quarta-feira, 30 de março de 2011
E O POVO, PÁ?
Não nos falem de austeridade, falem-nos de justiça.
"O caso BPN configura o processo de desagregação do Estado democrático, onde se salvam os accionistas e as entidades reguladoras, onde se escolhe salvar os activos nacionalizando os prejuízos à conta dos impostos que pagamos. O caso BPN diz-nos que em Portugal a fraude compensa e, quando esta vence, a democracia perde. Portugal está transformado num país onde há Estado máximo para alguns e Estado mínimo para quase todas as outras pessoas.
Quando nos dizem que o tempo é de sacríficios , sabemos que a sua distribuição não é justa nem democrática. Quem escolhe salvar Bancos para salvar amigos legitima a corrupção. Para o fazer, corta onde é mais necessário: nos serviços públicos e nas prestações sociais.
Não nos falem de austeridade, falem-nos de justiça."
segunda-feira, 28 de março de 2011
Um Político em Construção, Outro em Reconstrução
Entretanto, o demissionário José Sócrates, depois de ter regressado de Bruxelas da sua sessão de queixumes e vitimização, e ter ganho as eleições internas no PS, com uma percentagem albanesa de 93,3%, enche o peito e prepara-se para a fase de reconstrução da sua credibilidade. Está em pulgas para voltar a dispor de tempo de antena para contestar as cogitações proto-governativas do senhor Coelho, mergulhando de cabeça no seu ambiente predilecto, para vociferar, exibir-se, brandir sucessos imaginários, acusar todos, desculpar-se com os outros e mentir ao desbarato com a maior das naturalidades. Razão terá tido alguém, quando afirmou que Sócrates está com pancada, e que devia ser internado, ou pelo menos, sugiro eu, fazer alguns tratamentos, porque não.
A verdade é que durante a campanha eleitoral que se aproxima, a esquerda vai ter que recorrer a muita imaginação para contornar e furtar-se à invisibilidade que esta fixação da comunicação social portuguesa vai adoptar, concentrada e polarizada à volta desta parelha Dupont & Dupont, um deles o político em construção, dizendo que “não há nada como um PEC bem temperado e guisado”, ao passo que o outro, em trabalhos de reconstrução, responderá de cenho carregado: “… e direi mais, não há nada como um PEC bem condimentado e refogado…”.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Degradante
quinta-feira, 24 de março de 2011
A ILUSÃO DE QUE ISTO VAI LÁ COM ELEIÇÕES...
(ou de que há alternativas no quadro do Sistema)
Os tempos são deste Capitalismo neoliberal assente na exploração da mão de obra barata e sem direitos e na especulação financeira, parasita do Estado, globalizado e sem réstia de controlo democrático que, desde meados dos anos setenta como resposta à Crise 73 (é de facto uma chatice mas ainda ninguém inventou um Capitalismo assim tipo sem Crises), nos trouxe a grande velocidade, e maior desgraça, à situação que estamos com ela.
A Crise de 2008 poderia, como aconteceu por vezes no passado, ter sido um ponto de viragem na procura de um novo modelo para a sobrevivência do big C, mas sem adversário que o pudesse contestar, ou que pelo menos fosse necessário aplacar, a solução foi mais do mesmo, toca a canibalizar o que ainda resta por aí, apertar a tarraxa ao pessoal, e nem vale a pena estar a pensar onde isto tudo nos vai levar... de qualquer modo a longo prazo estamos todos mortos.
É certo que até posso ter alguma simpatia pelas boas almas que defendem fazer PECs menos piores, ou que ainda pensam que a tarefa da social democracia (socialismo) pode ser algo de diferente do seu destino histórico de side kick do Capitalismo e, como muitos outros também vou por aí participando em cenas que no fundo são como o Melhoral (não fazem bem nem mal), mas em boa verdade o que acho mesmo é que quanto mais tarde encararmos de frente a realidade, pior.
E uma questão chave desta realidade é que a classe operária tradicional, para além dos efeitos da inevitável evolução da sociedade, foi em boa parte exportada para as chinas de baixos salários e menores direitos, e por cá, por Portugal e Europa, é uma sombra do que foi, já sem condições de, como o fez em diversas circunstâncias e lugares no século passado, liderar o necessário processo de transformação social e política.
Contudo, ao menos pelas nossas bandas, ainda é quem reúne melhores condições, assim as queira potenciar, para ser o esteio dum bloco alargado de trabalhadores assalariados (operárias têxteis do vale do Ave, trabalhadores da indústria automóvel, precários de call centers, bolseiros do sistema cientifico, operadoras de caixa e repositores de supermercados, professores, boa parte das ex-profissões liberais, etc. etc.) objectivamente interessados em pôr um ponto final a este descalabro neoliberal sem presente nem futuro.
