terça-feira, 7 de julho de 2015

DECLARAÇÃO DE VOTO OXI, NUM REFERENDO MUITO POUCO E MUITO TARDE


Hoje (5/7) na Grécia votava OXI, votava NÃO. Mas um NÃO com Declaração de Voto, de protesto contra este Referendo muito pouco e muito tarde.

Um Referendo muito tarde por o governo grego andar cinco meses enrolado com as "instituições", semeando a ilusão da eminência dum acordo favorável, que sabia melhor que ninguém que nunca iria chegar. Muito tarde por ao ficar obcecado e paralisado com as "negociações" em Berlim e Bruxelas ter negligenciado e adiado a aplicação do seu próprio programa, mesmo em aspectos que não tinham grandes impactos financeiros.

Muito tarde por o governo do Syriza ter assistido passivamente durante 5 meses à fuga do dinheiro da Grécia e só ter agido depois dos cofres estarem vazios. Muito tarde por ter continuado a sangrar-se em vida, fazendo pagamentos da Divida, em vez de dizer aos credores que fizessem um acerto de contas com os 7 000 Milhões que a Grécia tinha a receber da Troika.

Um Referendo muito pouco com apenas uma pergunta sobre a Proposta Ultimato da Troika, e que não permite aos gregos pronunciar-se sobre a Proposta apresentada pelo Syriza à Troika, quase tão má como a Proposta Ultimato (a Proposta da Troika traduz-se em cortes de 8 300 Milhões de Euros; a Proposta do governo Syriza anda à volta dos 7 000 Milhões). Não é com propostas destas, da Troika ou do governo Syriza, que se põe fim à Austeridade ou se inverte o rumo de empobrecimento e declínio da Grécia.

Muito pouco por passar ao lado da questão fundamental que se coloca à Grécia (tal como a Portugal e a todos os países condenados à Austeridade): Com esta UE, com este Euro, estamos todos condenados à continuação do declínio e da miséria com que o neo liberalismo triunfante está a destruir a Europa.

Mas hoje na Grécia votava OXI, votava NÃO, com a certeza de que, apesar de tudo, esse é o melhor voto para a continuação da luta dos trabalhadores e do Povo, na Grécia, e em muitos outros países.

2 comentários:

  1. E afinal, o pessoal do KKE lá tinha as suas razões...

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  2. Mais importante do que ter razão é saber usar essa razão, e foi nisso que a direcção do KKE falhou, inclusive não conseguindo sequer ganhar os seus eleitores para o voto NULO. Cerca de 80% dos habituais eleitores do KKE votaram NÃO no Referendo.

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