sábado, 12 de maio de 2012

O Desemprego é Uma Espécie de Desporto Radical


DEPOIS de ter mandado emigrar os jovens e os professores, desta vez, aproveitando a tomada de posse do Conselho para o Empreendedorismo e a Inovação, no Centro Cultural de Belém, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho voltou à carga e decidiu teorizar sobre o desemprego. Entre umas quantas imbecilidades, afirmou que estar desempregado, não é um sinal negativo, podendo ser uma oportunidade para mudar de vida. Se estar desempregado não é um sinal negativo, podendo até ser uma mensagem do além, apontando outros caminhos, escusado será dizer que ele próprio poderia dar o exemplo, dedicando-se a outra actividade, e eu até teria muito gosto em participar com um suave empurrão. Disse ainda que os portugueses, relativamente à forma como enfrentam o desemprego, devem adoptar uma cultura de risco, o que nos leva a concluir que o desemprego, contrariando o que é habitual, deverá ser encarado, não como uma tragédia ou desgraça pessoal, mas sim como uma espécie de desporto radical. E para que o sermão ficasse completo, acabou a zurzir nos jovens pouco afoitos e exigentes que, prudentemente e à cautela, preferem ser trabalhadores por conta de outrem, em vez de se lançarem nos braços do mundo empresarial. Para a próxima, sei lá, talvez se lembre de sugerir uma ida a pé até Fátima, em busca de novas e maravilhosas oportunidades de emprego. Em resumo, a iniciativa até podia ter um título, como por exemplo: o desemprego como forma de realização pessoal e contributo para a elevação da auto-estima dos trabalhadores.

Pedro Passos Coelho, ao falar assim daquilo que afecta mais de um milhão de portugueses, que ostenta a marca das iníquas políticas do seu governo, e cada dia que passa se vai agravando mais, além de demonstrar a mais profunda das insensibilidades e desprezo para com o problema, gerador de incontáveis dramas pessoais e familiares, ainda ofende, com um misto de gozo e descaro, todos os que se encontram nessa dramática situação. Os árabes costumam responder às ofensas, lançando sapatos contra o insolente; neste caso, o nosso primeiro- ministro, no mínimo, merecia um pano encharcado nas ventas.

ADENDA - Questionado pelos jornalistas a propósito da sua destemperada dissertação sobre o desemprego, Passos Coelho afirmou que mantém tudo o que disse, e até acrescentou que o desemprego é gerador de crises artificiais, destinadas a criar uma tensão enorme no país. Está bem à vista que este cavalheiro segue as pisadas de José Sócrates, isto é, está ausente do país real, estraga tudo em que toca e apenas diz baboseiras.
É claro que está na altura de levar com mais um pano encharcado...

3 comentários:

  1. Votei nele! Que grande desilusão!É ignorante e burro!
    Mea culpa....mea culpa!
    Apetece-me fazer arakiri...

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  2. Votei nele! Que grande desilusão!É ignorante e burro!
    Mea culpa....mea culpa!
    Apetece-me fazer arakiri...

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  3. Eu também estou disponível para dar um empurrãozinho...

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