Ao contrario do que por cá ainda acontece a love story entre os americanos e os seus automóveis, parece estar a perder o glamour de décadas passadas. Como podemos ler num artigo do The Atlantic:
- O número médio anual de quilómetro percorridos pelos veículos de jovens (16 a 34 anos) nos EUA diminuiu 23 por cento entre 2001 e 2009, caindo de 10.300 milhas por pessoa em 2009, para 7.900 milhas em 2009.
- A percentagem de jovens dos 14 a 34 sem carta de condução aumentou de 21 por cento em 2000 para 26 por cento em 2010, de acordo com a Federal Highway Administration.
Os jovens americanos estão também, nas suas deslocações, a usar mais os transportes públicos, as bicicletas, e a dar mais uso aos sapatos. Entre 2001 e 2009, os jovens entre os 16 a 34 usaram mais 24 por cento a bicicleta, foram a pé para os seus destinos mais 16 por cento, e andaram de transportes públicos mais 40 por cento.
Parte da razão para esta mudança é financeira, 80 por cento dos jovens entre os 18 e os 34 anos afirmaram, a um inquérito da Zipcar/KRC, que o custo elevado da gasolina, estacionamento, e manutenção tornam muito difícil possuir um carro.
Mas o dinheiro não explica tudo. Jovens dos 16 aos 34 em famílias com um rendimento anual de mais de 50 000 euros optam também cada vez mais por não conduzir: aumentaram o uso de transporte público em 100 por cento, andar de bicicleta em 122 por cento, e andar a pé 37 por cento.
A desafeição ao carro é parte integrante de um novo modo de vida que coloca menos ênfase na posse de grandes carros e de casas grandes. Um inquérito realizado pela National Association of Realtors realizado em 2011 mostra que 62 por cento das pessoas com idades entre 18-29 disseram preferir viver em bairros na proximidade de lojas tradicionais, restaurantes, cafés e bares, e de ter locais de trabalho, bibliotecas e escolas servidos por transporte público.
Para gerações de americanos, a posse de automóvel foi um ritual de passagem quase obrigatório, um símbolo de liberdade e independência. Para muitos jovens de hoje, um carro é um fardo que já não desejam carregar.
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