sábado, 8 de janeiro de 2011
CALIMERO CAVACO
Em exibição numa eleição próximo de si.
Agora que, pelo que lemos na imprensa, parece estarem esclarecidos os contornos da compra/venda de acções da SLN por Cavaco Silva, os seus apoiantes deslocam-se com armas e bagagens do campo da negação para o da desculpabilização e vitimização.
Uma das desculpas que começa já a circular é que outros accionistas também compraram acções a 1 euro. A SLN na altura fixou o preço das acções para não accionistas a 2,20 euros, grupo onde se incluiria Cavaco, para accionistas a 1,80 euros, e para Oliveira e Costa a 1 euro. Tratou-se portanto dum favor pessoal de Oliveira e Costa a Cavaco, que poderá ter sido, eventualmente, extensivo a outras pessoas. O que é claro é que não foi uma situação normal, mas de excepção, de favor.
Outra desculpa é que é habitual as empresas venderem as suas acções próprias a preços especiais a certas pessoas, ou instituições. O que é verdade, e se faz, entre outras razões, para trazer para o projecto empresarial quem, por exemplo, reforce a sua credibilidade e/ou facilite futuros negócios. Seria isto que Oliveira e Costa esperava de Cavaco? Provavelmente sim. Desconhecia Cavaco que alguma coisa poderiam esperar dele? Provavelmente não.
A estratégia da vitimização, o paleio da campanha suja, já está em curso, e vai ser muito provavelmente o tema central das duas semanas de campanha de Cavaco Silva. Ajuda a mobilizar as "tropas" e a afastar da discussão as questões politicas.
Mas o facto da vitimização habitualmente resultar, não garante necessariamente que funcione desta vez. Também a estratégia do silêncio, de desvalorizar a questão, de se apresentar acima de qualquer suspeita (ainda têm de nascer duas vezes...) resultou lindamente nas anteriores ocasiões em a questão da compra/venda das acções da SLN/BPN foi levantada, e desta vez foi o que se viu, em três tempos deu com os burrinhos na água.
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E continua a dizer que não tem de dar explicações nenhumas.
ResponderEliminarÉ a arrogância de quem se julga mais do que os outros (Para serem mais honestos do que eu têm de nascer duas vezes), e que vive no antigamente, quando os governantes não tinham que responder perante os eleitores.
Dédé, concordo quando, num post anterior, referes a intervenção de Cavaco a atacar a actual administração do BPN como um TIRO NO PÉ.
ResponderEliminarAté aí a a questão do BPN não tinha tido o relevo suficiente para que toda a gente começasse a fazer perguntas, e a comunicação social se visse forçada a publicar os dois ou três factos que mostram a natureza daquela compra/venda de acções.
Será que aquilo lhe saiu de momento, pouco provável, ou foi orientação da campanha, caso em que quem a está a dirigir bem pode limpar as mãos à parede.