quinta-feira, 11 de abril de 2013

Perguntas à Constituição


IMAGINEMOS que tínhamos um Presidente da República que em 1967 preencheu ficha da PIDE, afirmando-se integrado no regime, que agora diz estar atento mas não ser pressionável, que afirma não ler jornais, que garante nunca se enganar, nunca ter dúvidas, que confunde Thomas More com Thomas Mann e diz não apreciar o Nobel da Literatura José Saramago, porque os seus livros têm muitas vírgulas, que protegeu membros do Conselho de Estado, envolvidos em fraudes bancárias, que atravessa meses de turbulência política, sem nunca dizer água vai, nem água vem, e que mesmo assim se intitula o provedor do povo, que usa o mesmo baralho de cartas viciadas do governo, vendo neste condições e capacidades governativas que mais ninguém consegue ver, será que essa pessoa, dizia eu, poderá representar a República Portuguesa, ser o garante da independência nacional, da unidade do Estado e do regular funcionamento das instituições democráticas?

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