O que nesta altura faz falta, além de animar a malta, é, ao contrário do que aconteceu nas presidenciais, olhar para as eleições que aí vêm como mais uma oportunidade de chamar à luta todos os que, com maior ou menor consciência disso, têm como interesse vital a construção dum projecto de transformação que ponha a economia ao serviço das pessoas (e não da competição e do lucro) e exija que a democracia não seja, como agora, apenas um conjunto de práticas formais, sem conteúdo nem alcance prático na condução dos destinos colectivos.
quarta-feira, 23 de março de 2011
ABAIXO O PEC E MAIS QUEM O APOIAR
Eu sei que o Euro 2012 é só para o ano, mas hoje temos um motivo ainda melhor para acenar a bandeira.
Apre, Custou mas Foi-se!
terça-feira, 22 de março de 2011
Antes do KO a Sócrates, PSD explica aos "mercados" que não está contra os PECs... apenas os quer bem desenhados e menos limitados.
Depois duma semana a esbracejar contra a "falta de maneiras" do PS na apresentação do PEC IV, o PSD resolve dar cheque mate a Sócrates, mas antes, num comunicado em Inglês para sossegar os "mercados", "esclarece que o partido continua comprometido com as metas de redução do défice (3% em 2012 e 2% em 2013)" mas que “não pode apoiar” as novas medidas anunciadas pelo Governo para lá chegar, devido à sua “provável aplicação limitada e ineficaz”, por isso defende "um programa bem desenhado de consolidação orçamental e de reformas económicas”, certamente de acordo com o "risco" da proposta de Constituição apresentada o ano passado.
domingo, 20 de março de 2011
Poder pelo Poder
ACORDA, VEM VER A LUA
Esta noite a apenas 356 mil quilómetros
"Hoje à noite teremos uma Lua cheia muito especial, não apenas por ser a maior dos últimos 18 anos, mas também porque neste século só haverá 20 super-luas cheias semelhantes a esta. É uma oportunidade única para passarmos a noite em branco."
Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que surge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar
As asas da noite que surge
E corre no espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar
Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor
Acorda, vem olhar a lua
Que dorme na no espaço profundo
Querida, és linda e meiga
Sentir teu calor e sonhar
Heitor Vila-lobos / Dora Vasconcelos
sábado, 19 de março de 2011
Ideias com Esperança
«(…) Perguntaram-me pela democracia, e eu respondi-lhes que a democracia, tal como a estamos vivendo, é uma mentirosa falácia, que não se pode falar de democracia quando sabemos que os governos, resultando de actos eleitorais democráticos, logo se tornam em meros mandatários do único poder real real e efectivo, que é o das corporações económicas e financeiras transnacionais. Também me perguntaram pelo comunismo, e eu respondi-lhes que o socialismo não se pode construir nem contra os cidadãos nem sem os cidadãos, e que por isto não ter sido entendido é que a esquerda é hoje um campo de ruínas onde, apesar de tudo, uns quantos ainda teimam em buscar e colar fragmentos das velhas ideias com a esperança de poderem criar algo novo… “Irão consegui-lo?”, perguntaram-me, e eu respondi: “Sim, um dia, mas eu já cá não estarei para ver…”»
Excerto do registo de 2 de Agosto de 1997 de José Saramago in Cadernos de Lanzarote – Diário V
quinta-feira, 17 de março de 2011
Sócrates Filósofo
quarta-feira, 16 de março de 2011
Já reparou que dizer Ultramar, sem nada fazer para recuperar para Portugal as ex-colónias, não tem nada de patriótico?
Referir as antigas colónias por Ultramar, como faz Cavaco, é partir do principio que eram territórios que faziam parte integrante da nação portuguesa, e se eram parte de Portugal continuam a ser ("a pátria é una e indivisível", "a pátria não se vende"), estando agora ilegitimamente ocupados por forças estrangeiras.
Portanto, os que se referem às ex-colónias como Ultramar, para serem coerentes, deviam lutar por todos os meios ao seu alcance para refazer as "antigas fronteiras", incluindo pegar numa canhota e ir para as picadas combater os "turras".
