domingo, 29 de abril de 2012

PRIMEIRO DE MAIO
Um mundo sem trabalhadores é impossível, um mundo sem capitalistas é necessário.


“Podemos viver melhor. O retrocesso para as condições de vida do passado não tem de ser a realidade da nossa época. 126 anos depois do Primeiro de Maio em Chicago, não merecemos a pobreza, miséria e desemprego, nem ter de trabalhar dia e noite apenas para conseguirmos sobreviver.
Somos nós que produzimos toda a riqueza. Essa riqueza pertence-nos".

sábado, 28 de abril de 2012

Escolhendo os bocados mais apetitosos
CDS/PP, BE, PSD e PS: JUNTOS A RETALHAR MOSCAVIDE.


Já em 1985 as freguesias de Moscavide e Sacavém foram amputadas de parte dos seus territórios para dar lugar à criação da freguesia da Portela.

Agora, como já por aqui se falou, o PSD da Portela, na Assembleia de Freguesia, aprovou uma proposta, com a abstenção do PS e o voto contra da CDU, de anexar à Portela mais 23 hectares da parte oeste de Moscavide, onde se situa a nova urbanização Jardins do Cristo Rei.

Entretanto na Assembleia da Republica já deram entrada um projecto do CDS/PP, e outro do BE, com propostas de anexar o território da frente ribeirinha das freguesias de Moscavide e Sacavém, concelho de Loures, à futura freguesia do Parque das Nações, Lisboa.

Intenção que, ficámos a saber agora, conta também com o apoio de António Costa e vereadores do PS, PSD e CSD/PP da Câmara de Lisboa, apenas com o voto contra do vereador do PCP Ruben Carvalho.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

A FUMAÇA E A VIDA


Capítulo 8 – A Fumaça e a Vida

Estes ministros que nos (des-)governam  ainda pertencem ao hoje, mas já lhes vamos esquecendo ou trocando os nomes porque, de facto, pertencem ao ontem, mesmo ao transantontem. Daqui a poucos anos ninguém os recordará, apenas restará, como escória a varrer para o vazadouro da História, a desastrosa política que ajudaram a implementar.

Por outro lado, eles próprios ajudam ao seu esquecimento ou confusão, pois são uma espécie de pirilâmpos da política: luzem subita e intermitentemente, surdidos da escuridão, para logo se apagarem, tragados pela mesma (neste caso, justiceira) escuridão. Tipificam modelarmente os fogos fátuos da política rasteira e de rastos. Eles foram as mariasdelurdesrodrigues, as isabeisalçadas, os correiasdecampos, os teixeirasdosantos, os joséspinhos, os vieirasdecarvalhos. Hoje são os nunoscratos, os josésviegas, os santospereiras, os vitoresgaspares.

O pirilâmpo da política mais luzente nos últimos dias tem sido o Miguel Relvas. Ele é a voz do Governo (isto é, das Tróikas, externa e interna) na Assembleia da República, à cachaporrada aos protestos da Oposição, ele desdobra-se em entrevistas (na verdade, sempre a mesma lenga-lenga insípida, inodora e insalubre) na rádio, nos canais televisos, na imprensa escrita. Goza da fama de ser um durão, sem cedências, sem recuos. Em suma, um valentaço contra a população de fracos ou médios recursos, um boquinhas de mel para os “cartolas”.

Tudo isto servido por uma cara inexpressiva, uma daquelas insonsas fachas onde não estremece uma prega quer lhe digam que a mãe está a morrer ou a casa a arder ou a mulher a traí-lo (enfim, a divertir-se!) com o melhor amigo (só um amigão com o sentido do dever elevado pode trair um tal tipo).

Tudo indiciava no currículo da criatura as aptidões para o cargo. Obras realizadas?... Experiências levadas a bom termo?... Estudos particulares?... Não senhora. Um mero curso de Gestão, obtido sem relevo especial, numa escola entre tantas do Brasil. Ou seja, um Zero Irrelevante. São justamente estes zeros irrelevantes as criaturas ajustadas para tais cargos  (os de paquetes das tróikas) : nunca qualquer dúvida de reflexão lhes atravessa o écran vazio do espírito, nunca qualquer prega da consciência que não possuem os faz vacilar.

