quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Detido casal suspeito de pertencer ao "Black Bloc"
E equipa de futebol condenada por jogar em 4x3x3
"A detenção ocorreu após a fronteira de Caia. O casal passou um "checkpoint" do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, mas foi novamente abordado por militares da GNR das equipas de investigação criminal à civil, que revistaram o carro. Na mala foram encontradas várias peças de vestuário preta, uma indumentária usada pelo grupo "Black Bloc" nas manifestações."
Oh My Dear Valentina, então ninguém aí no periódico de cariz socrático-direital lhe explicou que Black Bloc é uma táctica de manifestação. Verdade? Nem o tio Marcelino? Pois é, assim uma espécie de 4x3x3, mas mais ao ataque que é a maneira de dar 4-0 aos Campeões do Mundo.
Enfim, se continuar sem assunto e antes de termos de gramar mais uma "notícia" tipo Gajo interrogado por ir de mota com um capacete preto, que tal escrever antes uma peça a explicar à malta qual é a indumentária mais adequada para estes dias de emergência natoal? Não nos vá acontecer o mesmo que ao casal black bloc, ou ao tal puto de 3 anos, que não foi detido mas lá teve a mãe que ouvir uma rabecada:
"Moro junto ao hotel onde o Obama (ou parte da comitiva dele, não sei, nem me interessa) vão ficar alojados. No quarteirão a seguir ao hotel há um infantário e uma escola primária. De manhã, à hora de entrada das crianças, está frio e os pais põem gorros nos pimpolhos — chama-se a isso pais conscientes. Pois hoje a polícia já andou a explicar que é proibido os pimpolhos usarem gorros aqui nas redondezas nos próximos dias. Esses perigosos terroristas de 3 anos!"
Publicada por
Dédé
à(s)
12:38
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Etiquetas:
NATO
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Eu já encomendei um fatiota como os gajos da fotografia, mas aconteceu o mesmo que aos tais blindados, ainda só entregaram uma parte.
ResponderEliminarPara uma explicação mais documentada destes mecanismos de contra informação aconselho este post no Trix-Nitrix (curiosamente publicado à mesma hora deste post do Essência):
ResponderEliminarQuando as polícias são a fonte da contra informação e os jornalistas os seus divulgadores passivos.
http://trix-nitrix.blogspot.com/2010/11/quando-as-policias-sao-fonte-da-contra.html
A malta aqui gosta muito de ler o DN, estou a ver. E os outros jornais, escreveram tudo bem?
ResponderEliminarAssinado: Aniri
ResponderEliminarBasicamente o que me pareceu é que todos estavam a seguir o guião da Lusa, que pelo que entretanto vi no Trix-Nitrix segue a informação da GNR.
ResponderEliminarTudo, por exemplo, sem ouvir (ou pelo menos dizer que não se conseguiu ouvir) a outra parte, ou outros envolvidos, por exemplo o Tribunal onde teriam sido condenados, não se percebe bem do quê.
Tudo sem questões, reservas, ou sequer o famigerado alegados, que ouvimos sempre que se trata de alguém com um mínimo de poder.
Enfim um triste exemplo do estado do "jornalismo" em Portugal.
Escolhi o DN por me parecer o que melhor transmite a mensagem que os poderes instituídos estão a difundir.
O culpado foi eu. que escrevi "grupo" e não "táctica de manifestação" depois de a Valentina me ter passado as informações.
ResponderEliminarCarlos Rodrigues Lima
É completamente irrelevante se é táctica, grupo ou organização. A partir do momento em que se movimentam em grupo, são um grupo. Deixem-se de preciosismos histéricos e vão mas é provar que sabem protestar.
ResponderEliminarCuidado! Consta que o nosso estimado colaborador Bruno Simão é sobrinho da Valentina...
ResponderEliminarA questão central dos dois posts é o papel da comunicação social como peões da estratégia do Governo e interesses dominantes em limitar a liberdade de expressão e de intervenção politica numa questão tão importante como a da NATO.
