quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

SE ESTIVESSE EM FRANÇA, CLARO QUE TINHA IDO À MANIF


Estaria decerto com os mais de 4 milhões de franceses que no passado domingo vieram para a rua mostrar a sua repulsa pelos massacres dos dias anteriores, e reafirmar a sua convicção democrática e republicana, pela liberdade de expressão e contra o terrorismo.

O que não tem nada a ver com a palhaçada organizada por Hollande, que à sua volta juntou um pequeno bando de criminosos de guerra, instigadores e apoiantes do terrorismo, lacaios da Austeridade, gente que quer aproveitar aqueles trágicos acontecimentos para reforçar o controlo policial sobre as populações, marginalizar estrangeiros e fechar fronteiras.

Manif que também não tem nada a ver com o pindérico ajuntamento organizado por Marine Le Pen, numa paróquia em que a FN tem a maioria, onde cerca de mil apaniguados se iam pegando à porrada, uns por quererem o mata e os outros por preferirem o esfola.

Percebo as limitações duma mobilização como a que no domingo passado tocou toda a França, mais fundada no sentimento do que na razão, e que sem objectivos claros e definidos nem organizações para lutar pela sua concretização, acaba por deixar os governos à vontade para levar a cabo algumas medidas já anunciadas, como a revisão do tratado de Schengen, e outras que mais adiante nos cairão em cima.

Como também tenho consciência de que aquela enorme e espontânea mobilização popular foi, nas circunstância concretas, uma eficaz barreira quer à agudização do racismo e da islamofobia, como ao avanço da FN que nestes acontecimentos, ao contrário do que seria de esperar, não ganhou de certeza um único voto.

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