Que defende a ministerial vacuidade? Que a dívida soberana está a ser exemplarmente cumprida, que ele já despontam pequenos progressos económicos no livre e imaginativo empreendedorismo, que ele não se fazem omoletes sem partir ovos e, aí, no campo do desemprego, é que as coisas claudicam um poucochito, mas que existe sempre à mão, ou ao pé, de semear, o recurso à emigração, na qual os portugueses, e agora os jovens portugueses qualificados, dão exemplos ao mundo (não estou seguro se o dito Relvas emprega este tipo de referências camonianas, e elas não são já alucinações minhas, mas, francamente, é difícil aturar a estepe do seu discurso sem uns “shots” gelados de vodka).

A ministerial vacuidade veio igualmente assegurar a bondade daquela adendazita ao Tratado Europeu: incluir nas Constituições Nacionais o serviço e o plafonamento da dívida soberana.

Que não senhora, não é preciso nenhum referendo nacional sobre a coisa, que, praticamente, a adendazita já estava implícita no espírito da União Europeia prá’í desde o  século XIV (mil trezentos e troca o passo), desde o império marítimo e mercantil da cidade de Veneza. Que a adendazita não é nenhum golpe anticonstitucioal e uma estocada letal na soberania, na economia e na democracia nacionais. Ele é lá agora!!...

Olhem, se quisermos procurar no reino dos oceanos uma espécie piscícola que melhor figure a criatura ministerial, talvez a pescada. Não uma daquelas pescadas grandes, de alto mar, com carne para alimentar uma família e ainda convidar amigos, mas talvez uma pescadinha para fritar, de rabo na boca. De facto, e à falta de melhor opinião que a minha, a pescada não tem um sabor particular, adopta o sabor do azeite, das ervas, dos molhos, dos eventuais mariscos que se lhe acrescentar; é uma plataforma alimentar a que se podem acrescentar sabores para diferentes bocas e diferentes patamares de bolsas.

Senhor Relvas, sem querer parecer paternalista, aconselhava-o a cambiar de visual. O que usa associa-o inapelavelmente a um retrato-robot composto por um desenhador das polícias! Olhe, por que não pintar umas mechas verdes nos seus cabelos?!... Acrescentar-lhes mesmo umas melenas mais compridas, (verdes também, é claro), descaídas sobre um dos olhos (o esquerdo ou o direito, à sua escolha).

Assim, “actualizado”, digamos, aproximará referências a uma antiga cantante nacional, “tiffosi” de um dos grandes clubes nacionais, para o dito grande clube e todos os admiradores desse clube. Além de que é perfeitamente justificável, dada a associação óbvia entre a verde relva dos campos de futebol, das “maisons” e o seu apelido de baptismo. Passará a ser uma variedade de mariajosévalérioverde masculina... É original... Não lhe cobro nada pela sugestão, mas não caía mal um abatimentozito no IRS.

Ainda do lado da “fumaça”, é impossível deixar de assinalar a lamentável posição assumida pela Associação 25 de Abril, a que deu cara o coronel Vasco Lourenço. Associaram-se de imediato o poeta Alegre e o doutor Mário Soares, isto é, os “faz-tudo” do costume. Que fique igualmente claro que o senhor coronel Vasco Lourenço é de há muito um aliado (mal-) encapotado do Partido Socialista.

O 25 de Abril, os valores da Liberdade, da Democracia (nas suas vertentes económicas, laborais, sociais, de saúde pública, educativas, culturais, desportivas, científicas, artísticas) defendem-se, também, dando-lhe visibilidade, recontando e reflectindo sobre a sua história. Não é recuando e cedendo aos valores do passado, que gostariam de reduzi-lo a uma saudação protocolar, envergonhada, de cinco personalidades, defronte da estátua do Cutileiro, no cimo do parque Eduardo VII. Nem, muito menos, uma data subordinada aos amuos e aos desígnios de uma mãocheínha de Castafiores indígenas.

Mas do lado da vida real, concreta e com futuro, estão, como sempre têm estado, o PCP, a CDU, Os Verdes, a CGTP, alguns Sindicatos que das garras da UGT se vão libertando, e milhares e milhares de cidadãos descontentes com a política das tróikas, que no 25 de Abril, no 1º de Maio, e em todas as lutas subsequentes, irão exigindo um futuro digno, soberano e democrático para si e para os seus filhos.

