Há 12 anos, o Departamento de
Ambiente da Câmara Municipal de Loures ficou dotado de um conjunto de
instrumentos que podiam ter permitido ao Município dar um passo substancial de progresso
e afirmação na área ambiental no seu território, mas também ser um exemplo
nacional e internacional, muito para além das declarações de boas intenções.
Não apenas exemplo pelo exemplo,
mas verdadeiramente um exemplo de transformação sustentável, invejável,
desejável.
A seu tempo, os convocarei aqui
porque: a) eram e são pertinentes e b) os estudos e projectos que lhe estão
subjacentes, custaram muito dinheiro ao erário público, ao longo de vários
mandatos, e não devem simplesmente apodrecer sem consequência num qualquer
arquivo, caso não tenham sido já triturados, naquela mega-operação de reduzir a
farrapos toneladas de papel, missão a que se prestou a equipa derrotada nas
ultimas eleições autárquicas.
Hoje, serei mais prosaico e
apenas chamo à colacção o projecto do Sistema
de Gestão Ambiental, que na sua essência era – e pode ser – um projecto
singelo, mas que transportava – e deve transportar – no bojo, uma verdadeira
revolução na abordagem ambiental e de sustentabilidade em Loures.
Recordo, os pressupostos
essenciais:
1. Visava
que as entidades municipais se constituíssem em padrão de conduta ambiental
para empresas, instituições e cidadãos. Não faz sentido que a Câmara Municipal
ou os Serviços Municipalizados promovam a fiscalização e apliquem coimas a
terceiros ou invistam em educação ambiental, para que depois os serviços
municipais tenham procedimentos e uma actuação que negue ou contrarie os bons
princípios reclamados;
2. Tinha
por objectivo, uma progressiva redução de custos na actividade municipal, uma
“austeridade” inteligente e propiciadora de novos investimentos. Desde a
poupança de papel à redução do consumo de combustíveis fósseis, da concepção de
equipamentos municipais sustentáveis à utilização racional da água. E muito,
muito mais, que não se detalha por razões de espaço. Portanto, nada de gastar
mais, mas antes, economizar e muito;
3. A
transversalidade às instâncias municipais. Câmara, Serviços Municipalizados,
Empresas Municipais, Participações Accionistas do Município, Fornecedores;
4. Uma
aplicação progressiva, passo a passo, alterando processos e mentalidades,
assegurando o envolvimento de todos os agentes municipais, em efeito mancha de
óleo e a penetração no quotidiano das melhores práticas;
5. A
transposição para a comunidade, do exemplo, das conquistas, das vantagens, dos
benefícios, obtidos no contexto municipal;
É um conceito cuja potencialidade
justifica que a direcção política do Município equacione recuperar, por
ventura, noutros termos e com outros protagonistas e, sobretudo, accionar.
Caso haja ambiente, para o
Ambiente…
Um tempo antes dos 12 anos o levantamento abusivo das árvores da Quinta da Fonte - Apelação. Dessa altura ficou o (des)ambiente sem escrita..
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