Se acham que é Ultramar e nada fazem para corrigir esse "crime de lesa-pátria", isso só revela a sua falta de patriotismo ou de coragem, ou as duas coisas.
terça-feira, 15 de março de 2011
A Música do Pantomineiro
segunda-feira, 14 de março de 2011
NOS 128 ANOS DA MORTE DE MARX
Marxismo-leninismo ou marxismo e leninismo? Parece um pormenor de ortografia mas é de facto uma diferença do caraças
No dia em que passam 128 anos da morte de Karl Marx, pela minha parte continuo a recusar as sínteses, sebentas, cartilhas, e catecismos, e a ficar-me com a obra do homem que estudou o mundo para o mudarmos.
Como diz um dos participantes nesta discussão à volta da Manif da Geração à Rasca: Viva Marx pá! E também, digo eu, Viva Lenine pá!
ENGENHARIA Orçamental ou CONTABILIDADE Criativa
Há quem lhe chame engenharia orçamental, outros que é mais um exemplo de contabilidade criativa. Seja uma coisa ou outra, os efeitos irão reflectir-se sobre os mesmos de sempre.
sábado, 12 de março de 2011
A LUTA CONTINUA, VEM O POVO PARA A RUA.
Carlos Luz
Momento especial este, em que novas caras vieram à luta ampliando as vozes de protesto contra as políticas anti sociais que algures os mandantes europeus definem e os nossos governantes aplicam sem escrúpulos dando de barato a soberania nacional.
Evaristo Rui Brito Fonseca
Apesar de tudo, para um leigo como eu, causa-me uma certa estranheza os apoios implícitos de Cavaco, PSD, Portas, CDS, a própria Igreja, assim como outras personalidades da direita (bem à direita). Causa-me estranheza maior, o apoio desde a primeira hora de todos os canais televisivos e restante imprensa, quando nunca se tinha visto tamanho comprometimente com outras, muitas manifestações promovidas pela CGTP. Para tudo há uma explicação, e eu gostava que os apoiantes mais esclarecidos do que eu me ajudassem...
J Eduardo Brissos
Acho que o que aqui temos é a afirmação (irrupção) politica dum "grupo social em ascensão" reivindicando o seu lugar no "concerto socio/politico da nação".
Apesar das manobras de que fala o Evaristo, do que hoje lá vi, do povo que desfilou, e não dos organizadores que não conheço, parece-me que o seu aliado preferencial é a esquerda.
Vejamos agora como a esquerda vai lidar com a situação:
Falar em "ampliação" no sentido de reforço do que existe é curto, pode na melhor das hipóteses atrair alguns dos mais radicalizados.
Ou irá a esquerda "aproveitar o balanço" para se reinventar para o sec XXI? Um processo do mesmo tipo, mas necessariamente muito diferente, do que teve lugar na década que antecedeu o 25 de Abril?
Carlos Luz
Da vida recolhemos a experiência de que a tomada de consciência das coisas que estão para além das necessidades imediatas de cada um não tem um significado massivo e, nem tão pouco das expressões voluntariosas e imediatistas resultaram transformações sociais significativas, mas de processos análogos alguns ganharam outro tipo de consciência do seu papel na sociedade.
Claro que é curtíssimo a ampliação do reforço do que existe, mas já não é mau se tivermos em conta que muitos dos presentes eram jovens e outros menos jovens não costumam estar presentes na luta.
Claro que havia um pouco de tudo na manif, não era anárquica, apesar dos anarquistas (?) estarem presentes, e era perceptível um tipo de organização experiente, vi muitos comunista e sindicalistas, mas também folcloristas profissionais e muita confusão de ideias que nalguns casos roçava o reaccionarismo.
Sendo um momento importante de luta e partilhando da ideia de que é necessário fazer uma análise deste processo e retirar daí conclusões, não me parece que seja a revolução em marcha.
ADENDA CONTINUA NOS COMENTÁRIOS A ESTE POST
A Verdade do PEC IV
Caso o Governo não consiga arranjar coragem suficiente para apresentar uma moção de confiança no parlamento, está na altura de ser apresentada nova moção de censura, que permita ao povo voltar às urnas, para corrigir esta deriva.
sexta-feira, 11 de março de 2011
MANIF DA GERAÇÃO À RASCA
Aguarda-se a todo o momento a adesão do Vitalino, deputado PS e Provedor das EMPRESAS de Trabalho Temporário.
Depois do apoio do Alberto João, e da adesão da JSD e de um grupo de clientes do BPP, aguarda-se a todo o momento a adesão do Vitalino Canas, ex-porta voz do Governo de Sócrates, deputado "socialista moderno" por eleição, e Patrono, perdão, Provedor das EMPRESAS de Trabalho Temporário por vocação.
quinta-feira, 10 de março de 2011
O que é feito dos professores de marxismo-leninismo da antiga RDA?