Do lado da vida concreta sabe bem igualmente assinalar a transcrição de um artigo de Thierry Mayssan (“Avante!” de 19-4-2012, pp. 26 e 27) que esclarece o fracasso da guerra de “baixa intensidade” conduzida pela NATO e pelo Conselho de Cooperação do Golfo contra a Síria e o Povo Sírio.

Desse artigo, que nada substitui a leitura integral, destacamos 3 pontos que confrontam a caterva de mentiras que têm sido despejadas, de há anos para cá,  sobre o país e a região: o presidente sírio Bachar el-Assad continua a ser o chefe de Estado mais popular do mundo árabe; os auto-intitulados “Amigos da Síria”reconheceram o fracasso da “guerra de baixa intensidade” que tinham promovido e mudaram de estratégia, concentrando agora a sua acção em campanhas mediáticas contra o seu país (o controle destas campanhas é feito a partir da Casa Branca); o objectivo destas campanhas é desenhar a China e a Rússia como ditaduras solidárias com outras ditaduras; Washington encontra os seus aliados nos Emiratos, na Alemanha, na França,  na Liga Árabe, na ONU, em Kofi Annan, na Amnistia Internacional, na Human Rights Watch, na Federação Internacional dos Direitos do Homem.

E entre a “fumaça” virtual e a Vida me despeço, confiantemente direito, e directo, a mais duas jornadas de luta: o 25 de Abril e o 1º de Maio de 2012!         

Eduá Heteronimus

24 de Abril de 2012    

quarta-feira, 25 de abril de 2012

25 DE ABRIL, SEMPRE!


Celebramos o trigésimo oitavo aniversário da Revolução dos Cravos cientes de que, muito mais do que um dia festivo, é um dia de luta na defesa de tudo aquilo que a Revolução de Abril representou e representa para o nosso país.

‣ Abril foi o construtor do Portugal democrático;

‣ Foi a Revolução nos direitos, liberdades e garantias;

‣ Foi a Revolução na economia, nos direitos e relações sociais, na educação, na cultura e nas mentalidades;

‣ Foi a Revolução na afirmação da soberania e independência nacionais, com as Forças Armadas ao serviço do povo;

‣ Foi a Revolução da libertação dos povos colonizados;

‣ Foi a Revolução pela paz, amizade e cooperação com todos os povos do mundo.

Nascida naquela madrugada de Abril, após décadas de resistência heroica de homens e mulheres que ambicionavam conquistar a Liberdade, a Revolução conquistou o Poder Local democrático cuja aspiração era, e continua a ser, a resolução dos problemas das populações e a entrega ao serviço da causa pública, a vivência e o exercício de uma democracia participada, possível pela proximidade entre os eleitos e os seus eleitores.

De Abril nasceu uma nova Constituição - a Constituição da República Portuguesa e nela se plasmou, a promoção do bem-estar e da qualidade de vida do povo e a igualdade real entre todos os portugueses. Nela se consagrou:

‣ TODOS OS CIDADÃOS TÊM A MESMA DIGNIDADE SOCIAL E SÃO IGUAIS PERANTE A LEI;

‣ TODOS TÊM DIREITO AO TRABALHO. Incumbe ao Estado promover a execução de políticas de pleno emprego a igualdade de oportunidades na escolha da profissão ou género de trabalho e condições para que não seja vedado ou limitado, em função do sexo, o acesso a quaisquer cargos, trabalho ou categorias profissionais;

‣ TODOS TÊM DIREITO À SEGURANÇA SOCIAL que proteja os cidadãos na doença, velhice, invalidez, viuvez e orfandade, bem como no desemprego e em todas as outras situações de falta ou diminuição de meios de subsistência ou de capacidade para o trabalho;

‣ TODOS TÊM DIREITO À PROTEÇÃO DA SAÚDE através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendencialmente gratuito;

‣ TODOS TÊM DIREITO, PARA SI E PARA A SUA FAMÍLIA, A UMA HABITAÇÃO de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar. O Estado adotará uma política tendente a estabelecer um sistema de renda compatível com o rendimento familiar e de acesso à habitação própria;

