sábado, 1 de janeiro de 2011

LET'S CHANGE THE WORLD, NOT OURSELVES


Aquela ideia de na entrada do ano fazermos uma relação das coisas que temos de mudar na nossa vida para sermos melhores pessoas, ou mais concretamente para estarmos mais de acordo com aquilo que a moda do dia nos tenta impor, é, além dum bocado estúpida, contra revolucionária, como nos diz Laurie Penny neste artigo do New Statesman.

Usar o início do ano como pretexto para deixar de beber, perder uns quilos, ou começar a treinar para a meia maratona de Lisboa, já para não falar de nos levantarmos cedo aos domingos, são daquelas promessas de Ano Novo que muitos fazem e felizmente quase ninguém cumpre.

Daqui a umas semanas quando mais uma vez constatar que falhou miseravelmente em todos aqueles virtuosos objectivos a que se tinha proposto, não fique desapontado/a consigo mesmo. Claro que você não é perfeito/a, nem nunca vai ser, mas não é de certeza por ter uns quilos a mais, ou não fazer o seu jogging matinal, que vou passar a gostar menos de si.

Em vez de gastar as poucas energias que lhe restam a deixar de fazer aquilo que ainda lhe vai dando algum prazer na vida, olhe à sua volta, veja o que há de realmente errado por esse mundo fora, e diga lá se não será mais produtivo dar o seu modesto contributo para tentar corrigir alguma coisa do muito que está mal, por exemplo, correr com Sócrates, lutar contra os cortes do acordo PS/PSD, ou impedir a reeleição de Cavaco?

3 comentários:

  1. Está-me cá parecendo que essa de evitar a reeleição de Cavaco é assim um bocado para o trabalhoso.

    Mas para que andaremos neste mundo, senão para, de vez em quando, tentarmos tornar o impossível possível.

    ResponderEliminar
  2. É verdade que é essencial preocuparmo-nos e agir no sentido de mudar o mundo para melhor, porém, e porque somos imperfeitos, às vezes também precisamos de fazer alguns ajustes em nós próprios, o que não significa acomodarmo-nos ao que mudou para pior.

    ResponderEliminar
  3. Embora me pareça que num passado distante ainda entretive esse tipo de ideias, também acho um bocado pimba as decisões de acertar a mudança da vida pela mudança de ano.

    Pelo que por aí ouvimos das promessas do que se irá fazer no novo ano, na maioria dos casos mais não é que o reflexo de sentimentos de culpa de quem não consegue resistir à pressão dos modelos e comportamentos em voga.

    Se há mesmo coisas que queremos e vale a pena mudar, por nós ou pelos outros, então qualquer altura é boa.

    ResponderEliminar