minha, espero que remota, finitude, com o meu inevitável after life. E olhe que não é tarefa fácil pensar no que queremos para quando já não estivermos cá. Eu estou há uma data de tempo a pensar nisso, para aí há uns cinco minutos, e ainda não consegui chegar a conclusão nenhuma.

Isto apesar de nalguns aspectos a coisa estar muito simplificada, por exemplo, com a austeridade do Pedro e do Gaspar, podemos deixar de nos preocupar com o testamento. Sim o que é que acha que vai sobrar de toda esta fúria troikista? É que ainda vamos só em 2 anos de austeridade. Já imaginou como vai ser ao fim de 5, 10, ou 15 anos? Bom, é melhor nem pensar.

Mas voltando áquilo que tem muito força, e o que tem muita força, pelo menos neste caso, não pode deixar de ser, provavelmente para a parte material, física, corpórea, o meu futuro também está aqui.

Já no que respeita ao meu extenso corpus escrito, de imagens, vídeos, comentários, gostos e partilhas, a pegada digital que assinala a minha idiossincrática passagem por esta existência virtual, a Google dá-me  para já, a opção de deixar esse meu corpus virtual por aí, bem vivo, ou pelo menos electronicamente a pulsar.

Entretanto algures em Silicon Valley ou Mumbai, um jovem de aspecto macilento e olheiras profundas estará já a desenvolver um algoritmo que nos permitirá morrer ou ir de férias descansados, enquanto o algoritmo baseado na pegada digital de cada um, assegura a execução da nossa habitual actividade social de emissão de posts, comentários,  gostos e partilhas, exactamente como se fossemos nós próprios, ou até um pouco melhor se escolhermos a opção improve quality.

Chegados a este ponto o estimado leitor entrevindo um futuro de algoritmos zombies recriando uns com os outros, ad infinitum, as prosaicas interacções virtuais com que entretemos os nossos tempos livres, milhares ou milhões de anos depois de estarmos todos bem mortos, perguntará: Qual o interesse, a utilidade, o sentido de tão bizarra actividade?

E, digo eu, qual o interesse, a utilidade, o sentido dessa coisa não menos bizarra a que chamamos poeticamente vida? Pergunta que, para o seu caso pessoal, terá de ser obviamente o leitor, ou o seu algoritmo, a tentar encontrar a resposta.

Portanto se não quer ficar eternamente à margem deste maravilhoso mundo novo, comece já a preparar-se para um futuro ainda difícil de entrever, mas tão certo como os cortes do Gaspar.

Para preservar a sua pegada digital, entre na sua conta Google vá ao Gestor de Contas Inactivas  e está lá tudo explicado, inclusivé com o bom gosto de nunca se referirem explicitamente ao seu infausto passamento. Vá lá começar a planear o seu, espero que ainda distante, futuro e tenha uma Feliz Eternidade Virtual.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Perguntas à Constituição


IMAGINEMOS que tínhamos um Presidente da República que em 1967 preencheu ficha da PIDE, afirmando-se integrado no regime, que agora diz estar atento mas não ser pressionável, que afirma não ler jornais, que garante nunca se enganar, nunca ter dúvidas, que confunde Thomas More com Thomas Mann e diz não apreciar o Nobel da Literatura José Saramago, porque os seus livros têm muitas vírgulas, que protegeu membros do Conselho de Estado, envolvidos em fraudes bancárias, que atravessa meses de turbulência política, sem nunca dizer água vai, nem água vem, e que mesmo assim se intitula o provedor do povo, que usa o mesmo baralho de cartas viciadas do governo, vendo neste condições e capacidades governativas que mais ninguém consegue ver, será que essa pessoa, dizia eu, poderá representar a República Portuguesa, ser o garante da independência nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições democráticas?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Também não fiquei feliz com a morte de Thatcher
FICARIA FELIZ É SE ELA NUNCA TIVESSE NASCIDO.


Há por aí muita alma sensível indignada com a pretensa falta de respeito demonstrada por na altura em que, como se diz noutro post, "a gaja esticou o pernil", se assista não só a criticas e ataques, como, oh sacrilégio supremo, a celebrações pela sua morte.

Ora a ideia que as pessoas quando morrem são julgadas é um ponto central da doutrina cristã. Portanto se agora os cidadãos deste mundo, e em particular as vitimas das suas acções e politicas, a julgam, haverá no máximo um conflito de jurisdição entre os que acham que o julgamento compete a Deus, e os que pensam que também, ou só, compete aos homens.

E não se choquem que esse julgamento assuma as mais variadas formas, desde artigos de análise da sua vida e carreira politica, comentários nas redes sociais, ou mesmo a celebrações de rua como as que se multiplicaram por varias cidades do Reino Unido. Cada um toca o instrumento que sabe, e tem mais à mão.

