sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A Internacional, o Avante Camarada, e a Carvalhesa




Confesso que nunca fui muito à bola com o Avante Camarada, e cada vez acho menos piada à cantigueta neo realista pimba que animava a malta no tempo da outra senhora.

Prefiro A Internacional, a versão INTEGRAL, e não aquele resumo, tipo Novas Oportunidades, que costumam tocar nas festas e comícios do PCP.

Mais do agrado da gente jovem é a Carvalhesa, a que assistimos, na abertura da Festa do Avante 2010, à estreia mundial duma versão sinfónica, na presença do autor, o nosso conhecido maestro António Vitorino de Almeida.

Mas o que faz mesmo vibrar a geração da precaridade, dos recibos verdes e contratos a prazo, é a Carvalhesa Heavy Bombo multimédia e fogo de artificio que, como aqui se vê, mais uma vez deixou o pessoal à beira dum ataque de euforia, moi incluído.

2 comentários:

  1. Mudam-se os tempos, sem dúvida mas nem sempre se mudam as vontades.A Carvalhesa poderá ser do ponto de vista estético mais enubriante, até há quem goste muito,no entanto o Avante Camarada, guarda em si, momentos de luta que a geração da precaridade não deveria olvidar. A sua força, a sua mensagem, além de hinos de nobresa, arrastam vontades, catapultam acções, que noutros tempos foram determinantes para que camaradas em situações de muita dificuldade não vacilassem e que nos proporcionaram esta liberdade que hoje "condicional", nos há-de levar a outras paragens onde os recibos verdes sejam banidos, e o trabalho e a felicidade sejam efectivos para todos nós. Portanto para um ortodoxo até´à medula, mas convicto, prefiro o pimba "Avante Camarada".

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  2. Penso que é muita bondade sua ver essas coisas todas no Avante Camarada. Sugiro que substitua na letra a palavra rubra por azul, e depois diga lá se não servia também como cantiga para os adeptos do Senhor Dom Miguel depois da vitória dos liberais.

    Acho que a intenção do autor, Luís Cilia, com o Avante Camarada era fazer uma homenagem, justíssima, aos militantes da clandestinidade, e até por isso, parece-me, pouco indicada para ser assim uma espécie de hino oficioso do PCP.

    E então não acha que aquela concepção de que o papel da mulher é no lar é um bocado pimba? E reparou que a mulher nem merece o tratamento de camarada?

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