domingo, 10 de outubro de 2010

Já que o Metro não vem à Portela...
Qual a melhor maneira de ligar a Portela ao Metro?


O anúncio da vinda do Metro à Portela em Julho de 2009, como se previa, não passou de mais uma rábula eleitoralista do PS, confirmando-se agora que, pelos menos no médio prazo, essa solução está completamente fora de questão. Aliás logo à partida era pouco credível que o Metro de Lisboa fosse gastar 122 milhões de euros para fazer um ramal da linha Vermelha para a Portela e Sacavém quando pouco tempo antes se tinha recusado a desviar umas centenas de metros o percurso de Moscavide ao Aeroporto.








O que não se compreende é que a extensão da linha Vermelha ao Aeroporto não inclua uma paragem na Portela, onde iria servir uma população de 15 000 habitantes, todos concentrados numa pequena área de menos de 1 km2. O desinteresse da Câmara PS de Loures terá sido sem dúvida um factor de peso a obstar a concretização dessa antiga aspiração dos portelenses, desde sempre a braços com dificuldades de transportes públicos de ligação a Lisboa.

Chegados aqui, e não se vislumbrando nos próximos tempos a hipótese da vinda do Metro à Portela, será talvez melhor começar já a pensar em qual a melhor maneira de assegurar a ligação da Portela à linha Vermelha do Metro que irá ter duas paragens aqui próximo, uma em Moscavide, e outra na Encarnação, e que se espera entrem em funcionamento em 2012. A Linha Vermelha, por ter um traçado que cruza as outras três linhas do Metro, proporciona o rápido acesso a grande parte da cidade de Lisboa.












Actualmente a Portela dispõe de duas ligações rodoviárias a Moscavide, a carreira o 728 da Carris, e mais recentemente o Rodinhas, mas qualquer delas, para este efeito de ligação ao Metro, apresenta desvantagens que não são de somenos.











Por exemplo, não seria de todo praticável coordenar a frequência do 28 com a do Metro, e o Rodinhas por não estar integrado no Passe combinado L1 da Carris/Metro, representaria uma despesa significativa para quem se desloca diariamente para Lisboa.






Mais conveniente poderia ser uma carreira tipo minibus da Carris, coordenada com os horários da linha Vermelha do Metro, com o percurso do Rodinhas.





Em vez de deixar tudo para a última, o que por vezes inviabiliza que se concretizem as melhores soluções, não será de começarmos já a pensar como tirar o melhor partido da passagem do Metro próximo da Portela? A palavra principal deve pertencer aos moradores do Bairro, mas espera-se também que os responsáveis autárquicos, na Junta de Freguesia e na Câmara de Loures, se empenhem nesta questão tão importante para o dia a dia dos que aqui moram.

Qual de Nós Mente Mais?


TEIXEIRA dos Santos, aliás, Teixeiróquio dos Bancos, na sua entrevista ao semanário EXPRESSO de 9 de Outubro de 2010, já mente quase tão bem como José Sócrates, quando deixa implícito que já não sabe onde cortar na despesa (pudera, esqueceu-se dos institutos, das empresas públicas e das fundações!), e muito menos onde obter receita, isto quando os bancos encaixam lucros pantagruélicos com taxas quase simbólicas, e há tantas fortunas à boa vida, repimpadas nas offshores, a renderem milhões livres de impostos.

sábado, 9 de outubro de 2010

Até nos anos de John Lennon temos de gramar a manipulação da RTP


Mesmo nas coisas mais triviais a RTP arranja maneira de fazer lavagem à cabeça do pessoal. Uma curta notícia evocativa de Jonh Lennon passada pela RTP há minutos, incluía com destaque a conhecida fotografia do jovem desarmado a tentar evitar a progressão dum tanque na Praça de Tiananmen.

Acontece que John Lennon, o músico que todos admiramos e destacado militante pela Paz, morreu em 1980, ou seja 9 anos antes dos protestos de Tiananmen.

Quem sabe, talvez o "jornalista" da RTP, com todos aqueles meios que o contribuinte paga, tenha conseguido comunicar com Lennon lá no Além, e John lhe tenha confidenciado a sua solidariedade póstuma com aqueles protestos.

De fonte segura sabemos que John Lennon foi um enérgico opositor da Guerra do Vietname e portanto, se não é pedir muito à objectividade e seriedade informativa da RTP, sugiro que para a próxima substituam a referida fotografia, por exemplo, pela da jovem vietnamita vítima de graves queimaduras provocadas pelo bombardeamento com napalm pela Força Aérea dos Estados Unidos.

