sábado, 14 de maio de 2011

Imagine Que...


estou a atravessar sérias dificuldades financeiras, não consigo pagar as prestações que devo ao banco A, e tenho que encontrar uma solução. Das duas uma; ou vou até ao banco A e tento renegociar o prazo do empréstimo e a taxa de juro, de forma a aligeirar as prestações mensais, ou entro no banco B, do outro lado da rua, e contrato um novo empréstimo, destinado a satisfazer os próximos pagamentos ao banco A, ficando assim com duas dívidas, que se poderão multiplicar com o passar do tempo, isto se entretanto a situação não melhorar, seja porque arranjei um segundo emprego, comecei a vender alguns tarecos, recebi uma herança inesperada ou fui o feliz contemplado com a lotaria ou o euromilhões. Qual a melhor solução? Ficar-me pelo banco A ou passar ao banco B, e depois ao C, ao D e assim sucessivamente, até chegar ao banco Z, numa cascata imparável de endividamento?
Nesta ordem de ideias, e admitindo que a médio prazo a segunda solução iria provar-se insustentável, subscrevo o que disse Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, quando aconselhou que em alternativa a mais endividamento, acompanhado da intolerável ingerência externa e perda de soberania, o governo devia ter-se preocupado em renegociar, em tempo oportuno, a sua dívida externa, isto é, prazos, montantes e taxas de juro. Entretanto, também gostava de ouvir os argumentos dos economistas que costumam pulular por aí, e que de forma simplificada, apenas se declaram escandalizados com esta solução.

Sem comentários:

Enviar um comentário