‣ OS JOVENS GOZAM DE PROTEÇÃO ESPECIAL PARA EFETIVAÇÃO DOS SEUS DIREITOS ECONÓMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS. A política de juventude deverá ter como objetivos prioritários o desenvolvimento da personalidade dos jovens, a criação de condições para a sua efetiva integração na vida ativa o gosto pela criação livre e o sentido de serviço à comunidade;

‣ TODOS TÊM DIREITO À EDUCAÇÃO E À CULTURA cabendo ao Estado promover a democratização da educação e as demais condições para que a educação, realizada através da escola e de outros meios formativos, contribua para a igualdade de oportunidades, a superação das desigualdades económicas, sociais e culturais, o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância, de compreensão mútua, de solidariedade e de responsabilidade, para o progresso social e para a participação democrática na vida coletiva;

‣ TODOS TÊM DIREITO AO ENSINO com garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso. O Estado criará uma rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população êxito escolar.

< Com a Revolução de Abril, o Movimento Associativo Popular em todas as suas vertentes, recreativas, socioculturais, juvenis e desportivas, ganhou uma nova dimensão e influência na vida das populações, em muitos casos com um papel decisivo na promoção da cultura, do desporto e do lazer.

Hoje, celebrar Abril é defender a Revolução dos ajustes de contas que lhe vêm fazendo ao longo dos anos, é lutar pelo direito ao trabalho e o trabalho com direitos, é lutar contra a exploração e a desigualdade, pela liberdade e o regime democrático, é lutar pela independência e soberania nacionais

Hoje, celebrar Abril é lutar por um Portugal com futuro, por uma economia sustentada, que não fomente injustiças e desigualdades e que permita um equilíbrio entre as condições de vida das populações e o meio ambiente. Por uma política que defenda a produção nacional, dinamize o mercado interno e estimule os sectores produtivos, contribuindo para a salvaguarda da independência e soberania nacionais. Abril é a prova que nada é inevitável, e que a vontade de um povo é maior que a resignação e o conformismo.

Abril é o caminho na resistência e a luta pela construção de uma sociedade mais justa, mais livre e mais fraterna.

VIVA O 25 DE ABRIL!

VIVA A LIBERDADE!

Comissão Promotora das Comemorações do 38.º Aniversário da Revolução de Abril • Zona Oriental de Lisboa

terça-feira, 24 de abril de 2012

BIG BROTHER, NÓS ESTAMOS A VER-TE
A propósito da ameaça da PSP de "tolerância zero" para as Manifs do 25 de Abril.



"Á medida que uma revolução pacífica se desenrola, o Estado emprega a força bruta para criar cenas de violência.

Mas vivemos num mundo onde as pessoas capturam e distribuem provas visuais directamente de volta aos concidadãos. Não há mais intermediários a alimentarem-nos com meias verdades.

Lembre-se, numa revolução pacífica, todo o fotograma a ilustrar a violência do Estado, ajuda os defensores da paz. Dia a dia, o nosso olhar vai identificar os seus planos, táticas e erros.

Nós estamos nas reuniões, salas de aulas, casernas, parques, e podemos identificar todos os abusos do poder. Combatendo o desafio de Orwell: Big Brother, nós estamos a vigiar-te."

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Adão Barata, as pessoas primeiro


A Junta de Freguesia de Camarate promoverá na próxima quarta-feira, dia 25 de Abril de 2012, às 11 horas, na Urbanização do Parque das Oliveiras, em Camarate, uma homenagem, toponímica, ao Eng. Adão Barata.

Não posso deixar de me regojizar com a iniciativa e aplaudir a Junta de Freguesia e, em particular o Presidente Arlindo Cardoso.

É uma circunstância a que me associo entusiasticamente, porque não esqueço a promessa que eu próprio fiz publicamente de "procurar fazer justiça" à sua memória e legado político.

Recordo não poucas vezes - quando olho para o panorama político local e nacional - que tive o grato privilégio de trabalhar com Adão Barata na Câmara Municipal de Loures, para além do que partilhámos pessoalmente nos anos em que nos viamos diariamente, várias vezes ao dia e a qualquer hora.

