terça-feira, 18 de janeiro de 2011

NÃO SE CALE NO DOMINGO
No domingo tem duas possibilidades: calar-se ou usar o voto para expressar a sua indignação.


"Eu não voto em ninguém", atirou ao candidato, revoltada pelos cortes que a impossibilitam de recorrer às credenciais necessárias para que os bombeiros a levem ao seu médico.

A reportagem é do Público e merece os poucos minutos que a sua atenção lhe possa dispensar. Num episódio simples mas significativo, que nas suas infinitas variações todos já testemunhámos no nosso dia a dia, uma senhora afectada por mais uma medida injusta e iníqua, que lhe nega os meios para prosseguir um tratamento, revolta-se contra este mundo feito cão em que lhe coube viver com o bem conhecido EU NÃO VOTO EM NINGUÉM.

Foi a senhora idosa de Sines, mas podia ser o jovem do bairro social suburbano, a operária têxtil com o marido desempregado há mais dum ano, a jovem licenciada a trabalhar a recibos verdes, o quadro da grande empresa obrigado a "dançar ao som da música de quem manda" para tentar manter o emprego, o pequeno comerciante com dívidas ao fisco, aos fornecedores, ao banco.

Todos eles, e tantos mais, que já não acreditam na possibilidade doutra forma de viver a vida, na acção colectiva, no simples acto de votar como forma de ao menos exprimir a sua indignação. E cada um deles é um caso, uma pessoa concreta que precisa não só de compreensão mas da sincera empatia que o seu grito de revolta procura em quem o ouve, como aliás tão bem o entendeu e soube exprimir naquela situação o candidato Francisco Lopes.

Um exemplo para quem diariamente nos partidos, nos sindicatos, nas autarquias, nas colectividades de recreio, nas organizações de solidariedade social dá o melhor de si mesmo, na luta por um mundo novo a sério.

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