Com Alegrica, melhor do que tá não fica...
"A greve é um direito dos trabalhadores estabelecido na Constituição", diz Alegre


A gente compreende que para manter o apoio de Sócrates o homem não se pode esticar muito, sob o risco do macaco lhe ficar curto, e esta cena da Greve Geral de 24 de Novembro contra o PEC do Governo não é coisa que se consiga digerir com a ajuda duma simples água das pedras.

Mas para dizer patacoadas destas talvez fosse preferível falar da chuva, inundações, e engarrafamentos, que ontem lixaram a vida ao pessoal que é obrigado a andar por aí a fazer pela vida.

Ou será que o homem afinal é candidato a Presidente do Tribunal Constitucional?

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Promessas PS duma tarde de Verão
Sobre as alegadas extensões do Metro a Loures e Infantado, e à Portela e Sacavém.


Em Julho de 2009, preocupados com o fraco entusiasmo suscitado por estas bandas pelas candidaturas do PS à Assembleia da República e à Câmara de Loures, os estrategas eleitorais do PS, com a ajuda do Governo, da Câmara de Loures, e da Administração do Metro, montaram mais um dos “apreciados” episódios da novela Promessas Eleitorais e, com pompa e circunstância, numa tarde de Julho no Palácio dos Marqueses da Praia em Loures, posaram para a comunicação social, e para a posteridade, Ana Paula Vitorino, secretária de Estado dos Transportes, Joaquim José de Oliveira Reis, presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa, e Carlos Teixeira, Presidente da Câmara de Loures e à data igualmente candidato sob o lema “Prometemos, Fazemos”.










Para tentar dar alguma credibilidade ao eleitoral anúncio da extensão da linha amarela a Loures/Infantado, e da linha vermelha à Portela/Sacavém, os participantes na rábula enumeraram as estações previstas, 7 no total, o custo do projecto, 565 milhões de euros, o arranque das obras, 2012, e a entrada em funcionamento das novas extensões do Metro, 2014 para Sacavém e 2015 para Loures. So far so good.

Só que, como algumas vozes alertaram na altura, a coisa trazia água no bico e, eleitos os candidatos, logo Metro e Governo trataram de arrumar o alegado projecto em mais uma das muitas gavetas que o PS dispõe para arrumar as promessas que o ajudam a ganhar eleições. Um pesado silêncio abateu-se então sobre qualquer pergunta acerca da concretização de tão úteis infraestruturas para as populações do concelho de Loures.















Mas como o processo democrático exige que o Governo apresente e faça aprovar anualmente, na Assembleia da República, o Orçamento do Estado, logo ficou evidente que ao não inscrever qualquer verba para o projecto das extensões do Metro a Loures e Sacavém, se estava, pelo menos, perante um adiamento do anunciado inicio das obras para 2012.

Tentando tirar a limpo o que se estava efectivamente a passar o deputado Bernardino Soares do PCP apresentou, em Junho deste ano, as seguintes perguntas ao Ministro das Obras Públicas se:

  • Estão concretizados ou em preparação os estudos e projectos para a extensão do Metropolitano de Lisboa a Sacavém e a Loures/Infantado?
  • Confirma o Governo a decisão de avançar com estas infra-estruturas?
  • Quando se prevê que elas se concretizem? Confirma a data de 2015 anunciada pelo naterior Governo?

A resposta do Governo chegou em Setembro passado e, traduzida de politiquês para português corrente, é de que não se trata propriamente dum atraso, mas sim, no que respeita às extensões de Metro a Loures e Sacavém, de que não há nada para ninguém. Mas à resposta do Governo, e mais algumas considerações sobre o Metro na Portela, voltaremos num próximo post.

O Feiticeiro e o seu Aprendiz


QUANDO José Sócrates diz que não tem medo de nada nem de ninguém, não é nenhum fenómeno, é apenas um aprendiz de feiticeiro com algum sucesso. Se ele insiste que deve ser a oposição a apresentar soluções de governação (há muito que ele próprio deixou de ser a solução para passar a ser um problema), não responde a ninguém e garante, do alto do seu atrevimento exibicionista, que não se demite, o motivo é apenas um: à mistura com sessões contínuas de propaganda política, quer continuar a preencher, enquanto é tempo, todos os cantos e recantos do aparelho de estado e da administração, com doações de cargos públicos à sua corte de amigalhaços, pajens e cortesãos, os quais se encarregam de multiplicar e redistribuir mais benesses, aqui e ali, com o respectivo reflexo nas contas públicas. A fórmula não é nova; quem consegue ocupar todos os pontos estratégicos de um campo de batalha e manter as tropas “lubrificadas”, tem a vitória meio garantida. Alberto João Jardim usa na R.A. da Madeira os mesmos métodos, desde 1978 (trinta e dois anos), e os resultados estão à vista.

