quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

SOARES E O SÍNDROMA DA FALSA MEMÓRIA
(Ou afinal não era só a Jeanne D'Arc que tinha visões. Ou talvez ...)


O síndroma da falsa memória é uma condição em que a pessoa acredita piamente numa experiência traumática objectivamente falsa mas que se lhe apresenta como verdadeira, o que deve ser o que se está a passar com o Dr. Soares quando nas suas memórias relata que "Pela janela (do avião), vi que o aeroporto estava em grande reboliço com pessoas, jovens e mais velhos a protestar, enquanto a polícia carregava contra os manifestantes. Percebi que se tratava de um protesto espontâneo contra a minha deportação".

Da próxima vez que o prezado leitor apanhar um avião na Portela faça a fineza de espreitar pela janela e depois diga-nos o que conseguiu ver para dentro do edifico do aeroporto.

Claro que há sempre outra possibilidade: tal como Jeanne D'Arc, que tinha visões de Deus, quem sabe se também o Dr. Soares já na altura teria os seus transes psicadélicos, e conseguiria ver heróicas cenas de manifestantes e polícias, onde só haveria hospedeiras de terra em balcões de check-in e pacatos passageiros a empurrar carrinhos de bagagem.

Ou talvez o Dr. Soares seja apenas mais um mentiroso compulsivo com a mania das grandezas, o que aliás até está mais de acordo com aquilo que conhecemos da sua longa carreira política.

8 comentários:

  1. não faltam por aí "beatos" a idolatrá-lo...

    abraços

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  2. Em Liberdade e Democracia, cada um diz (e escreve) o que muito bem pensa e/ou entende.

    É por isso, nelas vivendo, que se podem dizer coisas como esta(s). Eu, como já se percebeu, tenho exactamente... o contrário. Porque Mário Soares sempre se bateu pela Liberdade e pela Democracia.

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  3. Caro Antunes Ferreira, então o único argumento que consegue aqui trazer é o da autoridade? Foi como o Dr. Soares disse, porque sim?

    Será que o ter lutado pela Liberdade e pela Democracia também dá ao Dr. Soares o direito de inventar um marinheiro ao lado do Dr. Cunhal na sua chegada ao aeroporto da Portela?
    Ver aqui http://bit.ly/uMjGKw

    E vamos ter de alterar todos os livros de história que dizem que Lenin chegou a Saint Petersburg, depois Leningrad, só porque o Dr. Soares diz que chegou a Moscovo?

    Bendita Liberdade e Democracia que nos permite discutir estas questões abertamente. Ou isso, como parece transparecer do seu comentário, também o incomoda?

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  4. Oh pascácio, se não fosses um faccioso idiota e tivesse algo mais que santola nessa cabecinha sabias que no tempo em que Mário Soares foi deportado podias BEM ver o que ele descreve. Pensa e não te metas com GENTE oh manhoso

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  5. Calma, não se exalte! Claro que nesse "tempo" se podia ver. No "tempo" em que os animais falavam podia-se a ver a manif no aeroporto, o marinheiro ao lado do Dr. Cunhal, e o Lenin a chegar do exílio a Moscovo.

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  6. Oh Dédé: Fizeste um post delirante, impreciso e maldoso. Se "desses para começar" - o que duvido- havia de me exaltar. Assim nunquinha, "meu"!O resto é o que tu quiseres que seja. Que pena de ter perdido o cartão da Makro para te oferecer uma bicicleta pelo Natal. Por agora acabou a conversa - a menos que encontre o cartão...

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  7. Caro Dédé,
    não tenho simpatia por Mário Soares, nunca votei nele (nem mesmo contra terceiros, como Freitas do Amaral), mas o que ele afirma ter visto, o episódio que reconstitui, é verdade. Houve espancamentos no aeroporto, detenções, etc. Nesse tempo, eu estava na Faculdade de Letras e ouvi testemunhos de participantes directos nos acontecimentos. Há ainda muita gente viva e de boa saúde que pode confirmá-lo. O que, de resto, não deve incomodar quem seja adversário da velha raposa, mas pode servir para ilustrar a falsidade da máxima - particularmente imbecil - dos que entendem que os inimigos dos nossos inimigos são nossos amigos.
    Abraço

    msp

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  8. Caro MSP,

    A versão que tenho (não estava lá, nem sequer sou desse tempo) difere da sua, como aliás acontece frequentemente nestas cenas.

    Mas se reparar bem o post não é sobre o que lá se passou, mas sobre a implausibilidade do que o Dr. Soares conta, pretexto para dar ao Dr. Soares um pouco do tipo de "remédio" em que ele é exímio a administrar aos outros.

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