NESTES três dias em que Portugal, e especialmente Lisboa, vão estar sequestrados, devido à presença dos figurões que vão protagonizar a cimeira da OTAN, vou aproveitar para continuar a ler um livro que recomendo, não só porque é uma visão abrangente de um tema aliciante e oportuno, mas também porque está muito bem estruturado e documentado. Trata-se de “Os Donos de Portugal”, publicado pelas Edições Afrontamento, da autoria de Jorge Costa, Luís Fazenda, Cecília Honório, Francisco Louçã e Fernando Rosas, onde é traçado um quadro pormenorizado das principais famílias, e das suas relações cruzadas, que têm capitaneado o poder económico português, entre 1910 e 2010. Conforme os autores dizem na Introdução, o objectivo da obra é “conhecer a formação do capital e os seus processos de acumulação ao longo de um século, chamando os seus principais protagonistas, dissecando os seus negócios e questionando as suas relações com a política dos três regimes que acompanham este tempo: a I República, a ditadura e a democracia pós-1974.”.
Apesar de já ir na 2ª. edição, algumas grandes livrarias, vá-se lá saber porquê, têm alguma relutância em exibir a obra nos seus escaparates de “novidades”. Na livraria onde adquiri a obra, só depois de questionar um empregado sobre se tinham o livro à venda, ele solícito, foi retirá-lo de uma pilha que estava arrumada no chão, a um canto das estantes, e me informou que a gerência tinha outras preferências para exibir no escaparate das novidades, isto é, tudo o que seja ficção, ou então os devaneios literários, com as brejeirices do “jetset” cá do burgo. Para bom entendedor…
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