Agora quer acabar com a Comissão Nacional de Eleições...
Acabar com as Eleições propriamente ditas, fica para a próxima?




Antes da Crise já a Dona Manela falava em suspender a Democracia por seis meses como cura para as maleitas nacionais.

Agora vem o seu antecessor dizer que se anda a desperdiçar dinheiro a fazer Eleições.

Só não percebo para que é que andam a perder tempo a fazer propostas de revisão da Constituição democrática. Não será que aquilo que lhes agradaria mesmo era voltar à Constituição fascista de 1933?

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O que não faltam são alternativas...
Manifesto dos economistas aterrorizados
Crise e Dívida na Europa: 10 falsas evidências, 22 medidas


Já num post anterior se fez aqui referência que, ao contrário do que nos querem fazer crer a caterva que desgovernou Portugal durante os últimos 35 anos, e as respectivas claques de apoio, o que não faltam é alternativas para a saída da Crise que nos vai consumindo em lume brando.

A Association Française d'Économie Politique publicou um "Manifeste d'économistes atterrés", cuja versão em português, traduzido por Nuno Serra com revisão de João Rodrigues, pode ler aqui "Manifesto dos economistas aterrorizados"

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Adeus, amor, a quem deixo
Por outro amor, o da Pátria.


O Incansável e Devoto Inaugurador


José Sócrates continua a sua azafama de inaugurações, e no dia 5 de Outubro, feriado comemorativo da implantação da República, além de mais uma escola recuperada, desta vez a secundária António Carvalho de Figueiredo (Loures), uma das cem que prometeu até ao fim do ano, calhou também a vez a um templo católico, mais exactamente a igreja de Alfragide. O engenheiro incompleto, emoldurou a sua polémica atitude com uma duvidosa (senão mesmo desacertada) justificação, afirmando que ir ali no dia 5 de Outubro era uma forma de sublinhar o princípio da laicidade e a garantia da liberdade religiosa para todos os cultos e confissões, tratando-os com igual respeito, delicadeza e carinho, tendo mesmo rematado que estava ali com alegria e luz no coração. Saliente-se que Sócrates não esteve lá como simples crente, mais sim como primeiro-ministro, o que faz com que esta iniciativa seja uma curiosa maneira de celebrar a separação da Igreja do Estado, uma das consequências mais marcantes da implantação da República.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Denegrir a República, branquear o Estado Novo, defender uma solução autoritária para a saída da actual Crise.


À margem das insossas comemorações oficiais do Centenário da República, temos assistido nas últimas semanas a uma intensa actividade editorial, jornalística e opinativa, apresentando a 1ª República como um dos períodos mais negros da história do país, o que, de forma mais ou menos explicita, "justificaria" o 28 de Maio e os 48 anos de fascismo.

Por exemplo ainda um dia destes no Destak o omnipresente Rui Ramos dizia que "Todos os regimes dos últimos 200 anos quiseram escolarizar os portugueses. O Partido Republicano distinguiu-se por ter sido o que menos fez por isso", passando por cima que foi Salazar quem reduziu a escolaridade básica de 4 para 3 anos, criou professores de 2ª, os chamados regentes escolares que apenas tinham a 4ª classe, encerrou em 1936 as escolas do Magistério Primário, etc. etc.

Como diz Fernando Rosas na Introdução da História da Primeira República Portuguesa: "O centenário do regicídio de 2008, deu lugar ao reaparecimento e à reafirmação de uma corrente a meio caminho entre a história e a politica, de forte cunho ideológico monárquico-conservador, por vezes enfaticamente promovido em alguns media, que, na realidade, constitui uma reedição quase ipsis verbis do discurso propagandista do Estado Novo sobre a Primeira República.
A Primeira República é aí apresentada, melhor dizendo, é aí demonizada, como nos tempos áureos do Secretariado de Propaganda Nacional".

O passo seguinte, a que assistimos agora, é apresentar a actual situação como um tipo de réplica dos tempos que antecederam o 28 de Maio, insinuando que a saída da presente Crise terá de passar igualmente por uma solução autoritária, e à falta das tropas de Gomes da Costa a descer de Braga para Lisboa, os sonhos molhados desta gente voltam-se para a generala Merkel ou para o desembarque, um destes dias, do FMI no aeroporto da Portela.

