domingo, 30 de novembro de 2014
PODEMOS
A meio do discurso de Pablo Iglésias em Lisboa, na passada 6ª feira (21/11), voltei-me para um amigo do tempo de outras lutas e comentei: Isto é paleio do tipo do que nós tínhamos na CDE (1969/74), não é? Ele sorriu, e respondeu: Pois é, é isso...
Muitos de vocês não são desse tempo, ou não andaram por lá, mas posso dar-vos outro termo de comparação: Ouçam o secretário geral do Podemos, e depois digam-me se não há por ali, num tom diferente, muito do tipo do discurso dum Chavez, ou dum Lula do tempo do PT ainda à conquista do poder.
Pablo Iglésias, que vem das Juventudes Comunistas de Espanha, onde militou dos 14 aos 21 anos, não é um Chavez nem um Lula, mas é seguramente o que de mais próximo conseguiremos encontrar num politico europeu sintonizado com os problemas e a realidade social e politica desta segunda década do século XXI.
E embora com um carácter claramente populista nem vale a pena, para já, tentar definir politicamente o Podemos, numa altura em que eles próprios não sabem ainda onde esta estimulante aventura os irá conduzir.
Com hipótese de vir a ser o primeiro caso deste lado do Atlântico, dum movimento popular de esquerda nascido à margem da esquerda tradicional, semelhante a diversos casos bem conhecidos, e bem sucedidos, da América Latina.
O que Pablo Iglésias e o Podemos para já estão a conseguir é romper a barreira, o cordão sanitário ideológico e politico, com que o capitalismo e o seu aparelho de Estado (em sentido lato) tem conseguido, com grande sucesso, isolar a esquerda não social democrata. E o resultado está à vista.
sábado, 22 de novembro de 2014
ISTO HÁ GENTE MUITO ARROGANTE
Quem é que estes trabalhadores da recolha do lixo pensam que são para, com este gesto de devolverem o dinheiro que encontraram, se atreverem a dar lições de moral aos Salgados, Varas, Loureiros, à malta dos vistos gold, aos muitos e variados bandos de Ali Babás de colarinho branco?
Numa altura em que as elites da pátria, banqueiros, empresários, governantes, altos quadros da administração pública, se entregam freneticamente à troca de favores, corrupção e roubo, não é mesmo um desaforo vir este pessoal, que ganha para aí uns 500 e poucos euros mês, mostrar que ainda há gente séria neste país?
Eu sei que entregar ao dono o dinheiro perdido não é ilegal, e portanto não será possível pôr-lhes um processo em cima, mas têm de concordar que gestos destes não podem passar impunes, por isso daqui apelo ao senhor prior lá da paróquia a fineza de lhes fazer ver que a soberba é um dos 7 pecados capitais, os convidar a confessar, arrependerem-se e a rezar 30 Pais Nossos.
terça-feira, 18 de novembro de 2014
A WORLD WITHOUT THE WEST
"Constatámos então (2007) que as potências emergentes começavam a construir um "mundo sem o Ocidente" que contornava a ordem internacional existente. Cada vez era mais claro que as potências emergentes aprofundavam os laços entre si na vida económica, política e até mesmo na segurança e, ao fazê-lo, afrouxavam os laços que os ligam ao sistema liberal internacional centrado no Ocidente.
Esta constatação deixou muita gente desconfortável, principalmente por causa dum endémico e super valorizado entendimento do alcance, profundidade e atratividade da ordem liberal existente.
Agora, sete anos passados, o mundo sem o Ocidente está bem visível. O mais importante na política internacional de hoje não é se Pequim vai ser seduzido, incentivados, ou mesmo compelido a adoptar o sistema internacional existente.
Também não se trata de os Estados Unidos e a China estarem numa espiral descendente em direcção à III Guerra Mundial.
O que está a acontecer é um esforço concertado por parte das potências emergentes para construir arquitecturas multilaterais paralelas, contornando a ordem liberal existente, e que provavelmente irá remodelar a política internacional e a economia mundial de forma fundamental."
Extracto do artigo A WORLD WITHOUT THE WEST .
sábado, 15 de novembro de 2014
A CRISE, O PCP, E O ESTAFADO FADUNCHO DO "NÃO HÁ ALTERNATIVA".
Muita gente séria e bem intencionada olha para as posições e propostas do PCP sobre a saída da Crise como se de meros exercícios de Oposição se tratassem, de soluções, supostamente, com pouca ou nenhuma aderência à realidade.
Outros pensarão que uma vez no poder o PCP acabaria a fazer o que os outros têm feito, a cantar à desgarrada o faduncho do "NÃO HÀ ALTERNATIVA" à destruição do Estado Social, à venda ao desbarato do nosso património, à desvalorização salarial, ao empobrecimento e submissão desta e das gerações futuras à escravatura da Dívida em modo Austeridade.
Quando o PCP em 2013 assumiu as responsabilidades da gestão da Câmara de Loures, que o PS deixou à beira do colapso, de forma semelhante à que deixou o país em 2011, muitos, como Rui Ramos que chamou a Bernardino Soares o" Vitor Gaspar de Loures", vaticinaram logo que não restaria ao PCP outra alternativa que seguir na Câmara de Loures a receita troikista, que PPD e CDS têm aplicado ao País.
O que aconteceu de facto foi que Bernardino Soares foi para a câmara cumprir as promessas eleitorais da CDU, renegociou a divida com os fornecedores, parou a privatização dos SMAS, respeitou os direitos dos trabalhadores da autarquia, combateu o desperdício e repôs sectores paralisados, como o Departamento de Obras, ao serviço dos munícipes de Loures.
Claro que nisto não fala a comunicação social, que prefere alinhar no coro do "NÃO HÁ ALTERNATIVA", em vez de promover o debate sério e fundamentado do presente e futuro do País.
Ou quando a dita CS abre uma excepção, como fez o pasquim electrónico de direita OBSERVADOR que chama a Bernardino Soares "O comunista neoliberal", é para inventar umas quantas atoardas e tentar dar uma imagem absolutamente distorcida do que tem sido, ao longo deste primeiro ano de mandato, a gestão do PCP na câmara de Loures.
Só que a isto chama-se ir buscar lã e sair tosquiado, pois o que acabou por acontecer foi o artigo do OBSERVADOR trazer para a discussão pública um exemplo cristalino de que não só o PCP tem soluções realistas como, quando os eleitores lhe dão a sua confiança, as põe escrupulosamente em pratica, como muito bem explica Bernardino Soares em "UM AUTARCA COMUNISTA E UM GOVERNO NEOLIBERAL" que bem merece uma leitura sem preconceitos de todos os eleitores deste tão massacrado País.
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