quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Seara Nova | rejuvesnece aos 90


A Seara Nova fez em 15 de Outubro 90 anos. É um caso sério dos meios de comunicação social portugueses. Porque resistiu às investidas do fascismo e da censura. Porque reuniu sempre alguns dos mais relevantes intelectuais do país. Porque se manteve fiel a princípios essenciais do jornalismo, da democracia, do progresso, da cultura.

A edição 1717 do Outono de 2011, recentemente chegada às bancas, não apenas dá conta desse percurso único, como apresenta artigos de enorme valia informativa e reflexiva.

Para além de um programa de comemorações que já teve início com elevada adesão, com a realização da Conferência Seara Nova "O projecto seareiro", de assinalar a presença desde agora em www.searanova.publ.pt e no Facebook.

Permita-se-me o desafio de propôr a revisitação a quem já conhece e a descoberta a quem ainda não conhece. Vale a pena dispôr de uma alternativa jornalística e culturalmente consistente aos sofríveis títulos, vulgares nas bancas.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

GRUPO DE APOIO LEGAL AO 24N
Comunicado sobre os acontecimento do dia da GREVE GERAL de 24 de Novembro de 2011.


"Considerando a manifestação de 24 de Novembro em Lisboa, dia de greve geral, os momentos de brutalidade policial que aí ocorreram, a difusão mediática destes acontecimentos e a natureza das acusações formuladas contra os manifestantes, sentimo-nos obrigados a reclamar o “direito de resposta” para impedir a calúnia gratuita e a perseguição política.

Acreditamos, por aquilo que vemos, ouvimos e lemos todos os dias, que a televisão e os jornais são poderosos meios de intoxicação, de controlo social e de propagação da ideologia e do imaginário capitalista. A maioria das vezes recusamo-nos a participar no jogo mediático. Desta vez a natureza e gravidade das acusações impele alguns de nós a escrever este comunicado. A leitura que fazemos da realidade e daquilo que é dito sobre os acontecimentos do dia da greve geral tornam evidente que:

I. Está em curso acelerado a mais violenta banalização de um estado policial com recurso a agentes infiltrados, detenções arbitrárias, espancamentos, perseguições, bem como a justificação política de detenções e a construção de processos judiciais delirantes sustentados em mentiras.

II. Sobe de escala a montagem jornalístico-policial que visa incriminar, perseguir e reprimir violentamente – veremos mesmo se não aprisionar – pessoas que partilham um determinado ideário político, pelo simples facto de partilharem esse ideário. A colaboração entre jornalistas e polícias na construção de um contexto criminalizante tem o seu expoente máximo nas narrativas delirantes da admirável Valentina Marcelino do Diário de Notícias e das suas fontes, como José Manuel Anes do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo.

III. A participação na construção deste discurso por parte de inúmeras instâncias de poder, desde sindicatos e partidos até ao mais irrelevante comentador de serviço, cria o clima ideal para que o anátema lançado sobre os “anarquistas” ou os “extremistas de esquerda” ajude a legitimar a montagem de processos judiciais, a invasão de casas, as detenções sumárias. Ao contrário do que a maioria pensa, são realidades com as quais convivemos há já algum tempo.

Por isso mesmo, vimos deste modo dar a nossa versão do que aconteceu no dia 24 de Novembro. Sendo que acreditamos que estamos especialmente bem colocados para falar do que aconteceu porque criámos um “Grupo de Apoio Legal”, que acompanhou a manifestação e está a procurar defender judicial e publicamente os detidos nesse dia por forças da ordem pública.

Fazemo-lo não por se tratar de companheiros “anarquistas”. Aliás, não só nenhum deles se conhecia entre si antes de ser detido, como nenhum de nós conhecia previamente nenhum dos detidos – a própria polícia será testemunha de que nem sabíamos os seus nomes.

Fazemo-lo porque – ao contrário dos sindicatos – consideramos que é nossa responsabilidade, enquanto indivíduos lúcidos, activos e organizados, apoiar e mostrar solidariedade com todas as pessoas que se juntam a uma greve que nós também convocámos. Sobretudo para com aqueles que foram vítimas de repressão e perseguição na sequência desse dia.

Temos por isso acesso aos processos e estamos neste momento a reunir provas e testemunhos que possam repor a “verdade legal” que, sabemos já, chegará tarde de mais para ser atendida pelos ritmos e critérios jornalísticos. Sobre o que aconteceu no dia 24 Novembro em São Bento temos testemunhos, vídeos e fotos que documentam o seguinte:

_Não sabemos exactamente o que aconteceu nos segundos de agitação em que as grades de contenção foram derrubadas. Infelizmente não estávamos no local e não pudemos participar. Sabemos apenas que, na sequência dessa confusão, um grupo de três polícias infiltrados apontou um alvo, num canto oposto a onde se deu o derrube (na rampa junto à Calçada da Estrela). Esse alvo era um rapaz de 17 anos, estudante no Liceu Camões. Poucos minutos depois, já fora da manifestação e em plena Calçada da Estrela, os três homens não identificados abordaram o rapaz e enfiaram-no num carro sem anúncio prévio de detenção. Várias pessoas, entre elas alguns colegas e professores, manifestaram-se contra essa detenção, aparentemente injustificada. Mais tarde, outro homem com cerca de 30 anos é detido de forma idêntica.

_Pode-se ainda observar claramente em vários vídeos que as três detenções que tiveram lugar no local onde as barreiras policiais foram derrubadas foram levadas a cabo por agentes não identificados que entraram no corpo da manifestação para deter, arrastar e algemar sem qualquer aviso os manifestantes. Segundo as leis que os próprios dizem defender, qualquer detenção com estas características tem um nome: sequestro.

_Já no fundo da Calçada da Estrela, três jovens dirigiam-se ao Minipreço da Rua de S. Bento quando um grupo de quatro homens que não se identificaram como agentes policiais, agarrou um deles e o encostou à parede. Enquanto um dos agentes à paisana afastava os outros dois, um rapaz com 21 anos de origem alemã era agredido brutalmente, como foi testemunhado por várias pessoas e registado em vídeo. Tudo indica que o agente que a polícia diz ter sido ferido se magoou na sequência desta detenção ilegal no momento em que o rapaz alemão procurava resistir a uma agressão sem sequer perceber ainda o que lhe estava a acontecer. A polícia veio mais tarde justificar a sua acção pelo facto de o rapaz ser perigoso e procurado pela Interpol.