Efectivamente, permito-me considerar que o Comendador Adão Barata foi um político "fora de tempo" e, provavelmente, "fora de contexto". De facto, alguém com os seus valores, os seus princípios e a sua conduta, em todas as circunstâncias, constitui negação dos canones políticos e partidários vigentes.

Profundamente humano e intrinsecamente humanista, o slogan "as pessoas primeiro" deve aplicar-se-lhe como a sua identidade política primeira, em nada se aparentando ou confundindo com aqueles que o usaram ou usam como expressão eleitoralista e demagógica.

De resto, acredito que Adão Barata perdeu as eleições quando era Presidente do Município, porque não aceitou fazer, naquele momento eleitoral, o que precisava ter sido feito para obter sucesso. Ser genuíno, fiel a si próprio e dar a primazia aos interesses das pessoas, obstaram a que fizesse uso de alguns truques eleitorais, que embora legítimos e frequentemente utilizados, não se coadunavam com a sua forma de estar e ver o mundo.

Competente e de honestidade a toda a prova, "pecava" na sua inabalável crença nos homens, que inúmeras vezes lhe retribuiram com injustiças, desfaçatez e até desrespeito.

Selava compromissos com um aperto de mão ou com as conceituadas palmadas nas costas com que brindava homens ou mulheres com quem se cruzava ou trabalhava. Tudo fazia por honrar os compromisso que assumia, dos mais singelos aos mais complexos.

Se houve alguém que o Concelho de Loures mereceu ter como Presidente da Câmara, foi o Eng. Adão Barata.

A sua constante preocupação com o bem-estar dos municípes, impunham-lhe um incansável regime de trabalho, uma dedicação invejável, uma disponibilidade permanente, a reflexão constante, a empenhada audição de opiniões sobre o que fazer e como fazer.

O seu exemplo de homem e político, está a uma distância astronómica do que vulgarmente por aí podemos ver. Adão Barata nunca teria aceite - na sua natural humildade - que lhe tivesse sido atríbuido um topónimo, mesmo que tivesse realizado um acto heróico invulgar, muito menos numa qualquer tola manifestação de injustificada vaidade pessoal e oportunismo.

Dedicado como poucos ao seu partido, de que foi membro do Comité Central, alheio a obscuros manobrismos partidários e, ideológicamente convicto, opôs-se internamente a purgas, afastamentos injustos e despropositadas punições disciplinares que apoucavam o debate de ideias, desrespeitavam os estatutos e ridicularizavam os princípios partidários. De novo e como sempre, o principio de "as pessoas primeiro", determinou o seu afastamento pouco ético do orgão de direcção partidária, pelo intolerante grupo detentor do poder.

A louvável iniciativa da Junta de Freguesia de Camarate, homenageia o homem, o lutador, o devotado e digno servidor da causa pública. Homenageia o humanista e por seu intermédio as pessoas que hoje, como nunca antes após o 25 de Abril - cujo aniversário se celebra - sofrem e estão à mercê de potencias estrangeiras, subservientes governantes e desenfreados interesses financeiros que promovem o retrocesso civilizacional, a sobre-exploração, a pobreza e a deseducação, que negam o inalienável direito ao trabalho com direitos, o desenvolvimento, a cultura e a saúde, que aviltam a independência e a dignidade nacional.

A justa homenagem ao Eng. Adão Barata é por isso também um grito de inconformismo e revolta. De oposição ao rumo do país e do Município. É um combativo reafirmar "AS PESSOAS PRIMEIRO", 38 anos após Abril das esperanças mil.

Falta agora, na minha opinião, o nascimento do "Centro de Impulso ao Desenvolvimento Adão Barata" que promova a análise e estudo das oportunidades do Concelho de Loures no contexto metropolitano, nacional e, mesmo, internacional, em ordem à promoção de um desenvolvimento sustentável nos domínios económico, ambiental e cultural, tendo como fim ultimo o bem-estar dos cidadãos e proporcionar um futuro digno, livre, democrático, formado e informado às novas gerações. 


sábado, 21 de abril de 2012

Frase de Escritor e Imagem de Cineasta


«A maior desgraça de uma nação pobre, é que em vez de produzir riqueza, produz ricos.»
(Mia Couto, escritor moçambicano)

«O mágico fez um gesto e desapareceu a fome, fez um segundo gesto e desapareceu a injustiça, fez um terceiro gesto e desapareceram as guerras. Veio o político, fez um gesto e desapareceu o mágico.»
(Woody Allen, cineasta dos E.U.A.)

