terça-feira, 30 de agosto de 2011

Facilidades, Só para o Golfe!


OUVI anunciar - ou será que sonhei? - que durante o passado fim-de-semana de 27 e 28 de Agosto, o Governo iria decidir sobre a tributação dos mais ricos de Portugal. Até agora, ainda não ouvi nada. Habituados como estão a tributar, com celeridade e dureza, qual certa e segura fonte de receita, os rendimentos de trabalho, começam a engolir em seco quando se coloca a questão de tributar o património, as sucessões, doações e os rendimentos do capital, bem como cortar as voltas a quem sistematicamente exporta capitais para os "offshores", conseguindo furtar-se ao atrofiado braço fiscal. Já nem falo da forma como depois a receita é escandalosamente espatifada pelos governantes de serviço... Mas voltemos ao assunto: será que estão à espera de ver como os outros parceiros da UE reagem ao problema, considerando que em Itália já ficou tudo em águas de bacalhau, pois sendo Berlusconi, actual primeiro-ministro, uma das maiores fortunas de Itália, seria uma espécie de "harakiri" o "cavalieri" dispor-se a legislar contra os seus próprios interesses, e de todos os outros que com ele se refastelam na mais doce e bem-aventurada das isenções. Ou será que cá se arrependeram da promessa, depois de confrontados com as reacções internas que não se fizeram esperar, sendo preciso dar tempo ao tempo, para que os "tubarões" encontrem novas formas de se acautelarem? Fosse qual fosse a razão, o facto é que o Governo não esperou pela demora e saltou, mais uma vez, em cima de quem usa transportes públicos, indo colher mais receita aos bolsos de quem menos tem, por via da actualização do modelo e dos preços dos títulos de transporte, isto para não falar de outras malfeitorias, umas que já cá cantam, outras que vêm a caminho. Em contrapartida, o golfe, como é produto de primeira necessidade e muito utilizado pelas classes mais desfavorecidas, passou a beneficiar da taxa mínima de seis por cento de IVA…

1 comentário:

  1. Parece-me que o busílis da questão é taxar os rendimentos do capital, e não fazer descontos à Banca nem permitir antecipações às PTs.

    Os ricos a sério têm o património em empresas e em off shores e declaram rendimentos que não têm nada a ver com os rendimentos efectivos. Por exemplo o Amorim, o homem mais rico de Portugal, declarou rendimentos de cerca de 250 mil euros.

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