quarta-feira, 6 de agosto de 2014
BES VELHO, NOVO BANCO, OU MAIS UMA TANGA POPULISTA PARA ENGANAR PAPALVOS.
A estória mete simpáticos cidadãos, depositantes em risco de perderem as suadas poupanças e contribuintes carecas de dar para o peditório da Banca, vilões, a família Espírito Santo agora tomada do espírito do Demo, cavaleiros brancos, Carlos Costa, Grão Mestre da Ordem do BdP ao serviço do regente Coelho e da Imperadora Merkel, e como no habitual conto de fadas destes tempos pós modernos, acaba, não propriamente com um final feliz, mas mais do tipo "foi o que se pôde arranjar".
Narrativa interessante, um amigo jornalista chama-lhe mesmo "engenhosa" mas, para mal dos nossos pecados, com sérios problemas de adesão à realidade, por exemplo:
A cena de retirarem activos "bons" aos BES, e levarem-nos para o Novo Banco, é o quê? Uma expropriação? Sem indemnizações? Ao abrigo de que legislação? Aquela parte da Constituição que garante a propriedade privada foi suspensa? Os accionistas e obrigacionistas, especialmente os grandes, internacionais, iriam engolir a mezinha sem estrebuchar?
Depois, num outro plano, dos cerca de 35 000 milhões de euros de depósitos de clientes que o BES tinha em 30/6/2014, quanto é que restará dentro de um ou dois meses no Banco Novo? Claro que não há filas de clientes à porta das agências mas, da PT à minha vizinha reformada, a migração para outros bancos vai de vento em popa. E sem o dinheiro que está a sair como é que o banco se vai manter? Mais "injecções"? E onde é que vão buscar tantas seringas?
Perguntas a que o tempo irá dando respostas, infelizmente muito diferentes da estória cor de rosa laranja que nos estão agora a impingir. Os custos do Novo Banco para o contribuinte (o Fundo de Resolução não passa dum biombo para tentar esconder o Estado) irão seguramente ultrapassar os do BPN. Somando a isto os prejuízos da derrocada do BES velho e das empresas do GES, é mais um pedregulho ao pescoço da hipotética, e mais uma vez adiada, recuperação da economia nacional.
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