segunda-feira, 19 de maio de 2014
A UCRÂNIA EM TUMULTO, por Israel Shamir
Por estes dias Kiev não é um local agradável para estar. A emoção revolucionária acabou, e a esperança por novos rostos, o fim da corrupção, e a melhoria económica, secou. A revolta da praça Maidan e o golpe que se seguiu apenas tornaram a baralhar as mesmas cartas marcadas, sempre à volta do mesmo poder.
O novo presidente em exercício era primeiro-ministro em exercício e ex-chefe do SBU (KGB ucraniano). O novo primeiro-ministro interino foi ministro dos Negócios Estrangeiros. O oligarca mais provável de ser "eleito " presidente dentro de dias foi também Ministro dos Negócios Estrangeiros, presidente do banco estatal, e tesoureiro pessoal de dois golpes de Estado, em 2004 (a instalação de Yushchenko) e em 2014 (a instalação dele próprio). O seu principal concorrente, Julia Timoshenko, foi durante anos primeira-ministra, até à sua derrota eleitoral em 2010.
Estas foram pessoas que trouxeram a Ucrânia para o seu abjecto estado actual. Em 1991, a Ucrânia era mais rica do que a Rússia, hoje é três vezes mais pobre por causa da má gestão e roubo dessas pessoas. Agora planeiam um velho truque: obter empréstimos em nome da Ucrânia, embolsar o dinheiro e deixar o país endividado, venderem activos estatais a empresas ocidentais e pedir à NATO para entrar e proteger o investimento externo.
Jogam um jogo duro, soqueiras e tudo. A Guarda Negra, uma nova força armada tipo SS, do neo- nazi Sector Direita, ronda o país, prendem e matam dissidentes, activistas, jornalistas. Centenas de mercenários americanos, da empresa " privada" Academi (anteriormente Blackwater ) estão espalhados pelas províncias do Leste e do Sudeste. As reformas impostas pelo FMI cortam as pensões para metade e duplicam as rendas da casa.
O novo regime de Kiev deixa cair o último disfarce de democracia, expulsando os comunistas do parlamento. Com isto ficam ainda mais bem vistos junto dos EUA. Expulsar comunistas, candidatar-se à NATO, condenar a Rússia, e tudo é possível, até mesmo queimar dezenas de cidadãos vivos, como fizeram em Odessa.
(ler continuação do artigo, aqui: http://bit.ly/1jWU6ee )
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