Phil Collins, não confundir com o das cantigas, um artista e cineasta inglês inicia o seu projecto Marxism Today com um episódio dedicado a tentar saber o que terá acontecido aos milhares (a disciplina era obrigatória) de professores de marxismo-leninismo da RDA.
Baseado em entrevistas a alguns desses professores, o documentário chega à conclusão de que, apesar de as suas vidas terem levado grandes voltas, na generalidade continuam fiéis às antigas convicções, independentemente daquilo que hoje fazem: uma das entrevistadas é agora assistente social, outra trabalha numa agência matrimonial, e outra ainda é hoje uma empresária que se diz decidida a “to get rich”.
Numa das entrevistas do filme, Petra Mgoga-Zecay, uma das antigas professoras de marxismo-leninismo, recorda ter visto, pouco após a queda do muro, na celebrada Karl Marx Platz no centro de Berlim, o então chanceler da RFA Hemut Kohl a distribuir aos berlinenses de leste garrafas de Coca-Cola e bananas: "Nunca mais consegui comer bananas, e claro também não bebo CocaCola", confessa Petra.
Nota: Ver aqui vídeo com entrevista a Phil Collins incluindo excertos de "Marxism Today" e "Use! Value! Exchange!".
O Discurso do Presidente
Entretanto, passando por cima de Passos Coelho, Cavaco deu orientações para uma futura política económica e traçou as linhas mestras de um futuro governo de direita. À direita não restava outra coisa senão bater palmas efusivamente, pois sabem que o PS tem os dias contados, e não está longe de se concretizar, finalmente, a “santíssima trindade” imaginada por Francisco Sá Carneiro em 1980: um Presidente, um Governo e uma Maioria.
Finalmente, e sem gaguejar, Cavaco pediu para que os portugueses despertassem da letargia e que os jovens fizessem ouvir a sua voz. Apelou à indignação e ao sobressalto cívico. Só faltou pedir, como quem não quer a coisa, claro está, para trazerem o pão, o queijo e o vinho, e também o PSD e o CDS-PP para formarem governo.
quarta-feira, 9 de março de 2011
O SORRISO CÍNICO DE SÓCRATES
Cenas da Geração à Rasca.
Enquanto os jagunços (a fazer "segurança" num evento do PS provavelmente pagos com o dinheiro dos contribuintes, era bom que os alegados jornalistas tirassem isso a limpo) expulsavam ao empurrão e pontapé os jovens da Geração à Rasca, e a boysada abancada à mesa do jantar, e do Orçamento, gritava histericamente PS PS, o amigo de Ben Ali e Moubarak assistia à cena impávido e sereno com um sorriso cínico de gozo.
No final já com os jovens no meio da rua, para as câmaras de TV, juntando insulto à injuria, Sócrates "convida" os jovens para ficarem, para jantar.
segunda-feira, 7 de março de 2011
"Catroga prepara programa arrojado para o PSD"
(e desta vez não vão ser apanhados de calças na mão)
Diz o Expresso de 5/3 (sem link) que "Catroga prepara programa arrojado para o PSD" e, ao que a Essência conseguiu apurar, para evitar aquelas cenas lamentáveis, iniciadas com a apresentação da "Constituição do PSD", em que num dia apresentam com estrondo uma proposta e nos dias seguintes, andam todos como baratas tontas à procura da melhor maneira de dar o dito por não dito, desta vez além do Grupo de Trabalho que vai elaborar o programa, foi criado um outro Grupo que, em paralelo, vai criar um guião com dicas para, nos dias seguintes ao anúncio do tal programa arrojado, duma forma perfeitamente organizada, permitir aos caciques do PSD apresentarem uma, ou várias, versões alternativas de todos aqueles aspectos do programa que não caírem no goto do pessoal.
domingo, 6 de março de 2011
sábado, 5 de março de 2011
MPLA: Apoio popular e iniciativa política.
Ao intervir na cerimónia, o primeiro-secretário provincial do MPLA em Luanda, Bento Bento, disse que o povo de Luanda saiu a rua marchando pela continuidade da paz, do espírito da reconciliação nacional e dizer que quer a paz e o desenvolvimento.
"Luanda saiu para demonstrar que esta paz duramente conquistada tem como arquitecto o Presidente da República, José Eduardo dos Santos", referiu o político, para quem "democracia sim, violência não".