Parece-nos da ordem do fantástico que todos os jornalistas e comentadores que se pronunciaram sobre o sucedido pareçam acreditar que um juiz de instrução possa libertar imediatamente alguém procurado pela INTERPOL.

O que para nós fica claro, após os acontecimentos descritos, é que se preparam novos métodos de contenção social e se assiste a uma escalada na repressão de qualquer gesto de contestação.

Neste contexto, o anúncio de que o ataque às montras de repartições de finanças foi obra de “anarquistas extremistas” é o corolário de uma operação que visa marginalizar e criminalizar toda a dissidência e toda a oposição activa ao regime que se procura impor. Não é apresentada nenhuma prova, nenhum indício que sustente sequer uma suspeita, quanto mais uma acusação.

Tornou-se uma evidência nestes anos de crise que os Estados e os seus gabinetes de finanças, têm em curso um roubo organizado das populações, através de impostos que servem em grande medida para cobrir os grandes roubos nas altas esferas do poder e da economia. Neste sentido, a criminalização dos anarquistas, e a sua identificação como o inimigo interno, serve sobretudo para isolar esses acontecimentos do crescente sentimento de revolta e da tomada de consciência social que atravessa a sociedade no seu todo.

Dito isto, é preciso salientar que um “anarquista” é, antes de tudo, um defensor da liberdade individual, da autonomia e da organização horizontal e igualitária; Que, não existindo nenhum partido ou organização central que emita uma posição correspondente àquilo que “todos os anarquistas” pensam, este comunicado é apenas uma visão parcial de alguns indivíduos que partilham um património filosófico e social que são as ideias anarquistas. Uma versão naturalmente sujeita a críticas e discussão por parte dos nossos amigos e companheiros.

Por fim, gostávamos apenas de recordar a todas as pessoas que lutam para manter a sua lucidez, que o regime implantado no dia 28 de Maio de 1926 começou precisamente por se justificar com a necessidade de combater a anarquia e de reprimir os anarquistas, que nessa altura se organizavam em torno da Confederação Geral do Trabalho. Hoje é fácil perceber a natureza desse regime, nessa altura não o era.

Ontem como hoje, cada um de nós tem que decidir individualmente se toma posição activa contra o que está a acontecer ou se, com a sua passividade, colabora com o estado de coisas.

Grupo de Apoio Legal para o 24N

Lisboa, 28 de Novembro de 2011"

NÃO PAGA e Não Tem Medo de Ninguém


«O homem mais rico de Portugal está a contas com o Fisco. A Direcção de Finanças de Aveiro detectou despesas pessoais, logo ilegais, de centenas de milhares de euros na contabilidade da Amorim Holding 2. Américo Amorim recusa pagar 750 mil euros ao Estado de IRC. 

Os Serviços de Inspecção da Direcção de Finanças de Aveiro (DFA) detectaram irregularidades na Amorim Holding 2, pertencente ao empresário Américo Amorim, relativas aos anos de 2005, 2006 e 2007. Os inspectores encontraram despesas pessoais, que ascendem a centenas de milhares de euros, incluídas na contabilidade da holding. O rol dessas despesas é extenso e vai desde viagens da família para destinos turísticos a despesas com massagens, passando por tampões higiénicos e mercearia.»


Notícia-síntese do JORNAL DE NOTÍCIAS on-line de 29 de Novembro de 2011

sábado, 26 de novembro de 2011

QUEM É QUE DISSE QUE A DÍVIDA É A RAZÃO DOS CORTES?

Faça clique na imagem para ver o montante da Dívida de cada país, e a quem.

Segundo toda aquela malta que anda a viver acima das nossas possibilidades, a K7 é que somos todos uns esbanjadores incorrigíveis, e que nos endividámos até às orelhas. Pedimos dinheiro para comprar casa, carro, ir de férias, trocar de portátil, e agora vamos todos ter de pagar a factura, com língua de palmo.

Ainda há bocado o Zé Rodrigues dos Santos na RTP1, com aquele ar consternado que usa quando fala destas cenas, dizia que cada português, novo, velho, ou criança, em média, deve cerca de 13 mil euros (dívida pública). Se a isto acrescentarmos a dívida privada, a média sobe para cerca de 38 mil euros.

Só que naquela média entram não apenas os nossos empréstimos da casa, como também a massa que a banca empresta, sem problemas nem garantias, ao pessoal do costume, como por exemplo os MIL MILHÕES de euros emprestados ao Joe fuck you Berardo para comparar acções do BCP, ou os SESSENTA MILHÕES que o Duarte alegado jagunço Lima pediu para comprar os terrenos de Oeiras, ao lado de onde ia ser construído o IPO.

Mas se, como nos querem convencer, a Dívida, independentemente de quem a pariu, é a razão para o roubo dos salários e pensões, a venda ao desbarato das empresas públicas e da água, da asfixia do SNS e do Ensino, então é porque deverá ser muito superior à de todos os outros países europeus que não enveredaram por estes extremos.

E o que eu gostaria que me explicassem, é porque é que com um dívida média cerca de 38 mil euros por cidadão estamos nas ruas da amargura, nós e a Grécia também com 38 mil, quando a Itália deve em média quase 33 mil, a Espanha 41 mil, a virtuosa e poupadinha Alemanha 50 mil, a colaboracionista França 66 mil, o Reino Unido capital da finança 117 mil, e a Irlanda tigre celta chega aos 390 mil euros.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Esquecimentos


COMENTANDO a legitimidade da Greve Geral, o ministro da Defesa José Pedro Aguiar-Branco afirmou que "o que os portugueses decidiram nas urnas não pode ser mudado na rua", porém, esqueceu-se de acrescentar que aquilo que o governo prometeu nas eleições, não corresponde àquilo que está a concretizar enquanto governo, e a resposta dos portugueses foi clarividente.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

GREVE GERAL
Este blog está na Greve: primeiro nos piquetes, depois na Manif.

