quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE
(Começo a considerar a hipótese de haver por aí uma qualquer justiça cósmica)


O meu amigo e vizinho Penim Redondo publicou no seu blog um post onde relata as suas desventuras, ontem, num serviço do SNS. Por uma qualquer coincidência também ontem fui a uma consulta externa do SNS, mais concretamente ao Serviço de Ortopedia do Hospital Curry Cabral, onde tinha consulta marcada para as 9:50.

E é aqui que, comparando o que aconteceu aos dois, eu, defensor confesso do SNS, começo a considerar a hipótese de haver por aí uma qualquer justiça cósmica que leva o SNS a retribuir simpaticamente todo o meu empenho no seu reforço e continuidade.

Enquanto ao Penim o SNS impôs uma seca de mais de duas horas, sem que lhe fosse ao menos possível descortinar o critério por que os utentes eram atendidos, quando ontem cheguei ao hospital por volta das 9:30 fui logo surpreendido por uma amiga que ao consultar as listas de consultas do dia, expostas em local bem visível, tinha lá visto o meu nome e a hora da consulta.

Depois de produzir os merecidos elogios ao médico comum, para ela primeira consulta, estávamos a começar a comparar os respectivos achaques quando tivemos que interromper a conversa às 9:55 pela chamada do meu nome para a consulta, exactamente, é isso mesmo, 5 minutos depois da hora marcada.

(Postado no dia em que o FMI vem defender publicamente a liberalização da Saúde em Portugal)

3 comentários:

  1. O Serviço Nacional de Saúde estruturalmente garante a equidade de acesso e um nível de qualidade de prestação de cuidados bastante satisfatório, destacando-se do privado pela positiva perante as situações mais graves e problemáticas.
    No entanto ao longo do tempo foi sofrendo entorses tais que neste momento necessita de uma terapia de recuperação continuada.
    Um erro político crasso na formação dos médicos já se está a reflectir na falta dos mesmos um pouco por todo o país e já há várias unidades de saúde em rotura.
    A retirada dos Centros de Saúde dos meios necessários a um diagnóstico adequado, a recorrente falta de médicos de família e as longas filas em espera pela madrugada em busca de almejada consulta, são um sintoma preocupante
    O aumento dos preços dos medicamentos e das taxas moderadoras, conjugadamente, poderão pôr em causa a equidade de acesso e o cumprimento dos planos de tratamento estipulados.
    A incapacidade de resposta adequada nas consultas e tratamentos às doenças com maior incidência de óbito acabam por criar diferença de vida e morte entre os que têm maior ou menor capacidade financeira.
    O SNS continua a ser um dos pilares fundamentais da nossa democracia, é uma mais valia social inquestionável, mas terá de ser visto numa perspectiva de serviço público vital e inevitavelmente descontextualizado de uma política neo-liberal

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  2. O SNS é perfeito ? Não. Mas que se deixem de coisas aqueles que gostam de balelas. Exerçam os seus direitos de cidadania e exijam um SNS melhor, reforçado, com condições. Porque quando estiverem verdadeiramente aflitos, quando enfrentarem um problema sério, é no SNS, nos "horripilantes" hospitais públicos que têm hipóteses sérias de serem técnicamente bem atendidos.

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