quinta-feira, 11 de novembro de 2010

CARTA ABERTA AOS CIDADÃOS DE LOURES II



Queridos concidadãos,

Chegaram ao meu conhecimento considerações públicas feitas pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loures, que merecem breves comentários, dado que se sustentam em pressupostos falsos e assumem um carácter despropositado, lamentável e insidioso:

1. Nunca, em nenhum momento foi feita por mim ou quem me representa qualquer proposta à Câmara Municipal de Loures no valor de trinta mil euros;

2. É um facto que em minha representação foi apresentado um orçamento à Câmara Municipal de Loures, mas esse, decorreu de um acordo previamente estabelecido com o Sr. Vereador Ricardo Leão, em reunião, para a qual fui expressamente convidado.

3. Nesse encontro, a que compareci a pedido do Sr. Vereador – explicitei a minha ideia - como já havia feito ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loures numa iniciativa do Rotary Clube de Loures em que nos encontrámos - e que consistia na apresentação em Loures da 9ª Sinfonia de Beethoven com uma Orquestra composta por 75 elementos, um Coro de 80 elementos e 4 cantores solistas;

4. Na referida reunião para a qual, sublinho, fui convidado, houve acordo total e completo à minha proposta e bom entendimento sobre o valor artístico e representatividade da iniciativa, a propósito da comemoração do Centenário da República, que se justificava inteiramente pelo papel que Loures desempenhou na Implantação da República. Pelo menos, assim foi expresso pelos intervenientes;

5. Vir agora acusar-me publicamente do que quer que seja - quando fui convidado pela Câmara Municipal para apresentar uma proposta e tendo obtido absoluto acordo na referida reunião – configura uma desonestidade intelectual inqualificável, sobre a qual nada mais direi, a não ser que os actos ficam para quem os pratica;

6. Para que conste, torno público que por me ter comprometido com o Sr. Vereador Ricardo Leão na aludida reunião, recusei a realização de um outro Concerto, o que acabou por resultar num prejuízo directo para mim;

7. Por fim, sublinhando a fragilidade moral e intelectual que já assinalei, estabelecer uma comparação entre um espectáculo de solidariedade – que ocorreu – e um Concerto de celebração dos 100 anos da República nos termos em que propus e foi aceite, é uma atitude de elevada gravidade política, cívica e ética, na medida em que nunca me foi solicitada ou proposta qualquer acção de natureza solidária;

8. A propósito deixo o desafio ao Sr. Presidente da Câmara para provar que alguma vez me foi solicitada colaboração num evento de solidariedade e que eu tenha recusado; As pessoas de Loures conhecem bem o meu empenho na Banda e o entusiasmo que dediquei à Cidade e aos Bombeiros, em prol do seu Quartel. Em Loures é bem conhecida a minha família e a sua história na terra de dedicação e solidariedade sem retorno e julgava estarmos acima de qualquer risco de difamação;

9. Como natural de Loures que sou e firmemente apaixonado pela minha terra, resta-me expressar aos meus conterrâneos a indignação que estas condutas pouco sérias e desleais me provocam, lamentando que a minha Câmara Municipal ao invés de valorizar, apoiar e projectar a expressão nacional e internacional do meu labor e o reconhecimento mundial já obtido, optar por me hostilizar e caluniar;

10. Já fui objecto de censura e manipulação antes do 25 de Abril. Lamento estar a sê-lo de igual modo nesta altura. Espero, e porque se tratou do Centenário da República que alguém saiba praticar a ética republicana não usando o poder para manipular a verdade e difamar os cidadãos.

11. Saibam pois, todos, que em paralelo com estas atitudes inqualificáveis, em casa, tenho vindo a receber incentivo, prémios e consideração um pouco por todo o mundo. E para que não tenha de o detalhar em causa própria, convido ao acompanhamento das notícias internacionais da cultura, se isso não for pedir de mais às excelentíssimas primas dos mestres de obras.

António Saiote
Maestro

Loures, Novembro de 2010

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