sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Há ambiente para o Ambiente ?



Há 12 anos, o Departamento de Ambiente da Câmara Municipal de Loures ficou dotado de um conjunto de instrumentos que podiam ter permitido ao Município dar um passo substancial de progresso e afirmação na área ambiental no seu território, mas também ser um exemplo nacional e internacional, muito para além das declarações de boas intenções.

Não apenas exemplo pelo exemplo, mas verdadeiramente um exemplo de transformação sustentável, invejável, desejável.

A seu tempo, os convocarei aqui porque: a) eram e são pertinentes e b) os estudos e projectos que lhe estão subjacentes, custaram muito dinheiro ao erário público, ao longo de vários mandatos, e não devem simplesmente apodrecer sem consequência num qualquer arquivo, caso não tenham sido já triturados, naquela mega-operação de reduzir a farrapos toneladas de papel, missão a que se prestou a equipa derrotada nas ultimas eleições autárquicas.

Hoje, serei mais prosaico e apenas chamo à colacção o projecto do Sistema de Gestão Ambiental, que na sua essência era – e pode ser – um projecto singelo, mas que transportava – e deve transportar – no bojo, uma verdadeira revolução na abordagem ambiental e de sustentabilidade em Loures.

Recordo, os pressupostos essenciais:

1.       Visava que as entidades municipais se constituíssem em padrão de conduta ambiental para empresas, instituições e cidadãos. Não faz sentido que a Câmara Municipal ou os Serviços Municipalizados promovam a fiscalização e apliquem coimas a terceiros ou invistam em educação ambiental, para que depois os serviços municipais tenham procedimentos e uma actuação que negue ou contrarie os bons princípios reclamados;

2.       Tinha por objectivo, uma progressiva redução de custos na actividade municipal, uma “austeridade” inteligente e propiciadora de novos investimentos. Desde a poupança de papel à redução do consumo de combustíveis fósseis, da concepção de equipamentos municipais sustentáveis à utilização racional da água. E muito, muito mais, que não se detalha por razões de espaço. Portanto, nada de gastar mais, mas antes, economizar e muito;

3.       A transversalidade às instâncias municipais. Câmara, Serviços Municipalizados, Empresas Municipais, Participações Accionistas do Município, Fornecedores;

4.       Uma aplicação progressiva, passo a passo, alterando processos e mentalidades, assegurando o envolvimento de todos os agentes municipais, em efeito mancha de óleo e a penetração no quotidiano das melhores práticas;

5.       A transposição para a comunidade, do exemplo, das conquistas, das vantagens, dos benefícios, obtidos no contexto municipal;

É um conceito cuja potencialidade justifica que a direcção política do Município equacione recuperar, por ventura, noutros termos e com outros protagonistas e, sobretudo, accionar.

Caso haja ambiente, para o Ambiente…


1 comentário:

  1. Um tempo antes dos 12 anos o levantamento abusivo das árvores da Quinta da Fonte - Apelação. Dessa altura ficou o (des)ambiente sem escrita..

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