sábado, 12 de março de 2011

A LUTA CONTINUA, VEM O POVO PARA A RUA.


ADENDA em 13/3 - Comentários a este post no Facebook

Carlos Luz
Momento especial este, em que novas caras vieram à luta ampliando as vozes de protesto contra as políticas anti sociais que algures os mandantes europeus definem e os nossos governantes aplicam sem escrúpulos dando de barato a soberania nacional.

Evaristo Rui Brito Fonseca
Apesar de tudo, para um leigo como eu, causa-me uma certa estranheza os apoios implícitos de Cavaco, PSD, Portas, CDS, a própria Igreja, assim como outras personalidades da direita (bem à direita). Causa-me estranheza maior, o apoio desde a primeira hora de todos os canais televisivos e restante imprensa, quando nunca se tinha visto tamanho comprometimente com outras, muitas manifestações promovidas pela CGTP. Para tudo há uma explicação, e eu gostava que os apoiantes mais esclarecidos do que eu me ajudassem...

J Eduardo Brissos
Acho que o que aqui temos é a afirmação (irrupção) politica dum "grupo social em ascensão" reivindicando o seu lugar no "concerto socio/politico da nação".
Apesar das manobras de que fala o Evaristo, do que hoje lá vi, do povo que desfilou, e não dos organizadores que não conheço, parece-me que o seu aliado preferencial é a esquerda.
Vejamos agora como a esquerda vai lidar com a situação:
Falar em "ampliação" no sentido de reforço do que existe é curto, pode na melhor das hipóteses atrair alguns dos mais radicalizados.
Ou irá a esquerda "aproveitar o balanço" para se reinventar para o sec XXI? Um processo do mesmo tipo, mas necessariamente muito diferente, do que teve lugar na década que antecedeu o 25 de Abril?

Carlos Luz
Da vida recolhemos a experiência de que a tomada de consciência das coisas que estão para além das necessidades imediatas de cada um não tem um significado massivo e, nem tão pouco das expressões voluntariosas e imediatistas resultaram transformações sociais significativas, mas de processos análogos alguns ganharam outro tipo de consciência do seu papel na sociedade.
Claro que é curtíssimo a ampliação do reforço do que existe, mas já não é mau se tivermos em conta que muitos dos presentes eram jovens e outros menos jovens não costumam estar presentes na luta.
Claro que havia um pouco de tudo na manif, não era anárquica, apesar dos anarquistas (?) estarem presentes, e era perceptível um tipo de organização experiente, vi muitos comunista e sindicalistas, mas também folcloristas profissionais e muita confusão de ideias que nalguns casos roçava o reaccionarismo.
Sendo um momento importante de luta e partilhando da ideia de que é necessário fazer uma análise deste processo e retirar daí conclusões, não me parece que seja a revolução em marcha.


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2 comentários:

  1. CONTINUAÇÃO DA ADENDA

    Evaristo Rui Brito Fonseca
    Se bem que a ciência deva acolher o que inovador possa contribuir para o seu aperfeiçoamento, também ela por si, deve expurgar do conteúdo tudo que tenha como objectivo subverter a própria ciência.
    Não é dado como científico que, independe...ntemente da manifestação de intenções, sejam elas quais forem, que o individualismo nos leve a melhorar seja o que for.
    Na política as coisas também são assim. As muitas experiências vividas, levaram-nos sempre ao mesmo fim. Quando alguém ou um pequeno grupo, se quis sobrepor à vontade expressa de quem com muito esforço de trabalho colectivo tem o conhecimento adquirido na prática quotidiana da luta, esse alguém não só se isola e perde o controlo da situação, como leva a que os outros saiam enfraquecidos dos seus objectivos. Esperamos que o que se passou no dia 12 não nos leve às mesmas conclusões.
    O grupo dos quatro, que segundo a comunicação social tão prazenteiramente se esforçou em divulgar como organizadores do evento, segundo o qual nem objectivos traçou de como e quando lhe dar seguimento.
    Segundo a história movimentos deste não faltaram em finais do sec XIX e durante o sec XX, com o mesmo tipo de apoiantes, o capital camuflado pelos partidos mais próximos e como sempre com o apoio da Igreja.
    Lenine travou grandes lutas para a formação do partido bolchevique contra este tipo de opositores. Mais grave era ainda, e em última instância, viravam-se sempre contra quem diziam defender, chegando mesmo a agarrar em armas.
    E é isto que eu não percebo, como pode alguém que quer alterar a situação em que vivemos pactuar com eventos destes?

