COM a cobertura da comunicação social, nos últimos tempos, Ricardo Salgado, tem tido uma presença assídua e debitado variados recados e sugestões ao governo, muitos deles carregados de ameaças, umas veladas e outras mais contundentes. Em tom de recomendação, disse mesmo que espera que "prevaleça o bom senso na classe política", porque os mercados internacionais estão vigilantes, e nunca que sabe do que são capazes. Na verdade, porta-se como um polícia atento e vigilante da governação e dos supostos “interesse nacionais”, que se confundem com os seus interesses particulares e pessoais, pronto a cair sobre quem pise o risco ou ponha o pé em ramo verde.
Reportando-se ao actual orçamento de Estado, houve quem perguntasse a este promissor ministro das finanças, se serão necessárias novas medidas de austeridade. Em resposta, o dito banqueiro concluiu satisfeito, que o OE de 2011 contempla tudo o que era possível fazer para cumprir as metas traçadas, melhor, o modelo que foi sugerido pela alta finança. Porém, para amaciar as ideias e fazendo coro com o governo, não se esqueceu de chamar a atenção para o facto de a crise nacional estar associada à omnipresente crise internacional, que funciona como duradoura desculpa de todos os assaltos que se vão perpetrando, para encher os bolsos à rapaziada do costume.
A verdade é que em plena crise económica e financeira, com o nó corredio apontado ao pescoço da maioria dos portugueses, os quatro maiores bancos privados portugueses (BES, BCP, BPI e Santander Totta) lucraram até Setembro deste ano, mais 53,4 milhões de euros do que em igual período do ano anterior (também ano de crise), e o BES (Banco Espírito Santo) de Ricardo Salgado foi o grande campeão deste excepcional encaixe de lucros, superando todas as expectativas, cuja causa, entre outras, estão os reduzidos impostos aplicados à actividade bancária. Fora destas considerações, porque tem a ver com outras actividades, ficou a distribuição extraordinária (para além da ordinária) de dividendos que a PT vai oferecer aos seus accionistas, sem dor nem impostos, em consequência da venda da Vivo...
Continua a ser oportuno fazer esta pergunta: para fazer um rico, quantos pobres são necessários? Se respondesse, claro está que Ricardo Salgado teria respondido que o sistema financeiro, tal como o conhecemos, não é a Santa Casa da Misericórdia, e que ele não está no governo. No entanto, na prática, e atendendo às circunstâncias anormalmente normais, é como se estivesse.
Então o BES agora também põe anúncios no equipamento da polícia de choque?
ResponderEliminarOu são cobradores de prestações da casa em atraso?
Continua a ser oportuno fazer esta pergunta: para fazer um rico pagar, quantos pobres são necessários fazer?
ResponderEliminarnum mundo ideal, mesmo pagando 100% sobre os lucros, o que nem a CGD faz ao seu maior accionista, pressupondo que a banca não muda a sua sede social
Teria 1200 milhões de euros
Quase dá para pagar um terço do salário dos professores ou metade das suas pensões
a 25% 300 milhões de euros
e a partir do ano que vem
lucros vão diminuir substancialmente
Se respondesse, claro está que Ricardo Salgado teria respondido que não está no governo, de momento está a Mota Engil creio a Brisa e mais umas quantas PT incluida
sem esquecer a RTP e outras vacas sagradas
esses são o governo
porque financiam as pensões governamentais
é justo
Deve ser uma parceria PP...
ResponderEliminarAnónimo S.A. disse...
ResponderEliminarDevo ser uma parceria PP...