O INSTITUTO Nacional de Estatística (INE), com o argumento de que pretende "acompanhar os padrões europeus" e adoptar as sugestões do Eurostat, vai passar a utilizar o contacto telefónico para recolher dados sobre a situação do desemprego. A adopção deste método, impossibilita que se façam comparações dos novos indicadores, com os obtidos entre 1998 e 2010. Ao alterar o modelo de recolha de dados, num momento particularmente agudo da crise económica e social, quando o desemprego atinge máximos históricos, esta iniciativa pode ser entendida como uma operação destinada a “cegar” e dissimular a real situação do desemprego, comparativamente com períodos anteriores.
Eugénio Rosa, economista da CGTP, afirma que há o risco de as entrevistas efectuadas por telefone irem enviesar a amostragem, devido ao facto de haver muitos desempregados que não têm telefone fixo, e que o Governo tudo tem feito para desacreditar os números do desemprego divulgados pelo INE, seja ignorando esses dados, seja utilizando os dados divulgados pelo IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional), que são facilmente manipuláveis, já que não são conhecidas publicamente as regras para a sua construção.
Para o governo vale tudo e não olha a meios, nem que para isso tenha que socorrer-se de truques e magia, para que o desemprego se torne uma coisa irrelevante. Com Sócrates e seus compinchas, seja a bem ou a mal, esta crise há-de passar de real a virtual.
Sem comentários:
Enviar um comentário