O fascismo é uma minhoca...
AINDA NÃO QUEIMAM LIVROS, MAS JÁ DESTROEM MATERIAL ESCOLAR, COMPUTADORES... E LIVROS.

Escola da Fontinha, Porto de Rui Rio, Passos Coelho & Cia., Abril de 2012


Berlim de Adolf Hitler, Maio de 1933

sexta-feira, 20 de abril de 2012

SE OS POVOS DA EUROPA NÃO SE LEVANTAREM, OS BANCOS TRARÃO O FASCISMO DE VOLTA
Míkis Theodorakis



"O nosso combate não é apenas o da Grécia, mas aspira a uma Europa livre, independente e democrática. Não acreditem nos vossos governos quando eles alegam que o vosso dinheiro serve para ajudar a Grécia. (…) Os programas de "salvamento da Grécia" apenas ajudam os bancos estrangeiros, precisamente aqueles que, por intermédio dos políticos e dos governos a seu soldo, impuseram o modelo político que conduziu à actual crise.

Não há outra solução senão substituir o actual modelo económico europeu, concebido para gerar dívidas, e voltar a uma política de estímulo da procura e do desenvolvimento, a um proteccionismo dotado de um controlo drástico das Finanças.

Se os Estados não se impuserem aos mercados, estes acabarão por engoli-los, juntamente com a democracia e todas as conquistas da civilização europeia. A democracia nasceu em Atenas, quando Sólon anulou as dívidas dos pobres para com os ricos. Não podemos autorizar hoje os bancos a destruir a democracia europeia, a extorquir as somas gigantescas que eles próprios geraram sob a forma de dívidas.

Não vos pedimos para apoiar a nossa luta por solidariedade, nem porque o nosso território foi o berço de Platão e de Aristóteles, de Péricles e de Protágoras, dos conceitos de democracia, de liberdade e da Europa. (…)

Pedimos-vos que o façam no vosso próprio interesse. Se autorizarem hoje o sacrifício das sociedades grega, irlandesa, portuguesa e espanhola no altar da dívida e dos bancos, em breve chegará a vossa vez. Não podeis prosperar no meio das ruínas das sociedades europeias.

Quanto a nós, acordámos tarde mas acordámos. Construamos juntos uma Europa nova, uma Europa democrática, próspera, pacífica, digna da sua história, das suas lutas e do seu espírito. Resistamos ao totalitarismo dos mercados que ameaça desmantelar a Europa transformando-a em Terceiro Mundo, que vira os povos europeus uns contra os outros, que destrói o nosso continente, provocando o regresso do fascismo".


Míkis Thodorakis

quinta-feira, 19 de abril de 2012

PARA TRAVAR A DEGRADAÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE NO CONCELHO DE LOURES.


Centro de Saúde de Santa Iria com falta de médicos, deficientes condições e falta de médicos na Extensão do Centro de Saúde da Bobadela, encerramento da Extensão de Saúde de Camarate, redução do horário de funcionamento do CATUS de Moscavide (que serve as freguesias de Apelação, Camarate, Moscavide, Sacavém, Santa Iria de Azoia, São João da Talha, Unhos, Portela, Bobadela e Prior Velho), encerramento das Urgências do Hospital Curry Cabral (e tranferencia de mais de metade da população do concelho para as Urgências sobrelotadas de São José, apesar da inauguração do Hospital de Loures), é um rol de problemas que não acaba, e que a politica do Governo PSD/CDS continua a agravar. Pela sua saúde, não se conforme, participe.

terça-feira, 17 de abril de 2012

LOVE STORY ENTRE AMERICANOS E AUTOMÓVEIS A PERDER GLAMOUR.


Ao contrario do que por cá ainda acontece a love story entre os americanos e os seus automóveis, parece estar a perder o glamour de décadas passadas. Como podemos ler num artigo do The Atlantic:

  • O número médio anual de quilómetro percorridos pelos veículos de jovens (16 a 34 anos) nos EUA diminuiu 23 por cento entre 2001 e 2009, caindo de 10.300 milhas por pessoa em 2009, para 7.900 milhas em 2009.
  • A percentagem de jovens dos 14 a 34 sem carta de condução aumentou de 21 por cento em 2000 para 26 por cento em 2010, de acordo com a Federal Highway Administration.