Um Bode Expiatório Chamado Povo Português


PEDRO Passos Coelho ganhou um mau hábito. Frente às câmaras de TV, ostenta um ar de mestre-escola e tenta provar, de forma falaciosa, que o endividamento dos cidadãos é o principal responsável pelo endividamento do Estado e a desordem nas Contas Públicas, atribuindo-nos o suposto pecado de andarmos a gastar acima das nossas possibilidades, e com isso sermos os sujeitos culpados da crise e do depauperamento do Estado. E vai mais longe. Como somos caloteiros e não pagamos o que devemos, o crédito mal parado começa a deixar os coitadinhos dos bancos em maus lençóis, e depois o Estado tem que ir a correr salvá-los da penúria, para garantir a estabilização financeira. E vai dizendo isto sem se rir, julgando que nos esquecemos dos lucros pornográficos que os bancos entretanto fizeram ao longo dos anos, à custa dos mariolas dos portugueses, e que entretanto publicitavam com regozijo, pompa e circunstância, culminando com orgiásticas distribuições de dividendos.

Com esta falsa ideia, quer implantar nos nossos espíritos um complexo de culpa, que conduz ao entorpecimento, à submissão e aceitação da inevitabilidade das medidas de austeridade, bem como os sacrifícios daí resultantes. A verdade é que se um cidadão se sobreendivida e não consegue cumprir os seus compromissos, seja por indisciplina ou pouco controle do seu orçamento doméstico, o problema é sempre pessoal e a sua solução fica circunscrita ao contencioso entre devedor e credor. O que significa que o Governo, a Dívida Pública e o Orçamento de Estado não têm nada a ver com isso, nem são para aí chamados. Passando por cima disto, Passos Coelho faz um ensaio para arranjar mais um bode expiatório, tão grande quanto a dívida que o próprio Estado acumulou, e que o bancos gulosos andaram a explorar.

Esquece-se de falar dos excessos em que o Estado se envolve, seja com gastos estratosféricos e incomportáveis, com uma gestão incompetente dos dinheiros públicos, com os ruinosos modelos que implementa para administrar o país, com contabilidades marteladas e engenharias orçamentais, ou ainda (e sobretudo) com os favores, preferências, negociatas e traficâncias suspeitas em que se envolve, que geram colossais buracos financeiros, e leva a que os cofres se esvaziem, sem receitas e sem remédio. Daí o Estado sobreendividar-se de forma escandalosa e continuada, pedindo empréstimos para pagar empréstimos (cá dentro e lá fora), e depois, já sem crédito e cercado pelos agiotas dos mercados, virar-se para o mundo do trabalho, exaurindo-o com medidas de austeridade e saques ao desbarato, para satisfazer as exigências cada vez mais gravosas, e nunca conseguir pagar o que deve. E assim, por obra e graça deste mesmo Estado que Passos Coelho personifica, se passa de país a protectorado, onde se leiloa património ao desbarato, e se vão abrindo os caminhos que conduzem à penúria e miséria generalizadas, onde são demolidos todos os projectos de vida, e onde (quase) todos acabam devedores.

Afinal, Pedro Passos Coelho, mais os seus aliados de circunstância, o que pretendem é um grande bode expiatório, do tamanho do país, a quem imputar a responsabilidade do estado a que chegámos. E pegando nessa ideia, insiste que temos que mudar de vida, voltando a sugerir como solução o nosso empobrecimento colectivo (excepto os do costume). Está na altura do povo lhe responder, a ele e aos seus aliados de circunstância, com o gesto adequado.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

GOOD BYE WILLY!


Depois de duas décadas de social-democrático esforço de adaptação à moda e ditames do neo liberalismo globalizado (3ª Via, choque tecnológico, e tal), em menos de duas semanas vemos sair de cena dois distintos membros, PASOK e PSOE, da família política que desempenhou um papel central na Europa da segunda metade do século XX.

Desiludam-se os que julgam tratar-se duma fase que depois passa, e que tudo poderá voltar ao que já foi. A social democracia dos tempos mais felizes do boom económico e do Estado Social, está morta (ainda que mal enterrada). E o problema principal não é a conjuntura adversa, nem sequer a evidente e deplorável falta de alternativas das actuais lideranças face à nova realidade do capitalismo financeiro globalizado e totalizante.

O problema central é que com o desaparecimento do fantasma que morava a leste, os donos disto tudo já podem dispensar sem problemas os serviços dos seus leais e esforçados junior partners, e preferem entregar a gestão corrente das sucursais diretamente aos seus próprios capatazes: Merkel, Sarkozy, Cameron, Rajoy. Ou aos burocratas de serviço para as emergências: Papademos, Mario Conti, Vítor Gaspar.

Alguns dos partidos da IS pós 2ª Guerra Mundial irão, eventualmente, sobreviver como máquinas eleitorais com um papel, e talvez sucesso, semelhantes ao Partido Democrata dos EUA, mas, inevitavelmente, como realidades cada vez mais a milhas dos partidos de Willy Brandt, Harold Wilson, Mário Soares e Felipe Gonzalez.

Post dedicado aos meus amigos da esquerda do PS, da ala social democrata do BE, e Renovadores.
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Vital Moreira e o Complexo de Édipo


COM manifesta falta de assunto, o patético oráculo Vital Moreira, disse o seguinte: "Para o PCP cada greve geral é sempre a maior de sempre. Está para vir uma greve geral que não seja maior do que a anterior. Admitir outra coisa seria admitir a perda de capacidade de mobilização do Partido..."

Ainda faltam dois dias, e já aqui está alguém do PS (partido Seguro) que, contrariando o que foi aconselhado pelas altas e colaborantes instâncias partidárias, não se abstém de tomar posição relativamente à greve geral. Enfim, armadilhas que o complexo de Édipo tece...

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

GOVERNO QUER TIRAR CARREIRAS 22 E 28 À PORTELA
O PCP está contra. E os outros partidos?


Já por aqui no blog falámos do plano do Governo de acabar com as carreiras 22 e 28 para a Portela, e de encerrar mais cedo a Rede do Metro, deixando quem aqui mora mais dependente do transporte individual, e reduzido a uma única carreira da Carris, o 83, que actualmente não tem serviço à noite e ao fim de semana.

