EM 13 de Outubro de 2011 o presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, entrou pelas 18h05 na Presidência do Conselho de Ministros, onde o Executivo estava a discutir o Orçamento do Estado para 2012, e foi reunir-se com o secretário de Estado Feliciano Barreiras Duarte para tratar de assuntos da “imigração” (terá querido dizer imigração de capitais?), o que é uma extraordinária coincidência, para não lhe chamar outra coisa.
Esta
visita de Ricardo Salgado, e a sua mais que certa participação naquele banquete
do Orçamento (que posteriormente considerou uma iniciativa de "enorme
coragem"), vem mais uma vez demonstrar que, a exemplo do que acontece na
União Europeia, são os grandes glutões do capital financeiro que estão ao leme do
país, umas vezes de forma discreta, e outras vezes nem por isso. E a coisa correu tão bem que nem vai necessitar de recorrer aos 12 mil milhões disponibilizados pela "troika", para amortecer o efeito do perdão da dívida grega.
As visitas aos baluartes do poder e a partilha de prolongadas ceias, onde se traçam rumos e asseguram privilégios, são uma velha tradição de família Espírito Santo, pois desde o tempo da ditadura salazarista e caetanista que aqueles sempre tiveram uma relação privilegiada, de corpo e alma, com o poder político, e este hábito, pelos vistos, mantém-se de pedra e cal.
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