segunda-feira, 12 de junho de 2017
ELEIÇÕES E O REGRESSO À POLÍTICA DE CLASSES
Depois de mais de três décadas a dizerem-nos que já não havia esquerda nem direita e que agora somos todos classe média, eis senão quando, em eleições em 3 países tão importantes e diferentes como os USA a França e a a Grã Bretanha, os eleitores vêm desmentir nas urnas tão sábias e categóricas conclusões.
E não se trata apenas do retorno da separação de águas entre a esquerda e a direita que remonta a 1789, mas também do recuo eleitoral da esquerda dos ideais liberais, das politicas identitárias e das causas fracturantes (que nalguns casos até têm contribuído para avanços civilizacionais que sempre tiveram o apoio de toda a esquerda, mas que não são o centro da luta politica), e o regresso em força da politica de classes herdeira de 1848.
Apenas um exemplo (que hoje é fds e os estimados amigos têm coisas mais interessantes para fazer).
Dum Inquérito a 14 mil eleitores realizado por Lord Ashcroft Polls no dia das eleições do UK http://bit.ly/2sOizuI publico aqui um quadro com as principais motivações de quem votou Conservador e Labour.
E o resultado só pode surpreender quem tenha andado muito distraído. As duas questões comuns aos dois grupos de eleitores, o BREXIT e a ECONOMIA, não só estão uns furos mais abaixo na ordem de prioridades dos eleitores do Labour, como certamente têm na base preocupações bem distintas, no caso dos Conservadores a da manutenção dos lucros, rendas ou ordenados confortáveis, da parte do Labour, o desemprego, a precariedade e os baixos salários.
E no que toca às outras questões, que motivaram o voto nos Conservadores e no Labour, e à sua importância relativa, parecem retiradas dum manual que explique as diferenças entre direita e esquerda, nomeadamente da esquerda dos trabalhadores e do povo miúdo.
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