Claro que estes planos não são um facto consumado, especialmente se quem aqui mora estiver disposto a manifestar o seu desagrado e a exigir transportes públicos com horários e regularidade que satisfaçam as necessidade de mobilidade dos habitantes da Portela.

Ontem o PCP colocou uma faixa em frente duma das saídas do Centro Comercial da Portela a alertar os moradores do bairro para os planos do Governo, e apelando ao protesto contra a medida. Seria bom sabermos também qual a posição das outras forças politicas, e que iniciativas está a tomar a Junta de Freguesia quanto a este problema.

Mas acima de tudo, esta é uma questão que quem aqui mora não deve ignorar, apoiando os protestos e exigindo aos seus representantes que assumam a responsabilidade de defender os direitos de quem os elegeu. Neste blog continuaremos a divulgar eventuais posições de outros partidos, e as iniciativas de protesto contra a concretização do planeado corte do 22 e 28 e o encurtamento dos horários do Metro.

domingo, 20 de novembro de 2011

TIO DA PÁTRIA EXPLICA CASO DUARTE LIMA
Nada a ver com a Gruta de Ali Babá. Tudo a ver com o jovem humilde deslumbrado com o Grand Monde.


Hoje, na TVI, mais uma lição do tio da pátria, a mostrar o seu talento em passar completamente ao lado duma questão melindrosa para o partido que defende. O caso Duarte Lima, de acordo com o tio mais conhecido do país, não tem nada a ver com o PSD do tempo de Cavaco, ou com aquele local mal frequentado chamado BPN. Nada a ver com uma direcção partidária com gente, é agora claro, mais próxima das práticas da Gruta de Ali Babá do que das exigências éticas do Governo do Estado.

Para Marcelo, o caso Duarte Lima resume-se aos malefícios do arrivismo na política, da rápida promoção dum jovem de origens humildes, vindo lá dos confins de Trás os Montes. E, para bom entendedor, acompanhado de outros personagens de extracção igualmente duvidosa, dirigidos pelo filho dum gasolineiro de Boliqueime.

Para que conste, Marcelo implies, esta coisa da política fica muito melhor se reservada a gente com outro pedigree (por exemplo, digo eu, a um filho de Governador Colonial, afilhado de Ditador e casa na Quinta da Marinha), com o savoir faire de bem cavalgar o Povo em toda a sela, adquirido ao longo de muitas gerações, e que não se deixa apanhar em negócios manhosos à la BPN: tipo compra e venda de terrenos, empresas falidas, ou acções.

GREVE GERAL em Loures


O grupo do facebook GREVE GERAL em Loures irá nos próximos dias 23 e 24, directamente dos piquetes de Greve, dar informação actualizada sobre o decorrer da GREVE GERAL no concelho de Loures, com fotos, vídeos e comentários.

O grupo, iniciativa de participantes nas redes sociais (incluindo escribas aqui do Essência) que vivem e/ou trabalham no concelho, já está activo com informação de decisões de adesão à Greve, comentários e outras notícias. Vá lá também acrescentar as suas informações e comentários.

Pesos e Medidas

O TRIBUNAL Arbitral, nomeado pelo Conselho Económico e Social, decretou “serviços mínimos” nos transportes colectivos, no dia de greve geral de 24 de Novembro, considerando que os transportes públicos desempenham um papel essencial no acesso das pessoas à rede hospitalar pública e, consequentemente, a necessidade de protecção do direito à saúde constitucionalmente consagrado. Como se vê, o argumento é educativo e muito convincente.

Entretanto, gostava de conhecer a opinião que este mesmo tribunal arbitral produziria, caso lhe fosse pedido um parecer sobre a eliminação e encurtamento de carreiras dos transportes públicos, bem como a redução dos horários de serviço dos mesmos, medida que o Governo quer levar para a frente, não num simples dia de greve, mas de forma definitiva, cerceando a mobilidade dos cidadãos e limitando, para além do direito à saúde, todos os outros direitos constitucionalmente consagrados.

sábado, 19 de novembro de 2011

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

JUNTA DE FREGUESIA MOBILIZA MORADORES CONTRA CORTES DA CARRIS
Em Camarate. E na Portela, o que é que a Junta de Freguesia está a fazer?


Hoje, não muito longe da Portela, em Fetais, Camarate, cerca de 500 moradores responderam à convocatória da Junta de Freguesia de Camarate para um plenário contra a supressão do serviço da Carris na Freguesia.

Entretanto na Portela, onde o Governo se prepara para nos tirar as carreiras 22 e 28, ficando a Portela reduzida ao 83, a Junta de Freguesia PSD não deve achar que isto seja problema para quem aqui vive. Como podem ver no site da Junta, tem outros assuntos a que dedicar a sua atenção, por exemplo:

AFINAL A RÉ ERA MESMO FOFINHA

Pensávamos que já tínhamos visto tudo no que toca à Justiça em Portugal, quando agora ficamos a saber que o Conselho Superior de Magistratura levantou um processo disciplinar e reformou compulsivamente um Juiz por se ter referido a uma ré por fofinha, sem se ter dado ao trabalho de saber ao menos quem era a dita ré que, vai-se a ver, se chamava, exactamente, Fofinha - Fios e Tecidos, Lda.

Escusamos de Ficar Descansados


FERNANDO Pinto Monteiro, Procurador-Geral da República e grande esquartejador de processos, não tem conhecimento de nada, ainda não lhe chegou nada às mãos, e tal como o filósofo Sócrates (o da Grécia Clássica e não o do Freeport), apenas sabe que nada sabe. No entanto, e para que não digam que tem um emprego muito bem pago mas sem objectivos (excepto nada saber), vai diligenciar para que sejam abertos inquéritos para apurar responsabilidades sobre eventuais fugas de informação sobre os casos Duarte Lima, BPN, Rosalina Ribeiro, Face Oculta, Isaltino de Morais, Operação Furacão, caso Maddie, Apito Dourado, Freeport, Portucale, Casa Pia e todos os outros de que se possa suspeitar que houve atropelamentos ao segredo de justiça. Nem mais!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Os gajos que são contra todos os partidos, fazem-me lembrar os cornudos que dizem que todas as mulheres são putas.


Se se der ao trabalho de tirar a coisa a limpo, vai ver que muita da malta que anda por aí no paleio anti partidos, ou que diz que todos os políticos são ladrões, é gente que passou a vida a votar nos partidos da troika, e só agora é que está a dar conta da dimensão dos cornos com que lhes enfeitaram as testas.