ResponderEliminarÀ falta de grupos nacionais que possam ser apresentados de forma credível como gente perigosa para a tranquilidade pública, voltaram-se para a ameaça externa dos tais "grupos anti-Nato violentos".
Tentam assim, por associação, descredibilizar o legitimo protesto dos que se opõem à Nato e desmobilizar os protestos convocados, tudo claro em nome da defesa da propriedade e integridade física do cidadão comum.
Apreciamos a aceitação de responsabilidade do Carlos em relação a um dos pontos referidos no post (sobretudo de efeito retórico e de somenos importância), e gostaríamos também de ouvir a sua posição face às questões centrais que os posts levantam.
Já que sou aqui referido deixem-me meter o bedelho. A fotografia que ilustra este post, penso que é do Diário de Notícias, e é reproduzida por mim, por vocês e pelo Vítor Dias, de O Tempo das Cerejas. Eu fui buscá-la ao Google, que é onde vou sempre, e sugestionou-me o aspecto aterrador do seu enquadramento.
ResponderEliminarFaço especial referência à Valentina Marcelino porque é a única que inventa uma história que nada tem a ver com as outras notícias, nem com a versão da GNR, que chega a desmentir que os detidos sejam do “Black Bloc”. Ligo-a especialmente ao José Manuel Anes porque foi quem afirmou publicamente que gente daquele grupo já cá estava, tendo sido igualmente desmentido pela polícia.
Para mim o que é grave nisto tudo é alguém ser acusado ou a polícia difundir que alguém transporta comunicados anarquista e anti-polícia, seja lá o que isso for, agravado com a sua apreensão ainda hoje, a um grupo que também chegou à fronteira. Ora isto era o mesmo que a PIDE fazia quando prendia oposicionistas que transportavam comunicados a dizer mal do governo, os chamados comunicados subversivos. Por outro lado, os jornalistas não contestam estas afirmações da polícia, aceitando-as como boas e normais. Passou-se a interiorizar a repressão. Se os comunicados são anarquistas então os seus autores são para prender e os comunicados para apreender.
Um abraço amigo do Trix-Nitrix
Anónimo das 18:25, diga lá à sua rede de informadores que mais uma vez se enganaram.
ResponderEliminarE se fosse tia do Bruno, qual era o interesse? Ainda se fosse avó do Fernando ou do Eduardo.
Jornalismo e parentescos.
ResponderEliminarMantive-me relativamente à margem do debate que este post publicou, porque percebi que a coisa estava a fazer um caminho meio ínvio.
Sobre a matéria de facto digo o seguinte, a quase totalidade dos meios de informação e dos jornalistas (não digo todos para não ser injusto com algum que possa ter tido um comportamento diferente) afinaram pelo mesmo diapasão. Adoptaram uma postura acrítica em relação aos factos e limitaram-se a ser meras correias de transmissão dos comunicados e estratégias comunicacionais do Governos e das forças de segurança. Assim, prestaram um mau serviço ao público, à democracia e ao próprio jornalismo. A jornalista Valentina Marcelino não foi excepção, mas também não foi a única, se o fosse o problema não existia.
Em concreto não conheço os motivos específicos de cada jornalista ou órgão de informação, mas sei genericamente quais os problemas que enformam o jornalismo nacional. O alinhamento das direcções editoriais com os pensamento dominante e a fidelidade aos seus conselhos de administração empresarial, a dificuldade dos jornalistas dos jornalistas de, neste contexto, puderem desenvolver um jornalismo isento e sério, por um lado, e o próprio alinhamento ideológico de muitos dos jornalistas. Tudo isto se coroa com uma relação pouco saudável com as fontes institucionais, que privilegia os contactos com os jornalistas “afins” impedindo o trabalho aos restantes. É este o caldo.
Sobre o tiro aos patos do parentesco.
A jornalista várias vezes referenciada nos comentários não é minha tia, nem de sangue nem por afinidade, tias valentes tenho algumas e tias-avós de grande coragem tive muitas, mas no conjunto de todas eles nem uma estudou além do 4º ano, pelo que dificilmente poderia ser Jornalista, mesmo no DN!