sexta-feira, 23 de novembro de 2012
WALMART
Um dia histórico para os trabalhadores de Serviços americanos.
Há 50 anos a maior empresa dos Estados Unidos era a General Motors, do celebrado o que é bom para a General Motors é bom para a América, onde o salário/hora médio dum operário andava à volta dos 50 dólares (a preços actuais). Agora o lugar de maior empresa pertence à cadeia de lojas Walmart, um gigante mundial que emprega um milhão e quatrocentos mil trabalhadores, que recebem em média um salário/hora de 8,81 dólares.
Há muitas razões para este abismal retrocesso, e uma delas é certamente o declínio da sindicalização nos Estados Unidos. Nos anos 50 o sindicato United Auto Workers era uma força efectiva dentro da GM, conseguindo negociar condições favoráveis para os seus trabalhadores. Na Walmart os trabalhadores não têm representação sindical e para além dos baixos salários confrontam-se ainda com péssimas condições de trabalho, e até de respeito pela sua dignidade.
Mas hoje é um dia importante não só para os trabalhadores da Walmart, como para os outros trabalhadores do sector de Serviços, de longe o que emprega maior numero de trabalhadores nos Estados Unidos. Depois duma greve, a primeira em 50 anos, que no mês passado envolveu 28 lojas, hoje os trabalhadores da Walmart, com o apoio do sindicato United Food and Commercial Workers Union estão novamente em luta.
Num dia de grande afluência às lojas, o dia da festa das compras nos USA, o Black Friday, o protesto não está a afectar substancialnente o negócio da empresa, mas os piquetes de greve que se estendem por 46 Estados e envolvem cerca de 1000 lojas, estão a ter um grande impacto junto dos milhões de clientes da Walmart, a maioria deles também trabalhadores.
Como dizia Galileu: Eppur si muove.
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