Isto de andar a votar em partidos que muito prometem, e vai-se a ver fazem tudo ao contrário, é duro. É caso para um gajo ficar mesmo afectado. Mas não vale a pena exagerar. Não é por a sua cara metade lhe pôr um grandessíssimo par de cornos que as mulheres passam todas a ser putas.

Em vez de, como seria normal, seguirem em frente com a vida, e procurarem quem não se dedique a enganá-los, parece que a única coisa que lhes dá algum consolo, é apregoar que o seu infortúnio, afinal tocaria a todos.

E tal como os cornudos que acabam quase sempre por voltar para os braços das suas alegadas bem amadas, também muita da malta que por aí anda a mandar bitaites contra todos os partidos e políticos, quando chegar de novo a altura, lá irão, de papelinho na mão, aceitar mansamente, sem tugir nem mugir, que lhes acrescentem mais um palmo às suas já imponentes cornaduras.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

GOEBBELS NÃO DIRIA MELHOR
Informação da RTPI deve ser filtrada e trabalhada pelo Governo, diz João Duque.

Joseph Goebbels, apaniguado e chefe da Propaganda de Hitler,
que se repararem bem até é parecido com o dito Duque.


A informação veiculada pelo canal internacional deve ser filtrada e trabalhada para passar a mensagem de promoção do país. Um tratamento da informação que, acrescentou, não deve ser questionado, rematando à maneira de Salazar: A bem da Nação.
No Publico.

Euro-Mamões

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

VIAGEM ESPACIAL À VOLTA DA TERRA



Vídeo montado a partir de fotografias tiradas por Ron Garan e tripulação da Estação Espacial Internacional, ISS, nas expedições 28 e 29, entre Agosto e Outubro de 2011.

As fotos foram tiradas a uma distância de 350 km da Terra, e mostram diversas regiões do planeta, como os Estados Unidos, deserto do Saara e Austrália. A música é do compositor alemão Jan Jelinek.

sábado, 12 de novembro de 2011

E Se Fosses Reformar a Tua Tia?


HÁ UNS tempos atrás a nossa senhora Manuela Ferreira Leite alvitrou que se suspendesse a democracia em Portugal durante seis meses, a fim de ser dada prioridade à resolução dos problemas económicos e financeiros, sem outras interferências.Agora foi a vez de Herman Van Rompuy, o ectoplásmico presidente do Conselho Europeu, declarar que a Itália, mesmo à beira de ficar sem primeiro-ministro e sem governo, necessita de reformas, e não de eleições, pois as exigências dos"mercados" estão em primeiro lugar.

Assim vai a Democracia aqui para os lados do Velho Continente, o que não augura nada de bom. Está-me a parecer que os burocratas de Bruxelas (em quem ninguém votou e que se nomeiam entre si) se estão a preparar para que dentro dos próprios estados soberanos, nesta coisa de escolher quem nos governa, e que políticas são adoptadas, os cidadãos deixem de ser para aí chamados, ficando-se pelo papel de mero verbo encher…

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Tecnocratas e “Bodes Expiatórios”


QUANDO é preciso apontar um "bode expiatório" a quem endereçar as responsabilidades pelo descalabro em que o país se encontra, bem como o fracasso que se avizinha, graças à incompetência e soluções mal embrulhadas, aí está alguém do governo a apontar o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda como as opções mais à mão, agora que vai caindo em desuso apontar o dedo à “crise internacional” ou aos “mercados”.

Os tecnocratas disfarçados de políticos,são incapazes de conviver com opiniões diferentes da suas e, pior um pouco, coma própria democracia. Na pele de políticos, costumam desprezar a “arraia miúda”, têm o mau hábito de armar confusão, e na resposta apenas toleram a submissão e resignação.

Além disso, acusar o PCP e o BE, é uma escolha estúpida, apenas destinada a gente irreversivelmente estúpida ou desinformada.É que o PCP e o BE, que eu saiba, nunca foram administradores do BCP, do BPN ou do BPP, nunca foram governadores do Banco de Portugal, nunca foram os criadores de Parcerias Público-Privadas ou dos 10 estádios do Euro2004, nunca governaram a Região Autónoma da Madeira, nem tão-pouco o próprio país. Só que não estão dispostos a concordar com a sangria dos portugueses, nem a venda e hipoteca do património do país, por meia dúzia de patacos, para que logo a seguir tudo fique na mesma ou ainda pior.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

GOVERNO QUER TIRAR 22 E 28 À PORTELA
Será que o objectivo desta política de transportes é fazer-nos recuar ao tempo do Chora?


Já aqui tinha falado da supressão da carreira 22, Portela Marquês de Pombal. Agora, ao consultar a lista das carreiras da Carris que o Grupo de Trabalho nomeado pelo Governo quer encurtar, verifico que o plano inclui também o encurtamento do 28 do Restelo ao Parque das Nações, ficando a Portela reduzida à carreira 83 que não tem sequer serviço ao fim de semana.

A isto há que a juntar o anunciado encerramento do Metro às 23 horas, com algumas linhas a fechar às 21h.

Parece no entanto que esta é uma questão que não assiste à Junta de Freguesia da Portela. Nem no site da Junta nem no Facebook vejo qualquer referência a mais este ataque às nossas condições de vida. Será que a lealdade partidária está acima das suas obrigações para com os eleitores?

Pela Internet tomo entretanto conhecimento que na reunião da Câmara de Loures de ontem, 9/11, a CDU apresentou uma moção, aprovada por unanimidade, rejeitando os cortes planeados para o concelho, e a mandatar o Presidente da Câmara a solicitar uma reunião com o Secretário de Estado dos Transportes para transmitir o desacordo da Câmara Municipal de Loures com estas medidas.

Crescimento Anémico de Portugal até 2050


«Caro(a) amigo (a)

Não deixa de ser chocante  a afirmação repetida pelo  ministro das Finanças que, quando confrontado com consequencias nefastas para a economia e a nível social, da actual politica fortemente contraccionista responde monocordicamente que ela levará "a uma trajectoria de prosperidade crescente em Portugal", quando toda a gente sabe que isso não é verdade.

