segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

ALTERAÇÃO AO RSI
De acordo com as novas orientações neo liberais fascisantes


Com vista a reduzir o numero de beneficiários do RSI - Rendimento Social de Inserção, está o Governo a preparar novas regras para a atribuição desta prestação social, recorrendo a formas de controlo mais autoritárias e disciplinadoras, duma exigência desproporcionada em relação à população fragilizada que recorre ao RSI.

Para receber o RSI os candidatos terão de assinar "um contrato de inserção em que os beneficiários se comprometem, perante o Estado, a cumprir um conjunto de obrigações". Isto depois de preencher 5 questionários, entregar uma série de comprovativos, e dar autorização para acesso à conta bancária. O pedido será então apreciado por um Técnico que, se entender que estão respeitados todos os conformes, o passará a um Gestor (?) que então contratualizará com o interessado o acordo de inserção.

Além destas figuras tutelares da desgraça alheia, no processo de humilhação de quem precisa de recorrer àquele apoio entram ainda os NLI - Núcleos de Inserção Social, onde estão representados o Centro de Emprego e as estruturas regionais de Saúde, Educação e Segurança Social.

Tudo isto para a concessão duma prestação social de, em média, 89 euros beneficiário/mês, enquanto, por exemplo, os limites para os contratos por ajuste directo, sem concurso público, são de 750 mil euros para os directores gerais, 900 mil euros para os presidentes de Câmara, 5,6 milhões para os ministros, e 11,2 milhões para o primeiro-ministro.

A desculpa para todo aquele controlo pidesco são as incontornáveis bêtes-noires da demagogia populista rasca, os suspeitos do costume que beneficiam ilegitimamente de subsídios: o arrumador de carros passador de droga, o cigano vendedor de tshirts, a mãe solteira que passa os dias no café, enquanto o cidadão contribuinte e o trabalhador Amorim têm de se levantar cedo e trabalhar no duro para sustentar a preguiça e os vícios de tão deletérias personagens.

Clama o Governo, com grande alarido, a necessidade de moralizar a utilização do sagrado dinheiro dos contribuintes, dinheiro que deixa logo de ser sagrado quando se trata da imoralidade de pagar os roubos do BPN, engordar lusopontes e motaengis à custa de ruinosas parcerias publico privadas e concessões directas, ou mesmo de pagar o leasing do Audi de 86 mil euros do Ministro dos Contratos do RSI.

Segundo este estudo só 23% dos cerca de 360 mil beneficiários do RSI serão empregáveis, embora não se perceba bem onde iriam arranjar emprego, numa situação em que caminhamos a passos largos para o MILHÃO de desempregados.

Quanto à maioria dos beneficiários, os outros 77%, são pessoas que por erros seus ou má fortuna (deficientes, doentes crónicos ou com problemas psiquiátricos, desempregados de longa duração, alcoólicos e outras dependências, crianças e velhos) estão irremediavelmente eliminadas da implacável corrida da competitividade neo liberal onde muitos poucos vencem e quase todos perdem.

E esses, os que foram expulsos da corrida para que não tinham pernas, são, como é típico nos regimes fascistas, transformados em bodes expiatórios da desgraça colectiva, avaliados ao detalhe e, neste caso, divididos em dois grupos:
  • Os que, enquanto se portarem bem, de acordo com os critérios do Big Brother de serviço, recebem umas migalhas que dificilmente lhes darão para sobreviver, quanto mais para viver com um mínimo de dignidade, embora só depois de assinar o tal Contrato, exigência incontornável daquelas mentes distorcidas para quem tudo na vida tem de funcionar de acordo com as superiores regras do business;
  • E os outros, os que não preenchem os tais critérios oficiais, são despromovidos a parias do sistema (mesmo sem estrela ao peito) e abandonados à sopa de caridade e a dormir nos vãos de escada, desde que não seja das escadas dos ministros que tomam estas decisões.

Tudo para exemplo e temor das massas que se querem ordeiras e obedientes aos diktats da chefe do Reich (que já diz o que deve estar na Constituição dos países satélites) e dos seus submissos migueis de vasconcelos locais.

Tudo para honra, glória, e sobretudo proveito, deste capitalismo voraz e senil, que se arrasta de crise em crise, e que já só é capaz de prometer mais austeridade, recessão e pobreza.

2 comentários:

  1. 40 anos de tiques comunas deu no que deu e vens agora com o discurso anti neo liberal? Põe mas é a viola no saco que ninguem esta para te ouvir.

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  2. Ouve, ouve, se não nem o Anónimo das 15:26 se daria ao trabalho de comentar. E logo com a antiga receita de 48 anos de fascismo: quem não é da Situação que meta "a viola no saco".

    A diferença é que agora o Anónimo das 15:26 não tem Pide nem Tribunais Plenários para tentar fazer cumprir esse desejo de calar os outros.

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