    J Eduardo Brissos
    Pois eu acho que se Lenine por cá andasse, ele que vibrava ao ver o povo em movimento, teria ido à Manif, discursado, e estaria agora a escrever um panfleto a explicar, tim tim por tim, aos Evaristos, Carlos, Eduardos, e "tutti quanti", o significado da Manif e o QUE FAZER em seguida.

    Evaristo Rui Brito Fonseca
    Quanto a Lenine, não me recordo em circunstância alguma de fazer discursos em movimentos ou manifestações das quais a classe operária e sua vanguarda não fosse a a sua promotora.
    Quanto ao "QUE FAZER", não faria também decerto nada com que a classe operária e a sua vanguarda andasse a reboque fosse de quem quer que fosse. Posso não ter outras certezas, mas destas não duvido nada.

    Joao Resa
    Viva Marx

    Carlos Luz
    Outros tempos, outras gentes (a classe operária de outrora era bem diferente da actual) e outras dinâmicas sociais, económicas e políticas.
    Hoje, sem perder as referências, o capital de conhecimento adquirido e a capacidade de análise que os instrumentos que herdámos nos proporcionam, saberemos entender melhor este e outros fenómenos idênticos, tirar os devidos ensinamentos e reforçar a capacidade de intervenção.
    Não poderemos é deixar de estar entre os que lutam por causas justas, não obstante o oportunismo e reaccionarismo de alguns, a falta de perspectivas de outros ou mesmo o voluntarismo inócuo e inconsequente de muitos.
    No essencial o combate uniu, temporariamente como nos idos de 17, pessoas com perspectivas, objectivos e ideais diferentes, há que saber aproveitar as dinâmicas espontâneas (? ! ) populares e delas partir para processos mais avançados.
    Embora perceba algumas das preocupações do Evaristo, pelo que vi e senti, não me parece haver razões para alarme, antes pelo contrário.

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  2. CONTINUAÇÃO DA ADENDA (2)

    Rui Pinheiro
    Seja-me permitido repetir aqui, o que já escrevi noutro sítio:
    "Impressiona-me um pouco que tanto se olhe a forma e tão pouco se analise a substância. Devemos ficar sempre atónitos e desconfiados com aquilo que não fazemos e controlamos ?
    Vamos lá então admitir que se trata de que a manifestação ontem ocorrida é uma tremendíssima manobra obscura de forças ocultas de objectivos inconfessáveis. Adjudicado.
    Devemos também admitir que toda aquela gente que participou são agentes da "manobra obscura de forças ocultas de objectivos inconfessáveis" ?
    Se se admite que possam não ser, então interessa perceber porque razão participaram naquela e não participam de outras.
    Como defendia Lénin: "deve-se raciocinar sempre dialecticamente, isto é, nunca supor invariável e já feito o nosso conhecimento, mas analisar o processo pelo qual o conhecimento nasce da ignorância ou graças ao qual o conhecimento vago e incompleto se torna conhecimento mais adequado".

    Joao Resa
    viva marx pá!

    J Eduardo Brissos
    À modesta escala do FB acho que temos nestes comentários um exemplo claro do resultado de olhar para a realidade partindo de duas visões distintas: a marxista-leninista, e a marxista e leninista.
    Parece um pormenor de ortografia, mas é de facto uma diferença do caraças.

    Joao Resa
    e que tal uma visão marxista- marxista.sem falar dos irmãos max pá!

    Maria Bel
    Apesar deste elevadissímo nivel de discussão, dialectica e ideológica à volta daquele turbilhão de gente anonima, apetece-me perguntar. As imensas multidões que sairam á rua no 25 de Abril perfilhavam as mesmas convicções políticas? Alguem... parou e perguntou ao sujeito ao seu lado qual era o seu partido ( se é que o tinha)?
    Havia naquele irromper de povo uma definição clara quanto à forma de escrever o futuro próximo?
    Ou apenas os irmanava o mesmo desejo de liberdade, a mesma ânsia democrática e o mesmo propósito de ajudar a acabar com a ditadura.
    Ma minha, modestissíma, opinião importa hoje (como então) entender as motivações que geram estes movimentos e definir formas de actuação que capitalizem estas vontades tendo em vista uma intervenção reforçada de TODOS os que lutam pelas causas que tanto defendemos. Eu sou pela inclusão e não pela exclusão de todos quantos queiram gritar bem alto o seu NÃO a esta política.

    J Eduardo Brissos
    Não foi lá discursar mas na primeira oportunidade disse o mais importante:
    «Não fiquem por aqui», pede Jerónimo

    Maria Bel Diria até que não estando a participar neste debate, sintetizou as conclusões. Gosto! Mas eu (dizem) sou pouco ortodoxa...

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