Previsões oficiais constantes do próprio Relatório do Orçamento do Estado para 2012 desmentem as palavras do próprio ministro. É isso que mostro NESTE ESTUDO, utilizando dados constantes do próprio Relatório do Orçamento do Estado para 2012, o que revela que o discurso politico do actual governo continua-se a caracterizar pela falta de verdade para não dizer mesmo pela mentira. O Relatório do OE-2012 mostra que o ministro desmente-se a si próprio: uma coisa é quando fala para a opinião pública e para os jornalistas, e outra coisa são os longos documentos oficiais que espera que ninguém leia...

É cada vez mais urgente alterar a politica que está a conduzir a União Europeia, e os paises que a integram, a um crescimento económico anémico, à recessão económica, ao declinio e à pobreza, como reconhece o Relatório do OE-2012 em relação a Portugal,  apesar do pensamento económico único neoliberal, ainda dominante nos orgãos do poder e nos media, incapaz de compreender a realidade actual e de apresentar soluções alternativas, continuar a defender como única solução "cumprir e ser bom aluno",  que é a prova mais clara da anemia e incapacidade a que chegou.

Espero que ESTE ESTUDO possa ser útil para um pensamento e uma reflexão livre e não monoliticos.

Com consideração

Eugénio Rosa
Economista»

terça-feira, 8 de novembro de 2011

DESCULPEM LÁ, LAMENTO TER DE SER EU, MAS ALGUÉM TINHA DE FALAR DISTO.


Para quem anda pelas redes sociais é cada vez mais penoso ver as tristes figuras que muitos camaradas, auto declarados e/ou filiados, andam por aqui a fazer.

Mais rápidos no dedo a disparar o rato, que a fazer on do processador que têm entre as orelhas, é vê-los a atafulhar-nos a caixa de Email com o populismo mais rasca que circula na net, a deixar entusiásticos gostos naqueles posts do FB que acusam os políticos de serem todos ladrões, ou a submergir as caixas de comentários da bloga com insultos a todo o ser humano que escreva qualquer coisinha que, nas suas desarranjadas tólas, lhes pareça conter a mais leve crítica ao partido que dizem defender.

Alguém faça alguma coisa: peçam ao Jorge Messias para escrever um artigo no Avante, façam uns telefonemas para a Antena Aberta, inventem uma nova letra para a cantiga dos Homens da Luta. Aquilo que acharem melhor. Mas apressem-se, não deixem esse pessoal mais tempo para aí ao Deus dará, sem lhes darem uma palavrinha que possa incutir um pouco de bom senso naquelas moleirinhas desvairadas. É que por este andar, crescendo e multiplicando-se, a coisa só pode mesmo piorar.

O que a esquerda menos precisa, particularmente nesta tão difícil conjuntura, é de quem ande por aí a dar tiros nos pés. Já para não falar que é ao pessoal intoxicado por este tipo de radicalismo populista-rasca de fachada comunista, que os Le Pen deste mundo têm sempre ido buscar uma parte do seu apoio popular e de massas.

VAI EMIGRAR, MALANDRO
Eu até emigrava, mas quem me garante que no caso de ficar rico não aparecia lá um dirigente do PSD a dar-me um tiro?


Esta não ouvi, mas disseram-me que foi a resposta do Bruno Nogueira à recomendação do Governo para que a malta nova que está desempregada o melhor que têm a fazer é emigrar.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

NUNCA TE ESQUECEREMOS, REVOLUÇÃO DE OUTUBRO.


Por ter acabado mal o que começou bem, continuaremos a tentar, as vezes que for necessário; por uma sociedade mais justa, democrática e solidária.

A Democracia com Respiração Assistida

«Foi alcançado, esta noite, na Grécia, um acordo entre o governo e o principal partido da oposição para um governo de unidade nacional. O actual primeiro-ministro fica de fora.

O nome mais bem posicionado para assumir a chefia do Executivo de transição grego é o tecnocrata independente Loukas Papademos, ex-vice-presidente do Banco Central Europeu, disse à Agência Lusa fonte governamental em Atenas.»

Notícia do DIÁRIO DE NOTÍCIAS on-line de 7 de Novembro 2011

Meu comentário: A Grécia muda de coligação, isto é, de maioria, muda de primeiro-ministro e muda de governo, adoptando um executivo de unidade nacional, liderado por um banqueiro, e o povo não é para ali chamado.
A Grécia - e passe o chavão - que sempre foi considerada o berço da Democracia, ela própria está nos cuidados intensivos e com respiração assistida.

domingo, 6 de novembro de 2011

QUEM SE METE COM A MERKEL, LEVA
Pouco mais dum mês depois de chamar à Merkel bunda fechada, Berlusconi já tem o FMI à perna.


Em meados de Setembro Berlusconi referiu-se à Merkel como culona inchiavabile (bunda fechada), mas, para piorar ainda mais a coisa, a tradução que a imprensa internacional espalhou, unfuckable lard-ass (cu de banha impróprio para foder), foi aquela que chegou às terras do novo Império europeu e deixou a chefe do IV Reich à beira dum ataque de fúria.

Pouco mais dum mês depois o Cavalieri já tem à perna o FMI a fiscalizar as reformas e o orçamento, o que, tendo presente a criatividade italiana que não deixará de se reflectir nas contas publicas, só poderá acabar mal para o divertido, e desbocado, Cavalieri.


Adenda
Esclarece-me um amigo dum amigo que culona inchiavabile é mesmo uma expressão bastante depreciativa e grosseira, para a qual parece não haver equivalente em Português e que, à letra, quer dizer grande rabo gordo para o qual não existe chave. Portanto mais próxima da tradução inglesa, do que da expressão mais suave, bunda fechada, que usei no título.

As Traições da Língua Portuguesa


Pedro Passos Coelho garante que a ajuda financeira da “troika” não vai ser renegociada, mas apenas “reajustada”. Que não vai ser renegociada, mas apenas “flexibilizada”. Ora já sabemos o que é que habitualmente significa o uso da linguagem redonda e do politiquês, quando se fala de flexibilizações e de reajustamentos. Depois de descodificada e posta em prática, o resultado é o agravamento da austeridade, o emagrecimento do estado social, os danos à economia, a recessão, o aumento do desemprego e a alienação ao desbarato do património público.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PETICIONÁRIOS QUEREM AUSTERIDADE FOFA
Ou, resumindo, se puserem vaselina talvez não doa tanto.


