quarta-feira, 1 de junho de 2011
REESTRUTURAÇÃO DA DÍVIDA
Apesar de todos negarem a pés juntos, já se trabalha na reestruturação da dívida da Grécia. Segue-se Portugal.
Do Sarkozy ao BCE e FMI, nos últimos dias parece não ter havido cão nem gato que não tenha vindo a público negar a evidência da inevitabilidade da reestruturação da Dívida dos países mais expostos da União Europeia.
Para não perderem a face junto do pessoal mais a leste destas cenas, parece que, nesta fase, lhe vão chamar "re-profiling voluntário". Chamem-lhe o que lhes der mais jeito, o que parece certo é que a reestruturação da Dívida da Grécia já está em curso. Seguem-se, não necessariamente por esta ordem, Portugal, Irlanda e Espanha.
Traduzido do site do Wall Street Tools LLC, um curto artigo que nos dá uma ideia do que se está a preparar: "Here Comes The Great Greek Debt Restructuring... Errr.. Reprofiling"
"Não era se, mas quando, a Grécia seria forçada a reestruturar as suas dívidas. O Dow Jones diz que as primeiras vítimas do chamado "re-profiling voluntário" serão os principais bancos gregos, incluindo o Banco Nacional da Grécia SA (ETE.AT), Banco Alfa AE (ALPHA.AT) e EFG Eurobank Ergasias SA (EGFEY). O esquema que está a ser apresentado obriga os bancos gregos a estender os prazos das suas dívidas. Em troca de concordar com o plano, as autoridades da UE não exigiriam que os bancos gregos aumentassem o capital ou ajustassem (reduzissem) o valor dos seus investimentos em títulos do governo grego. Deste modo o FASB acaba por aceitar que os métodos contabilísticos são irrelevantes, e podem ser alterados sempre que se tornem um inconveniente para o sistema financeiro.
E se os bancos gregos se recusam a alinhar com este esquema de Ponzi?
O BCE deixaria de financiar o sistema bancário grego, que está atualmente dependente do "suporte de vida" do BCE. Aqui é onde teria de entrar a coerção governamental. Se os bancos recusam o acordo, o BCE retira todo o financiamento, deixando os bancos gregos insolventes, dado que ninguém de perfeito juízo vai aceitar dívida grega como garantia para novos empréstimos. Uma vez os bancos gregos incapazes de fazer o "roll over" das dívidas com empréstimos do BCE, com juros próximos de zero, a grande tragédia grega acabaria num "crash"desastroso, e o mundo teria uma nova crise bancária.
Se por outro lado a reestruturação for por diante, poderá ajudar a Grécia a arrastar-se durante mais algum tempo, dado que os credores domésticos possuem atualmente, segundo o FMI, cerca de 38% da dívida do governo grego. Este esquema beneficiaria também os grandes bancos franceses e europeus que têm centenas de milhares de milhões de dólares de exposição aos PIIGS. Isto mostra também que, com o agravamento da crise da dívida na União Europeia, os grandes bancos, para salvar a própria pele, "estão a empurrar-se uns aos outros para baixo do proverbial autocarro" - canibalização pela elite de banqueiros no seu melhor. Seguem-se os bancos espanhóis, portugueses e irlandeses."
Adenda: Ver hoje no Público notícia, com uma única referência à palavra reestruturação, em que o BCE diz que seria uma catástrofe, mas com muitos reescalonar, curto prazo, voluntário e privados: Zona euro quer reescalonar dívida grega de curto prazo.
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