NA ÓPTICA do Governo, os portugueses só servem para pagar os custos da crise, reduzir o défice do Orçamento do Estado e encher os cofres dos agiotas do costume, não para serem informados sobre o que lhes vai acontecer. Desta vez, para além dos partidos e dos parceiros sociais, até o recém-empossado Presidente da República não foi informado da existência de um tal PEC IV, antes da sua apresentação em Bruxelas, o que deixa a “cooperação institucional” prometida pelo insolente primeiro-ministro, reduzida a uma brincadeira de muito mau gosto. Uma pergunta fica no ar: acto de soberba ou provocação? Os próximos desenvolvimentos dirão qual o objectivo da afronta. Entretanto, Sócrates e os seus compinchas (para não lhes chamar outra coisa) continuam a fazer tudo para que os portugueses fiquem reduzidos ao osso. Pelo caminho vão queimando tudo em que tocam. Confrontados com o novo pacotão de austeridade do PEC IV, os incontornáveis mercados, insensíveis a tanta generosidade, apressaram-se a subir as taxas de juro até aos 8 por cento.
Caso o Governo não consiga arranjar coragem suficiente para apresentar uma moção de confiança no parlamento, está na altura de ser apresentada nova moção de censura, que permita ao povo voltar às urnas, para corrigir esta deriva.
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