José Sócrates, penso que numa sessão da campanha de Manuel Alegre, puxou pelas palavras e acusou "aqueles que nos últimos dias apenas falaram de crise e de instabilidade, esses não prestaram um bom serviço ao país. Pelo contrário, esses que passaram os últimos dias, a semear a desconfiança, a incerteza e a dúvida não estiveram à altura do interesse nacional". Sentenciou depois, como se fosse o Oráculo de Delfos, um aviso solene: que "A História saberá registar quem esteve à altura dos momentos decisivos e quem faltou à chamada num momento crítico de defesa do interesse nacional para Portugal".
Sem o ter citado, há quem veja nisto um recado, ou talvez puxão de orelhas, ao Prémio Nobel da Economia Paul Krugman, o qual sustenta que são ruinosas as taxas a que a dívida portuguesa está a ser colocada nos mercados, e as ditas operações, longe de serem consideradas sucessos, como o garantem Sócrates e Teixeira dos Santos, são notícias pouco ou nada animadoras, pois o fardo com o pagamento de juros será ruinoso para a oprimida e deflaccionada economia portuguesa, durante os próximos anos.
Apenas armado com fé, coragem, determinação, muita conversa fiada, e um jeito insuperável para vender carradas de optimismo ao desbarato, José Sócrates, o engenheiro incompleto que descobre rasgos geniais em tudo o que imagina e vê sucessos em tudo o que toca, é o homem que diz governar Portugal, e os resultados estão bem à vista. Entre aquilo que pensa, aquilo que diz e aquilo que faz, que raramente coincidem, separa-os uma distância abissal. Por isso mesmo, a História não o absolverá…
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