Enfim, se quer mesmo saber alguma coisa sobre a realidade e os ensinamentos da Primeira Republica, não deixe de ler "A Revolução Republicana de 1910 na história da luta do Povo Português".

domingo, 3 de outubro de 2010

Governo poupa em equipamento anti-motim
Cancelados blindados, substituídos por tecnologia sustentável.


Para os que subestimam a importância das Redes Sociais, aqui temos um bom exemplo da que é possível alcançar quando o povo virtual se mobiliza para combater uma qualquer aberração.

Como aqui denunciámos o Governo preparava-se para gastar 5 milhões de euros em carros anti-motim mas, segundo dizem, vai ser obrigado a recuar depois dos posts arrasadores e comentários apopléticos que inflamaram a internet nacional.

Para além do contributo inestimável para o corte da Despesa, e de redução da pegada ecológica, esta medida enquadra-se ainda na politica de repressão de rosto humano, sempre preferida pelo socialismo moderno quando se trata de dar porrada na malta.

O “ socialismo moderno, popular e moderado” do apregoado “estado social” de José Sócrates


«Ao contrário do que acontecia até agora, um pensionista com um rendimento anual de seis mil euros verá 2.112 euros dos seus rendimentos serem sujeitos a IRS já no próximo ano.
As medidas de combate ao défice anunciadas pelo Governo vão afectar directamente os rendimentos de mais de um milhão de pensionistas até agora isentos do pagamento de IRS. As contas foram feitas pelo economista Eugénio Rosa, do Gabinete de Estudos da CGTP. E apontam para um agravamento da factura fiscal para os pensionistas que recebem menos de seis mil euros por ano.
(...) Ao aumento de impostos, o presidente da Cáritas Diocesana de Portalegre e Castro Branco, Elicídio Bilé, soma a subida do IVA para os 23% e a redução na comparticipação dos medicamentos, para concluir que os casos de pobreza irão "agravar-se de forma significativa" ao longo do próximo ano. "Estamos a assistir a um corte brutal nos parcos rendimentos de muitos milhares de pessoas. É uma política cega, que nos leva a pensar que estas medidas foram decididas um pouco à pressa, acabando por afectar pessoas que já pouco têm para sobreviver."»

Excerto da notícia do jornalista Luís Maneta, inserta no suplemento de Economia do DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 3 de Outubro de 2010. O título do post é de minha autoria.

Escola e alunos saem muito mal desta cena
Atribulações da Embaixada do Teatro Brasileiro na ESTC







Num post de Miguel Castro Caldas no FaceBook tomámos conhecimento dum lamentável incidente ocorrido à volta duma iniciativa de aproximação das culturas brasileira e portuguesa.

Correspondendo ao pedido dos autores pode ver aqui a Carta aberta aos amigos portugueses sobre a decisão da ESTC Escola Superior de Teatro e Cinema de cancelar a Apresentação Final dos Espectáculos do Projecto Embaixada do Teatro Brasileiro, precedida do comunicado da ESTC a cancelar o referido espectáculo.


sábado, 2 de outubro de 2010

Alternativas é o que não falta...
Sócrates: medidas de austeridade só foram tomadas porque não restava qualquer outra alternativa.


Margaret Thatcher apresenta a TINA: There Is No Alternative


Na véspera do anuncio do PEC III, apresentado pelo Governo do PS com tendo por objectivo sossegar os mercados, ou seja apaziguar a especulação sobre as taxas de juro da Dívida Publica, uma notícia no Publico dava conta da iniciativa dum conjunto de personalidades europeias, entre as quais os anteriores presidentes da Comissão Europeia Jacques Delors e Romano Prodi, de pedir a activação do Fundo de Estabilização do Euro através de empréstimos a juros baixos, aos países com défices orçamentais, como é o caso de Portugal.

"Os signatários do pedido de activação do Fundo, justificam esta ideia com “as grandes tensões económicas, financeiras e sociais para a zona euro”, que “podem ameaçar ou destruir a zona euro”. Implícita no texto está também a eventual necessidade de algum país ter de reestruturar a sua dívida, um risco que também poderia ser diminuído através da utilização deste mecanismo, que foi instituído para situações excepcionais."

Que por estas bandas a crise financeira seja apenas mais um pretexto para continuar o ataque às condições de vida de quem trabalha, já estamos fartos de saber. Como também não nos admira que a nenhum daqueles economistas e comentadores que desfilam em sessões contínuas nas TVs e jornais cá da terra, não só não lhes tenha passado pela mona semelhante alternativa, como também nem sequer se tenham dado ao trabalho de a comentar.

Escusam é de vir para cá com a moenga de que não restava qualquer outra alternativa.