Petição Em defesa da democracia, da equidade e dos serviços públicos

(...)
"Os signatários reconhecem a necessidade de medidas de austeridade para o saneamento das finanças públicas e que a redução do défice se faça prioritariamente do lado da despesa.
Porém, aquelas medidas são excessivas e iníquas e, não estando inscritas no memorandum, podem por isso ser alteradas em sede parlamentar sem pôr em causa uma necessária trajectória de consolidação orçamental
."
(...)

Comentário para quê? E não levam link para evitar que algum gajo under the influence vá lá ao engano assinar a Petição.


Adenda
Leio agora aí pela bloga que a Petição é uma iniciativa com vista à criação dum novo partido. Pela minha parte dou já uma sugestão para o nome. Que tal: PARTIDO da VASELINA?

Atirar a Grécia às Feras


DEPOIS de todo o espectáculo mediático que, quotidianamente, os figurões iluminados da União Europeia, do G8 e do G20 nos têm proporcionado, a propósito da crise e do impasse que a Grécia atravessa, só nos faltava agora este golpe de teatro de Georgios Papandreou, à boa maneira da "ópera bufa". Entalado entre uma periclitante moção de confiança que será votada hoje e a suspensão das tranches de ajuda para se manter com a cabeça fora de água,  fez uma viragem de 180 graus e declarou aos parceiros europeus que está disposto a desistir do referendo do plano de resgate, caso se concretize a formação de um governo de unidade nacional, coisa que garantidamente fará apenas com os conservadores, o que não é própriamente um governo de salvação nacional. Direi mais: imagino que a solução que vem a caminho tem mais a ver com um regime autoritário do que com uma democracia, pois na Europa até já se muda de governo sem plebiscitar programas nem recorrer a eleições.

O que ainda ontem era proposto como uma saída, embora tardia e inconsistente, isto é, o referendo de “sim” ou “não” à ajuda externa, no curto espaço de 24 horas,  Papandreou, sem pestanejar, transformou-a numa “solução catastrófica”, porque prevalecendo o “não” isso implicaria, quase inevitávelmente, a convocação de eleições antecipadas, e o país não suportaria tal encargo. Georgios Papandreou tem demonstrado ser muito mais um experimentador de lances arriscados do que político, e a falta de estadistas, sempre implicou a ausência de políticas sérias e verdadeiramente responsáveis, compatíveis com os interesses dos países e dos povos. Aos gregos (e também aos europeus) cabe uma tarefa colossal, enquanto se esgota o tempo e se estreitam os caminhos: enfrentar as feras, tantos as que vivem lá dentro, como as que vêm de fora.

APERTA-SE O CERCO
AGORA QUEREM ACABAR COM O 22.


Depois do RECOLHER OBRIGATÓRIO, e segundo leio aqui, umas das 23 carreiras que o Grupo de Trabalho nomeado pelo Governo quer suprimir é a carreira 22 entre a Portela e o Marquês de Pombal.

Entretanto o Publico dá a noticia que Vereadores dos transportes das câmaras da área metropolitana de Lisboa defendem que “Cortar o serviço é o que vai matar o transporte público, o que deve acontecer é o reforço da oferta e trabalhar do lado da procura” e a Secretaria de Estado dos Transportes informa que o grupo de trabalho tem um mês para concluir a proposta.

Agora é mais que tempo dos moradores da Portela dizerem não a estas tentativas de agravamento das condições de mobilidade de quem, para o seu dia a dia, precisa de usar os transportes públicos.


ADENDA 1
Petição CONTRA A EXTINÇÃO/REDUÇÃO dos horários nocturnos da CARRIS/METRO!

ADENDA 2
A Cristina deixou aqui na caixa de comentários o link para o "estudo" que justifica a redução brutal dos transportes públicos em Lisboa. Obrigado.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

NÃO ESQUECER O VATICANO!
(Ou a minha metáfora pessoal para tentar não deixar de fora algum aspecto importante)


A polémica à volta dum artigo de opinião do Jorge Messias no Avante, será hoje pretexto para recordar aqui no blog um episódio antigo, revelador duma certa visão sobre a Igreja Católica e o Vaticano com raízes no velho anti clericalismo republicano, nessa época ainda com algum peso, mas que hoje já não é habitual encontrar por aí.

Mas antes da estorieta, real, um parêntesis para repetir o que já disse noutro local acerca da referida polémica:

"Conheço e sou amigo do Jorge Messias, com quem cheguei a trabalhar algum tempo já lá vão uns bons anos, e posso garantir-vos que não é um texto infeliz que faz do Messias o racista ou anti-semita que nunca foi.
A quem é que nunca aconteceu suscitar leituras que em nada correspondem à intenção do que escreveu?
Como homem dos jornais a sua honestidade e verticalidade, pelas quais pagou elevado preço, estão a milhas daquilo que é hoje a norma de oportunismo e subserviência de boa parte do pessoal que trabalha na comunicação social.
Um grande abraço, Messias."

Voltando ao tal episódio passa-se, já lá vão mais de 40 anos, nas ruas do Beato, encontro semi clandestino com um operário da Sociedade Nacional de Sabões.

Depois de ouvir calado e com toda a atenção, a informação que o jovem maçarico tentava transmitir o melhor que podia, o camarada, quadro calejado em muito anos de luta operária e anti fascista, cabelos grisalhos, voltou-se para mim e falou: Camarada estou de acordo com tudo o que disseste, mas esqueceste-te de falar duma coisa muito importante: O VATICANO.

E aí foi a vez dele de fazer os gastos da conversa, mais ou menos naqueles termos que o Jorge Messias usa às 5ªs feiras no Avante, acusando a nefasta influência da Igreja em todas as sociedades em que está presente, lembrando a total consonância entre Salazar e Cerejeira, e, no plano internacional, denunciando o papel tenebroso do Vaticano, Sede e cabeça da reação internacional.