Os jovens americanos estão também, nas suas deslocações, a usar mais os transportes públicos, as bicicletas, e a dar mais uso aos sapatos. Entre 2001 e 2009, os jovens entre os 16 a 34 usaram mais 24 por cento a bicicleta, foram a pé para os seus destinos mais 16 por cento, e andaram de transportes públicos mais 40 por cento.

Parte da razão para esta mudança é financeira, 80 por cento dos jovens entre os 18 e os 34 anos afirmaram, a um inquérito da Zipcar/KRC, que o custo elevado da gasolina, estacionamento, e manutenção tornam muito difícil possuir um carro.

Mas o dinheiro não explica tudo. Jovens dos 16 aos 34 em famílias com um rendimento anual de mais de 50 000 euros optam também cada vez mais por não conduzir: aumentaram o uso de transporte público em 100 por cento, andar de bicicleta em 122 por cento, e andar a pé 37 por cento.

A desafeição ao carro é parte integrante de um novo modo de vida que coloca menos ênfase na posse de grandes carros e de casas grandes. Um inquérito realizado pela National Association of Realtors realizado em 2011 mostra que 62 por cento das pessoas com idades entre 18-29 disseram preferir viver em bairros na proximidade de lojas tradicionais, restaurantes, cafés e bares, e de ter locais de trabalho, bibliotecas e escolas servidos por transporte público.

Para gerações de americanos, a posse de automóvel foi um ritual de passagem quase obrigatório, um símbolo de liberdade e independência. Para muitos jovens de hoje, um carro é um fardo que já não desejam carregar.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Já Ouvi Chamar-lhe Muitos Nomes


COMO o Governo está muitíssimo preocupado com a dieta, higiene, segurança e saúde alimentar dos portugueses, o departamento de criatividade e inovação do Ministério da Agricultura, do Mar e do Ambiente, de Assunção Cristas, produziu uma nova pérola de laboratório. Trata-se de uma taxa, a que chamou Fundo de Saúde e Segurança Alimentar, que será devida por todas as empresas que explorem o comércio alimentar, seja por grosso ou a retalho, e aplicar-se-á (provávelmente) sobre o volume de transações, tornando-se essas empresas os cobradores de uma taxa que irá, fatalmente, onerar o preço dos produtos, logo também o IVA, não sendo difícil adivinhar sobre quem irá recair a factura, isto é, nem mais nem menos do que o consumidor final. Em resumo: tudo aquilo que passar pela nossa traqueia irá também passar a pagar portagem, embora com cobrança indirecta. Aperta-se o cerco aos portugueses, ao passo que as empresas, feitas as contas, ficarão apenas com uns residuais encargos administrativos. 

Entretanto o Governo, na sua inexcedível bondade informa que esta taxa (já ouvi chamar-lhe muitos nomes) se destina a “compensar os produtores, no quadro da prevenção e erradicação das doenças dos animais e das plantas, bem como das infestações por parasitas”, além de “apoiar as explorações pecuárias” e “incentivar o desenvolvimento da qualidade dos produtos agrícolas”. Estão a ver, não estão? Vai ser tal e qual como com os outros impostos que os portugueses pagam, e que estão a ser exemplarmente redistribuídos pela sociedade, sob a forma de saúde e educação tendencialmente gratuitas, transportes eficazes e acessíveis, custas judiciais equilibradas, reformas e pensões plenamente asseguradas, bem como apoio condigno e subsídio garantido a condizer, quando o desemprego nos bate à porta.

À cautela, e para que não provoque ondulação desnecessária, minorando assim o seu impacto na opinião pública, a nova taxa passará ao lado da Assembleia da República, sendo regulada através de decreto-lei e portaria, concebidos e aprovados na privacidade do conselho de ministros, e com posterior ratificação pelo guardião Cavaco Silva, o qual irá atribuir a esta medida mais uma inevitável “razão de interesse nacional”.

