Isto é mais grave do que eu pensava. Os portugueses parece terem perdido a capacidade de se revoltarem / amotinarem / sublevarem, aceitando tudo como factos consumados. Levantam-se de madrugada para se irem meter nas longas filas para comprarem o “dispositivo” para circular nas auto-estradas SCUT, fazem queixinhas aos repórteres porque os “aparelhómetros” esgotaram, insurgem-se com o vizinho que lhes quer passar à frente, entopem os itinerários alternativos, a culparem-se, a ofenderem-se e a ultrapassarem-se uns aos outros, mas não dão um passo para contestar a medida do Governo. Excepto os nossos vizinhos galegos, que não se conformam com a medida, pois reclamam, movem influências, não amocham e prometem retaliar. Quem diria! Por isso há quem continue a pensar que temos o que merecemos. Entretanto, a condescendência com que o povo está a enfrentar mais este esbulho, até já levou o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, a admitir que a introdução de portagens nas restantes SCUT possa ser antecipada.
domingo, 31 de outubro de 2010
Isto é MAIS GRAVE do que eu pensava
Isto é mais grave do que eu pensava. Os portugueses parece terem perdido a capacidade de se revoltarem / amotinarem / sublevarem, aceitando tudo como factos consumados. Levantam-se de madrugada para se irem meter nas longas filas para comprarem o “dispositivo” para circular nas auto-estradas SCUT, fazem queixinhas aos repórteres porque os “aparelhómetros” esgotaram, insurgem-se com o vizinho que lhes quer passar à frente, entopem os itinerários alternativos, a culparem-se, a ofenderem-se e a ultrapassarem-se uns aos outros, mas não dão um passo para contestar a medida do Governo. Excepto os nossos vizinhos galegos, que não se conformam com a medida, pois reclamam, movem influências, não amocham e prometem retaliar. Quem diria! Por isso há quem continue a pensar que temos o que merecemos. Entretanto, a condescendência com que o povo está a enfrentar mais este esbulho, até já levou o ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça, a admitir que a introdução de portagens nas restantes SCUT possa ser antecipada.
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Por mim só espero que quando recuperarem essa "capacidade de se revoltarem / amotinarem / sublevarem" seja para coisas mais substanciais do que exigir auto estradas pagas pelo contribuinte.
ResponderEliminarA questão é que também esta bandeira / promessa / iniciativa foi abolida / defraudada com falsos argumentos.
ResponderEliminarAs pessoas organizaram a sua vida pessoal, ou o seu negócio, com base numa situação em que não havia portagens, e de repente cai-lhes em cima mais uma despesa. Nisso têm toda a razão para protestar.
ResponderEliminarMas não deixa de ser iníquo que uns paguem as suas portagens e por cima disso paguem, através dos impostos, as portagens dos outros.
Como é altamente criticável a opção dos sucessivos governos PS e PSD de subalternização do transporte ferroviário e de construção de autoestradas acima das necessidades reais do país, estimulando dessa e doutras formas o transporte pessoal em detrimento do transporte público.
Corrigir um erro do Governo, ter criado expectativas que agora se frustram, com medidas que prosseguem politicas erradas, é como se costuma dizer pior a emenda que o soneto.
Ah, sim, a iniquidade de uns pagarem portagens e outros não, é outro problema, sobretudo quando parece que há auto-estradas SCUT que foram construídas com dinheiro dos fundos europeus. O que eu quero deixar vincado o melhor possível é que isto tem muito a ver com o que já se anda a propagar por aí, como facto consumado, que DIREITOS ADQUIRIDOS já foi chão que deu uvas...
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