Quanto ao conteúdo, embora sem negar a validade e importância de muito do que dizia, a argumentação do camarada não teve em mim grande efeito (talvez devido ao convívio regular com amigos e companheiros de luta ligados à Igreja), mas a essência da coisa, expressa naquela frase de abertura, e a convicção com que foi dita, ficaram para sempre.

Quando, na minha vida pessoal ou profissional, tenho de pensar num problema, escrever um relatório, fazer um plano, ou apenas postar aqui na bloga, antes de finalizar, faço uma pausa e, numa ultima tentativa de não deixar de fora algum aspeto importante, evoco a frase que para mim virou metáfora: NÃO ESQUECER O VATICANO!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

PORTELA
Censo 2011 diz que somos cada vez menos.


Apesar do site da Junta de Freguesia continuar a dizer que a Portela conta com mais de 20 000 habitantes, o certo é que já o Censo de 2001 dizia que éramos 15441, e agora o de 2011 (resultados preliminares) apenas contou 11816 residentes na Portela. Ou seja, em dez anos a Portela perdeu 3625 habitantes, quase um quarto do total, 23,48%, a maior redução de todas as freguesias do concelho de Loures, que no conjunto até cresceu 3,27%.

Razões para esta redução da população da Portela?

Em primeiro lugar as demolições do bairro precário da Quinta da Vitória, e a deslocação de grande número dos seus moradores para fora da freguesia. De acordo com o Censo de 2011 a Portela tem hoje menos 251 edifícios do que em 2001 (como é óbvio só podem ser habitações precárias da Qta da Vitória).

Em segundo lugar, a redução da população residente deve-se, provavelmente, à saída da casa dos pais de muitos jovens adultos durante a última década. Mas deste, ou outros eventuais motivos, ainda não temos números disponíveis que permitam confirmar aquilo que intuímos da nossa experiência da vida do dia a dia do bairro.

Voltarei a este assunto quando forem disponibilizados mais dados do Censo de 2011.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

REFERENDO NA GRÉCIA
Partido Comunista Grego, KKE, denuncia chantagem e exige ELEIÇÕES JÁ.


"Abaixo o governo. Eleições já. Não à descarada chantagem e intimidação ideológica contra o povo. A chantagem não terá sucesso. O anúncio do Primeiro-Ministro sobre o referendo significa que está a ser criado um vasto dispositivo para coagir o povo, através do qual o governo e a UE irão usar todos os meios, ameaças e provocações, a fim de subjugar a classe operária e as camadas populares, para extorquir um sim para o novo acordo.

O referendo a ser realizado com uma nova lei reaccionária, juntando num mesmo saco, embora diametralmente opostas, as posições do KKE, da ND (Nova Democracia) e outros partidos, enquanto a estratégia do governo se identifica com a estratégia da ND, LAOS e seus fantoches.

Eleições já. A classe trabalhadora e as camadas populares devem impor Eleições e recebê-las com mobilizações de massas em todo o país. A sua acção e voto devem punir fortemente o sistema político burguês, e preparar o caminho para o derrubar da politica anti-popular, o poder dos monopólios.

AGORA O POVO DEVE INTERVIR MAIS DECISIVAMENTE.

O KKE exorta os trabalhadores, os trabalhadores independentes, os jovens de Attica para um comício na Praça Syntagma, sexta-feira 4 de Novembro às 18h. O KKE apela a uma aliança que contribua para que o Povo intervenha mais decisivamente no evoluir da situação."

O Equador é Uma Linha Imaginária


ASSIM QUE que passam a fronteira, libertando-se do espaço aéreo português ou da zona económica exclusiva, os políticos portugueses de aviário, entusiasmam-se, ganham asas, entram em devaneio ou perdem as estribeiras. E a passagem do equador, vá-se lá saber porquê, exerce um fascínio muito especial sobre eles! Parece que ainda estou a ver o José Sócrates, numa qualquer cimeira sul-americana, a "vender" aos outros estadistas presentes, sorridentes e condescendentes, o famigerado "magalhães", o tal computador maravilha-tuta-e-meia, que até tinha software mal traduzido.

Ora bem, agora coube a vez a Pedro Passos Coelho dar um ar da sua graça. Depois de ter repetido (cá dentro) até à exaustão  que os acordos com a troika eram para cumprir escrupulosamente, sem cedências nem renegociações (algumas vezes até ficou indignado com as reticências que lhe colocavam), há dois dias atrás, assim que se viu fora de portas, aturdido pela exuberância da XXI Cimeira Ibero-Americana que decorreu no Paraguai (lá fora), entrou em altas rotações e fez uma pirueta acrobática. Na conferência de imprensa do encerramento do evento, admitiu propor a renegociação da dívida com a troika, para obter mais vantagens  no programa de assistência económica e financeira. Esqueceu-se de acrescentar, preto no branco, que o que pretende é fazer jorrar mais dinheiro para as instituições bancárias, e garantir, à conta disso, mais umas privatizações, mais uns quantos assaltos aos contribuintes e outros tantos cortes e desvios nos seus deveres distribuitivos, como governo. Só espero que no seu regresso à pátria, os jornalistas o confrontem - se para isso tiverem coragem, engenho e arte - com as anteriores posições, o que duvido.

E por falar em José Sócrates, também longe do torrão pátrio, congeminando filosóficamente em Paris, frente a um croissant e uma xícara de café, sobre a herança que deixou por cá - que continua a fabricar muitas dezenas de milhares de pobres e uns poucos de bilionários até 2050 - dizem os agentes infiltrados que se tem desdobrado em contactos com alguns dos seus antigos apaniguados, qual sniper firme, atento e certeiro, a aconselhar que o grupo "para-lamentar" do PS [Partido (in)Seguro] vote a rejeição do Orçamento de Estado para 2012, o que na actual conjuntura, tanto faz. O diz-se-que-diz já foi desmentido pelo próprio, mas também já sabemos qual o valor que se pode dar a um desmentido feito por um mentiroso compulsivo, que garantiu nunca ter conhecido o professor Morais, com quem se relacionou no cambalacho da Cova da Beira, e que até foi seu professor na Universidade Independente, a tal que passava diplomas aos domingos. Ele que estude, estude, que bem precisa!

Sejam os Passos do Sócrates ou o Sócrates dos Passos, cada um no seu estilo, um mais educadinho, e outro nem por isso, que venha o diabo e escolha.