O quadrilha de bandoleiros que nos governa, sequiosa de receita, prepara-se assim para mais um patriótico e massivo assalto concertado, mascarando-o com um suposto zelo pela saúde e bem-estar dos portugueses, sopesando e racionalizando os nossos gastos com a alimentação, cortando nas nossas gorduras, e aliviando-nos do excesso de peso das nossas carteiras e dos sacos de compras, que como se sabe, originam problemas na coluna.

sábado, 7 de abril de 2012

Sábado de Aleluia com Corte de Energia


O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho deu uma entrevista ao jornal alemão Die Welt, e uma vez mais foi assediado pela tentação de dizer lá fora, aquilo que não tem coragem para dizer cá dentro. E o que disse foi que duvida que Portugal possa regressar aos "mercados" em 2013, quando terminar esta "ajuda" da troika, que até tem sido um “sucesso”. Entretanto, e ainda lá fora, também não descarta a hipótese de uma segunda "ajuda", quando ainda há dias, cá dentro, repetia que não precisávamos de mais tempo nem de mais dinheiro. E também disse isto quando são passados dois meses e tal desde que o "vagaroso" Victor Gaspar sentenciou que 2012 ia marcar um ponto de viragem, ainda falta saber de quê. Ganhar tempo, dizer e desdizer, baralhar e dar de novo é uma "arte" que este Coelho aprendeu depressa. Cá por mim, só encontro uma explicação para esta súbita mudança de agulha: o governo não pagou a conta da electricidade e os chineses da EDP correram a cortar a luz ao fundo do túnel.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

DE ONDE VÊM AS IDEIAS CORRECTAS?


De onde vêm as ideias corretas? Caem do céu? Não. São inatas dos cérebros? Não. Só podem vir da prática social, dos três tipos de prática social: a batalha da produção, a luta de classes e a experimentação cientifica. É a existência social do homem que determina o seu pensamento.

Quando as ideias corretas, das classes avançadas, são apreendidas pelas massas tornam-se numa força material capaz de transformar a sociedade, e de transformar o mundo.

terça-feira, 3 de abril de 2012

SEM A PALAVRA DE ORDEM CERTA, A LUTA ESTÁ CONDENADA AO FRACASSO.


Muitas vezes quando a história faz uma mudança brusca, mesmo os partidos progressistas têm dificuldade em adaptar-se à nova situação, e repetem palavras de ordem que estavam correctas, mas que entretanto perderam todo o significado.

A palavra de ordem certa tem de identificar o momento da conjuntura, apontar o objectivo da luta, e condensar a análise da situação concreta: Sem a palavra de ordem certa, a luta está condenada ao fracasso.

Brincar aos Comboios


SEM qualquer estudo prévio, logo sem pés nem cabeça, alternativamente ao TGV que foi abandonado, depois de ter engolido não sei quantos milhões de euros, em estudos e concursos, Pedro Passos Coelho veio anunciar a construção de uma linha férrea de bitola europeia, vocacionada exclusivamente para o escoamento de mercadorias, a qual faria a ligação de Sines à Europa. Ora o que acontece é que a tal linha, chegada a Badajoz, ficaria por aí, à espera que chovesse, pois a bitola europeia só está novamente disponível, mais de 1.000 quilómetros depois, em Irún ou Barcelona, e está fora de questão poder ser usada a rede de alta velocidade espanhola para mercadorias pesadas.

Para somar ao mirabolante exercício de Álvaro Santos Pereira com o franchising dos Pasteis de Nata, temos agora Passos Coelho mascarado de Peter Pan, a rasgar uma linha de comboio para a Terra do Nunca. A explicação para este estapafúrdio anúncio, pode estar no facto de Pedro Passos Coelho ter pensado que esta coisa de comboios a sério se podia resolver com a mesma facilidade com que brincava com o comboio eléctrico da Marklin, quando ainda dava os primeiros passos nas hostes laranjinhas. Por outro lado, fica também provado que a verdadeira especialidade do senhor Coelho e da sua equipa (des)governativa, continua a ser a instauração do estado de sítio económico e social, com austeridade em doses industriais, o esbulho sem limites das classes trabalhadoras e a protecção incondicional dos interesses financeiros e do grande capital, entremeada com algumas diarreias disfarçadas de ideias. Antes tivesse prisão de ventre!