Quando a história oficial está entregue a discípulos e admiradores das cáfilas de bandidos que nos desgovernaram (vidé o branqueamento politico de Salazar em que por cá diversos lacaios tanto se empenham) é ainda mais importante, como forma de preservar a memória colectiva dos povos, que estas ocasiões sejam devidamente assinaladas.

Já para não falar que discutir o thatcherismo é também analisar uma parte importante das raízes das nossas dificuldades presentes.

Depois do muito que já foi dito e escrito sobre a vida e carreira da iron lady, limito-me aqui a chamar a atenção para uma dimensão menos falada mas importante e actual, a das responsabilidades do Labour e da TUC, da social democracia, no sucesso do thatcherismo.

E porque o espaço é curto, e a paciência dos leitores finita, aqui ficam apenas alguns tópicos para uma reflexão que nos pode, inclusivé, ajudar a equacionar questões como a da tão necessária unidade de esquerda: 

1. As politicas anti trabalhadores dos Governos do Labour dos anos 70 como factor decisivo na ascensão ao poder de Thatcher em 1979. Para quem não saiba, ou não se lembre, a eleição de Thatcher contou com o voto de muitos trabalhadores desiluidos com o Labour.

2. A traição da TUC, e do Labour, à Greve que opôs os mineiros a Thatcher em 1984/85, e que precipitou a derrota daquela greve heróica que se prolongou por quase um ano. Derrota que espalhou o desespero e miséria em vastas regiões do país, levou ao despedimento de 230 000 mineiros, e foi o principio do fim da importancia e influência do  histórico movimento sindical do Reino Unido (com as inevitáveis repercurssões negativas por toda a Europa).

3. O efeito corrosivo para a esquerda da adopção pelo Labour, mesmo ainda na oposição, de temas centrais do ideário neoliberal como o reducionismo economicista, a mercadorização de todos os aspectos da vida social, a competitividade, a submissão aos mercados, a diabolização do que é publico, a exaltação dos privados e dos empresários criadores de emprego, os pseudo privilégios dos trabalhadores, a avaliação com quotas, a marginalização dos mais fracos,  etc. etc. .

4. Mais tarde já no governo, a adopção e continuação por Blair/Gordon do essencial das politicas neo liberais do thatcherismo que destruiram a capacidade produtiva do país, promoveram as actividades financeiras parasitárias e  fazem do Reino Unido, juntamente com Portugal, o país de maior desigualdade social da Europa. Não esquecendo o papel fundamental de Blair na invasão e destruição do Iraque (para onde Portugal também enviou a GNR).

terça-feira, 9 de abril de 2013

ULTIMATUM DA COMISSÃO EUROPEIA.

Porto, 31 de Janeiro de 1891

Francesco Saraceno no post "The Commission on Portugal: Is This for Real?", começa por fazer uma breve caracterização da situação de Portugal e debruça-se  sobre o inconcebível comunicado da CE de 7/4 (ver abaixo), resumindo assim a tomada de posição da Comissão Europeia presidida por Durão Barroso:

1. Está feliz por o Governo Português ter decidido ignorar uma decisão do seu Tribunal Constitucional: "saúda ..."; 

2. Ameaça cortar o financiamento se o Governo Português não seguir as  prescrições da Comissão
: "é uma condição prévia para um decisão ... ";

3. Está em estado de negação sobre a confiança na economia portuguesa: "a crescente confiança dos investidores ... ";

4. Recomenda que a discussão democrática não tenha lugar: "é essencial que as principais instituições políticas estejam unidas em seu apoio ... ".

Isto vai muito para além das minhas mais  tresloucadas conjecturas. Verifiquei, e ninguém mudou o Dia das Mentiras para 07 de abril. Isto é real, e não precisa de comentários adicionais...




(não há ainda versão disponível em português)

The European Commission welcomes that, following the decision of the Portuguese Constitutional Court on the 2013 state budget, the Portuguese Government has confirmed its commitment to the adjustment programme, including its fiscal targets and timeline. Any departure from the programme's objectives, or their re-negotiation, would in fact neutralise the efforts already made and achieved by the Portuguese citizens, namely the growing investor confidence in Portugal, and prolong the difficulties from the adjustment.

The Commission therefore trusts that the Portuguese Government will swiftly identify the measures necessary to adapt the 2013 budget in a way that respects the revised fiscal target as requested by the Portuguese Government and supported by the Troika in the 7th review of the programme.

Continued and determined implementation of the programme offers the best way to restore sustainable economic growth and to improve employment opportunities in Portugal. At the same time, it is a precondition for a decision on the lengthening of the maturities of the financial assistance to Portugal, which would facilitate Portugal's return to the financial markets and the attainment of the programme's objectives. The Commission supports that such a decision be taken soon.

The Commission will continue to work constructively with the Portuguese authorities within the parameters agreed to alleviate the social consequences of the crisis.

The Commission reiterates that a strong consensus around the programme will contribute to its successful implementation. In this respect, it is essential that Portugal's key political institutions are united in their support.