sexta-feira, 8 de abril de 2011
ELEIÇÕES: ESTÁ TUDO EM ABERTO
O que dizem que as sondagens dizem, e o que realmente dizem as sondagens.
Correspondendo ao natural desejo que todos temos de tentar adivinhar aquilo que nos espera, as sondagens, não obstante os sucessivos fiascos entre aquilo que anunciam e o que depois acontece, são sempre objecto da habitual atenção que acabamos por lhes dispensar.
Por cá, para além de usarem métodos que sistematicamente empolam os resultados do PS e PSD, e subestimam os dos outros partidos, são cada vez mais usadas como forma de manipulação do eleitorado, extrapolando os números reais de forma a dar a entender que a coisa já está resolvida a favor dos partidos do costume, que gozariam dum apoio que de facto não têm, e que ao eleitor mais não resta do que submeter-se à realidade que elas anunciam, devendo cada um acomodar-se àquilo que lhe parecer o mal menor.
Vejamos por exemplo a última sondagem da Católica que dizem que diz que 39% iriam votar no PSD e 33% no PS, ou seja que os partidos do centrão têm entre si 72% (até parece que os portugueses apoiariam incondicionalmente os partidos que nos meteram neste buraco). Vai-se a ver os números reais e não é bem assim, nem nada parecido, aquelas percentagens são apenas um supônhamos de quem apresenta os números, e não aquilo que o pessoal disse.
O que os inquiridos da sondagem realmente dizem é que 16% vão votar no PSD e 13% no PS, o que está longe como o caraças dos 39 e 33% que nos apresentam nos títulos dos jornais ou nos quadros coloridos das notícias da TV.
Por outro lado, os números reais da sondagem dizem também que o conjunto dos 5 partidos recebe intenções de voto que somadas atingem apenas 38%, ou seja 62% dos inquiridos, a 2 meses das eleições, ainda não decidiram em quem vão votar, ou se vão sequer lá pôr o papelinho.
Com a crise que nos está a pôr de pantanas e cerca de 2/3 do eleitorado ainda sem uma intenção de voto definida, mesmo que também seja dos que acham que isto não vai lá com eleições, diga lá se estas não podiam, ou podem, ser as eleições mais interessantes dos últimos 35 anos ?
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não vai com eleições?
ResponderEliminarPelo menos o 25 de Abril não foi. O 5 de Outubro? Parece-me que também não. 1 de Dezembro? 1143? Ná. Olhe, assim à primeira não me lembro mesmo de nenhuma cena importante que tenha ido lá com eleições.
ResponderEliminarIsto das pessoas não acreditarem nada na CDU, chateia um pouco é? mas é mesmo assim, é preciso é calma. Um renim resolve, é bom para a azia.
ResponderEliminarOlhe que os "renims" afectam a moleirinha, não vê como ficou, que não passa dessas bocas da treta.
ResponderEliminarpois é...mas no dia 24 de Abril a cena não é a mesma de hoje...já para não falar dos outros dias...
ResponderEliminarPois é, as cenas são sempre diferentes.
ResponderEliminarE também não lhe ocorreu nenhuma cena importante que tivesse ido lá com eleições, pois não?
uma cena com eleições? o resto do mundo...
ResponderEliminarPois é, começando pela independência da América e acabando na queda do Mubarak.
ResponderEliminarAcho que o seu comentário confunde o que é uma sondagem, que é uma projecção que é feita segundo determinadas regras e não um "apenas um supônhamos" de quem fez a sondagem. É necessário algum conhecimento cientifico e técnico para comentar sondagens e não apenas um "um supônhamos" que sabemos...
ResponderEliminarPaulo Ramos Docente de Pesquisa de Opinião
Isso dos EUA era criar um novo país (e meteu uma guerra) e no século XVIII. Quanto ao Egipto era numa ditadura (não é o nosso caso, além de estarmos na UE, que é composta por democracias, melhores ou piores).
ResponderEliminarAnónimo das 23:10
ResponderEliminarE nos anos 60 o fim da descriminação racial nos EUA, também foi lá com eleições? Será que os EUA ainda eram um país novo?
Paulo Ramos,
ResponderEliminarNão sei se reparou mas nem sequer entrei na questão da qualidade da sondagem, embora chamando a atenção que, até por experiências anteriores, é coisa que não se pode ser levada muito à letra.
A critica no post vai para a forma manipuladora como os resultados são apresentados.
Quer-me dizer que apresentar resultados de 13 e 16 como se fossem 33 e 39, é que é "cientifico"?
E esconder o facto mais importante da sondagem, que 62% não se pronunciaram por nenhum partido tem o quê de "ciência"?
Já reparou que noutras latitudes, de gente que nem é muito dada a rigores, se tem a honestidade de apresentar os números sem os supônhamos, nem manipulações:
"A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, acumula queda de três pontos percentuais no tracking Vox Populi/Band/iG desde o último domingo. A ex-ministra caiu de 54%, no dia 12 de setembro, para 51% na sondagem divulgada hoje e realizada nesta quarta-feira. A petista perdeu um ponto percentual em cada uma das últimas três sondagens diárias feitas pelo instituto.
O candidato tucano José Serra (PSDB) oscilou positivamente um ponto percentual, subindo de 22% para 23% no mesmo período. Na sondagem divulgada hoje, o tucano oscilou um ponto positivamente em relação à sondagem anterior. A terceira colocada, Marina Silva, tem 9% das intenções de voto. Votos brancos e nulos somam 5% e os indecisos, 12%."
http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/tracking+vox+populibandig+dilma+tem+51+serra+23/n1237778214405.html
RESUMO MEU
Dilma 51
Serra 23
Marina 9
branco e nulo 5
indecisos 12
soma 100