Pediu as pessoas que pretendem causar confusões em Angola para esperarem pelas próximas eleições e concorrerem de forma democrática, sem recursos a confusões e outras acções tentatórias.
"O povo angolano está cansado de sofrer e o MPLA vai continuar a trabalhar para a implementação dos seus programas", frisou o político, reiterando que os angolanos não pretendem deixar que ataquem o arquitecto da sua paz.
"Só o orgulho por um passado marítimo explica compra dos submarinos"
(se procurarem bem acho que encontram outras razões mais prosaicas)
O embaixador dos USA acha que "Só o orgulho por um passado marítimo explica compra dos submarinos", mas a mim está-me a parecer que se procurarem bem talvez encontrem outras razões mais prosaicas.
Recortes e Rascunhos (2)
sexta-feira, 4 de março de 2011
"FILM SOCIALISME", DE GODARD
Sábado na Culturgest, em Abril na Cinemateca.
Para já, e como diria o Lauro, let's look at the trailer. Na Cinemateca FILM SOCIALISME está incluído no Ciclo ELOGIO A GODARD que se inicia hoje com DEUX DE LA VAGUE.
"O que é feito de Godard? Podia ser – ou é – a pergunta subjacente a este Ciclo. Não no seu sentido mais imediato porque, embora ele já não “apareça” tanto como “apareceu” noutras épocas em que possuía um apelo mediático de pedir meças a uma “pop star”, e já não faça filmes ao ritmo com que no passado os fez, quem quer saber “o que é feito de Godard” também sabe como há-de fazer para o saber. Mas noutro sentido: o que é que, nos nossos tão dispersos e acelerados dias, se faz de Godard e se faz com Godard? Há poucas décadas atrás era claro que o mundo precisava do ci nema e que o cinema precisava de Godard. Hoje, quando deixou de ser evidente que o cinema seja uma necessidade para o mundo, o passo para o si logismo é mais problemático – como se viu, muito recentemente, na forma violenta como o seu último filme (FILM SOCIALISME), foi enxotado pela imprensa generalista internacional e praticamente apenas defendido pelos nichos da “crítica especializada”. A linguagem da “cultura de massas”, sufocante e agressiva, não tem absolutamente nada a ver com o cinema que Godard pratica e representa. Pior (ou consoante a perspectiva, melhor), é exactamente dessa incompatibilidade que os filmes de Godard falam. Agora e há muitos anos.
Também por isto, a estreia em Portugal de FILM SOCIALISME (que veremos, na Cinemateca, em Abril) era uma oportunidade irresistível para voltarmos, com alguma profundidade e extensão, ao cinema de Godard. A Cinemateca já lhe dedicou duas retrospectivas, a primeira em 1985, e a segunda catorze anos depois, numa espécie de actualização (1985-99) – para além se tratar de uma presença regular, se não mesmo mensal, na nossa programação. Agora, a propósito de FILM SOCIALISME, não nos concentrámos em ne nhum período especial da obra de Godard, antes resolvemos propor uma viagem, variada no tempo e nas épocas, por momentos capitais dessa obra, juntando títulos lendários e muito vistos (À BOUT DE SOUFFLE ou PIERROT LE FOU) a outros de muito mais intermitente visibilidade como alguns filmes dos anos 70 (LE GAI SAVOIR ou COMMENT ÇA VA, que na Cinemateca não são vistos desde o Ciclo de 1985) e décadas posteriores (ALLEMAGNE NEUF ZÉRO ou trabalhos em vídeo como LES ENFANTS JOUENT À LA RUSSIE, que por aqui não passam desde o Ciclo de 1999). Abrimos, da me lhor maneira, com um “bónus” que nos foi proposto pela distribuidora portuguesa de FILM SOCIALISME, a Midas Filmes: a ante-estreia de DEUX DE LA VAGUE, documentário sobre Godard e Truffaut realizado por Emmanuel Laurent e escrito por Antoine de Baecque. A seguir, mergulhamos nas ondas de uma obra que se confunde, como provavelmente mais nenhuma, com o cinema e com o mundo dos últimos cinquenta anos – como Godard disse, “une seule histoire”."
quinta-feira, 3 de março de 2011
Recortes e Rascunhos
.
Excerto das declarações de José Sócrates, na conferência de imprensa conjunta com Angela Merkel, e após a reunião que ambos tiveram em Berlim, a propósito da preparação do próximo Conselho Europeu, e não da dívida soberana portuguesa e das actuais dificuldades de financiamento (isto diz ele, quem é que acredita?).