Claro que ele sabe muitíssimo bem, e podia ter aproveitado a entrevista ao Público para o dizer, que bastava o Banco Europeu emprestar aos Estados à mesma taxa de juro que empresta aos bancos, para que a tragédia das taxas de juros especulativas que estão a sufocar a economia do país nem sequer tivesse existido.
A grande diferença, neste aspecto, entre a Grécia e Portugal, por um lado, e os EUA, Reino Unido e Japão, por outro, é que estes países têm bancos centrais que emprestam dinheiro directamente ao Estado, sem meter os especuladores financeiros pelo meio, enquanto a Grécia e Portugal, por estarem numa UE cujo Banco Central não empresta directamente aos países, estão à mercê daquela cambada que, no intervalo da especulação com o preço do petróleo e dos cereais, se voltou agora para a dívida soberana dos países mais vulneráveis à sua chantagem.
Claro que a Dívida de Portugal está alta, mas o mesmo se passa, conforme pode ver pelo quadro abaixo, em muitos outros países europeus e nos USA, já para não falar no Japão.
E como também pode ver pelo quadro, a Dívida em vários países até subiu muito mais do que em Portugal. É que o aumento da Dívida resultante do investimento público para colmatar a quebra do investimento privado, tem sido a politica seguida por aqueles países que estão já a sair da Crise e a perspectivar níveis de crescimento bastante razoáveis para a conjuntura.
Por estas bandas escolhem-se políticas que diminuem o rendimento de quem trabalha, fazem subir o desemprego, reduzem o investimento público, e levam o país a pique para uma recessão de que é difícil vislumbrar a saída. Enfim a velha receita do cavalo do espanhol.
Mova o rato sobre as linhas do gráfico para ver os valores. Clique em Explorar dados para aceder a mais informação.
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